Robert Fulton era americano. Nasceu em 1765 e morreu em 1815. Qualquer quarentão/cinquentão que colecionou figurinhas nos anos 70 lembra-se do nome. Era muito lembrado na seção “inventores” dos álbuns. Seu grande feito foi criar um barco a vapor realmente funcional, utilizado em larga escala no comércio fluvial e, posteriormente, marítimo, trazendo enorme avanço ao transporte e ao comércio mundial.
Mas Fulton teve de enfrentar um obstáculo: Os barqueiros pediram sua cabeça. A razão? Ora, simples como um discurso em dilmês: Os donos dos barcos fluviais, movidos a velas ou remos, com baixíssima velocidade e pouca capacidade, estavam indignados com os barcos motorizados de Fulton, que navegavam muito mais rápido, custando muito menos, com grande capacidade de carga – principalmente rio acima. Resultado: Inconformados com o progresso e com o melhor serviço prestado por Fulton, não quiseram atualizar-se e concorrer livremente; preferiram o método marxista de eliminar o melhor concorrente para manter a boquinha. Queriam impor seu serviço ineficiente afundando os barcos a vapor. Mas, finalmente, o progresso venceu o atraso, trazendo lucro e rapidez a todos, e Fulton viu sua criação consagrada.
Algo idêntico aconteceu em 1785 com o inglês Edmund Cartwright (1743-1823), inventor do primeiro tear mecânico, movido também a vapor; os donos das tecelagens manuais destruíam todos os teares de Cartwright, por considerarem o invento “desleal”. O grande inventor também escapou de algumas tentativas de assassinato, promovidas pelos mesmos vanguardistas do atraso. A depender destes, os teares continuariam sempre manuais, com baixa produtividade, operacionalidade ruim, alto custo, grande preço final, e salários miseráveis às operadoras. Mas, como no caso de Fulton, o progresso venceu, e Cartwright tornou-se símbolo da Revolução Industrial, que tantos benefícios trouxe a seu país e ao mundo, com o advento de uma nova era, de prosperidade nunca vista. Obviamente, todos os que se adaptaram lucraram com o progresso e a geração de novos e numerosos empregos.
Mas sempre se pode contar com a turma do retrocesso no Brasil. Impressionante; apesar de todas as lições de avanço econômico do mundo, toda a tecnologia, continuamos a chafurdar na jecaria, na burrice, na falta de visão gerencial. Nada a espantar, vindo de um país onde Aldo Rebelo, ex-ministro dilmolulista de 4 pastas, afirmou ter planejado um sistema de fichas para eliminar computadores e gerar muitos empregos para arquivistas no governo. Pela múmia de Lenin, pelo bigode de Stalin… somos caso perdido.
E, considerando o projeto que tramita no Congresso para proibir aplicativos de transporte do tipo Uber, 99 e outros, somos caso irremediavelmente perdido.
Resumo da ópera: O deputado Carlos Zarattini (PT/SP) propôs proibir esses aplicativos que tanto facilitam a vida do brasileiro, largamente utilizados em todo o mundo civilizado sem o menor problema. Pra piorar, o projeto tem grande chance de aprovação, condenando o povo brasileiro a utiliza um meio de transporte pior, menos confortável e mais caro. É o fim do mundo. E mesmo que o serviço não fosse aquelas coisas, é da democracia o direito à livre escolha. Usa quem quer, quando quiser. Simples, justo e funcional.
Antes que algum taxista mais exaltado atire pedras uberianas, vamos deixar uma coisa clara: O mercado é livre para todo tipo de transporte. Além disso, muitos taxistas que também oferecem seus serviços pelos aplicativos de celular serão prejudicados se essa loucura passar no Congresso, como já passou pela Câmara. Há a possibilidade de reversão no Senado, ou de veto presidencial, mas isso é outro papo. A conferir.
Como muito bem lembrou Reinaldo Azevedo, há espaço pra todos, e a livre concorrência é salutar a qualquer prestação de serviço. E quanto mais afastada da mão podre e corrupta do Estado-mãe, à moda lulista, tanto melhor: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/aplicativos-e-taxis-lancei-o-veta-temer-e-ele-diz-que-veta/
A nota engraçada (na verdade, ridícula) fica por conta da deputada Maria do Rosário, também lulodilmista, que votou contra os aplicativos mas adora usá-los – às custas do povo – como demonstra sua prestação de contas publicada no site O Antagonista: http://www.oantagonista.com/posts/va-de-taxi-maria-do-rosario
Não é só a qualidade ou o preço dos serviços que estão em jogo. Aprovada essa sandice, milhares de carros particulares voltarão às ruas, piorando o trânsito e aumentando poluição e acidentes. Sem contar mais uma dificuldade imposta aos pobres pinguços, que se valem dos aplicativos para não dirigir de fogo. Impressionante como essa gente só age em prol do retrocesso.
Resumo da ópera Brechtiana: Mais uma vez querem tolher a democracia com a justificativa de mais democracia. Isso precisa acabar. E vamos de táxi ou de Uber, não de carroça lulista…