Marco Antônio Barroso Nanini nasceu no dia 31 de maio de 1948, em Recife, Pernambuco. É filho do Italiano Dante Naninni, que foi por muitos anos Gerente de Hotel e de Maria Esmelracy Barroso, morou em Manaus e possui como irmão José Alberto Barroso Guerra (1936-2003), filho do primeiro casamento de Dona Cecy. Estreou no teatro em 1965, ao lado de Pedro Paulo Rangel, na peça infantil O bruxo e a rainha, montada na igreja Santa Teresinha, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, os dois ingressaram no Conservatório Nacional de Teatro, onde funciona hoje a Escola de Teatro da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). Na escola de teatro, Nanini se dedicou ao estudo da tragédia, mas com o passar do tempo descobriu o seu talento para o humor.
O primeiro trabalho na televisão foi na novela A ponte dos suspiros, de Glória Magadan, exibida pela TV Globo em 1969. O ator fazia uma pequena participação nas lutas de esgrima da história de capa e espada. Nessa época, Dary Reis o chamou para atuar na companhia de Dercy Gonçalves. Na peça A viúva recauchutada, contracenou com a atriz e aprendeu a importância de se ouvir o público quando se faz comédia. Ainda no início da carreira, chegou também a contracenar com comediantes como Amândio e Milton Carneiro, com quem fez várias excursões mambembes pelo Brasil.
O primeiro trabalho de destaque no teatro foi A vida escrachada de Joana Martini e Baby Stompanato, onde atuou ao lado de Marília Pêra. A peça, escrita por Bráulio Pedroso, foi o caminho para o seu primeiro grande trabalho na TV Globo: o jovem cineasta Julinho, da novela O cafona; referência ao cineasta Julio Bressane. No ano seguinte, atuou em mais duas novelas: O primeiro amor, escrita por Walther Negrão e dirigida por Walter Campos e Régis Cardoso, e A patota, primeira e única novela escrita por Maria Clara Machado, com direção de Reynaldo Boury.
Em 1973, Marco Nanini participou de Carinhoso, de Lauro César Muniz, e, em seguida, de Gabriela, adaptação de Walter George Durst do romance Gabriela, cravo e canela (1958), de Jorge Amado. Em 1975, trabalhou em outras duas telenovelas: A moreninha, adaptada por Marcos Rey, e Pecado capital, escrita por Janete Clair, primeira telenovela do horário das 20h gravada em cores.
A década de 1970 foi o período em que Marco Nanini mais atuou em novelas. Ainda na TV Globo, ele participou de O feijão e o sonho (1976), adaptação feita por Benedito Ruy Barbosa do romance de Orígenes Lessa, e de Feijão maravilha (1979), de Bráulio Pedroso. Fora da TV Globo, atuou em Um sol maior (1977), de Teixeira Filho, na TV Tupi, e O todo poderoso (1979), de Clóvis Levy e José Saffiotti, na TV Bandeirantes.
Em 1980, Marco Nanini voltou às telenovelas da TV Globo, atuando em As três Marias, de Wilson Rocha. Em seguida, participou de Um sonho a mais (1985), escrita inicialmente por Daniel Más, substituído, depois, por Lauro César Muniz. Na novela, viveu os personagens Mosca e o travesti Clarabela.
Em 1987, interpretou o cômico e atrapalhado Montenegro, contracenando com Marília Pêra em Brega e chique, de Cassiano Gabus Mendes. A novela atingiu altos índices de audiência, chegando a superar o da exibida no horário das 20h, O outro. No ano seguinte, em 1988, Marco Nanini estreou na programação humorística da emissora no inovador TV Pirata, dirigido por Guel Arraes. O ator só participou do primeiro ano do programa, que foi produzido até 1992.
No início da década de 1990, viveu o personagem Ivonaldo em Pedra sobre pedra, escrita por Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares. Nanini foi um dos atores mais freqüentes dos especiais da Terça nobre especial dirigidos por Guel Arraes, que tinham como base a adaptação de textos da literatura brasileira, como O mambembe, de Artur Azevedo, O alienista, de Machado de Assis, Lisbela e o prisioneiro, de Osman Lins, e O coronel e o lobisomem, de José Cândido de Carvalho.
Em agosto de 1994, Marco Nanini participou do especial Comédia da vida privada, exibido no Brasil especial. O programa, que era uma adaptação das crônicas de Luiz Fernando Verissimo, passou a fazer parte da grade de programação da emissora no ano seguinte, depois do sucesso alcançado pelo episódio especial. Marco Nanini participou de diversos episódios da série, que apresentava pequenas histórias, abordando o dia-a-dia da classe média brasileira. O programa era exibido uma vez por mês, na Terça nobre.
Em 1998, Marco Nanini estreou nas minisséries da emissora, vivendo Teodoro, o marido traído de Dona Flor e seus dois maridos. A minissérie foi uma adaptação da obra de Jorge Amado feita por Dias Gomes e Ferreira Gullar. Em seguida, participou de O auto da Compadecida, interpretando o cangaceiro Severino. A microssérie foi dirigida por Guel Arraes e, em 2001, estreou no cinema. Nanini também trabalharia em outra microssérie do diretor: A invenção do Brasil, na qual atuou como o narrador da história.
Em 1999, depois de sete anos afastado das telenovelas, Nanini retornou, interpretando o protagonista Otávio em Andando nas nuvens, de Euclydes Marinho. Na seqüência, o ator também participou de dois episódios de Brava gente: O santo e a porca (2000) e O comprador de fazendas (2001). Desde 2001, Nanini vive o personagem Lineu no remake do seriado A grande família.
Além do trabalho na televisão, Marco Nanini atuou ainda nas peças: As desgraças de uma criança (1973), de Martins Pena; Doce deleite (1981 a 1984), ao lado de Marília Pêra, Regina Casé, Bia Nunes e Débora Duarte, peça que abriu espaço para o gênero besteirol; O mistério de Irma Vap, que ficou em cartaz dez anos, entre 1987 e 1997; O burguês ridículo (1996), de Moliére, dirigida por Guel Arraes; Uma noite na Lua (1998), um monólogo de João Falcão pelo qual Nanini recebeu o Prêmio Mambembe de melhor ator em 1999; Quem tem medo de Virginia Woolf? (2000), também dirigida por João Falcão; e Um circo de rins e fígados (2005), de Gerald Thomas.
Entre seus trabalhos no cinema, destacam-se: Feliz ano velho (1987), de Roberto Gervitz, Carlota Joaquina (1995) e Copacabana (2001), de Carla Camurati, e O Xangô de Baker Street (1999), de Miguel Farias. Marco Nanini também participou do filme Lisbela e o prisioneiro (2003), de Guel Arraes, no papel do matador Frederico Evandro (que também interpretou na TV), protagonizou com Ney Latorraca o longa Irma Vap – O retorno (2006), de Carla Camurati, e estrelou a versão cinematográfica de A grande família (2007), de Maurício Farias.
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Marco Nanini
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