Você sabia que, no Brasil, ficar doente é mais caro do que se divertir?
Enquanto revistas e filmes pornográficos têm uma carga tributária que gira em torno de 19%, os remédios de uso humano carregam nas costas algo entre 31% e 34% de impostos.
Isso mesmo: um terço do preço do seu remédio é imposto.
E antes que você pense que é exagero, olha essa ironia: os medicamentos veterinários — aqueles usados em cães, gatos, bois e cavalos — pagam em média 13% de tributos. Ou seja, o Estado brasileiro trata melhor o seu cachorro do que você.
A justificativa? Nenhuma que faça sentido. Porque quando o tema é saúde, não deveria haver espaço para tamanho disparate. Mas há. E há muito tempo. O Brasil é um manicômio tributário.
O ISS, aquele imposto municipal sobre serviços, é regido por mais de 5 mil leis diferentes no país. Cada prefeitura inventa sua própria regra. É o famoso “cada um por si e o contribuinte por todos”.
Você paga energia. Paga as tarifas. E paga imposto sobre as tarifas. É o ICMS sobre o que já é taxa pública. Ou seja, o Estado cobra imposto até sobre o custo que ele mesmo cria.
O STF decidiu que PIS, Cofins e o próprio ISS podem entrar na base de cálculo do ISS. É o tributo que come o próprio rabo. Ouroboros tributário.
Enquanto os políticos discutem a reforma tributária e anunciam que “agora vai”, o brasileiro continua pagando caro por aquilo que salva vidas, e barato pelo que apenas distrai.
A reforma tributária até promete isentar 383 tipos de medicamentos — mas você já sabe como é promessa política…
O resultado é um país onde se tributa o essencial e se estimula o descartável. Onde o prazer paga menos que a dor.
Bem-vindo ao nosso manicômio tributário.