Filho de uma empregada doméstica, Simonal era cabo do Exército quando começou a cantar, nos bailes do 8º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado, então sediado no Leblon. Seu repertório se constituía basicamente de calipsos e canções em inglês.
Em 1961, foi crooner do conjunto de calipso Dry Boys, integrando também o conjunto Os Guaranis. Apresentou-se no programa Os brotos comandam, apresentado por Carlos Imperial, um dos grandes responsáveis por seu início de carreira. Cantou nas casas noturnas Drink e Top Club. Foi levado por Luiz Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli para o Beco das Garrafas, que era o reduto da bossa nova. De acordo com o jornalista Ruy Castro, “quando surgiu o cantor no Beco das Garrafas, Simonal era o máximo para seu tempo: grande voz, um senso de divisão igual aos dos melhores cantores americanos e uma capacidade de fazer gato e sapato do ritmo, sem se afastar da melodia ou apelar para os scats fáceis”.
Em 1964, viajou pela América do Sul e América Central, junto com o conjunto Bossa Três, do pianista Luís Carlos Vinhas.
De 1966 a 1967, apresentou o programa de TV Show em Si …monal, pela TV Record – canal 7 de São Paulo. Seu diretor era Carlos Imperial. Revelou-se um showman, fazendo grande sucesso com as músicas País tropical (Jorge Ben), Mamãe passou açúcar em mim, Meu limão, meu limoeiro e Sá Marina Carlos Imperial, num swing criado por César Camargo Mariano, que fazia parte do Som Três, junto com Sabá e Toninho, e que foi chamado de pilantragem (uma mistura de samba e soul), movimento também idealizado e capitaneado por Carlos Imperial.
Em 1970, acompanhou a seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo, realizada no México, onde tornou-se amigo dos jogadores de futebol Carlos Alberto e Jairzinho e do maestro Erlon Chaves.
Nessa época, Simonal era um dos artistas mais populares e bem pagos do Brasil, bastante assediado pela imprensa e pelos fãs. Vivia o auge de sua carreira. Foi o primeiro negro a apresentar sozinho um programa de televisão no país – o Show em Si…Monal, dirigido por Carlos Imperial – no qual era acompanhado por César Camargo Mariano, Sabá e Toninho, que formavam o Som 3.
No início da década de 1970, Simonal teria sido vítima de um desfalque e demitiu seu contador, Raphael Viviani, o suposto culpado. Este moveu uma ação trabalhista contra o cantor. Em agosto de 1971, Simonal recrutou dois amigos (um deles seu segurança) militares para arrancar uma “confissão” do contador, que foi torturado nas dependências do Dops. Este, afinal, acabou assinando a confissão de culpa no desfalque.
Simonal conhecia os agentes do Dops há dois anos, quando havia deposto, como suspeito, a respeito da presença de uma bandeira soviética no cenário de um de seus shows. O que ele não contava era que Viviani daria queixa do espancamento e, quando os jornais noticiaram o fato, os envolvidos foram obrigados a se explicar.
Processado sob acusação de extorsão mediante sequestro do contador, Simonal levou como testemunha aquele mesmo policial do Departamento de Ordem Política e Social do então Estado da Guanabara, Mário Borges, que o apontou em julgamento como informante do Dops. Outra testemunha de defesa, um oficial do I Exército (atual Comando Militar do Leste), afirmou que o réu colaborava com a unidade.
Simonal foi julgado culpado pelo sequestro e, em 1972, quando estava prestes a lançar o seu “disco de retomada”, condenado a uma pena de cinco anos e quatro meses, que cumpriu em liberdade. Nos autos, Simonal era referido como colaborador das Forças Armadas e informante do DOPS. Em 1976, em acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, também é referida a sua condição de colaborador do DOPS.
Processado sob acusação de extorsão mediante sequestro do contador, Simonal levou como testemunha aquele mesmo policial do Departamento de Ordem Política e Social do então Estado da Guanabara, Mário Borges, que o apontou em julgamento como informante do Dops. Outra testemunha de defesa, um oficial do I Exército (atual Comando Militar do Leste), afirmou que o réu colaborava com a unidade.
Simonal foi julgado culpado pelo sequestro e, em 1972, quando estava prestes a lançar o seu “disco de retomada”, condenado a uma pena de cinco anos e quatro meses, que cumpriu em liberdade. Nos autos, Simonal era referido como colaborador das Forças Armadas e informante do DOPS. Em 1976, em acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, também é referida a sua condição de colaborador do DOPS.
Simonal caiu em absoluto esquecimento a partir da década de 1980. Segundo sua segunda mulher, Sandra Cerqueira, “Ele dizia para mim: ‘Eu não existo na história da música brasileira’ “.
Tornou-se deprimido e alcoólatra, vindo a morrer de complicações decorrentes do alcoolismo.
http://www.myspace.com/wilsonsimonal
Wilson Simonal
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