Artigo publicado no jornal Diário da Manhã em 20/12/2014
Existe neste período natalino um processo psíquico extremamente interessante no qual a energia psíquica naturalmente introverte. Natal é período de reflexão, de pensar, refletir, meditar. Quem sou, quem fui, quanto estou valendo?
Minhas memórias de natal são ambíguas. Dentro de mim existe o natal das festas, da alegria, dos presentes mas existe também o natal diferente…
Lembrei de uma vez quando era criança com uns sete anos de idade aproximadamente. Estava eufórico por que havia ganho um carrinho com sirene. No dia seguinte fui com o mesmo brincar com um amigo que tinha no prédio em que residia no Sumaré em São Paulo. A reação do garoto, sua cara nunca mais esqueci seu choro, pranto, desespero…era o filho de uma empregada que residia na casa de um patrão. Era um excluído que não havia ganho nada no natal apenas uma bola de plástico. Ali questionei quem era o sacana do Papai Noel que presenteava uns e em um mesmo lugar abandonava os outros. Por que desta injustiça?
Pra mim também o tal do Papai Noel era meio esclerosado. Em raros momentos entendia o que queria. Se pedia uma bola me dava um peão; se queria um carrinho me mandava um pijama. Ele era o rei da bola fora, do desacerto, da incoerência. Não entendia como criança como é que o capeta da vizinhança ganhava os melhores presentes, por que na vida era assim, com sacanas se dando bem (como nossos políticos) enquanto que os que ralavam e tentavam fazer as coisas certas por que eles eram ignorados pelo tal do Papai Noel?
Fui crescendo e o Natal com os anos ganhou outro significado. O da festa de família que podia ser interessante de um lado, mas do outro tinha a consequência de toda festa: discórdia, briga, bebedeira, aquela chata da prima que queria te ferrar o ano inteiro e depois vinha com sorrizinho desejando feliz natal, tudo de bom e espera que amanhã cedinho lhe ferro! Ai que Natal!
Estes dias montei a árvore de natal com meus pequenos e fui revendo como era pra mim na infância este momento mágico, a ilusão infantil que jamais nos deixa de querer ser validado, reconhecido, de receber algo.
Vi e revivi a euforia de sonhar com algo divino que jamais nos deixa, o acalanto, o colo a ternura de um bem querer que está nas entrelinhas do natal. Um sentimento que quando rompido gera desespero, tristeza profunda, melancolia, um vazio difícil de sondar e entender. Porque todos somos crianças independente de idade querendo um presentinho, uma risada, um abraço amigo um aperto de mão sincero. Lamentável mente todos nós, em nossa cultura consumista, confundimos isto com o valor do presente material ofertado o que é um erro. Mais que o presente o que vale e o coração aberto, a sinceridade a ruptura do egoísmo hoje vigente, a troca de afeto. Que você possa encontrar isto entre os seus na data em que comemoramos o nascimento de Jesus!
São meus votos e os de minha família a você que nos acompanha!
Jorge Antônio Monteiro de Lima
Analista, pesquisador em saúde mental, psicólogo e músico
MSC em antropologia social pela UFG.
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