Café Brasil 1005 – Guerra cultural – A disputa por hegemonia

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Cinzas no ar. A cidade devastada. Os poderosos reunidos, exaustos, tentando decidir quem governará as ruínas. Entre eles, um prisioneiro algemado, pequeno em estatura, mas gigante em lucidez: Tyrion Lannister.

Em silêncio, ele observa os senhores da guerra discutirem poder, exércitos, ouro, bandeiras. E então fala.

“O que une as pessoas? Exércitos? Ouro? Bandeiras? Histórias. Não há nada no mundo mais poderoso do que uma boa história. Nada pode impedí-la. Nenhum inimigo pode derrotá-la.”

Silêncio. Porque todos sabem que é verdade.

Naquele momento, o trono de ferro já era pó, e o que restava não era o império de uma espada — mas o império de uma narrativa.

Quem contasse a história dali em diante controlaria o futuro.

Não o ferro, nem o ouro. Mas as palavras.

Esse é um trecho do último capítulo da saga Game Of Thrones. É uma ficção, mas que fala verdades doloridas. Especialmente sobre a guerra mais importante: a guerra cultural. Uma guerra que não se trava com tanques e fuzis, mas com símbolos. Que não busca territórios, mas mentes. Que não destrói cidades, mas reconstrói sentidos.

Essa é a praia do episódio de hoje.

Bom dia, boa tarde, boa noite, este é o Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?

Antes de falar em “guerra” ou “batalha”, precisamos entender o que é cultura.

Pensa assim, ó: cultura é tudo aquilo que um grupo de pessoas compartilha e que ajuda a dar sentido à vida. São os símbolos, as regras, as tradições, as crenças, a língua, os costumes, as histórias e até as piadas que fazem aquele grupo ser o que é.

Por exemplo: no Brasil, a gente tira o sapato pra jogar futebol na rua, se abraça calorosamente, canta parabéns batendo palma, depois canta “é pique” em São Paulo e “é big” no Rio de Janeiro. Tudo isso é cultura. É o “modo de ser” que vai moldando o que achamos certo, bonito, feio, justo ou errado.

Quase cem anos atrás, um pensador italiano chamado Antonio Gramsci — e se quiser entender melhor, recomendo o episódio Café Brasil 629 – Gramsci e os Cadernos do Cárcere — Gramsci percebeu algo muito importante: que a cultura não é só um enfeite da sociedade, como se fosse uma decoração que vem depois das coisas sérias como política, economia, leis.

A cultura é o coração do poder.

Por meio dela, um grupo consegue transmitir valores, espalhar ideias e influenciar o modo como as pessoas enxergam o mundo.

Por exemplo: quando novelas, músicas ou influenciadores repetem certas ideias todos os dias, aquilo começa a parecer natural. Ninguém precisa mandar — a gente começa a pensar, sentir e agir daquele jeito sem perceber.

Prtanto, quem domina a cultura não ganha só um “debate de ideias”.

Ganha o poder de decidir o que as pessoas acreditam ser o normal.

E, quando se decide o que é normal, se decide quase tudo.

Porque muita coisa que vemos hoje funciona assim:

– repetir uma ideia até que pareça verdade,

– reforçar slogans como refrões,

– simplificar questões complexas em frases fáceis,

– transformar narrativas em mantras emocionais.

Tá entendendo por que que a cultura importa tanto? Porque é dentro dela que nascem nossas opiniões, nossos valores e até nossas reações diante da vida.

É pela manipulação cultural que se criam e destroem reputações. E, justamente porque a cultura é tão importante, muita gente tenta disputá-la — é daí que vem o termo “batalha cultural”.

Mas, afinal, o que é essa tal de batalha cultural, hein?

A “batalha cultural” é uma disputa política, mas que não acontece nas eleições. Ela acontece no dia a dia, na cabeça das pessoas, nos lugares onde se formam opiniões: na família, na escola, na universidade, na arte, nos filmes, nas músicas, nas novelas, nos memes, na mídia e nas redes sociais, onde cada curtida e compartilhamento é um mini-voto em uma visão de mundo.

É importante repetir: a batalha cultural acontece em todos os lugares onde as pessoas tentam decidir o que as coisas significam.

Não se trata de vencer uma eleição, mas de influenciar corações e mentes — ou, como dizia Gramsci, conquistar o consentimento das pessoas.

A Guerra cultural, portanto, não é sobre mandar; é sobre convencer.

Refrão de bolero
Humberto Gessinger

Eu que falei: Nem pensar
Agora me arrependo, roendo as unhas
Frágeis testemunhas de um crime sem perdão
Mas eu falei sem pensar

Coração na mão como o refrão de um bolero
Fui sincero como não se pode ser
Um erro assim, tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar
Num bar

Com um vinho barato
Um cigarro no cinzeiro
E uma cara embriagada
No espelho do banheiro

Ana, teus lábios são labirintos
Ana, que atraem os meus instintos mais sacanas
O teu olhar sempre distante sempre me engana

Ana, teus lábios são labirintos
Ana, que atraem meus instintos mais sacanas
E o teu olhar sempre distante sempre me engana
Eu sigo a tua pista todo dia da semana

Todo dia, todo dia
Da semana

Eu sigo a tua pista todo dia da semana
Ana!
O que eu falei foi sem pensar
Foi sem pensar!

Você está ouvindo Refrão de Bolero com o grupo Engenheiros do Hawaii. Essa canção é de Humberto Gessinger, lá em 1987, no álbum “A Revolta dos Dândis”.

“Refrão de Bolero” fala, no fundo, sobre manipulação simbólica, narrativas repetidas e como as pessoas acreditam no que ouvem muitas vezes — mesmo que aquilo não faça sentido. O título já entrega tudo: um “refrão de bolero” é aquele tipo de repetição intensa, melodramática, que gruda no ouvido e constrói emoção pela insistência e não pelo conteúdo.

A estrutura da música reforça isso: frases repetidas, loops de ideias, sempre criando a sensação de algo que volta, volta, volta… e nunca termina.

No contexto da guerra cultural, isso é ouro.

A guerra cultural é diferente da batalha eleitoral, que tem data, urna e resultado.

A batalha cultural é contínua, invisível e muito mais profunda: ela define o que será possível pensar, sentir ou desejar antes mesmo que o debate político comece.

Gramsci chamava isso de hegemonia cultural — quando um grupo ou classe consegue fazer a sua visão de mundo parecer a visão “natural”, “correta” ou “inevitável” para todos.

E isso vale tanto para a esquerda quanto para a direita: quem controla a cultura, controla o tabuleiro inteiro.

Você quer ver isso na prática?

Durante muito tempo no Brasil, as novelas da Globo, as letras das músicas e até os livros didáticos mostraram o país por um certo ângulo — sempre com uma ideia de progresso, inclusão, liberdade. Isso ajudou muita gente a pensar diferente, o que é bom.

Mas, com o tempo, cada vez mais gente percebeu que aquela não era a única forma de ver o mundo. E nasceu a reação, especialmente nas redes sociais, onde grupos começaram a disputar outras versões da história.

Porque que na novela as famílias comuns, com pai, mãe, filhos, sempre era apresentada como disfuncional, hein? Porque o patriarca sempre era malvado, traidor, desonesto? Por que o rico é sempre do mal? Haveria alguma intenção nisso?

Tudo virou campo de guerra: política, religião, humor, futebol e até o pronome que você usa pra se referir a alguém.

Essa é a guerra cultural brasileira: silenciosa, difusa e sem fronteiras claras.

Ela não acontece no Congresso ou nas urnas, mas no YouTube, no TikTok, nas salas de aula e nas conversas de almoço de domingo.

E, assim como nas séries, quem vencer essa guerra não será o que grita mais alto, mas quem contar a melhor história.

No Brasil, o conceito de “guerra cultural” foi amplamente adotado no discurso político dos últimos anos.

Essa metáfora “guerra” ajuda a perceber que o conflito não é apenas por reformas pontuais, mas por definir quem será o “chefe dos sentidos”, quem “terá o comando” dos marcos simbólicos.

A guerra cultural revela que o poder simbólico é tão ou mais importante que o poder econômico ou institucional.

“Alô, alô, senhor Luciano Pires, Lalá e Ciça, quanto tempo, quanto tempo, quanto tempo. Cara, tô ouvindo aqui o podcast sobre o Lô Borges. O senhor, é uma biblioteca, né?

Eu escuto Café Brasil pra ficar menos burro. Porque tem muita coisa que eu não consigo perceber, eu não consigo sentir. Principalmente em relação a uma música. Música eu sou muito raso, né? Eu fico só na melodia do lalá, lalá, lalá, lalá, lalá, lalá, lalá, lalá.

De repente 90% dos brasileiros né, a gente, ou do mundo, né? Que não entende música, que sente a música. E eu estou falando a respeito do Lô Borges. Todo mundo falando a respeito do Lô Borges, né?Ele me lembrou também um cantor. Esqueci o nome dele agora, não me vem o nome dele aí, mas o pessoal deve saber quem é.

Mas o que eu quero falar aqui é sobre o espetacular que é o seu podcast, que tira realmente a gente da mediocridade, da ignorância, apesar de como eu já disse, muita coisa eu não consegui absorver, não entender, mas eu tento, eu juro que eu tento.

Quem sabe, né, a gente, depois de ouvir aí uma meia hora de conversa um pouquinho mais inteligente, né, para raciocinar melhor, conversar melhor com as pessoas, ter o que dizer, né, ter o que falar, porque hoje em dia tá difícil, tá difícil, esse mundo de telas, né, é terrível.

Eu inclusive escuto outros podcasts, pode se chamar o videocast lá, videocast não porque não vejo, eu simplesmente pego desligo o vídeo, eu fico ouvindo, eu não consigo ver, eu não consigo ver, eu consigo ouvir e assim eu cresci com o senhor.

Porque eu escuto isso desde 2007, quando eu era lá, acho que era rádio Mundial, não, não é rádio Mundial, eu não lembro qual é a rádio, eu lembro que aqui era a rádio universitária que trazia os seus programas, aqui em Goiânia, desculpa eu tô falando de Goiânia tá, então aqui em Goiânia era a rádio universitária que trazia os seus programas.

Eu adorava, adorava, escutava, passava pras pessoas, era o Itaú Cultural se eu não me engano que apoiava, não sei se apoia ainda, eu acho que não, né? Mas era bacana, gostava, não perdia um, muito legal, muito legal mesmo. Desculpa que eu estou aqui dirigindo, estou meio perdido aqui na direção.

Mas é isso, eu vou ter que criar vergonha na cara e voltar a assinar. Já fui seu assinante, deixei de ser seu assinante. Não sei porque… Ah, já sei. Por que eu deixei de ser seu assinante. Por causa do meu cartão, cara. O meu cartão deu mal e eu não procurei mais. Mas eu vou acertar isso agora. Vou parar com essa palhaçada e voltar a assinar. Tá bom?

É isso aí. Vida longa ao Café Brasil! Valeu!”

Olha aí… Esse foi o Adriano Cabral, lá de Goiânia! Rapaz… se sua intenção é ficar menos burro, então você está usando o Café Brasil direitinho. Mas olha: o truque não é “ficar menos burro” não. Isso qualquer algoritmo faz por você.

O truque é ficar mais esperto, mais crítico, mais dono das próprias ideias.

O Café Brasil não é uma aula: é um empurrãozinho pra você pensar por conta própria — e isso, meu amigo, dá muito trabalho, viu? Se você está topando esse esforço, parabéns. Já está alguns quilômetros à frente da manada. E siga firme, meu caro: burrice é estacionar. Pensar é movimento. E você já começou a caminhar. Grande abraço!

O comentário do ouvinte é patrocinado pela Vinho 24 Horas.

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Para entender melhor essas tais “guerras culturais”, vamos olhar onde elas acontecem na vida real e depois ver alguns exemplos brasileiros.

As guerras culturais rolam em vários lugares do nosso dia a dia, sempre que as pessoas tentam decidir o que as coisas significam.

Quando discutem o que é “certo” ou “errado”.

Quando brigam sobre o que deveria ser ensinado na escola.

Quando tentam definir o que é “família”, “liberdade”, “respeito”.

Quando um filme, uma música ou uma série tenta mostrar um jeito específico de ver o mundo.

Quando nas redes sociais surgem discussões sobre gênero, raça, religião, moral, costumes.

Em todos esses lugares, as pessoas estão tentando dizer “o mundo é assim”, enquanto outras respondem “não, é daquele jeito”.

Na família é onde aprendemos nossos primeiros valores, como nos vemos e como vemos o mundo. São nossos pais e parentes mais próximos que primeiro fazem nossa cabeça, moldado nosso pensamento e formando nosso caráter. Tem uma guerra cultural aí, cara!

Na escola e na universidade é onde o conhecimento é ensinado, onde se decide o que é “ciência”, o que é “história” e como tudo isso é explicado. Por isso, dominar a escola e a universidade é fundamental.

Na mídia e na cultura: filmes, séries, música, teatro, livros — tudo isso cria símbolos e histórias que moldam como pensamos. Tão importante quanto publicar, é evitar que determinados temas sejam abordados.

Nas redes sociais: o campo de batalha mais novo, rápido e confuso. Aqui tudo viraliza, todo mundo opina e microinfluenciadores ganham força.

No debate público: discursos, protestos, conversas políticas, decisões em parlamentos, conferências e movimentos sociais.

Nas políticas oficiais de cultura e educação: leis, regras, apoio financeiro, escolha de conteúdos escolares, o que o governo decide incentivar ou cortar.

Ou seja: quase todo espaço onde se cria opinião, valores e comportamento pode virar palco de guerra cultural.

Os mecanismos dessa disputa são coisas como: propaganda, criação de “inimigos”, versões diferentes da história, tentativa de impor novos valores ou de manter os antigos, aprovação ou bloqueio de políticas públicas ligadas à cultura e à educação, redes de apoio e até financiamento.

O jeito como contamos a história do Brasil, por exemplo, é uma grande arena de guerra cultural.

Tem gente tentando reforçar a narrativa tradicional; outros querem revisar e propor uma nova versão. Documentários como “1964: O Brasil Entre Armas e Livros”, da Brasil Paralelo, são exemplos dessa disputa. Propõe uma visão por um novo ângulo, o que deixa um monte de gente nervosa.

Livros escolares, heróis nacionais, o que é valorizado ou não nos currículos — tudo isso vira briga simbólica.

As discussões sobre identidade, moral e costumes, como pautas como gênero, sexualidade, racismo, direitos humanos, feminismo ou ambientalismo viraram bandeiras de grupos diferentes.

De um lado, movimentos progressistas defendendo mudanças, várias delas radicais e até revolucionárias; do outro lado, grupos conservadores reagindo, pedindo prudência e combatendo as ideias que ameaçam valores da família ou da moral.

O termo “ideologia de gênero”, por exemplo, virou um símbolo dessa disputa no Brasil e no mundo.

As redes sociais deixaram tudo mais intenso: grupos em WhatsApp, Telegram e Instagram discutem “anti-woke”, conservadorismo, revisionismo histórico, e por aí vai.

Alguns estudos mostram que comunidades brasileiras nessas plataformas vivem em guerra simbólica — memes, vídeos, polêmicas, desinformação — tudo vira munição.

No mundo da política se usa muito a ideia de “guerra cultural” pra mobilizar apoiadores, e atacar adversários. Em eleições, valores culturais como família, religião, patriotismo, se tornaram tão importantes quanto temas econômicos.

Na área cultural, é onde a guerra se faz aais presente. Desde 2016, estudiosos dizem que houve mudanças fortes nas políticas culturais: o que recebe incentivo, que tipo de arte é valorizada, quais projetos ganham verba, quais culturas regionais recebem destaque.

A briga é sempre por definir o que é arte, o que é cultura brasileira, o que merece apoio — e isso é profundamente político.

Comportamento geral
Gonzaguinha

Você deve notar que não tem mais tutu
E dizer que não está preocupado
Você deve lutar pela xepa da feira
E dizer que está recompensado

Você deve estampar sempre um ar de alegria
E dizer: Tudo tem melhorado
Você deve rezar pelo bem do patrão
E esquecer que está desempregado

Você merece
Você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba e amanhã, seu Zé
Se acabarem teu carnaval

Você merece
Você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba e amanhã, seu Zé
Se acabarem teu carnaval

Você deve aprender a baixar a cabeça
E dizer sempre: Muito obrigado
São palavras que ainda te deixam dizer
Por ser homem bem disciplinado

Deve pois só fazer pelo bem da nação
Tudo aquilo que for ordenado
Pra ganhar um fuscão no juízo final
E diploma de bem comportado

Você, você merece
Você merece
Tudo vai bem, tudo legal
E um fuscão no juízo final

Você merece
E diploma de bem comportado
Você merece
Você merece
Se esqueça que está desempregado

Você merece
Você
Tudo vai bem, tudo legal

Você está ouvindo Comportamento Geral, do Gonzaguinha, na interpretação da diva Elza Soares. “Você deve aprender a baixar a cabeça, cara…” Isso é Gramsci cantado…

Mas, afinal, por que que tudo isso importa, hein?

As guerras culturais importam porque:

Elas definem o que passa a ser considerado normal, aceitável ou legítimo na sociedade.

Quem vence a disputa cultural costuma ter vantagem depois nas eleições, nas discussões políticas e até na economia.

A polarização pode criar mais brigas, menos diálogo e mais grupos presos em suas bolhas.

Ignorar o fator cultural é uma forma de “ficar cego”: mudanças culturais muitas vezes acontecem antes de mudanças políticas e econômicas.

Como tudo vira disputa — escola, mídia, artistas, influenciadores — todo mundo acaba envolvido, querendo ou não.

E se você é assinante do Café Brasil agora vem o conteúdo extra. Eu vou fazer uma leitura crítica da guerra cultural, que vai além da eterna disputa entre direita e esquerda. Se você não é assinante, vai perder… mas não fique ansioso não. Acesse mundocafebrasil.com e torne-se um assinante.  


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Olha, vale deixar algumas perguntas e recomendações — não para dar respostas prontas, mas para provocar reflexão e ajudar cada um a enxergar a cultura como um campo vivo, que exige atenção e participação consciente.

  1. Que tipo de cultura queremos defender ou construir,hein?

Cultura nunca é “só cultura”. Ela sempre carrega valores, ideias sobre o que é certo, o que é importante e quem queremos ser como sociedade.

  1. Estamos percebendo o lado simbólico das políticas públicas, ou continuamos olhando apenas para números, estatísticas e discussões econômicas?

Muitas decisões que parecem técnicas carregam mensagens culturais profundas.

  1. Quem está ganhando — ou perdendo — a guerra cultural no Brasil?

E, mais importante: em quais frentes nós estamos atuando, mesmo sem perceber?

Ou estamos apenas deixando a onda levar, hein?

  1. Como transformar a cultura em espaço de construção coletiva e não só em um ringue de brigas polarizadas onde cada lado tenta “vencer” o outro?

Então, vamos a algumas recomendações práticas

– Educar para a cultura crítica: a escola, a família e todos os espaços de formação precisam ir além do conteúdo técnico. É essencial ensinar que cultura é também um campo de poder.

Isso significa incentivar o pensamento crítico, a habilidade de reconhecer narrativas, símbolos, interesses e valores escondidos nas coisas que consumimos — de um livro escolar a um meme.

– Reconhecer a força dos espaços simbólicos: muita gente subestima o impacto da arte, da mídia, das redes sociais e do entretenimento. Mas é justamente nesses lugares que as ideias mais fortes são plantadas.

Participar desses espaços — criar, comentar, discutir, apoiar — é uma forma de atuar na cultura.

– Construir pontes em vez de muros: quando a guerra cultural vira um “nós contra eles”, a polarização continua crescendo. É importante buscar espaços de diálogo e de mediação, mesmo quando há discordância. Estar em um ambiente de disputa cultural não significa que tudo precisa virar confronto.

– Refletir sobre hegemonia e alternativas: qualquer grupo cultural ou ideológico pode se tornar hegemônico por um período — e isso nunca é permanente. O desafio é criar alternativas que não sejam só reações impulsivas ao outro grupo, mas que apresentem novas visões de mundo, mais positivas, consistentes e capazes de mobilizar pessoas.

– Participar conscientemente: Você participa da guerra cultural não apenas votando, protestando ou debatendo política. Participa também quando cria cultura: quando compartilha histórias, produz conteúdo, apoia artistas, conversa com outras pessoas, reforça símbolos e práticas que representam aquilo que você acredita ser melhor para o ser humano.

Como cidadão, estudante, profissional, professor ou líder, o seu papel, cara, é maior do que parece.

Vamos então ao nosso merchan? Então, cara: fazer o que eu faço aqui é uma forma de você pautar o debate público. É uma forma de entrar na guerra cultural.

E se você gosta o que tem aqui cara, vem junto!mundocafebrasil.com Participe também! E você participa muito bem se você se tornar um assinante do Café Brasil. 

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Alucinação
Belchior

Eu não estou interessado em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia, nem no algo mais
Nem em tinta pro meu rosto, ou oba-oba, ou melodia
Para acompanhar bocejos, sonhos matinais

Eu não estou interessado em nenhuma teoria
Nem nessas coisas do Oriente, romances astrais
A minha alucinação é suportar o dia a dia
E meu delírio é a experiência com coisas reais

Um preto, um pobre, um estudante, uma mulher sozinha
Blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais
Garotas dentro da noite, revólver, cheira a cachorro
Os humilhados do parque com os seus jornais

Carneiros, mesa, trabalho, meu corpo que cai do oitavo andar
E a solidão das pessoas dessas capitais
A violência da noite, o movimento do tráfego
Um rapaz delicado e alegre que canta e requebra, é demais
Cravos, espinhas no rosto, rock, hot dog, play it cool, baby
Doze jovens coloridos, dois policiais

Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida

Mas eu não estou interessado em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia, nem no algo mais
Longe, o profeta do terror que a Laranja Mecânica anuncia
Amar e mudar as coisas me interessa mais

Amar e mudar as coisas
Amar e mudar as coisas me interessa mais

Carneiros, mesa, trabalho, meu corpo que cai do oitavo andar
E a solidão das pessoas dessas capitais
A violência da noite, o movimento do tráfego
Um rapaz delicado e alegre que canta e requebra, é demais
Cravos, espinhas no rosto, rock, hot dog, play it cool, baby
Doze jovens coloridos, dois policiais

Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida

Amar e mudar as coisas
Amar e mudar as coisas me interessa mais

Você está ouvindo Alucinação, com Belchior, que lá no meio dos anos 70 já conversava diretamente com a guerra cultural. “Alucinação” é Belchior dizendo, com todas as letras, que ele não aceita mais ser personagem do discurso dos outros.

Que não quer viver de frases prontas, mitos gastos, slogans repetidos — “refrões de bolero” da geração dele. Ele está rompendo com a narrativa dominante.

Essa é a essência da guerra cultural: disputar quem define o sentido das coisas.

E Belchior, já nos anos 70, estava dizendo: “Não me peça que eu lhe faça uma canção como se deve…” Ou seja: não me peça para seguir a cartilha cultural da moda.

Ele rejeita a hegemonia simbólica da época — a cultura da contracultura, o engajamento obrigatório, a estética da rebeldia pasteurizada.

É alguém dizendo assim ó: “Não vou repetir o discurso do meu grupo, só porque meu grupo espera isso de mim.”

Isso é a própria recusa da guerra cultural enquanto marionete: Belchior não quer ser soldado de nenhum lado.

Abri este episódio  aqui falando de Guerra dos Tronos. E não foi à toa.

A série fascina porque mostra algo que muita gente prefere ignorar: as batalhas mais importantes nunca são travadas só com espadas, guerreiros ou dragões. São travadas na cabeça das pessoas.

Quem controla a história, controla o reino.

Quem controla os símbolos, controla a lealdade.

Quem controla as narrativas, controla o futuro.

É exatamente isso que está acontecendo quando falamos de guerra cultural.

No Brasil, não estamos diante de um exército marchando pelos Sete Reinos, mas de ideias disputando espaço em escolas, famílias, redes sociais, músicas, filmes, jornais, templos, universidades.

E assim como em Guerra dos Tronos, nem sempre vence o mais forte — muitas vezes vence quem entende melhor o terreno simbólico.

A disputa não é apenas por poder político, meu caro, mas por significado.

Por quem define o que é justo. Por quem decide o que é verdade.

Por quem molda o que as próximas gerações vão chamar de “normal”.

A boa notícia é que, diferente dos habitantes de Westeros, lá em Game of Thrones, nós não estamos condenados a assistir de longe enquanto nobres brigam pelo trono.

A cultura é feita por gente comum. Por escolhas diárias. Por conversas, memes, músicas, professores, pais, alunos, criadores, leitores, podcasters, cara — por cada um de nós.

E aqui está o convite final então: Se estamos no meio de uma guerra que se vence com histórias, valores e visões de mundo, então qual é a sua história?

Qual reino você está ajudando a construir?

Em qual narrativa você decide colocar a sua voz?

Lembro que o episódio do Café Brasil Gramsci e os Cadernos do Cárcere é o complemente ideal para este episódio aqui.

Porque, no fim, toda guerra cultural só tem dois tipos de personagens: quem repete o que ouviu… e quem escolhe escrever o próximo capítulo.

E você já sabe muito bem em qual dos dois grupos vale mais a pena estar.

Lembre-se então: na livrariacafebrasil temos mais de 15 mil títulos muito especiais, para quem quer conteúdo que preste! E está em Black Fryday. Precinhos. Inclusive o meu livro novo Liderança Nutritiva. mundocafebrasil.com.

O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.

De onde veio este programa tem muito mais. E se você gosta do podcast, imagine só uma palestra ao vivo. Eu, lá na tua empresa falando pra tua turma, ao vivo. Cara: você não imagina o impacto que é isso. Eu já sei como é que é. Já fiz mais de mil e duzentas. Conheça os temas que eu abordo no mundocafebrasil.com.

Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.

Para terminar, a frase definitiva de Tyrion Lannister:

Nada é mais poderoso do que uma boa história.