Cafezinho 670 – Mil semanas. E o Brasil ainda pulsa.


Acabamos de publicar o episódio 1000 do Podcast Café Brasil! Que marca… Depois de 19 anos e 500 horas de conversa com o Brasil, chegou a hora de uma pausa — não para olhar pra trás, mas pra dentro. O episódio 1000 é uma travessia pela alma brasileira. Uma viagem musical, literária e emocional que percorre nossa história, nossa arte e, principalmente, nossa identidade.

A proposta não é negar as dores, nem pintar o país de verde-amarelo por conveniência. É lembrar que orgulho não é ufanismo: é consciência. É reconhecer os defeitos, sem esquecer o que ainda temos de belo, criativo e profundamente humano.

Neste episódio, o “trem do Brasil” parte de Cidade de Deus, passa pela Aquarela do Brasil, visita Ney, Milton, Roberto, Gonzagão, Elis, Gil, Ary, Cartola, Suassuna, Drummond, Clarice e muitos mais. Cada parada revela um pedaço do que fomos e do que ainda podemos ser — um país que transforma dor em samba, miséria em poesia e crise em criação.

A viagem é simbólica: propõe que a gente saia das trincheiras ideológicas e volte a olhar uns nos olhos dos outros. Que a gente troque o ódio pelo pertencimento. Que redescubra o Brasil real — aquele que está nas feiras, nas rodas de samba, nas mãos calejadas e nas vozes que não se calam.

Não foi fácil preparar esse episódio. Foram semanas e semanas trabalhando o texto, escolhendo as cerca de 70 canções, oito horas de gravação e edição e uma imensa pulga atrás da orelha. Me senti na obrigação de fazer uma declaração logo no começo do episódio, na tentativa – no fundo eu acho que infrutífera – de superar as barreiras ideológicas dos ouvintes.

No fim, criamos um convite à reconciliação e uma lembrança de que o orgulho de ser brasileiro não se grita — se pratica. No trabalho honesto, na solidariedade, na cultura que resiste.

Venha! Embarque nesse trem. O Café Brasil 1000 não é só um episódio comemorativo de um dos mais tradicionais podcasts brasileiros. É uma baita oportunidade de lembrar que o Brasil não é um problema a resolver, mas uma herança a cuidar.

É um lembrete de que o Brasil ainda pulsa — e que o maquinista, no fundo, somos nós.