“Não temo quem tem mil bombas atômicas. Temo quem tem apenas uma.” Tom ClancyEscritores americanos e britânicos já foram participantes ou, ao menos, consultores ativos de organismos de espionagem e defesa, tais como Tom Clancy (1947 – 2013) e seus colegasingleses Ian Fleming (1908 – 1964) e Frederick Forsyth (1938). Fleming foi (é) o mais famoso; depois de participar da Inteligência Naval britânica durante a 2ª Guerra Mundial, deu voz e vez a seu principal personagem: Bond, James Bond. Os três prestaram valiosos serviços a países durante a Guerra Fria, ajudando a derrubar o genocida império soviético.
Mas o que teria levado um playboy com pretensões de escritor (Fleming), um jornalista e também escritor (Forsyth) e Clancy, historiador e professor, a mergulharem nesse mundo obscuro do xadrez da inteligência militar? Simples: Cérebro e conhecimento, além de uma vasta rede internacional de informantes. Eram tão bem informados que prestaram serviços à CIA americana e ao MI5 e MI6 britânicos. Embora Clancy e Fleming fossem de fato cheios de si, não deixaram de mostrar ao mundo sua importância como patriotas e como escritores do ramo techno-thriller, que funde ação e aventura militar.
Agora nós: Em tempos tristes, quando o ditador da mais antiga dinastia tirânica do planeta, o gordinho psicopata da Coreia do Norte, resolveu botar fogo no mundo e peitar os americanos, qualquer autodenominado intelectual, mesmo não sabendo distinguir canhão de baioneta, resolve dar pitaco no assunto. Aqui, qualquer Caetano Veloso da vida dá palpite em estratégia militar e diplomacia de segurança mundial. E, seguindo essa gente, cabotinamente lulista, de “estadistas” e “intelectuais” – abrimos em 2009 nossa gloriosa, retumbante e divina embaixada norte-coreana, Lênin seja louvado!
Enquanto isso, profissionais do quilate de Roberto Godoy (Estadão) são olimpicamente ignorados pelo público pagante. E dá-lhe comentário de Luis Fernando Veríssimo, Aldo Rebelo, Dilma e demais especialistas que sugerem um dedo de prosa e uma cachacinha com Kim Jong-Un, o psicopata norte-coreano, e tudo vai acabar em samba e feijoada, cumpadi. Gênios.
Motivo da ópera: Kim Jong-Un, o demente, parece ter lançado um ICBM (míssil intercontinetal) capaz de transportar uma ogiva atômica de baixa potência – embora nada disso possa ser confirmado, dada a absoluta falta de dados sobre o caso. Talvez a velha e boa espionagem pudesse render algo mais palpável, mas tudo ainda é incerto, tanto sobre os mísseis quanto às intenções do maluco de pedra.
Enquanto isso, o imbecil continua a desafiar o mundo todo (e não apenas os EUA, como acreditam os lulistas), principalmente a Coreia do Sul e o Japão, duas democracias prósperas e amigas, maiores vítimas potenciais em caso de conflito na região. Ao mesmo tempo, os mesmos espertões que sugerem o dedo de prosa milagroso adoram metralhar Donald Trump, o único com bala na agulha pra peitar o ditador assassino. E, não por coincidência, os mesmos que atacam Trump são os que adulam Kim Jong-Un.
Resumo da ópera: Os lulistas-rabelistas-leninistas adoram xingar Trump. Ok, de fato ele fez e continua fazendo muita besteira, e os americanos mereciam um presidente melhor; mas é o que temos pra hoje, e reclamar não resolve a parada.
Por outro lado, se o demente decidir atacar alguém, todos os que xingam Trump vão exigir dele uma reação. Mais uma ironia a confirmar a insuperável tendência hipócrita dos Velosos espalhados pelo mundo, que adoram odiar os gringos, mas são chegados num dólar que só vendo – aí a ideologia de conveniência desaparece na hora.
Acima do Equador eles têm Forsyth. Aqui abaixo, temos Velosos, divinos e maravilhosos cabotinos. Nada diferente da fábula da Formiga e da Cigarra. E nossa Cigarra canta sertanejo universitário. Pelamor.
No fim das contas, parodiando Woody Allen, arma nuclear é como dinheiro: Quem tem (muito) diz que não tem, e quem não tem, diz que tem.