O pensamento nacional sob risco

Quando economistas defendem o dólar alto “porque incentiva as exportações” e “ajuda o Brasil a sair da crise”, e se resumem a isso, eu desisto dessa gente.

Não podem estar motivados por teorias econômicas. Não apenas, o que é preocupante.

Sobretudo porque os produtos brasileiros não podem ficar competitivos ancorados somente no câmbio e isso gerar uma excitação.

É estúpido e temerário.

Além de esconder as fraquezas brasileiras do “custo Brasil” e eventuais incapacidades de enfrentar o mercado por causa de produtos de qualidade inferior, postergam uma política industrial séria e de longo prazo com incentivos e deveres para o empresário.

E o que fazer com os setores e empresas brasileiras que aceitaram o desafio de se se internacionalizar no passado, aumentaram a presença brasileira no mundo e dependem de insumos de alta tecnologia cotados em dólar?

O desequilíbrio e depoimentos irresponsáveis comemorando o câmbio favorável aos expotadores são nonsense e não ajudam o país.

Poucos ganham por pouco tempo, muitos perdem por muito tempo.

Agora, se numa reportagem, pretensamente sobre os impactos do câmbio na economia do país, o repórter perguntar só para quem exporta se o dólar alto é bom para a economia, isso não é ausência de imparcialidade.

É má fé mesmo.