Você ouviu uma das cenas mais impactantes do clássico filme Cidade de Deus, de 2002, que fala de um lugar onde pertencer vale mais que pensar. Onde um revólver decide quem entra e quem some. Os meninos não estão escolhendo só um tiro na mão ou no pé. Estão escolhendo um time, uma bandeira, um sobrenome. E o preço do ingresso é simples: obedeça, repita, prove.
Aqui, quem educa não é a família — é o grupo. A turma inteira assiste, imita e aprende que violência rende status. Afinal, se todos aplaudem, deve estar certo, não é? O ser humano prefere doer por dentro a ficar sozinho.
Este ritual é brutal, mas não é exclusivo da favela. Troque o revólver por um smartphone, o beco por um feed, e a regra continua valendo: para entrar na turma, entregue uma prova — a sua consciência, em parcelas semanais. Quem oferece pertencimento com liturgia e narrativa vence. A pergunta é: quem vai oferecer isso primeiro: a sua casa… ou o algoritmo?
Bom dia, boa tarde, boa noite, este é o Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?
Perder um filho para o “mundo” não é um evento. É um processo. E, quase sempre, silencioso. Eu recebi um vídeo de uma jovem que cresceu em homeschooling, em um lar cristão e conservador, e que, ao cair na adolescência, virou 180 graus, abraçando com convicção a pauta woke contra tudo aquilo que combateu a infância inteira.
Eu coloquei o link pra esse vídeo no Portal Café Brasil portalcafebrasil.com.br, no roteiro deste programa aqui.
https://www.instagram.com/reel/DPBwaG4DfEE/?igsh=dGVjNDVnMWk0MGJ5
“Como assim, hein? Onde foi que erramos?” A resposta dói porque é simples: subestimamos duas forças que nunca tiram férias — a mídia e os pares, os amigos. E, na adolescência, pertencimento vale mais do que coerência.
Mas a ciência vem avisando há décadas.
Urie Bronfenbrenner (1917–2005) foi um psicólogo do desenvolvimento russo-americano, professor em Cornell, coautor intelectual do programa Head Start nos EUA e criador da Teoria dos Sistemas Ecológicos (depois ampliada para o modelo bioecológico/PPCT). Em essência, ele mostrou que o desenvolvimento de uma criança acontece em camadas de contexto que se influenciam:
- Microssistema: ambientes imediatos (a família, escola, igreja, time, smartphone na mão).
- Mesossistema: como esses microssistemas se conectam (pais↔escola, pais↔amigos).
- Exossistema: contextos que afetam indiretamente (trabalho dos pais, a mídia local).
- Macrossistema: cultura, valores, instituições, ideologias.
- Cronossistema: o fator tempo (mudanças de vida, transições e era digital).
Resumindo, Bronfenbrenner explica, com base científica, que a formação de uma pessoa acontece em ecossistemas interligados — família, escola, comunidade, cultura. Hoje, o “ecossistema” cabe no bolso: um smartphone, 24 horas por dia.
E aqui entra Albert Bandura — o sujeito que estraga desculpas. Enquanto a gente põe a culpa “no mundo”, “na escola”, “na geração z”, ele aparece com uma câmera, um boneco inflável chamado Bobo e prova, sem poesia, que as pessoas aprendem vendo. Não é só suor e caderno; é retina e repertório. A criança assiste um adulto batendo no boneco, entra na sala e faz igual — às vezes pior. Pronto: a timeline virou catecismo, o influencer virou professor e a sala de aula cabe no bolso. Quem controla o fluxo de modelos molda o comportamento, valores e hábitos. Simples. E assustador.
Bandura chamou isso de aprendizagem social. Parece óbvio, mas o óbvio precisa de ciência para nos envergonhar. Aprendemos por modelagem: observamos, imitamos, testamos. Se o “modelo” é recompensado, aprendemos mais rápido; se é punido, freamos. Nem precisamos ser nós os premiados: o reforço vicário, aprender pelo que acontece com os outros, não com você, faz o serviço.
Mas nada disso acontece no vácuo: pessoa, ambiente e comportamento dançam juntos, o tal do determinismo recíproco, é a ideia de que pessoa (P), comportamento (B) e ambiente (E) se influenciam mutuamente e em ciclo contínuo. Troque o ambiente e a pessoa muda; mude a pessoa e o ambiente responde; mude o comportamento e realimente os dois. É uma engrenagem viva.
No coração dessa história está a autoeficácia — a crença de “eu consigo”. Quem acredita que consegue tenta mais, persiste mais, resiste mais. Quem não acredita terceiriza: “depois eu vejo”, “não sou bom nisso”, “deixa pra quem nasceu com talento”. Em linguagem de família: se seu filho só experimenta vitória no videogame, a vida real vira território hostil. Se experimenta progresso real — no estudo, no esporte, na música, no serviço — ele carrega para dentro uma bússola que não depende do humor da tribo.
Mas, e quando a bússola quebra? Aí entra outro Bandura, o que cutuca a nossa consciência: desengajamento moral. É o mecanismo mental que “desliga” a culpa. Usa-se eufemismo (“não é mentira, é storytelling”), desloca-se responsabilidade (“o algoritmo é que quis assim”), difunde-se a autoria (“todo mundo faz”), compara-se com coisa pior (“pelo menos não matei ninguém”). Pronto: dá para fazer o errado se sentir certo. A cultura agradece, o caráter apanha.
Agora, respire fundo e olhe para a adolescência. É a fase do rascunho de identidade: testar figurinos, tribos, slogans. Se os modelos que chegam com mais força são três — o grupo de amigos, o feed do celular e os adultos ausentes — a conta fecha sempre contra os pais. Não por maldade: por exposição. Bandura, de novo, esfrega nos nossos olhos a pergunta incômoda: quem são os modelos que você deixa entrar em casa todos os dias?
“Fala, meu querido Luciano Pires, bom dia, boa tarde, boa noite para você também. Aqui quem fala é Jorge Santos, da cidade de Iracemápolis, interior paulista.
E eu estava revendo aqui o episódio do Café Brasil 791, Tempo Perdido, onde você fala sobre aquela questão do complexo de vira-lata, os filmes nacionais que acabam prejudicando a imagem do Brasil aí fora.
Mas tem um filme nacional de ação, por incrível que pareça, de 2012, muito bom, chamado Dois Coelhos, tá? Ele foi dirigido, ele foi produzido e também o roteiro foi de Afonso Poiarte. O elenco teve o Fernando Alves Pinto, Alessandra Negrini e o Caco Ciocler, entre outros aí.
E assim, o filme eu achei fantástico, uma montagem maravilhosa. E assim, as pessoas que eu acabei indicando esse filme acabaram não entendendo qual que era a verdadeira intenção do Edgar, que era o nome do papel principal.
Então, você pediu para recomendar algum filme nacional aí eu recomendo esse apesar de todas as mazelas que colocam lá também né de favela, parte de tiroteio e tudo mais e tal mas o filme eu achei fantástico fica a dica e forte abraço.”
Olha aí: Esse foi o Jorge Santos, recomendando um filme nacional. Ainda não assisti a Três Coelhos, vou procurar viu? E, meu caro, falar em filme nacional sem mazelas é como pedir filme de super herói onde não tem alguém que voa, rararara. O próprio Cidade de Deus que eu uso neste episódio é um clássico maravilhoso, todo calcado sobre mazelas. Assim como O Cangaceiro, O Pagador de Promessas, O que é isso, companheiro, Pixote, Central do Brasil, Tropa de Elite, Os dois filhos de Francisco, Ainda estou aqui… cara, não existe cinema nacional sem mazelas. Obrigado pela dica!
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“Mas a família não é o que mais pesa?” Nem sempre. A psicóloga/escritora americana Judith Rich Harris, em The Nurture Assumption, escreveu a heresia que muitos pais não querem ouvir: na adolescência, os pares podem influenciar mais que os pais na socialização. Some-se a isso a fome de pertencimento identificada pelos psicólogos sociais americanos Roy Baumeister e Mark Leary: ser aceito é necessidade básica. Agora, troque “ser aceito” por “ser curtido” e você tem a pedagogia do feed.
Em paralelo, a identidade do adolescente está em obra. James Marcia descreveu os estados de identidade (difusão, moratória, fechamento e conquista). A moratória — a fase de exploração — é fértil para experimentos, bandeiras, tribos. Se a cultura dominante diz que os valores da sua casa são “asquerosos”, como relatou a jovem naquele vídeo, a bússola treme. E treme mais quando a mídia oferece pertencimento instantâneo: “venha para o nosso lado; aqui você é visto”.
Jonathan Haidt e Jean Twenge vêm demonstrando o impacto das redes sobre saúde mental e desenvolvimento social: ansiedade, depressão, comparação interminável, sono destruído, atenção fragmentada. Sherry Turkle mostrou como “conversas” em rede trocam profundidade por performance. Neil Postman antecipou o cenário: quando tudo vira entretenimento, o pensamento crítico vira “spoiler”. George Gerbner já falava da “teoria do cultivo”: consumo contínuo de conteúdo molda percepções de realidade. Some a isso Robert Cialdini e sua “prova social”: se “todo mundo” pensa assim, quem é você para nadar contra a corrente?
Moral da história: Homeschooling pode ser fortaleza, mas, sem a muralha da conversa diária e da experiência comunitária, vira castelo com Wi-Fi aberto. A adolescência não é uma guerra de argumentos; é uma guerra de pertencimento. Quem oferece tribo com sentido, rotina, liturgia e narrativa… ganha.
Então, “vacinar” é a palavra. E aqui não é metáfora vazia; é teoria. William McGuire, na Inoculation Theory, mostrou que expor pessoas a versões fracas de argumentos contrários, ensinando-as a refutá-los, aumenta a resistência futura. Pais que evitam o debate “para proteger” criam anticorpos ou criam vulneráveis, hein? Vacinar contra mentiras e desmenti-las depois faz parte do kit de sobrevivência intelectual.
E como é que isso conversa com o meu trabalho aqui, hein? No Café Brasil, a pauta sempre foi formar anticorpos culturais: provocar reflexão, costurar história, economia, filosofia e vida real. É “nutrição” para o discernimento — e, como diria Bandura, modelagem de pensamento: histórias, desmontes de narrativas, biografias, filosofia aplicada, para aumentar sua autoeficácia moral — vocabulário, argumentos, coragem para nadar contra a corrente sem virar uma gralha raivosa. No Café com Leite, fazemos a mesma coisa no idioma das crianças: Bárbara e Babica encenam como pensar e como agir. Quando uma diz “calma, vamos entender”, e a outra rebate “mas por que isso importa?”, estamos treinando observação, argumento e comportamento — Bandura sorriria. Não há “doutrinação”; há musculação de caráter. É diferente: doutrinação entrega respostas; educação ensina a fazer perguntas.
Divina comédia humana
Belchior
Estava mais angustiado
Que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim
Como um Sol no quintal
Aí, um analista amigo meu
Disse que desse jeito não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda
Que um encontro casual
Aí, um analista amigo meu
Disse que desse jeito não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda
Que uma transa sensual
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia
Fazendo tudo e de novo dizendo sim à paixão, morando na filosofia
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia
Fazendo tudo e de novo dizendo sim à paixão, morando na filosofia
Eu quero gozar no seu céu
Pode ser no seu inferno
Viver a Divina Comédia humana, onde nada é eterno
Eu quero gozar no seu céu
Pode ser no seu inferno
Viver a Divina Comédia humana, onde nada é eterno
Ora, direis: Ouvir estrelas, certo perdeste o senso
E eu vos direi, no entanto
Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não
Eu canto
Ora, direis: Ouvir estrelas, certo perdeste o senso
E eu vos direi, no entanto
Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não
Eu canto
Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não
Eu canto
Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não
Eu canto
Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não
Eu canto
Belchior em “Divina Comédia Humana” é o retrato do jovem no corrimão entre pertencer e ser.
A canção encena aquela passagem turbulenta em que o sujeito testa figurinos, enfrenta contradições e tenta encontrar sentido no meio do barulho — exatamente o terreno onde pares e mídia viram professores de tempo integral. É Belchior dizendo: “crescer dói, o mundo chama, eu quero lugar e voz”, mas sem entregar a consciência no balcão do pertencimento.
E se você é assinante do Café Brasil agora vem o conteúdo extra. Vou trazer algumas propostas concretas para você não terceirizar a educação moral de seus filhos. Se você não é assinante, bem, já perdeu… mas não fique aí ansioso, não. Acesse mundocafebrasil.com e torne-se um assinante.
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Muito bem. Nós, nos podcasts do Café Brasil? Eu quero acelerar essa vacinação intelectual. No Café Brasil, montamos sequências especiais sobre “pertencimento, mídia e caráter”, a gente conecta Haidt, Twenge, Harris, Bandura, Bronfenbrenner, Cialdini, Postman e Turkle, com casos aqui do Brasil — escola, música, redes, política do cotidiano.
No Café com Leite, criamos “Trilhas de Conversa” para famílias: episódios curtos, perguntas gatilho e atividades simples (as tais liturgias). O objetivo é um só: devolver aos pais a primazia da formação e dar às crianças, desde cedo, anticorpos contra narrativas fáceis.
“Ah, mas é difícil.” Difícil é ver o filho se dissolver em tribos que só existem enquanto a hashtag estiver quente. Difícil é olhar para trás e perceber que a gente investiu mais tempo em configurar controle remoto do que em construir o caráter dos filhos. Difícil é confiar a educação do coração a um aparelho que não pisca.
A adolescência é ponte, não é destino. Mídia e amigos continuarão a disputar a alma dos seus filhos. A diferença será a espessura da travessia que vocês constroem em casa.
Por isso estou insistindo tanto no conceito da liderança nutritiva, que começa na mesa de jantar, passa por histórias bem contadas, pelo exemplo silencioso e chega, sem alarde, no momento em que seu filho consegue dizer “não” a um grupo… e “sim” a si mesmo.
Vamos então ao nosso merchan? O Café Brasil é uma produção independente, sem ligação com sites poderosos, com editoras, com milionários, com bilionários, com jornais, com qualquer organização poderosa. Aqui é nóis por nóis, nóis e ocê.
Sem você a gente não consegue ir muito longe, né?
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Vai lá: mundocafebrasil.com.
Menino bonito
Rita Lee
Lindo
E eu me sinto enfeitiçada, yeah
Correndo perigo
Seu olhar é simplesmente lindo
Mas também não diz mais nada, yeah
Menino bonito
E, então, quero olhar você
Depois ir embora
Ah-ah
Sem dizer o porquê
Eu sou cigana
Ah-ah-ah-ah
Basta olhar pra você
E eu me sinto enfeitiçada, yeah
Correndo perigo
Seu olhar é simplesmente lindo
Mas também não diz mais nada, yeah
Menino bonito
E, então, quero olhar você
Depois ir embora
Ah-ah
Sem dizer o porquê
Eu sou cigana
Ah-ah-ah-ah
Basta olhar pra você
Depois ir embora
Ah-ah
Sem dizer o porquê
Eu sou cigana
Ah-ah-ah-ah
Basta olhar pra você
E é assim então, com Menino Bonito, o clássico da Rita Lee, aqui na voz de Chico Chico, que quero voltar ao beco de Cidade de Deus.
Ali, para “entrar”, um menino pagou com dor e outro com a culpa. Aqui, no nosso lado da história, a entrada tem outro preço: tempo, presença e palavra. Passamos o episódio inteiro falando de pertencimento, liturgias da casa, inoculação de ideias, modelos que elevam. Tudo isso precisa de um clima, um porto — um som de casa.
Por isso, eu escolhi fechar com Menino Bonito, uma canção que diz, sem sermão, o que a teoria tenta explicar: que pertencer ao bom é possível, e começa no colo certo. Quando essa música toca, o sociômetro interno do seu filho baixa a guarda. O algoritmo some um pouco. E a mensagem fica: “você é visto aqui, do jeito certo”.
Que Menino Bonito seja o antídoto para o beco: onde lá se cobra um tiro, aqui se oferece cuidado. Onde lá se exige prova, aqui se entrega nome e destino. Que, depois de hoje, a sua casa tenha mais silêncio bom, mesa sem tela, conversa que não humilha, abraço que devolve a bússola. E, quando o mundo perguntar “e aí meu, vai atirar?”, que seu filho responda: “aqui, não — aqui eu pertenço”.
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O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.
De onde veio este programa aqui tem muito mais. E se você gosta do podcast, imagine uma palestra ao vivo. Lá eu levo essas provocações aqui, cara! Já são mais de mil e duzentas no currículo. Conheça os temas que eu abordo no mundocafebrasil.com.
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Para terminar, uma frase do escritor, professor e ensaísta britânico C. S. Lewis
“Educação sem valores, por mais útil que seja, torna o homem um demônio mais esperto.”
Nomes citados no roteiro:
Urie Bronfenbrenner – foi um psicólogo do desenvolvimento russo-americano, professor em Cornell, coautor intelectual do programa Head Start nos EUA e criador da Teoria dos Sistemas Ecológicos
Albert Bandura — psicólogo canadense-americano; criador da Teoria da Aprendizagem Social, pesquisou autoeficácia e desengajamento moral.
Judith Rich Harris – psicóloga e escritora americana que ficou famosa por desafiar a ideia consagrada de que os pais moldam, sozinhos, a personalidade dos filhos.
Roy Baumeister – psicólogo social americano, um dos mais citados da área. Ficou conhecido por pesquisas sobre autocontrole, pertencimento, autoestima, rejeição social, agressão e sentido da vida.
Mark Leary – psicólogo social americano e professor emérito de Psicologia e Neurociência na Duke University. É conhecido por pesquisar autoestima, ansiedade social e gestão de impressão (o jeito como “performamos” para sermos aceitos).
James Marcia — psicólogo do desenvolvimento; formulou os status de identidade (difusão, moratória, fechamento e conquista).
Jonathan Haidt — psicólogo social; pesquisador de psicologia moral e efeitos das redes em jovens.
Jean Twenge — psicóloga; pesquisadora de gerações (iGen) e saúde mental na era digital (San Diego State University).
Sherry Turkle — socióloga e psicóloga; professora do MIT; estuda tecnologia x relações humanas.
Neil Postman — teórico da mídia e educador; professor da NYU; crítico da cultura do entretenimento.
George Gerbner — pesquisador de comunicação; ex-reitor da Annenberg School (UPenn); formulou a Teoria do Cultivo.
Robert Cialdini — psicólogo social; referência em persuasão e prova social.William J. McGuire — psicólogo social; autor da Teoria da Inoculação (prebunking).
James K. A. Smith — filósofo e teólogo; popularizou a ideia de “liturgias culturais” (hábitos que moldam amores).
Bronfenbrenner
- The Ecology of Human Development (Harvard University Press):
https://www.hup.harvard.edu/books/9780674224575 - (Cópia em PDF para estudo):
https://khoerulanwarbk.files.wordpress.com/2015/08/urie_bronfenbrenner_the_ecology_of_human_developbokos-z1.pdf
Bandura (aprendizagem social, autoeficácia, desengajamento moral)
- “Transmission of Aggression Through Imitation of Aggressive Models” (1961) – PDF:
https://www.simplypsychology.org/wp-content/uploads/bandura.pdf - “Self-Efficacy: Toward a Unifying Theory of Behavioral Change” (1977) – PDF:
https://educational-innovation.sydney.edu.au/news/pdfs/Bandura%201977.pdf - “Moral Disengagement in the Perpetration of Inhumanities” (1999) – página da revista:
https://journals.sagepub.com/doi/10.1207/s15327957pspr0303_3 - (Versão em PDF para leitura):
https://sdimakis.github.io/moral_psychology/readings/week_7/Bandura_1999.pdf
Pares, pertencimento e identidade
- Judith Rich Harris — The Nurture Assumption (Simon & Schuster):
https://www.simonandschuster.com/books/The-Nurture-Assumption/Judith-Rich-Harris/9781439101650 - Baumeister & Leary (1995) “The Need to Belong” – PDF:
https://persweb.wabash.edu/facstaff/hortonr/articles%20for%20class/baumeister%20and%20leary.pdf - James Marcia (1966) “Development and Validation of Ego-Identity Status” – PDF:
https://scispace.com/pdf/development-and-validation-of-ego-identity-status-5gpe0py3me.pdf - (Visão geral em acesso aberto sobre “identity statuses”):
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC3394234/
Mídia, redes e saúde mental
- Twenge et al. (2019) Journal of Abnormal Psychology – PDF:
https://www.apa.org/pubs/journals/releases/abn-abn0000410.pdf - Twenge (2020) visão geral em The Journal of Pediatrics (acesso aberto):
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC9176070/ - Jonathan Haidt — The Anxious Generation (site oficial do projeto):
https://www.anxiousgeneration.com/ - Sherry Turkle — Reclaiming Conversation (MIT):
https://sts-program.mit.edu/book/reclaiming-conversation-power-talk-digital-age/ - Neil Postman — Amusing Ourselves to Death (Penguin Random House):
https://www.penguinrandomhouse.com/books/297276/amusing-ourselves-to-death-by-neil-postman/ - George Gerbner — “Cultivation Analysis: An Overview” (1998) – PDF:
https://cultivationanalysisrtvf173.pbworks.com/f/GerbnerJS.pdf
Persuasão, prova social e “vacinação” (inoculation)
- Robert Cialdini — Influence, New and Expanded (HarperCollins):
https://www.harpercollins.com/products/influence-new-and-expanded-robert-b-cialdini - McGuire & Papageorgis (1961/1964) — recursos sobre Inoculation Theory:
(resumo técnico com referências originais) https://nsiteam.com/social/wp-content/uploads/2020/12/Quick-Look_Inoculation-Theory_FINAL.pdf
(revisão em acesso aberto) https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4746429/
“Liturgias” que moldam amores (hábitos)
- James K. A. Smith — You Are What You Love (Baker/Brazos Press):
https://www.bakerpublishinggroup.com/books/you-are-what-you-love/377771