Cafezinho 702 – Vou embora daqui

Imagina uma torneira que fica pingando, devagarinho. Todo dia, uma gota. E mais outra. E mais outra. Ninguém liga… até que um dia a caixa d´água seca. É mais ou menos isso que está acontecendo em alguns estados dirigidos por políticos do partido Democratas nos Estados Unidos, como Nova York e Nova Jersey. Eles estão “sangrando” dinheiro e gente há anos — e o mais curioso é que fingem que está tudo bem.

De 2013 a 2022, milhões de moradores — muitos deles ricos e produtivos — fizeram as malas e foram embora de Nova York, que com isso perdeu mais de 500 bilhões de dólares em renda. Nova Jersey perdeu outros 170 bilhões.

Mas foram embora pra onde? Pro Sul. A Flórida, por exemplo, ganhou 1 trilhão de dólares e quase 1,6 milhão de novos moradores. O Texas também surfou na onda: mais de 1 milhão de novos habitantes e centenas de bilhões de dólares a mais circulando por lá. O curioso? Dois estados dirigidos por políticos do partido Republicano.

A explicação é simples: Impostos altos, burocracia demais e cidades que ficaram complicadas de viver. Quem trabalha, produz e quer ter uma vida melhor olha pra isso e pensa: “Tô fora.”

Os estados do Sul oferecem menos imposto, mais liberdade para empreender, e um custo de vida mais leve. Resultado? Viraram ímãs de gente talentosa.

Até as empresas perceberam. Uma gigante de tecnologia chamada Coinbase saiu do estado de Delaware – também dirigido por políticos do Democratas –  e foi pro Texas. Lá as leis são mais claras e o ambiente de negócios é mais previsível. Ou seja: não é só gente que muda — o dinheiro das empresas também vai junto.

Quando quem produz e gera emprego vai embora, o estado enfraquece. Faltam impostos para manter serviços. As empresas somem. A economia desacelera.

Enquanto isso, o Sul cresce, ganha investimento, emprego, tecnologia. Quem antes era “rico e poderoso” começa a perder o brilho.

O mais irônico? Os estados que estão afundando tentam resolver o problema… aumentando ainda mais os impostos! E aí o ciclo continua: quem pode sair, sai. Quem fica, paga a conta.

Mas você acha que isso é só problema de americano? Que nada! Aqui no Brasil também acontece, de forma menos dramática, mas acontece.

Quando um estado brasileiro cria mais burocracia, taxa tudo, deixa a segurança de lado e dificulta abrir ou manter uma empresa, o que acontece? As pessoas e os negócios vão embora para um estado vizinho onde é mais fácil viver e trabalhar.

Entre 2017 e 2022, o Rio de Janeiro teve êxodo de 165.360 pessoas. O Maranhão perdeu aproximadamente 129.228 pessoas. O Distrito Federal perdeu cerca de 99.593 pessoas.  O Pará teve saldo negativo de 94.097 pessoas. E São Paulo perdeu cerca de 89.578 pessoas.

No mesmo período, Santa Catarina recebeu mais de 500 mil pessoas vindas de outros estados. O saldo final foi um crescimento de cerca de 354 mil habitantes, o que representa 4,6% a mais na população total.

O motivo? O estado tem boa qualidade de vida, segurança e oportunidades de trabalho — e isso atrai quem busca um lugar melhor para viver.

O resultado é sempre o mesmo: o lugar que afasta quem produz perde força. E o que acolhe, cresce.

Moral da história?

Se o Estado aperta demais, o cidadão abre a torneira e vai embora.

E quando o balde seca, não adianta reclamar da água — a culpa é de quem deixou pingar.