Café Com Leite 57 – O Lápis – Revisitado

Bárbara: Babica, você usa lápis?

Babica: Eu? Eu sou um avatar, Bárbara! Avatares não usam lápis!

Bárbara: Ué, como é que você desenha e pinta seus desenhos?

Babica: Ah, eu uso aplicativos…

Bárbara: Bem, mas tem muita gente que usa lápis. Eu amo usar!

Babica: Eu vou procurar se tem algum por aqui.

Bárbara: Procure, porque hoje vamos usar um lápis para explicar como funciona o mercado.

Babica: Tá bom.

Bárbara: Meu nome é Bárbara Stock e este é o Café Com Leite, um podcast para famílias com crianças inteligentes e para pais que se importam.

Babica: E eu sou a Babica, o avatar da Bárbara que vive dentro do celular dela! Também estarei aqui com você!

Bárbara: Babica, quem é o ouvinte de hoje?

Babica: Hoje são três! O Gustavo, a Julia e a mãe deles, a Denise,

COMENTÁRIO DO OUVINTE

Bárbara: Gustavo, Julia e Denise, que linda mensagem a de vocês! Veio beijo até para o Luciano, ahahahahaha

Babica: Ah, que legal, ele ficou todo cheio! Mandou um beijo de volta para a Julia. E a Denise é fono! Ela ajuda muitas crianças a cuidar da gagueira! Nicoooooooooooo!

Nico: O-oi!

Babica: (excitada): A Denise é fono, Nico! Ela cuida de gagueira em crianças!

Nico: Q-que l-legal! Denise. Será que v-você conhece alguma fo-fono que trabalha com av..avatares?

Nico e Babica: Ahahahahahahahh

Bárbara: Denise, Gustavo e Julia, vocês ganharam três lindas camisetas! Entrem em contato conosco pra gente combinar a remessa das camisetas, tá bem?

Babica: E se você gostou do nosso Café com Leite, mande uma mensagem de voz para nós no whatsapp 11915670602. Se sua mensagem for escolhida, vamos publicá-la no próximo episódio e você ganhará uma camiseta muito legal!

_______________________________________________________

Bárbara: Babica! Você já ouviu falar de Milton Friedman?

Babica: Não. Quem é, Bárbara?

Bárbara: Milton Friedman foi um economista inteligente e influente dos Estados Unidos. Ele defendia a liberdade individual e o livre mercado, acreditando que isso ajudaria o país a crescer e as pessoas a terem mais oportunidades. Suas ideias são estudadas e discutidas até hoje. Ele falou sobre o conceito do lápis, você nunca ouviu?

Babica: Não, Bárbara. Livre mercado? E um economista falando sobre lápis? Não sei não…

Bárbara: Na verdade, é muito interessante! Ele usou o exemplo do lápis para mostrar como o livre mercado funciona. Como a cooperação espontânea no mercado pode ser surpreendentemente eficiente na produção de coisas simples, como um lápis.

Babica: O que é essa “cooperação espontânea”?

Bárbara: A cooperação espontânea acontece quando as pessoas, sem precisar de alguém para mandar ou controlar, decidem trabalhar juntas para que todos possam conseguir o que querem.

Babica: Deixa eu ver se entendi. Quando troco meu lanche preferido com o Nico na hora do recreio, estamos cooperando espontaneamente?

Bárbara: Sim.  Você quer o lanche dele, e ele quer o seu. Então vocês decidem trocar voluntariamente, sem que ninguém precise mandar ou forçar vocês a fazer isso.

Babica: Entendi. Isso é que é o livre mercado?

Bárbara: Exatamente. No livre mercado, as pessoas fazem a mesma coisa, mas em uma escala maior. Pessoas fazem coisas que outras pessoas querem comprar, como brinquedos, roupas ou alimentos. Elas fazem isso porque querem ganhar dinheiro com suas vendas. As pessoas compram esses produtos porque querem usá-los ou precisam deles.

Babica: Certo. Ninguém precisa forçar ninguém, né? Tudo acontece porque as pessoas querem e decidem livremente participar desse “jogo de trocas” no mercado.

Bárbara: Isso mesmo. E Friedman usou o lápis para explicar como isso funciona.

Babica: Ah, fiquei curiosa.

Bárbara:  Vamos lá. Imagine que queremos fazer um lápis.

Babica: Não é mais fáci comprar um?

Bárbara: Ahhahahahah, mas antes alguém tem de fabricar, não é? E primeiro, precisamos de madeira para o corpo, certo?

Babica: Sim, madeira é importante!

Bárbara: Exatamente! Então, temos madeireiros que cortam árvores para obter a madeira. Essa é a primeira etapa do processo de produção.

Babica: Madeireiros desmatando florestas, Bárbara?

Bárbara: Não qualquer floresta, Babica. São florestas plantadas especialmente para isso.

Babica: Entendi. E depois?

Bárbara: Em seguida, a madeira precisa ser processada para se tornar a estrutura do lápis. Isso precisa de outras pessoas e máquinas especializadas. Em outro lugar.

Babica: Ah, os madeireiros que cortaram as árvores têm de mandar os troncos para outro lugar?

Bárbara: Sim! E também precisamos do grafite para escrever, não é?

Babica: Sim, claro! O grafite é o que deixa o lápis escrever.

Bárbara: Certo! O grafite é extraído por mineradores em países como China, Índia, Brasil, Canadá e alguns países africanos. E depois passa por um processo de refinamento para se tornar adequado para uso nos lápis.

Babica: Nossa, quanta gente envolvida!

Bárbara: Muita gente, Babica. E ainda tem mais. Numa ponta do lápis geralmente tem uma borracha para apagar os erros, né?

Babica: Em alguns, tem!

Bárbara: Essa borracha é produzida a partir do látex, que é um líquido leitoso extraído de árvores chamadas seringueiras. Essas árvores são cultivadas em plantações em países tropicais, como Brasil, Malásia, Indonésia, Tailândia e outros.

Babica: Madeira, grafite e borracha. O que mais?

Bárbara: Prendendo a borracha, tem um anel de alumínio, não tem?

Babica: Tem.

Bárbara: Esse alumínio é produzido a partir de uma rocha chamada bauxita, que é extraída por mineradores em diferentes partes do mundo, incluindo países como Austrália, Brasil, China e Guiné.

Babica: Nossa. Tudo isso para fazer um simples lápis? E como todas essas pessoas sabem o que fazer?

Bárbara: É aí que fica interessante! Não há uma pessoa ou grupo coordenando tudo isso. Cada um desses produtores está trabalhando por seus próprios interesses e buscando lucro. O madeireiro vende madeira, o mineiro o grafite e a bauxita, o seringueiro o látex, para todos os clientes que quiserem comprar. Aí outras pessoas trabalham esses materiais para entregar para quem vai fazer o lápis. É muita gente, Babica.

Babica: Mas como eles se comunicam para combinar as coisas?

Bárbara: Eles não precisam! Aqui está a sacada: o sistema de preços e trocas voluntárias no mercado coordena tudo. As pessoas decidem quanto produzir, que qualidade oferecer e a que preço vender seus produtos.

Babica: Os preços indicam o que as pessoas precisam fazer?

Bárbara: Exatamente! Se muita gente quiser comprar lápis…

Babica:… já sei! Se a demanda aumentar!

Bárbara: Isso. Se a demanda por lápis aumentar, os preços sobem, incentivando mais gente a entrar no mercado pra fabricar lápis. Mas se pouca gente quiser comprar lápis e tiver mais lápis à venda do que gente que quer comprar, os preços caem, e alguns produtores podem sair do mercado.

Babica: Bárbara, eu lembro que a gente falou disso num dos episódios sobre o dinheiro. Usamos os sorvetes, lembra?

Bárbara: Isso mesmo, Babica! E assim, com todas essas pessoas trabalhando em seus próprios interesses, mas seguindo o sistema de preços, conseguimos ter lápis disponíveis para nós.

Babica: Puxa. Seria impossível uma só pessoa fazer um lápis sem a ajuda de tanta gente, não é? Isso é muito legal! O lápis é apenas um exemplo, mas mostra como a cooperação espontânea no mercado é poderosa!

Bárbara: O exemplo do lápis é uma simplificação, Babica. A economia real é muito mais complexa que isso. Na vida real, os processos de produção e distribuição podem ser muito mais complicados.

Babica: Como assim?

Bárbara: Envolvem uma série de regulamentos, impostos, subsídios e outros fatores que não são considerados no exemplo do lápis.

Babica: Sub o quê?

Bárbara: Subsídios. Às vezes, o governo quer ajudar algumas pessoas ou empresas a venderem ou produzirem coisas importantes para todos. Então, ele dá uma ajudinha extra, como um dinheiro extra ou alguma vantagem para ajudar essas pessoas ou empresas a fazerem o que é importante para o país. Isso é um subsídio.

Babica: Entendi… Mas porque o governo faria isso?

Bárbara: Sabe, Babica, às vezes, o mercado, que é como um grande playground onde as pessoas compram e vendem coisas, pode ter dificuldade em oferecer algumas coisas importantes para todos.

Babica: Como assim?

Bárbara:  Por exemplo, coisas que são realmente necessárias para cuidar da saúde de todas as pessoas, como remédios e médicos, ou coisas para aprender, como escolas e professores, ou até mesmo coisas para proteger a natureza, como plantas e animais. Mesmo que as pessoas queiram essas coisas e estejam dispostas a comprá-las, algumas delas podem ser difíceis de produzir ou oferecer para todos, e podem ser muito caras.

Babica: Algumas pessoas podem acabar não conseguindo comprar essas coisas importantes e, por isso, podem ficar em desvantagem?

Bárbara: Sim. Nesses casos, é importante que outras pessoas e até mesmo o governo trabalhem juntos para ajudar a oferecer essas coisas essenciais a todos.

Babica: Mas você não disse no programa passado que temos de tomar cuidado com o governo?

Bárbara: Dissemos que temos de prestar atenção nas leis e regras que as pessoas que estão no governo fazem, Babica. Pois muitas vezes, essas regras e leis ameaçam nossos direitos.

Babica: Hummmm… O mercado é muito bom para muitas coisas, mas às vezes precisa de um pouco de ajuda para garantir que todos tenham as coisas importantes que precisam para viver uma vida feliz e saudável. É isso?

Bárbara: É isso, Babica. Trabalhando juntos, podemos cuidar uns dos outros e garantir que todos tenham uma vida melhor.

Babica: Olha, Bárbara, esse assunto é muito interessante. E eu acho que também gera muita discussão, pois já vi gente defendendo o governo e gente defendendo o mercado, como se fosse um contra o outro.

Bárbara: São um contra o outro quando há desequilíbrio, Babica. Mas esse é um tema profundo sobre o qual um dia vamos falar. Vamos ver o que aprendemos hoje?

Babica: Vamooooooooooooooooooosssssss

Bárbara: Aprendemos que todos no mercado trabalham juntos de forma espontânea, trocando coisas que querem e precisam. Quando isso acontece, muitas coisas podem ser produzidas e vendidas, e as pessoas têm mais opções para escolher.

Babica: E o melhor de tudo é que ninguém precisa forçar ninguém a fazer isso, tudo acontece porque as pessoas querem e decidem livremente participar desse “jogo de trocas” no mercado.

Bárbara: isso mesmo. É assim que a cooperação espontânea no mercado ajuda a fazer com que as coisas funcionem de forma eficiente e que todos possam ter o que precisam ou desejam.

Babica: E essa cooperação é possível porque as pessoas têm a liberdade de escolher e tomar suas próprias decisões. Bárbara, como essa coisa de liberdade é importante, não?

Bárbara: Ahahahahahhaah… como é, Babica! Olha, e no conteúdo extra, exclusivo para assinantes, vamos falar de uns probleminhas do livre mercado. Mas tô orgulhosa, você entendeu direitinho! Tudo é uma questão de termos a liberdade de escolher o que julgamos melhor para nós e para os outros.

Babica: Ah, eu sei o que é melhor pra mim!

Bárbara: O quê?

Virada de bateria.

As duas: ahahahahahahahhaahh

_________________________________________________

Bárbara: Não esqueça então: agora os assinantes do Café Com Leite recebem um conteúdo extra no final de cada episódio!

Babica: Isso mesmo! Pule pra dentro do Café Com Leite! Ajude a gente a continuar! No canalcafebrasil.com.br

Bárbara: Venha pro Clube Café Com Leite!

_______________________________________________________

Bárbara: Muito bem! Eu sou a Bárbara Stock…

Babica: E eu sou a Babica! O avatar de Bárbara que mora no super celular dela.

Bárbara: somos suas companheiras neste Café Com Leite, que é feito com muito carinho pela turma do Podcast Café Brasil. A edição é do Senhor A e o texto e direção são do Luciano Pires.

E hoje como vamos encerrar o episódio?

Babica: Ah, eu busquei uma frase de Milton Fiedman

“O que faz com que a maioria das pessoas prosperem é ter um sistema que permita aos indivíduos fazer suas próprias escolhas e seguir suas próprias habilidades.” _______________________________________________

Bárbara: Vamos ao conteúdo extra?

Babica: Vamoooossssss!

Bárbara: Quando as pessoas podem escolher o que querem comprar e vender, isso traz muitas vantagens, como mais variedade de produtos e preços competitivos. Mas existem algumas ameaças ao livre mercado que precisamos entender.

Babica: Ué? Quais são essas ameaças?

Bárbara: Uma das ameaças é a formação de monopólios ou oligopólios.

Babica: Oligo o quê?

Bárbara: Oligopólios. Monopólios e oligopólios acontecem quando uma empresa ou um pequeno grupo de empresas têm muito poder e controle sobre um setor ou mercado específico. Eles podem impedir que outras empresas entrem no mercado e cobrar preços altos, prejudicando os consumidores.

Babica: Não entendi muito bem.

Bárbara: Vou explicar usando exemplos simples: Imagine que existe uma lojinha de doces na sua escola, e essa lojinha é a única que vende doces por perto. Como não há outras lojas de doces nas redondezas, essa lojinha tem o controle total sobre a venda de doces na escola. Isso é um monopólio!

Babica: Entendi. Monopólio é quando uma única loja ou empresa tem o controle de um tipo de produto ou serviço, sem nenhuma concorrência. E quando não há outras lojas por perto, a lojinha pode cobrar preços mais altos porque as pessoas não têm outra opção de onde comprar os doces, não é?

Bárbara: É isso mesmo! Ter várias empresas oferecendo os doces faz com que elas compitam entre si. E o preço acaba baixando. O nome disso é concorrência.

Babica: Agora entendi. E o oligopólio?

Bárbara: Suponha que existam três lojas de doces na sua escola. Essas três lojas são as únicas que vendem doces por perto, e elas são amigas e combinam entre elas os preços que vão cobrar.

Babica: Elas fazem isso para não perder clientes umas para as outras?

Bárbara: Sim. Quando apenas algumas empresas têm o controle sobre um tipo de produto, chamamos isso de oligopólio. No caso das lojas de doces, mesmo que haja mais de uma opção, as três lojas acabam cobrando preços parecidos e têm muito poder sobre os preços.

Babica: Entendi. Monopólio é quando uma empresa controla os preços. Oligopólio é quando um grupo de empresas controla.

Bárbara: Isso mesmo. Em ambos os casos, seja monopólio ou oligopólio, pode ser ruim para as pessoas que querem comprar esses produtos, porque os preços podem ficar mais altos e as opções de escolha podem ser limitadas.

Babica: Então o ideal é que haja mais concorrência, com várias lojas ou empresas diferentes oferecendo doces parecidos, para que os preços sejam justos e as pessoas tenham mais opções para escolher.

Bárbara: Exatamente. Outra ameaça é a falta de informação ou diferença de informação.

Babica: Como assim? O que informação tem a ver com o mercado?

Bárbara: Babica, a falta de informação ou diferença de informação no mercado é quando algumas pessoas sabem mais sobre um produto ou serviço do que outras. Isso pode acontecer quando uma empresa ou vendedor não dá todas as informações importantes sobre o que está vendendo, ou quando os compradores não têm acesso a todas as informações necessárias para tomar uma decisão informada.

Babica: Isso não é bom! As pessoas precisam saber tudo sobre o que estão comprando.

Bárbara: Exatamente! É por isso que é importante que os vendedores forneçam informações claras e honestas sobre seus produtos e serviços. Além disso, é essencial que os compradores façam perguntas e pesquisem antes de comprar algo para se certificarem de que estão fazendo a escolha certa.

Babica: E como podemos evitar que isso aconteça?

Bárbara: Uma maneira é garantir que as empresas sigam leis, regras e regulamentos para fornecer informações claras aos clientes. Também é importante que as pessoas tenham acesso a fontes confiáveis de informações para pesquisar antes de comprar alguma coisa.

Babica: Ah, e os consumidores podem se ajudar, contando uns aos outros sobre suas experiências, não é? E dizendo o que acharam dos produtos e serviços, para que todos possam fazer escolhas mais informadas.

Bárbara: Exatamente, Babica! A informação é muito importante para que o mercado funcione bem e todos possam fazer boas escolhas ao comprar e vender coisas. Assim, teremos um mercado mais justo e eficiente para todos!

Babica: Puxa, como esse mercado é complicado!

Bárbara: Xiiiiiiiii, Babica, e nem começamos a falar dele ainda. A corrupção e o Lobby, por exemplo.

Babica: O quê?

Bárbara: Ahahahahahha… isso é assunto para outro programa.

sobe

Babica: Obrigado a você que escolhe assinar o Café Com Leite, viu? Sua ajuda é muito importante para que a gente continue a produzir este podcast que é tão legal!

Bárbara: Muito obrigado mesmo. Na semana que vem voltamos com outro episódio.

As duas: tchaaaaaaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuu