LíderCast 041 – Cassio Politi

Luciano          Muito bem, bem vindos a mais um episódio do nosso LíderCast. Eu tenho hoje aqui a presença, de um sujeito que vai virar meu amigo, a gente se fala muito pouco pela internet, rapidamente, mas vai virar meu amigo esse aqui. Deixa eu contar como é que eu cheguei nele: eu fui assistir uma, aliás eu recebo os e-mails que ele publica há um bom tempo e uma vez um deles me atraiu que era um curso, era um curso que falava sobre marketing de conteúdo, sobre redes sociais tudo mais. Eu fui fazer o curso e lá pelas tantas a gente dialogou ao longo do curso, gostei do que eu ouvi ali, passei a seguir com um pouco mais de cuidado e um belo dia ele cria um podcast, eu passei a ouvir o podcast,  tem umas coisas legais e dei uma chance de a gente, agora no  começo do ano se encontrar, falei vem cá, vamos sentar aqui e trocar uma ideia e dessa ideia nasceu essa intenção de fazer um programa onde a gente vai discutir aqui um pouco de, evidentemente liderança, evidentemente empreendedorismo mas muito de internet e dessa coisa fantástica que é essa geração de conteúdo para internet. Vamos às três perguntas mais difíceis do programa hein, atenção: seu nome, sua idade e o que é que você faz?

Cássio            Meu nome é Cassio Politi, eu tenho 39 anos e eu sou fundador, se é que a gente pode definir apenas com essa palavra, de uma empresa de consultoria de content market chamada Tracto, o que por tabela me leva a fazer bastante conteúdo porque é isso que a gente procura difundir no mercado brasileiro. Então tem algumas atividades ligadas a conteúdo, livro, podcast, como você falou, Luciano, conteúdo em artigos o tempo todo, mais um pouco vídeos e por aí vai.

Luciano          Vamos lá. Que é content marketing, Cassio?

Cassio            Eu vou pela definição de um grande amigo também e que eu tive a sorte de conhecer antes da fama, o Diogo Pulizzi que acho que hoje é o guru, o papa do content marketing, ele mesmo odeia esse rótulo…

Luciano          É americano?

Cassio            … é americano, fica em Cleveland, é fundador do Content Marketing Institute. O evento dele normalmente recebe quatro mil pessoas de cinquenta países em Cleveland e Cleveland é com todo respeito aos capixabas, é a Vitória do Espírito Santo  dos EUA, que é aquela cidade que é agradável, simpática e tudo mas economicamente ou politicamente ou financeiramente não representa muito para o país. É a cidade que todo mundo simpatiza, gosta mas num estado pequeno, num lugar pouco badalado, então Cleveland é mais ou menos a Vitória do Espírito Santo dos EUA. Ele conseguiu fazer de Cleveland a meca do content marketing e a definição do Diogo Pulizzi para content marketing é de que é uma técnica, eu considero um método, em que você atua como uma empresa de mídia, então você tem uma empresa que faz qualquer coisa, você vende carro, você vende sabonete, você vende um serviço, você pode se comportar como uma empresa de mídia, fazer conteúdo, formar uma audiência e  parte dessa audiência vai se converter em clientes. Essa é a ideia, aliás isso tem muito a ver com a história do próprio Café Brasil, formou um publico  muito fiel, muito  interessado e fez isso de forma consistente, regular, não baseada em campanha, mas sim na continuidade do projeto e forma um público alvo e  depois você cria meios, mecanismos de fazer dinheiro com aquilo vendendo serviço, produto e o que mais pintar.

Luciano          Que legal! É um rótulo para um tipo de atividade que muita gente faz há muito tempo. Eu diria que se você for procurar na história do Brasil aí, tem gente de content marketing desde que eu me conheço por gente, a questão toda é que há um momento em que a tecnologia surge de uma forma tão brutal e muda toda a relação, quer dizer, aquele… eu que era obrigado a me utilizar da boa vontade de editores para poder fazer o meu conteúdo chegar até você para poder fazer com que o meu livro que eu escrevesse chegasse até você eu dependia de uma editora, eu dependia do cara do jornal, eu dependia do dono da rádio me aceitar, agora eu não dependo de mais ninguém, eu aperto um botão e eu chego em você pelos meus meios, quer dizer, isso é uma quebra de paradigma que é um negócio brutal e quando eu digo a você que a esse rótulo passa a fazer todo o sentido, quer dizer, eu sou um produtor de conteúdo e que sou dono também do processo que faz esse conteúdo chegar até você, você que está ouvindo a gente aí, você está ouvindo através de um processo no qual… no caso aqui eu sou o dono, eu sou o dono do podcast, eu produzo, aperto um botão e faço com que ele chegue até você sem ter nenhum intermediário no meio do caminho. Isso é uma revolução, eu não consigo me lembrar de outra revolução que eu possa classificar assim como tão importante para a história da humanidade como essa que aconteceu nos últimos, o que? Dez, vinte anos?

Cassio            Nem isso, talvez menos. Se você pensar o que aconteceu no mercado da música, na indústria da música, você tinha cantores, eu mesmo conheci, eu sou natural de Santos, na verdade São Vicente, eu falo Santos para arredondar e São Vicente é onde acaba o jardim e começa o capim, então… e lá em Santos eu conheci,  na época de escola, na juventude, uma banda, um cara que é um conhecido até hoje, chamado Tite e ele tinha uma banda que abria shows de bandas maiores, conhecida regionalmente nos barzinhos e uma outra banda que tocava sempre junto com ele era do Chorão, do Charlie Brown Jr, ainda não tinha esse nome,  mas outro cara que tocava nos mesmos lugares, às vezes faziam show em sequência, era o Chorão e era engraçado, Luciano, que o Tite era tido como um cara mais talentoso que o Chorão, o show dele empolgava mais, talvez por ele tocar músicas mais conhecidas, o Chorão ia um pouco nas músicas que ele fazia e ninguém conhecia naquela época, bom, resumindo, os dois foram contratados pela mesma gravadora e a gravadora decidiu que o Chorão faria sucesso e esse Tite não, quer dizer, pronto, acabou, o cara está aí, você já ouviu falar do Tite, só se for do treinador, porque desse Tite músico, você nunca ouviu falar, ninguém nunca ouviu falar, confesso que eu tive que fazer uma forcinha para me lembrar do nome dele, agora quando eu contei.

Luciano          Independente do talento que ele tinha.

Cassio            Pois é, imagina hoje, poucos anos, vinte anos depois, ele talvez estourasse no Youtube mais do que o Chorão e talvez virasse um sucesso como tantos que a gente vê, nos EUA acontecendo de artistas que, é engraçado, a Taylor Swift conta num livro de content marketing que antigamente você precisava ter uma gravadora para fazer sucesso, hoje você precisa fazer sucesso para ir para uma gravadora, quer dizer, então isso que a gente está falando que aconteceu com  a música, aconteceu depois, isso  com a música já tem uma revolução de uns quinze anos talvez, dez, quinze anos. Então vai acontecer na comunicação, no marketing como um todo, quer dizer, então empresa que detém o poder econômico para comprar mídia, às vezes é engolida, atravessada por uma que teve o poder de comunicação, de persuasão, de  formar um público e bater de frente com ela. Quantos casos a gente não está vendo assim, quantos anúncios você viu na TV do WhatsApp até hoje?

Luciano          É verdade e é uma coisa interessante porque quando você tira o intermediário do meio do caminho e no caso que nós estamos discutindo aqui, não é só o intermediário que é dono da máquina, que é dono do… quer dizer, eu sou o  dono das transmissoras, eu sou dono da impressora, eu sou dono dos caminhões que carregam o jornal, a questão não é só ser dono desse processo todo, existe o cara que escolhe o que pode e o que não pode ser colocado, tudo que você falou aí, alguém determinou que um dos dois ia fazer sucesso e isso não tem nada a ver com o talento dos dois, tem a ver talvez com o gosto pessoal desse cara, quer dizer, eu que sou um sujeito, sou um escritor, sou talentoso, escrevo de montão, não consigo fazer sucesso porque eu trombei alguém que acha que eu não mereço e eu não tenho nem a chance de mostrar o meu trabalho e a tecnologia derruba essa barreira e coloca a gente na cara do mundo e o que nós estamos vendo por aí é gente de todo lado fazendo sucesso. O que me traz a uma discussão que a gente estava tendo agora há pouco na hora do almoço que é o seguinte, você, quando tira do meio do caminho intermediário, você tira também alguém que estivesse fazendo uma certa crítica, ou digamos assim, você tira alguém que estava fazendo uma crítica, você tira o curador, que é aquele cara que olha, deixa eu ver todas as matérias que eu tenho na mão, tem alguns que são muito legais e valem a pena, tem outros que não são legais, isso é sempre subjetivo e alguns caras podem fazer isso de uma forma mais técnica, mas tem alguém escolhendo alguma  coisa que para a nossa sociedade sempre foi fundamental, quer dizer, eu quero ler um livro, que livro eu vou ler? Ah eu vou ler os dez mais da veja, deixa eu ver qual está lá, vou lá e compro um deles e contribuo para que um daqueles dez continue entre os dez mais porque alguém está mostrando, alguém fez uma lista dos dez, os filmes mais vistos, eu vou assistir, qual é que eu… deixa eu ver quais são os questão na lista do Oscar, quer dizer, alguém fez uma curadoria e mostrou para mim o que eu devo fazer, o que eu não devo fazer e eu vou atrás e vou seguindo aquilo lá. Esse processo todo de internet derruba isso, porque ele me bota em acesso a coisas que eu jamais conheceria sem olhar uma publicação em algum lugar, então onde é que eu quero chegar? É bom ou é ruim tirar um intermediário do meio do caminho e quando é que é bom e quando que é ruim tirar o intermediário do meio do caminho? Você com a tua experiência que você tem agora, que você está distribuindo conteúdo e criando a sua audiência, quando é que você sente falta de ter esse intermediário e quando é que isso é muito bom, ou seja, tenho toda essa liberdade, é legal? Ou você se sente sozinho, desamparado, eu sou tão pequenininho que por mais que eu faça eu nunca vou conseguir fazer o sucesso que aquele cara faz porque ele tem uma coluna na rádio tal, eu precisava ter uma padrinho como aquele, como é que você vê isso?

Cassio            Engraçado, eu nunca tinha pensado, engraçado não, inteligente, porque eu nunca tinha pensado nisso, Luciano, dessa forma, a gente sente isso em fragmentos ao longo da vida profissional, mas eu tenho comigo que as pessoas precisam, eu não diria de um curador ou de uma pessoa, mas de um grupo mais maduro que consiga liderar um pensamento, especialmente nos assuntos que são importantes para a nossa vida, então quando você vai falar de economia, por exemplo, contar uma coisa aqui que acho que só minha mulher sabe, a gente está se metendo numa atividade de comprar imóveis em leilão para vender depois, fui procurar entender, isso é bom negócio, isso não é? Isso foi a convite de um amigo especialista nisso para a gente virar investidor disso, aí você pega lá o blog de um cara que quebrou a cara e conta e você fala esse cara, pelo jeito como ele fez e o nível de profundidade que ele fala, ele quebraria a cara em qualquer coisa, porque o cara não está preparado para fazer alguma coisa séria, então nesse momento ter a Exame fazendo uma análise em vários momentos, como eu achei, se você der um Google você vai achar ali a Exame em 2010 num momento de explosão imobiliária, depois em 2013, te dá mais segurança, então quando é um assunto sério, agora para você falar do carinha que foi contratado pela folha para ser colunista, que é uma coisa que você fala legal, é interesse público mas pô, na boa, não vai mudar muito a vida de muita gente, você vai ter um novo componente ali para se divertir ou para criticar, ou para debater mas não vai te fazer ganhar ou perder dinheiro, não vai te fazer crescer ou decrescer profissionalmente, aí nesse momento a gente não leva tão a sério, então eu acredito que a formação dessas personalidades, ou desses formadores de opinião, ela é diretamente proporcional à importância que aquele tema tem na vida das pessoas, mas em todos os casos eu sou contra você eleger um grupo que não seja baseado em meritocracia, quer dizer, por que? Porque aquele cara é um juiz, ele tem o direito de falar. Negativo, não vou ouvir porque o cara é um juiz, porque ele tem um título, porque ele passou num concurso, eu quero ouvir esse cara porque ele realmente conquistou essa autoridade, então tem muito a ver com autoridade e aí essa, não sei se eu estou sendo confuso aqui, mas esse equilíbrio, às vezes, fica comprometido, quando você tem assuntos muito importantes sendo tratados de forma muito leviana e acho que você que lida com  política, não é Luciano? Vê isso acontecer muito, quer dizer, quando pessoas que não conseguem enxergar o todo viram gurus de um grupo grande, quer dizer, então é o primeiro exemplo que eu falei, é um assunto importante, deveria ter gente séria formando opinião e por algum fenômeno, alguma razão você não tem, então aí eu acho que faz falta esse grupo naturalmente eleito para falar do assunto.

Luciano          Eu te perguntei isso porque é o seguinte, existe uma tese no mercado e acho que muita gente que está ouvindo, a gente aqui já ouviu falar, isso aí que é o seguinte, se você se dedicar a um determinado assunto, se você lê alguns livros, se você gostar daquele assunto, por exemplo, plantação de magnólias no quintal da minha casa, se eu ler vários livros, eu me torno um especialista nisso e portanto posso ser um gerador de content marketing, posso distribuir isso para todo mundo e vou ficar rico, e aí, é tão fácil assim?

Cassio            Então, essa é a ideia que estão vendendo. Eu adorei a frase que eu já te falei hoje, off-line aqui, uma frase do Jay Baer, que é um outro especialista, um desses caras sérios que eu recomendo. Diogo Pulizzi eu já citei aqui, o Jay Baer, Baer é B A E R o sobrenome dele que ele pergunta você está fazendo conteúdo ou  você está fazendo a diferença? Claro que ler os livros ajuda, eu acho que o quadro é um pouco pior em content marketing, pelo menos na minha área, as pessoas que estão ensinando a fazer nunca leram os livros certos ou qualquer livro e nunca vivenciaram. Eles simplesmente leram blogs, eles simplesmente foram a eventos on line ou presenciais e ouviram, pinçaram meia dúzia de exemplos e então estão repetindo, então por que não é fácil? Porque você pode até, com base nisso, ok, vou plantar flores na minha casa e vou me intitular um grande conhecedor de uma determinado de flor, mas o público não vai cair nessa, o público tem um faro muito fino para isso, você não engana o público com essa facilidade. Pode até enganar por algum tempo, mas você não vai muito longe, então o que acontece é que as empresas que vendem, principalmente ferramentas de content marketing, isso não é no Brasil, é no mundo todo, elas vendem também a ideia de que você rapidamente será um expert na sua área, é mais ou menos como você chegar numa loja de material de construção e falar olha, vim aqui comprar uma caixa de ferramenta, o martelo, o alicate e junto com aquilo vem o projeto para você construir a sua casa de brinde…

Luciano          E habilidade.

Cassio            … e habilidade, faça isso, pregue aqui, martele ali que a tua casa está pronta, você pode até concorrer a um prêmio de arquitetura no mundo sem ser arquiteto graças a esse kit que eu estou te vendendo aqui. É nesse caminho que está indo perigosamente a ideia do content marketing, não quero aqui ficar parecendo que eu estou só para te agradar só porque eu estou aqui falando bem do Café Brasil, você sabe  que a gente tem algumas referências de pessoas que formam audiência, o Café Brasil é uma delas. Assim que hoje, Luciano, você no Café Brasil, qualquer ferramenta que você usar vai dar certo, por quê? Porque a base está feita, você tem uma audiência, então contratei a ferramenta de automação, ah eu contratei ferramenta de disparo de meio B ou de redes sociais C, legal, vai funcionar, talvez uma melhor que a outra, ok, mas testa isso, você está maduro para isso, o problema é o cara que tem, e acontece isso, vem me procurar empresas assim, olha eu vou abrir uma loja daqui a três semanas, eu vou vender roupa pela internet e preciso de content marketing, legal. Primeiro passo, forme um público, descubra, tente, teste, se aprofunde, vá, persista muito no seu conteúdo até a hora que você formar um público.

Luciano          Quer dizer que não é só montar um blog e botar as fotografias do meu pudim que eu faço em casa, que eu começo a vender pudim para todo mundo?

Cassio            Aliás tem um site, pudim.com.br, é um dos primeiros da internet, quem nunca viu, acessa o site pudim.com.br, é sensacional tem desde 1999 uma foto de um pudim  lá e só. Não não é, apesar de que as empresas vão te vender essa ideia, fala lá de como é que… põe uma receita de pudim que está pronto, e não é, Luciano, a gente sabe quanto tempo leva, porque você tem que construir autoridade e isso a internet não mudou o comportamento humano, não mudou as relações humanas, ela pode ter viabilizado, acelerado, multiplicado, mas não mudou a essências das relações humanas. Então quer dizer, aquele médico que não só operou, operou alguém da sua família e que é um palestrante, que tem um livro e que faz isso há vinte anos em hospitais renomados, ele tem toda a condição de ser uma autoridade e formar um público, diferente do recém formado, do residente que já começa a fazer conteúdo, fazer um blog, por que será que ele não vai ter a mesma autoridade que o outro? Porque falta tempo, ele pode até acelerar isso, pode ser que com cinco anos de formado ele consiga ter tal autoridade, mas não é só fazer o blog e botar foto do pudim.

Luciano          Deixa eu voltar um pouco agora, vou buscar sua história, você sabe que aqui a gente quer conversar com pessoas que estão fazendo acontecer, me conta um pouquinho de onde vem o Cassio, você falou que você vem de Santos? Você estudou o que? Fez o que?

Cassio            Eu sou jornalista de formação, sou uma ovelha negra, acho que sou jornalista que gosta de matemática, você acredita? Então acho que eu sou, eu ia falar que eu sou o único, mas o André Rosa que trabalha comigo, que faz o podcast comigo, ele trabalha comigo há quinze anos, ele é outro, a gente gosta de programação de computador, mas eu sou jornalista, morei em Santos, não sou santista do futebol, para desespero de 90% dos meus amigos eu sou corintiano, que eles odeiam…

Luciano          Somos os dois.

Cassio            … somos os dois, ninguém é perfeito.

Luciano          Eu sou corintiano do tempo que o Corinthians jogava bola sabe, hoje aquilo não é mais futebol, aquilo é uma outra coisa.

Cassio            Mas fui fazer faculdade, a Cásper Líbero, fui jornalista de redação por um bom tempo e acho que essa é uma experiência muito válida, quando você realmente vivencia um ambiente, eu trabalhei na CBN, trabalhei na Bandeirantes, trabalhei no UOL, no falecido Zip Net, Transamérica, Gazeta Esportiva e não sei, acho que nenhuma outra experiência, mesmo agências de publicidade, trata conteúdo de um jeito muito  mais comercial o tempo todo, então essa experiência de você vivenciar o conteúdo, a guerra interna pelo melhor conteúdo, isso hoje tem muito valor para mim na forma como eu encaro a atividade de content marketing e tento falar para os meus amigos jornalistas, eles não enxergam, a maioria não enxerga claramente isso, que a habilidade deles de fazer conteúdo tem muito valor para as empresas, eles não se descobriram ainda, uns aos outros…

Luciano          Concordo plenamente com você sabe, ninguém sabe ainda, quem precisa não sabe que precisa e quem produz não sabe que produz aquilo que aquele lá precisa, são dois mundos ainda totalmente distintos que não se misturam e não se descobriram ainda.

Cassio            … e por culpa do jornalista, porque o jornalista… e eu sempre tive um… fui um pouco diferente nesse ponto, não me faz melhor do que… não me faz um jornalista melhor se eu me conduzisse por um outro caminho que é assim, eu nunca tive muito aquele  pensamento do jornalista, o ranço do jornalista que eu acho que é o grande mal da profissão, que é aquela coisa de você ser meio sindicalista, de você ser meio…

Luciano          Mal humorado.

Cassio            … mal humorado, você pode ser tudo isso se você  se  aprofundar, se você for um cara que conteste, mas conteste com estudo, com base, aí ok. Você no fundo vai discordar para contribuir, o  jornalista não, ele se sente muito poderoso porque ele foi muito poderoso por um momento, esse poder diminuiu muito agora e eu comecei dentro dessas empresas a assim, você ganha um salário miserável, quer dizer, lembrar… tenho um pouco de saudade de redação, eu me lembro do holerite eu não tenho nenhuma saudade, a saudade passa rapidinho.

Luciano          Você está falando um negócio legal que cola com aquilo que nós falamos no começo do programa, por que esse poder? Porque ele vai escolher o que vai ser contado…

Cassio            Porque a mídia era assim.

Luciano          … ele é o cara que escolhe o que é que eu vou contar da história, então houve um acidente de automóvel, então eu vou lá, eu vou contar aquilo que eu vi, portanto as minhas escolhas naquele momento é que serão as escolhas transmitidas para a sociedade, isso dá um poder brutal para o jornalista.

Cassio            E eu vou usar um exemplo aqui, péssimo, como instituição mas ótimo como exemplo, de uma empresa que quebrou essa lógica pela primeira vez, acho que foi em 2007 por aí, que foi a Petrobrás, quando ela criou um blog chamado “Fatos e Notícias”, Fatos e alguma coisa, não lembro o nome,  em que ela respondia para os jornalistas via blog, eu sei que o exemplo é péssimo por estarmos falando da Petrobrás, uma das empresas mais exploradas pelos corruptos que assolam nosso país, mas essa iniciativa na ocasião foi muito inteligente e os jornalistas odiaram, eles quiseram boicotar a Petrobrás, imagina que vocês vão ter o direito de responder publicamente o que eu estou te perguntando particularmente, você está me perguntando particularmente para você publicar, então eu quero que o público quando leia a versão que você está dando do que a Petrobrás disse, possa também ir ao blog ver o que de fato a Petrobrás disse, então ali eu lembro que foi a primeira vez que o choque aconteceu e eu trabalhava ainda próximo do jornalismo nessa época, eu vibrei, eu falei é isso aí, é por aí que as empresas tem que sair, é uma defesa legítima delas, então eu acho que o jornalista ele até hoje ele não aprendeu a lidar com esse diálogo que começou a acontecer na comunicação, mas eles já perceberam, eles já tem certeza que ele não está falando sozinho, ele só não sabe como dialogar.

Luciano          Ele está perdendo essa posição de ser o intermediário, eu já consigo chegar direto na fonte sem ter que passar pelas mãos de um jornalista, isso é um terror, porque é aquela história que acontece em muitos momentos da sociedade brasileira. Publicidade é assim, também está perdendo o poder porque está perdendo essa aura dessa coisa de que eu vou contar a história do jeito que eu achar que tem que ser, vou dourá-la para que você compre os produtos que eu estou vendendo. Professores foi assim durante muito tempo eles eram os caras que decidiam e agora esta todo mundo batendo em cima e falando não é bem assim, não quero que você, eu quero que você leve os fatos do mundo sem colocar uma visão aí para não dirigir a molecada porque está todo mundo vendo o que está acontecendo em volta. Então eu diria o seguinte, de um lado é uma queda desses intermediários que eu acho que a internet é responsável por isso, antes dela não havia isso e depois dela é que apareceu, ela derruba os intermediários, seja o processo de distribuição da música, seja o da criação do conteúdo e levar adiante, seja da notícia em si. Isso muda o jeito da gente ser, sabe, muda a vida da gente de um jeito que nós não conseguimos ver a profundidade disso ainda porque nós estamos no meio do jogo, a gente está no meio do tiroteio, daqui a alguns anos alguém vai olhar de fora e vai falar cara, olha o tamanho dessa revolução que aconteceu ao longo desses, do começo desse milênio, quando a gente começa a aprender que primeiro, eu tenho acesso à informação que eu quiser, basta que eu a procure de uma forma que ultrapasse aí as modinhas, basta que eu procure fora de onde estão as modinhas. Eu tenho como atingir quem eu quiser, eu posso arrumar um jeito de chegar em você, Cassio, em dois minutos, eu jamais te encontraria na vida, hoje eu consigo, espera aí, eu vou buscar o Cassio, vou no Facebook, achei, eu acho você em dois  minutos, eu posso criar audiências, quando isso? Imagina há alguns anos qual era a audiência que eu conseguia ter se eu tivesse uma coluna no jornal talvez os leitores do jornal, mas e se eu não tivesse a coluna no jornal, eu conseguia falar com os meus amigos, mandar uma cartinha para meia dúzia de caras, essa  era a minha audiência, ou eu sou um professor, tenho 40 alunos, 100 alunos, 200 alunos, hoje não tem mais limite isso e quando isso quebra tudo, nós começamos a lidar com um mundo totalmente novo, que é o mundo que destrói tudo aquilo no qual eu fui criado, por exemplo, passa a ter valor coisas que a gente não vê, dá um puta valor para um negócio que eu não consigo ver, não consigo pegar, ele é altamente intangível e ele tem um valor absoluto e eu estou nesse momento vivendo essa transição. Como é que eu consigo dar valor a algo que eu não consigo pegar e quando você fala em content marketing, nós estamos falando isso, então você  está gerando valor, você está gerando um conteúdo que é muito valioso para mim, eu preciso desse conteúdo, mas eu me recuso a pagar a você esse conteúdo porque eu não consigo ver isso em lugar nenhum, você não está me dando um livro que eu consigo pegar na mão e ver e falar legal, vale 40 reais, você não está me dando  um vídeo que eu consigo assistir um vídeo e falar pô, vou comprar esse DVD porque eu quero ver esse filme, vou pagar 50 reais no DVD,  vou levar para casa, é  meu e vou assistir esse filme, vou comprar um CD e vou levar para a minha casa, eu pago o CD, mas eu me recuso a pagar o download da música, eu pago para ter o DVD na mão, mas eu me recuso  a pagar uma assinatura para assistir isso aqui na hora que eu quiser, ou seja, caem essas barreiras, cai o jeito de a gente ver o mundo e nasce um mundo completamente novo onde nós começamos a lutar, eu e você, como é que a gente põe valor esse trabalho que nós executamos que é um trabalho intelectual, de criar conteúdo, criar valor para uma coisa que não se pega, para uma coisa que não tem peso, uma coisa que eu não consigo enfiar numa gaveta, ou seja, onde quem tem a posse daquilo, na verdade não possui nada, possui um bite na nuvem, como é que a gente lida com isso?

Cassio            Eu acho que o que a gente está falando, no fundo, para marcas pelo menos, fechando um pouco o foco na comunicação de marcas, é a criação da autoridade, eu acho que a gente está… o conteúdo  é meio, ele não  é fim, eu acho que uma confusão que se faz muito é que o conteúdo é fim, então você quando pega… pegar algum exemplo legal assim no mundo, acho que o melhor exemplo de content marketing que a gente tem é o Red Bull, na minha visão, não sei se eu estou batendo de frente com algum patrocinador seu, então a Red Bull é…

Luciano          Conta porque é Red Bull.

Cassio            … a Red Bull ela foi uma das primeira empresas a entender que ela poderia formar… que o conteúdo que ela faz, a emoção que ela coloca muito ligada à essência da marca, daquela coisa de você trabalhar desafiando limites, o esporte de aventura, tudo em volta do “te dá asas”, então quer dizer, eu vou pegar um cara que vai pular da estratosfera de paraquedas e ele não vai fazer um vídeo simplesmente para ter um vídeo e ter views como a Red Bull fez, lembra desse caso, do cara que foi da estratosfera pular de paraquedas? Eles ok, um jeito de você ler aquilo é falar ok, a Red Bull queria fazer um vídeo para publicar no canal dela no Red Bull TV…

Luciano          E todo mundo veria a marca da Red Bull…

Cassio            … é  mais do que isso…

Luciano          … no capacete que o cara etc e tal.

Cassio            … é muito mais do que isso, é uma forma de conectar emocionalmente com as pessoas, quer dizer, então quando você vê aquele cara fazendo aquilo numa ação completamente feita e criada e com envolvimento da Red Bull, não é um patrocínio, é envolvimento, é uma criação, envolvimento de alma naquilo, aí você começa realmente a formar um público que compartilha os mesmos valores que você.

Luciano          Até porque, vamos estressar um pouco mais essa história, na verdade esse evento não era um salto de um cara na estratosfera que deveria ser filmado e ia passar em todas as televisões, teve uma preparação científica, teve blogs contando essa história, quer dizer, houve uma tremenda história que foi contada e que um belo dia culminou com um salto, provavelmente você que não é do ramo só ficou sabendo no dia do salto pela televisão, mas antes disso houve uma história gigantesca sendo contada lá atrás…

Cassio            E depois também.

Luciano          … antes e depois, quer dizer, houve um grupo de gente se mobilizando pelo mundo a fora, gente que se interessou pelo assunto e que foi aprender o que estava acontecendo e viu a Red Bull o tempo todo lá, não é?

Cassio            Pois é.

Luciano          Ele estava lá, olha estamos juntos construindo uma loucura que é um cara que vai criar asas e voar e vai buscar o seu sonho, a Red Bull está com você e eu vou te contar como isso é feito, veja o detalhe como é que foi, veja isso, você olha para aquilo tudo, no fundo tem uma pulguinha dizendo para você o seguinte, só a Red Bull para me contar essa história.

Cassio            É isso. E o dia que você em alguma situação na sua vida pode ser uma viagem para Cancun, que você vá fazer lá uma brincadeira do barco te puxar de paraquedas, qualquer vivência, vai esquiar na neve, você vai fazer qualquer outra coisa que te coloca, vai trabalhar na fórmula 1 como um profissional ali dos bastidores, qualquer coisa, a sua conexão com o Red Bull vai ser muito mais fácil, você entender aquele espírito, isso sem contar o cara que já é desse mundo, talvez esse seja o grande target, mas qualquer situação em que você associar a adrenalina, aventura, limite, Red Bull está naturalmente nesse contexto, como o Lego, Lego é outro baita exemplo. A missão da Lego é uma das missões, como empresa, mais legais que eu já vi, desenvolveram os construtores do amanhã, então eu brinquei muito de Lego na infância, não sei você,  Luciano, mas eu brincava muito com o Lego, tinha coleção de Lego, adorava montar aquilo e é realmente isso, quer dizer, um raciocínio lógico que a criança cria do construir e desconstruir e tal e  tudo que Lego faz no seu conteúdo, é voltada para isso, para você estimular esse sentimento, essa mentalidade nas crianças e Lego também é um caso, acho que pau a pau com o Red Bull, que conseguiu colocar um filme no cinema e ainda concorrer a Oscar de melhor trilha, com um filme de content marketing, aquilo é content marketing puro, quer dizer, a gente está falando num nível muito alto, às vezes quem está ouvindo a gente…

Luciano          Sim, está lá… mas vamos, deixa eu te dar, vou te dar um exemplo aqui, que para mim é acabado, quando fui oferecer patrocínio do Café Brasil para empresas e tudo mais, eu encontrei várias dificuldades lá, porque primeiro o cara botar um anúncio num podcast, o que é isso? Eu comecei a encontrar formas de tentar chegar lá por um problema que eu tinha que era o seguinte, como é que eu provo para esse cara que se ele botar alguma coisa no podcast vai dar resultado para ele, eu só consigo provar pra ele se ele receber esse resultado, alguém tem que falar para ele que está dando certo, esse alguém não pode ser eu, porque aí eu vou estar repetindo essa coisa mentirosa que a mídia tradicional faz, eu não vou aparecer no cara com umas planilhas maluca de audiência porque o Ibope viu, não, eu quero que esse cara receba diretamente do ouvinte alguma demonstração de que está funcionando o podcast e nas minhas maquinações eu falei cara, qual é o canal, eu falei puta vou mandar os caras escreverem um e-mail para ele, mas como mandar um e-mail para o cliente, não, então vou mandar acessar o site dele mas o cara vai acessar o site, vai estar misturado com os outros, espera um pouquinho, eu vou propor ao cliente que crie uma página no Facebook e essa página no Facebook vai ser o meu link, o único jeito de chegar até ela num primeiro momento vai ser o Café Brasil, se der certo ele vai ver porque a movimentação da página a culpa é do Café Brasil e uma dessas empresas é a Pelegrino, e fui até a Pelegrino, a Pelegrino é uma atacadista de autopeças, veja bem, uma empresa que vende autopeças para outra empresa, então ela vende para um varejo que vai vender para o consumidor final. Então a Pelegrino não tem nada a ver com o consumidor final, ela está antes disso, ela está vendendo ali no varejo, então por que a Pelegrino faria um Facebook? Se ela não chega no público final, então eu cheguei para eles e falei o seguinte: vamos fazer uma coisa? Vamos montar um Facebook para vocês, eu vou começar a mandar os meus ouvintes para aí, mas é o seguinte, teu Facebook não pode falar de tabela de preço, ele não pode mostrar produto, ele tem que falar com quem usa o produto que você vende lá no final, o teu produto o que é? Ah são autopeças. Legal, vamos pegar o universo de quem dirige automóvel e vamos criar uma página no Facebook dirigida para quem dirige automóvel, então ela vai falar sobre a curiosidade do automóvel, sobre leis de trânsito, sobre tudo aquilo que está em volta desse universo e lá no finzinho tem a Pelegrino e eu vou passar a vender a Pelegrino como a grande distribuidora de autopeças também para o compadre distribuir conhecimento. Bom, a página dos caras que eu diria que teria que ter 10 mil caras, tem 200 mil, sei lá quanto, um volume de gente gigantesco porque o trabalho que eles montaram ali passou a ser um trabalho de criação de conteúdos que são úteis a qualquer pessoa que está no mundo automotivo, até para um pedestre ela serve e você olha para aquilo e fala, um Zé que viesse examinar isso aqui ia falar: quanto está vendendo de autopeças aqui? Eu vou dizer para você: nada, nada, mas está vendendo a marca da Pelegrino para o universo onde ela atua, de gente, porque tem muita gente indo lá e o cara vai na loja de autopeças e aí conversa com o cara da autopeças e o assunto que ele  viu ali, isso faz uma amarração de um universo total sem falar do produto que ela está vendendo, ou seja, não  tem ali um anúncio, nenhum anúncio de produto que ela vende, só tem textos e conteúdos do universo automotivo, ou seja…

Cassio            Então, você vê como o content marketing, Luciano, é falar do que você sabe, não do que vende e é isso, quer dizer, o que vocês fizeram com a Pelegrino, quer dizer, vocês falam do que a empresa sabe, não do que ela vende e é difícil você convencer o empresário a fazer isso, porque a gente cresceu com uma cultura da propaganda, fale de você, jogue confete na sua própria cabeça, se elogie e isso funciona, quer dizer, claro, funciona quando você compra a mídia e que você tem trinta segundos ali no  intervalo comercial, que era a única opção de lazer, anos 80 e 90, então estava o Brasil inteiro ali assistindo aqueles seis, sete canais, Isso mudou, então esse exemplo que você está dando é isso e mostra que content marketing é muito intuitivo, eu achei engraçado outro dia, eu vi a assinatura de um cara que escreveu num blog, nasceu outro dia, não sei nem se continua, que ele é o criador do content marketing no Brasil, aí eu mandei um e-mail, não quis publicar nos comentários, olha, imagino que você tenha, pelo menos 120 anos, porque o primeiro exemplo de content marketing que a gente conhece, quer dizer, o primeiro não, mais antigo ainda vivo é a revista “The Furor” que é da John Deere, a marca de equipamentos agrícolas, que eles tem uma revista que faz content marketing há 120 anos, é uma revista que poderia se comportar perfeitamente, poderia ser uma revista, e você olhar na banca fala não, isso aqui é uma revista de alguma editora neutra aí que faz conteúdo sobre essa área que eles entendem para quem quiser ler e lá dentro, a John Deere é uma grande anunciante e separando claramente conteúdo de publicidade, a vantagem é que a John Deere é uma anunciante premium, sempre, em todas as edições da revista, mas jamais vai ter uma matéria que engane o publico, que fale que para isso, para esse cultivo ou para essa lavoura você precisa do nosso trator, não, você não precisa, eles querem realmente que você veja a John Deere por meio daquela revista como uma autoridade no assunto. Outro exemplo mais fácil de enxergar, nessa linha, a revista da Tam, não sei se você sabe, mas em 2015 a New Contents, que é a agência que faz a revista da TAM, foi eleita, no mesmo evento em Cleveland, a melhor agência de content marketing do mundo, graças à revista da TAM e foi até engraçado que os sócios, um dos sócios estava lá e o Beto, Beto Felix e eu era jurado, fui jurado desse prêmio e eu sabia do resultado assim dois dias antes, não podia falar para ele e os caras estavam ali muito ansiosos pelo prêmio porque sabiam do que representava para um país como o nosso, de uma cultura completamente tomada pela publicidade, você fazer uma revisa de uma companhia aérea, que é um modelo criado nos EUA dos anos 60, se  tornar referência mundial e só para te dar um exemplo de como o content marketing não tem limites, você pode dar qualquer nome, a gente está chamando de content marketing, marketing de conteúdo e inbound marketing, em milhões de nomes para a mesma coisa. Mas, como isso não tem limite, a TAM, ela não investe nem um real na revista, ela tira dinheiro da revista, ela faz dinheiro com a revista, então quer dizer, começa um nó no mercado aí em que quem é bom produtor de conteúdo, começa a tirar proveito daquilo, financeiramente, então a TAM vende publicidade para outras empresas na revista e paga a revista com isso, paga toda a produção. A Red Bull, que a gente citou, tem uma agência de criação de Red Bull como agência, ou como produtora hoje de conteúdo dela. A Marvel, recentemente lançou uma agência, não é que ela licencia o homem aranha, o homem de ferro, os personagens dela, ela cria a história para você, você como marca, o Café Brasil, quero fazer aqui uma série ou um conteúdo com esses super heróis, ok, contrate a Marvel que ela cria a história para você, então esse exemplo que você deu da Pelegrino é bem isso numa, vamos dizer, num exemplo do tamanho de uma empresa como essa que você vê acontecendo em empresas menores e você vê a mesma lógica acontecendo em empresas de âmbito mundial, porque a lógica é coerente.

Luciano          Me fala um pouquinho da tua transição, como é que foi, quando é que você sai desse mundo jornalístico para entrar nessa loucura internética agora que a gente está envolvido?

Cassio            Foi interessante, o salário era muito baixo, eu estava na Transamérica e eu vendi 2 anúncios lá, eu fiz um acordo lá com eles, olha, tinha um acordo, na verdade, para todo mundo, fala assim, quem vender um anúncio aqui tem 20% de comissão, eu passei um ano atrás de anunciantes e lembro que no mesmo mês eu consegui, depois de um ano, quase um ano tentando, onze meses tentando fechar dois, não me pagaram a comissão, na verdade pagaram depois de muita briga, depois de muitos anos e me mandaram embora, porque eu comecei a brigar, fui mandado embora, foi terrível, foi traumatizante…

Luciano          Que área era a tua lá?

Cassio            … esporte, eu era radialista esportivo.

Luciano          Você era radialista esportivo?

Cassio            Era repórter esportivo.

Luciano          Arrumou anunciante…

Cassio            E por isso fui mandado embora.

Luciano          E foi mandado embora, ótimo, bem brasileiro.

Cassio            Porque, é, é bem brasileiro, porque na verdade coincidentemente quando eu fechei o anúncio, a comissão passou de 20 para 5%, uma coincidência enorme, então obviamente eu não aceitei, enfim, uma briga dessas… porque rádio e agência de publicidade, quer dizer, redação e agência de publicidade, eu desconfio, Luciano, que sejam os dois piores ambientes de relacionamento interpessoal. Na verdade eu, quando… saindo de redação e trabalhando em empresa, depois eu ganhei uma noção de que aquilo era uma selvageria total e vejo que até hoje é, é quase que obrigatório, em toda a redação, em toda a agência de publicidade, você ter panelinhas, você ter pessoas… você tem que pertencer a uma panelinha e uma panelinha odeia a outra, quando eu comecei a trabalhar em empresa depois disso achava estranho não ter isso, estranho ter um líder que quando duas pessoas se desentendiam ou começava a falar uma mal da outra, chamava numa sala e fazia as coisas se resolver ali, se preocupava com o ambiente, redação não tinha nada disso, então isso foi… eu, na ausência de um emprego, perdi o emprego e isso foi em 2002 eu vinha fazendo ali, sempre tive algumas iniciativas, essa de vender anúncio, uma delas, além de vender anúncio, era fazer curso para jornalistas, então eu tinha, junto com… eu tinha uma empresa que fazia cursos livres, cursos rápidos para jornalistas, então os cursos eram geralmente durante a semana de manhã, eu era repórter esportivo, as coisas aconteciam sempre quarta a noite e fim de semana, então eu tinha uma área de cursos que a gente fazia, jornalismo online, isso lá atrás, em 2001 a gente já tinha, vídeo reportagem, alguns cursos assim, bom…

Luciano          Você ministrava para quem isso?

Cassio            … geralmente para recém, formado e estudante de jornalismo.

Luciano          Como receita, você ganhava dinheiro com isso?

Cassio            Sim, ganhava e aí desempregado, eu falei ah, vou investir um pouco mais nisso, que é o que eu gostava de fazer, adorava dar essas aulas, gosto até hoje, então o que eu fiz? Eu comecei a vender esses cursos também em outros estados, tudo, no fim aquilo virou uma empresa, eu consegui ali fazer três, quatro cursos por mês, que me davam um salário quatro vezes maior, ainda assim era um salário baixo porque ser quatro vezes maior que a rádio, ainda hoje não é muita coisa e dali, em 2003, eu falei bom, eu preciso tornar isso mais estável um pouco e eu vendi essa empresa para o Comunique-se, o Portal Comunique-se, que é um portal de jornalismo, fiquei oito anos no Comunique-se, que foi uma empresa que eu tenho muita gratidão assim pelo… uma lembrança muito positiva do que foi lá.

Luciano          Que também é um case, a Comunique-se é um case…

Cassio            De content marketing.

Luciano          … de content marketing no Brasil, não  é?

Cassio            Que o fundador da Comunique-se, o Rodrigo Azevedo, eu sou muito suspeito para falar dele porque a gente acabou se tornando muito amigo, amigo pessoal, apesar de eu ter muito pouco contato hoje com ele, mas só porque a vida passa rápido demais. É um cara que esteve à frente de todos esses no tempo, todos esses que a gente citou, que vem agora com inbound, ele é o cara que teve todas as sacadas sozinho sem ter nenhuma referência fora, ele teve aqui, ele falou bom, se eu formar um portal para jornalistas eu posso vender algumas coisas, no caso dele o foco era mais assessoria de imprensa, vendendo um software lá de mailing de jornalistas, um serviço que já existia aqui, aprimorou, mas eu gostei muito lá foi uma experiência muito marcante para mim porque foi essa transição da redação para a vida, para o marketing, para uma vida profissional, mais organizada, mais regrada, então eu sempre gostei muito, como eu te falei, de matemática, de números e ali foi o momento que eu pude executar isso, comunicação com gestão, então o Comunique-se capacitou muito, sempre tinha cursos, sempre tinha consultoria, é claro que ali você pega um grupo de dez, eu era diretor, mas tinha gerentes, pegava um grupo ali de quinze diretores e de gerente, dois ou três absorviam e iam a fundo naquilo, a maioria entregava o relatório lá de PDCA, disso daquilo porque era obrigado e dois ou três eram desses dois ou três adoravam fazer aquilo em um certo momento ali, então fiquei oito anos no Comunique-se, quase oito anos, como diretor da área de cursos, eles compraram a minha empresa, ela virou a área de cursos, na época chamava “Escola de Comunicação”, agora tem um outro nome que eu confesso que esqueci, mas tem um outro nome, uma área de cursos online lá e a gente, depois assumiu também a redação, porque foi uma experiência de fazer a redação num modelo de gestão empresarial, que dificilmente existe. E aí, em 2010, eu comecei, eu me achava um gênio, porque pô, eu usava parte do conteúdo dos cursos como conteúdo da minha unidade, da escola de comunicação do Comunique-se, então eu falava pô, eu sou brilhante por fazer isso, como é que alguém não pensaria nisso, você tem professores falando de comunicação empresarial, gerenciamento de crise, deixa eu dar uma pitadinha de mostrar para o mercado que a gente entende disso, dando cursos gratuitos, fazendo artigos, fazendo isso, aquilo, bom, resumindo, eu fui descobrir nos EUA uma empresa chamada “Joints forty-two”, não existe mais essa marca, de um tal de Diogo Pulizzi, que era um cara que tinha uma empresa pequenininha começando e comecei, era o Twitter também era uma novidade aqui, comecei pelo Twitter a trocar figurinha com esse cara, falei pô, que coisa interessante que você faz, bom, a gente aqui tinha essas experiências isoladas, a minha era uma e obviamente tinha milhares de experiências isoladas aqui e para varias, nos EUA isso já estava sendo transformado numa disciplina, numa ciência e aí eu falei para a minha equipe, especificamente duas pessoas da minha equipe, falei olha, eu vou sair do Comunique-se e vou abrir uma consultoria para fazer isso, para fazer consultoria, eu tinha feito pelo Comunique-se MBA em marketing, na ESPM, que me deu muito lastro também, então eu vou fazer uma consultoria por conta própria, uma empresa de serviço me contratou, nesse momento para fazer uma consultoria para eles, eu falei bom, esse é o tempo certo que eu preciso.  Cinco meses de consultoria para testar os conceitos de content marketing primitivos na época. Hoje olhando o que eu fazia lá eu acho muito básico, muito pobre, já com um  pensamento legal, mas muito limitado ainda, mas era o que a gente tinha naquele momento e aí a partir dali eu comecei a vender a consultoria aqui, só que vender consultoria de content marketing num país que não tinha a menor ideia do que era content marketing, então chegava nas reuniões, pô a gente tem uma consultoria de content marketing, não, a gente já tem uma agência de redes sociais aqui, não, não é isso…

Luciano          Então é de publicidade? Também não é.

Cassio            … também não, ah publicidade é do world, vocês fazem STO, vocês fazem blog, vocês constroem página de internet para a gente? Não, é mais amplo tudo, então por uns… os primeiros 2 anos, como eu trouxe 2 pessoas que trabalhavam comigo e eram um pouco coração da escola de comunicação lá, eu tive a sorte de um cara, um gestor que entrou no meu lugar depois lá, ele foi indicado por mim, ele tinha um pouco de medo de tudo o que eu fizesse, tudo o que ele fizesse no Comunique-se depois de mim, que o sucesso do trabalho dele fosse ser creditado ainda a mim e ao André, que hoje trabalha comigo, então um pouquinho do que a gente vê na política, quer dizer, o gestor novo entra, sabe que está bem feito, sabe que a coisa está andando e ele…

Luciano          Mas eu vou mudar tudo porque eu quero botar a minha cara.

Cassio            … vou mudar tudo para ter a minha assinatura, é isso aí, tanto que o apelido dele lá, depois eu soube, que virou comandante Isquetino, pegou o transatlântico, navegando, jogou nas pedras, o que me facilitou muito, apesar … ficar chateado por um lado, porque porra, era um projeto nosso, de dez anos ou mais que o cara jogou nas pedras. Mas aquele momento, para a minha sobrevivência era ótimo. Peguei todo o público que estava sentindo falta de um conteúdo de qualidade, nos cursos do Comunique-se, quer dizer, uma parte desse público veio para mim. E então a gente começou aliás foi numa dessa que a gente se conheceu, não é, Luciano, a gente fazendo esse tipo de curso até que as consultorias começassem a pegar e aí a gente conseguiu grandes clientes nos últimos dois anos, final de 2013, 2014, começaram a pintar clientes que disseram o seguinte, olha, hoje o que eu mais recebo é cliente que vem assim ó, a gente já faz conteúdo aqui, só que eu estou sentindo que fazer conteúdo não é a questão…

Luciano          Tem que organizar isso.

Cassio            … é, tem que ter estratégia por trás disso.

Luciano          Deixa eu te perguntar uma coisa aqui, você tem uma experiência interessante. Então você vem do jornalismo onde você é um jornalista respondendo por uma chefia, você é um lone Wolf, como todo jornalista, é um lobo solitário que está lá fazendo o teu trabalho e vamos lá tocar o dia a dia, você sai de lá e vai para a Comunique-se entrando no ambiente corporativo onde você passa a liderar uma equipe, você virou diretor lá?

Cassio            De cara.

Luciano          De cara…

Cassio            Eu nunca fui gerente.

Luciano          … pois é, eu quero saber, vamos pegar esse momento aí, como é que é o lone Wolf, o cara que trabalha sozinho, que depende de si no dia, segunda feira de manhã, entrar numa sala e ter 4, 3, 5 carinhas olhando para a cara dele, esperando, e aí chefe, o que é para fazer? E você se vê tendo que tomar decisões que vão afetar essas pessoas diretamente, como é que é isso? Quando é que caiu a ficha?

Cassio            Vou te contar uma história, legal e sincero assim, eu adoraria chegar aqui e falar não, eu nasci com esse talento, nada, eu fui o pior chefe que alguém pode ter, eu não sei como nunca ninguém quis me matar, me arremessar lá, a gente ficava no décimo andar, por quê? Então assim, os primeiros anos, eu fui, eu tenho ciência disso, eu fui muito chefe de tratar na porrada, porque você devolve para o mundo aquilo que você colheu dele, absorveu dele e era o modelo que eu tinha nas redações, quer dizer, o chefe sou eu e de certa forma, eu elogiei muito o Rodrigo aqui, que é o fundador e defendo ele sempre que surge uma conversa com colegas, vou defender ele porque até hoje ele é uma referência, até hoje ele  fala no meu ouvido, sem ele estar presente, as coisas que ele me questionava lá, mas ele não é um chefe muito bom, ele é um cara, estou falando aqui porque eu já falei muitas vezes isso para ele, ele é chefe, às vezes ele é menos líder do que chefe, não sei hoje, também já faz 5 anos que eu saí de lá, mas ele é um cara que fazia, ele é aquele modelo de chefe que tem o clube dos bons, você tem que estar nele para você ter moral com ele, o resto ele vaio meio na pressão e eram os dois modelos que eu tinha, então dos caras, dos malas da redação, os caras mais absurdos que eu já vi acontecer em termos de  hierarquia e o próprio Rodrigo, que era um cara que simulava esse jeito enérgico, isso vai bem enquanto…. quer dizer, isso nunca vai bem, isso se mantém enquanto você não está devendo resultado, só que teve um ano lá que a gente, não é que a gente não estava perto da meta, a gente chegou tipo em maio, eu lembro que foi terrível, eu estava embarcando para uma viagem de lazer, tirei uma semana de férias e fui para o Uruguai com a minha mulher, eu estava no aeroporto me liga o CEO da empresa falando olha, a gente… o cara era novo, a gente está fazendo umas mudanças, estou levantando os números aqui, você está devendo dinheiro, não é que a minha anuidade não estava batendo a meta de lucro, ela estava no vermelho e eu esperneei tudo mas no fundo eu sabia que estava mesmo e bom, o que aconteceu? A situação já não era boa porque o mercado não estava bom, estava mal porque eu tinha planejado mal o ano e ainda entrou um cara lá, o financeiro era meio bagunçado, entrou um cara lá para botar ordem e o cara foi na mesma pilha de vou tratar na porrada. Então nessa hora eu estava com tudo contra, quer dizer, eu estava devendo resultado e tinha um cara com um apetite para mostrar isso para a empresa inteira, ou eu fecho, ou eu trago a minha equipe comigo ou estou realmente sozinho no mundo e a equipe ainda, acho que, não sei porque, eu era tão mala, que ela me deu um voto de confiança, mas deu e aconteceu uma coisa muito legal, Luciano, porque eu tive que mudar assim, eu não tinha opção, eu tinha que ganhar a equipe, mas ganhar de verdade, não é chegar lá, dar um tapinha nas costas, eu tive que realmente começar a entender liderança, fazia MBA nessa época e… essas coincidências que ajudam muito, tinha um professor que estava falando muito sobre liderança numa abordagem muito mais parecida com o que a gente vê hoje em qualquer lugar, mas não tinha tanto Youtube pra você ver isso, ou você lia o livro certo, tinha o professor certo, ou isso faz um pouco menos de 10 anos, ou você não ia ter informação, então… engraçado, eu acabei trazendo para mim uma faceta minha aqui, você tá me vendo fisicamente, eu sei que eu estou um pouquinho fora de forma, mas eu sou maratonista, aliás agora em abril vou fazer uma meia maratona, treinando pouco, já estou meio aposentado, mas sempre fiz… sempre não, corri já algumas maratonas tal e engraçado que naquele momento eu estava treinando para uma primeira prova de longa distância e para suportar psicologicamente, porque treinar maratona, para quem não conhece, são 42 km correndo, para você suportar o treino físico, isso é relativamente tranquilo, você vai pega um treinador que vai te dando em doses homeopáticas, você vai aumentando, faz um programa de treino, teu corpo aguenta, qualquer corpo aguenta, exceto quem tem algum problema, uma predisposição negativa ou enfim, quem tem alguma limitação, mas o corpo de qualquer ser humano aguenta, a cabeça não, então me preparava psicologicamente usando algumas referências do esporte que eu tinha e a principal delas era o Airton Senna, não o piloto, o legado, o legado Senna, esse era a grande referência que eu tinha no sentido de, usava muito no esporte isso, faça o seu melhor que as coisas acontecem, simplesmente dê o melhor de si e aguarde os resultados, quer dizer, uma linha meio assim e se entregue totalmente e tal, então eu comecei a usar muito aquilo com a equipe, do legado Senna, da atitude, no fundo você pode usar Senna  ou quem você quiser, mas no fundo era isso, a gente vai responder para esses caras com resultado, entendeu? Eu queria, lembro que eu falava para a equipe assim, quero resultado no fim do ano para chegar para esse diretor financeiro e falar tá aqui ó babaca, está entregue, esfregar na cara dele o resultado, isso tenho muito orgulho de contar, a grande vingança nossa foi calar a boca das pessoas com resultado, nunca boicotar a empresa, quer dizer, então naquele momento ali foi acho que uns seis, sete meses de experiência que mudaram até hoje, para sempre, a minha forma de me relacionar com a equipe, então hoje eu vejo como? Eu acho o seguinte: você tem que ter um grupo de pessoas ali e demora para chegar nisso, mas felizmente na traque que eu tenho, porque eu trouxe alguma dessas pessoas comigo, três delas, o que você… o chefe não é você,  o chefe é o Excel, o chefe é o resultado final, você vive o mesmo drama que elas e não tenha muito receio, se você não tiver essa equipe formada desse jeito, se tiver uma pessoa ali que quebra essa energia, troca essa pessoa, até achar, quer dizer, então o critério para mim, primordial talvez, tão importante quanto a competência, é saber se essa pessoa se adapta a esse perfil do tipo, eu não sei qual vai ser o resultado daqui a  três meses, eu só sei que eu vou ter dado tudo de mim quando chegar lá, quer dizer, eu sei que eu vou terminar o trimestre, o semestre ou o ano fazendo tudo o que era possível, sem medir esforços e acreditando muito no resultado até o  fim, esse é o meu jeito de fazer, então legal que isso até depois, esse professor da MBA, um dia eu almocei com ele e contei essa história, ele pediu para eu levar, apresentar numa aula de MBA dele…

Luciano          Grande case.

Cassio            … porque… coisa feita muito com a… é claro que tem toda a parte de competência, de você extrair o máximo das pessoas, mas assim não… plagiando alguém que eu não lembro quem: “não existe… quer dizer… dar o exemplo não é a melhor forma de liderar, é a única”, quer dizer então eu acho que você… a formação nossa tanto em universidade quanto em MBA’s da vida, no quesito liderança ela é muito ruim, quer dizer, você… é como se você tivesse que convencer os outros de uma coisa que você não está convencido, isso não existe.

Luciano          Tem que virar um ator. E você botou um dado interessante ai que é, eu diria que os gringos conseguem fazer isso de uma forma muito melhor que a brasileira e eu acho até que por uma questão cultural que é essa história do olha, tem um sujeito atrapalhando o processo aí, tira o cara fora e a gente lida muito mal com isso porque a gente se afeiçoa às pessoas, a gente vira amigo e não sei o que e na hora de falar tira fora, vou chegar lá e falar, estou te mandando embora, acabou, sempre é uma experiência traumática e para algumas pessoas é traumática, mais para quem toma a atitude do que para quem é mandado embora. Então eu tinha um mote que eu fazia com a minha equipe, a vida inteira eu fiz isso, que eu falava para eles, eu falava olha, legal, a gente se gosta tudo, mas eu não quero ser seu amigo, eu não quero ir na tua casa, eu não quero conhecer tua esposa nem teus filhos, porque talvez um dia eu tenha que te mandar embora e a hora que eu for te mandar embora eu vou sofrer para cacete, então eu não quero, eu não quero e de certa forma isso era um corte complicado, no relacionamento no dia a dia, porque você acaba não expandindo. Eu tenho grandes amigos que eu fiz ao longo da minha carreira, mas mesmo com a equipe que respondia para mim muito próxima, os caras mais próximos de mim, eu nunca consegui ter com eles uma relação fora do trabalho que fosse uma relação de amizade, até para me proteger, se eu tiver que mandar embora um dia, eu não quero mandar embora a tua esposa e teus filhos, quero mandar embora o profissional, então é com ele que eu vou me relacionar e a gente é muito  passional, o brasileiro. Então você pega um cara, em vez de mandar embora põe de lado, muda de área, bota no outro lado lá e o desgraçado vai sacanear, estava sacaneando aqui, vai sacanear lá, então tem muito a ver com essa coisa do brasileiro, eu estou colocando isso aqui mais porque eu me lembrei na hora que você falou, eu lembrei da dor que era cada vez que tinha que tirar alguém do processo. Mas eu gostei dessa tua história porque ela é empírica, você não veio com um balde de teoria na cabeça e falou muito bem, agora eu sou o chefe, vou botar em prática tudo aquilo que eu aprendi na escola, que os meus livros me ensinaram para usar como liderança, não foi assim, você entrou no jogo e aí a hora que o bicho pegou você falou agora eu vou ter que sair e foi sair para um lado, eu tive essa semana jantando com um pessoal e eu vou trazer um deles aqui, um deles é um dono de um restaurante, depois a amiga que estava com a gente contou a história dele, falou que ele era… a família dona de restaurante aquela coisa toda e era um restaurante que nasceu da… a família falou ah, vamos fazer um restaurante, botaram o restaurante de qualquer jeito, então foram aprendendo na porrada, tudo e aquilo e houve uma época que teve um problema sério no restaurante, onde os garçons se juntaram, juntou todo mundo do restaurante e pararam de trabalhar e fizeram uma greve e foi uma baita confusão, foi um negócio terrível, quebrou o pau, foi complicado aquilo e aí ele foi chamado e ele assumiu o restaurante sem ter nenhuma experiência, assumiu o restaurante, conseguiu botar panos quentes e aí, dali para a frente a cada domingo ele chamava dois na sala dele e mandava os dois para a rua, vocês dois, é o seguinte, vocês estão fora. Primeiro domingo botou dois, segundo domingo botou dois, a equipe devia ter uns vinte e tanto, terceiro domingo quem era chamado na sala já ia apavorado até que daquela… e ele foi trocando os caras até que daquela equipe inteira sobraram dois caras só, eram os dois últimos e no domingo ele chamou os dois na sala e os dois entraram já acabrunhados ele falou sabe porque eu chamei vocês dois aqui? E os dois claro, mandar a gente embora, ele falou não, vocês dois vão continuar aqui que é para contar para os outros essa história. E manteve os dois. E aí você escuta aquilo e fala mas isso era um moleque, ele não aprendeu isso na escola, de onde é que ele tirou essa história de fazer esse processo de mudança e deixar dois para contar e ele falou esses dois hoje são dois gerentes de casa que ele tem lá, ficaram com ele até hoje, estão lá há anos e é case interessante porque é um case também empírico, da onde vem isso? Da onde vem essa…. é o desespero que te leva a concluir que… gente vou ter que tomar essa decisão e dá certo.

Cassio            Sabe que eu acho que a gente estuda muito cedo, Luciano, eu acho cruel isso, a gente vai para a escola muito cedo, faz faculdade muito cedo, por isso que estudar como adulto é maravilhoso, porque volta e meia eu estou numa palestra ou num curso que eu vou assistir, ou lendo um livro que eu falo putz, eu já vivenciei isso e aí você aplica aquilo que você está… a teoria de um jeito muito mais maduro, muito mais completo, porque eu acho que esse caso que você está dizendo, quer dizer, lembra um pouco o Jack Wells, mas muito de longe, quer dizer, se o cara um dia fosse ler Jack Wells, falando assim ah pô, você pode trocar as pessoas para aumentar a força da tua equipe, deixar melhor, você aplicaria mais ou menos esse caso que você está contanto, então eu acho que é um desperdício, uma pena o que fazem, mais no Brasil, no mundo todo com o jovem que vê a teoria toda e depois põe na prática, a vida não é assim, você não aprende a andar assim, eu falo inglês porque eu aprendi na escola, na escola de inglês, tudo bem, tive uma experiência quando muito criança eu morei na Nigéria, tinha algum contato com inglês mas só vim aprender mesmo na escola, depois eu fui aprender espanhol, depois de ter ido muitas vezes para a Argentina, ter tido um treinador argentino que falava um portunhol, sabia algumas palavras, falava com muito sotaque argentino, fui estudar espanhol, aí é muito melhor, você fala eu falava esse verbo errado…

Luciano          Sim, você está vivendo aquilo.

Cassio            … quando o cara te fala uma palavra nova ali você fala não, beleza, essa palavra é fácil, então eu entendo que a educação, mais cedo você falou dos professores como intermediários são incríveis, eu concordo com você, que a educação modelo de educação aqui é falido, esse modelo aqui e no mundo, mas de um ponto que você tocou, você falou agora há pouco de putz, as pessoas, quer dizer, você tem um aprendizado ali muito empírico, não vem com aquele caminhão todo de teoria que você é quase obrigado a praticar, eu acho que esse é um ponto que é cultural do brasileiro de ter pena de mandar as pessoas embora, é cultural do brasileiro, mas o brasileiro tem um ponto também além da pena de mandar embora para melhorar a equipe, é claro que eu tenho pena, quando eu tenho que mandar alguém embora, acho que você sempre também vivenciou isso, eu também, eu não durmo direito na noite anterior, assim eu sofro, venho sofrendo dias antes, por mais que seja a decisão correta, você sofre, você pensa na pessoa, não tem como, fala pô, o cara vai ter uma dificuldade daqui para a frente e pô, por mais… até às vezes você nem gosta da pessoa mas você sente por ela e tem um problema no Brasil,  para tudo isso que eu acho que vem da nossa educação lá atrás que é você não olhar nunca o todo, eu acho que esse é o grande defeito da nossa cultura, não sei se é o brasileiro ou se é o latino como um todo e essa diferença que eu sinto quando converso com americano, a gente está aqui falando de qualquer assunto, de equipe, o que o brasileiro tende a pensar? Coitadinho daquele cara, você é muito mau, você não pensa nele, resolva o problema dele, muda ele de área, como você falou, o americano vai pensar, não digo o americano, talvez isso seja até mais do inglês, que por tabela do americano e do australiano fala assim vem cá, ok, eu lamento isso, mas eu tenho que olhar como um todo…

Luciano          Sim, o que é bom para todos.

Cassio            … a minha responsabilidade aqui é a equipe e você, Luciano, que fala muito de política, eu vejo esse traço da cultura muito presente nas discussões políticas, ah vamos fazer, sem entrar no mérito aqui, acho que aqui não teria problema porque a gente vai concordar em 200% o que a gente for falar, mas ah vamos fazer o bolsa não sei o  que, vamos fazer as cotas não sei o que, ok,  você resolve um problema pontualmente de um pequeno grupo de pessoas e você bagunça  toda a estrutura, quer dizer e no final você ainda vai dizer, melhorou, é esse aspecto aqui…

Luciano          Você sabe que isso aconteceu ontem comigo, eu estava com essa discussão interna comigo ontem. Ontem eu recebi uma dica, eu tenho, eu sempre publico no Facebook, eu boto lá um #enquantoisso, #enquantoisso, só para dar uma ideia, eu defendo muito essa questão da liberdade individual e tudo mais. Então no meu Facebook eu faço questão do mesmo jeito que eu dou porrada no governo, no que tiver aí etc e tal, eu também coloco iniciativas individuais que dão muito certo, gente que está fazendo acontecer por iniciativa individual e são posts que fazem um sucesso brutal, boto um ali é mil compartilhamentos, dois mil compartilhamentos, uma coisa maluca aquilo e ontem eu recebi um deles, outro deles, um garoto, filho de pedreiro e doméstica que entrou para medicina e aí a foto do menino numa cidadezinha no interior, no fim do Brasil, a cidade em festa, toda a família em festa porque pô, o moleque é filho do pedreiro, a família toda… Aí você  vê a foto do pessoal tudo e o menininho todo feliz da vida lá porque ele conseguiu entrar na faculdade como um dos dois cotistas, ele fez 730 pontos e conseguiu ser o primeiro colocado, então ele ganhou uma das duas cotas e aí eu olhei para aquilo lá e já botei #enquantoisso aí eu li cota, falei espera um pouquinho, então vamos ver o que está acontecendo aqui, do ponto de vista da conquista do garoto, da família do garoto, da cidade do  garoto, da possibilidade de alguém que não conseguiria jamais entrar numa escola de medicina, isso é uma conquista maravilhosa, é fantástico, aquilo é lindo, é bonito de ver, a gente fica com o olho cheio de lágrima e falando olha o impacto que isso vai fazer e a mudança que isso vai causar,  não nesse moleque, nesse moleque e na família dele e na comunidade dele, isso aqui é fantástico, maravilhoso, devia ter muito mais. Por outro lado alguém deixou de entrar na faculdade lá na frente porque na cota perdeu para o menino, talvez tenha até feito uma pontuação maior que a dele, mas não vai poder entrar porque a vaga dele foi entregue para o menino por causa de uma cota, ou seja, o garoto conseguiu entrar porque era pobre, era sei lá o que ele tinha ali e outro cara não conseguiu, então do mesmo jeito que você tem essa vitória desse pobre garoto, você teve uma derrota de algum outro garoto lá num ponto que não conseguiu entrar embora tivesse a nota maior que a dele aqui e esse entrou por causa da cota, esse aqui não entrou por causa da cota e aí você olha para isso aí e fala muito bem, celebro o que entrou, ou fico triste com aquele que não entrou, ah mas o que entrou é um pobrezinho, chegamos no pobrismo. E o que não entrou, não, o que não entrou tem outra chance, espera aí, quem te garante que esse que não entrou também não é um pobre? E que por ter dois liquidificadores a mais não tem direito à cota, quem foi que disse que esse aqui que é… esse branco pobre perdeu para esse negro pobre porque a cota mandou dar para o negro e não para o branco, então quando eu olhei isso aí, caiu um post, eu ia botar o post eu falei mas e agora? Eu celebro a conquista do garoto ou eu vou contra esse negócio que bagunça o sistema todo que é esse processo da cota que tem aquela história toda da justiça social, podemos ir longe aqui, eu estou colocando isso aqui para reforçar essa tua questão de como  é importante, você tem que olhar o todo, o que é melhor para a sociedade como um todo, eu não tenho dúvida nenhuma que para aquela cidade, para aquela família, para aquele garoto a melhor situação foi a cota, eu não sei se isso é bom para o sistema educacional como um todo.

Cassio            Eu estou muito, estou numa fase, Luciano, como um consultor de empresas, a gente tem a maioria multinacionais, embora muitas empresas pequenas e médias brasileiras, mas eu estou nesse momento estudando muito a questão de métricas, métricas versus indicadores, assim esse caso que você está falando, quer dizer, qual é… eu fico pensando, coincidentemente hoje antes de vir para cá, também uma pessoa, uma amiga inteligentíssima, pensa um pouco diferente de nós no que tange política, mas inteligentíssima, ela é completamente a favor de cotas e ok, pessoa saudável, polêmica e saudável, mas ela colocou o seguinte dado: cresceu 200% o número de negros nas universidades, ok. Então vamos lá, isso é o indicador, o indicador ainda me parece um pouco desenhado para induzir a erro, porque se você quisesse realmente dar o número você ia dizer que subiu de 1 para 3%, ou de 2 para 6, eu não sei, queria ver esse número, porque é fácil…

Luciano          Sim, se você tem um e agora tem 2,  subiu 100%.

Cassio            … exatamente, é isso aí, quer dizer, eu me tornar três vezes mais rico nos próximos 20 anos é fácil. Quero ver o Zuckerberg fazer isso, então porque desse jeito é fácil calcular, é fácil botar o número um percentual grande ali, agora o… então esse número é o indicador, indica que há mais negros, ponto, você simplesmente tem essa informação agora, a métrica, o conjunto de informações e dados que é o que realmente importa, o que a gente quer? A gente quer… todos nós queremos um equilíbrio, uma justiça social presente também nas universidades, você e eu, que tentam pintar que nós que temos essa visão um pouco contrária a cotas, não queremos a justiça social, nós queremos que nós brancos de classe média ou quem for de classe alta…

Luciano          COXINHA… seu COXINHA

Cássio            … coxinhas dominemos a universidade, não, não, a gente quer a mesma coisa, a gente quer exista uma justiça social, um equilíbrio que represente ali o governo… o público…

Luciano          A questão é como chegar lá, sempre é o como chegar lá.

Cassio            … como chegar lá, então essa é a métrica, então isso envolve também você, quer dizer, esse cenário envolve também você ter brancos e negros em equilíbrio na faculdade e sem racismo e sem discriminação racial, esse é um outro componente que as cotas ignoram,  quer dizer, então a partir do momento em que você tem cinco agora, em vez de 3%, dez em vez de dois, ou dez em vez de 4% de negros lá, você resolve um problema e você fomenta outro, muito maior que é o problema do próprio racismo, é o problema da qualidade de ensino enfim, é o problema de você utilizar meios artificiais sinalizando para as minorias ou para os excluídos que esse é o caminho. Então a métrica disso aí, quer dizer, que a métrica é um conjunto de dados e de informações, essa foi para o espaço, essa está perdida para sempre, em troca de um indicador que deveria ser apenas um componente dessa métrica, então é engraçado pensar nisso, quer dizer, quanto mais eu estudo meios e fins, mensuração de resultados olhando sempre meios e fins, mais fácil fica aplicar isso a qualquer situação na vida, bom, você quer que a sua empresa cresça, o que é crescer? Não, é faturar mais, eu faço muito esse exercício com clientes, só isso? Significa então que você pode, por exemplo, deixar de lado a qualidade do que você entrega, abrir mão, entregar um produto de fácil venda com baixíssimo valor agregado, estourar de faturamento num mês, num ano, bater aquela meta e comprometer o resto da história? Muitas empresas fazem isso, te conduz para um caminho fácil, quer dizer isso é um indicador…

Luciano          E orgulhosamente diz que aumentei o meu faturamento.

Cassio            … aumentou…

Luciano          Aumentou, aumentou, aumentou, mas a custa de?

Cassio            … de vender o teu futuro e o futuro não estou falando aqui a trinta, quarenta anos, o futuro agora, o futuro próximo, a gente vê empresas fazendo isso, trocando um ano, um trimestre às vezes de resultado por uma década de problemas, de perda de posicionamento, perda de força da marca…

Luciano          Reputação e tudo mais.

Cassio            … reputação, então destruir é muito rápido, muito fácil e a gente vê agora agências que cresceram, agências de publicidade, já que a gente falou delas, uma agência de um grande amigo que vinha bem, fez campanhas homéricas e foi crescendo, crescendo, crescendo, brigando por prêmios, tem um diretor na cadeia, quer dizer, foi solto esses dias, vou bom… esse assunto é público eu posso falar o nome aqui, a Borghi Lowe, o Zé Borghi que é um dos fundadores, é um amigo, pô por um envolvimento em contratos fraudulentos com a Caixa tal, quer dizer, crescer a troco de que? Quer dizer, acabou, a gente está aqui….

Luciano          É, ainda mais com isso na frente da gente ai, um dos maiores cases de sucesso do mercado financeiro brasileiro, onde o presidente vai para, presidente não, não era presidente, mas o dono vai para a cadeia e aquilo desmancha de uma hora para a outra.

Cassio            Cresceu, naquele período cresceu, faturou, quer dizer, cresceu não, faturou mais, mas e o crescimento? E o que vem tudo em volta?

Luciano          Esse tema de métricas e indicadores é fascinante.

Cassio            Ele é fascinante.

Luciano          Acho que eu vou ter que te trazer de volta.

Cassio            Pois é, deixa eu ganhar mais corrida com isso.

Luciano          Vamos lá, legal Cassio, a gente já está chegando no final aqui, eu vou só… para vocês entenderem a Tracto, que é a empresa do Cassio, uma empresa que cuida dessa questão toda do, ele tem uma preocupação com a inteligência por trás dessa questão do content marketing e tem muito conteúdo do material deles, eles tem uma newsletter muito legal, tem um podcast muito legal…

Cassio            Obrigado.

Luciano          … para quem está interessado em conhecer esses meandros, saber como é que funciona eu recomendo grandemente que acessem, bota o teu e-mail lá, faça contato com eles lá porque vem um material de altíssimo nível, por favor, o merchand está feito, você dê os endereços agora para o pessoal chegar até você.

Cassio            Tá bom, é tracto.com.br,  a gente tem no próprio site tem todos os links no menu para podcast, para  receber a newsletter, a gente tem um aviso quando você se inscreve para receber um material nosso ali, baixar uma pesquisa, a gente avisa, a gente não vai ficar te bombardeando de e-mail depois não, pode por e-mail tranquilo ai.

Luciano          Sim, não tem inbaound, não tem outbound, não tem inbaund.

Cassio            A gente tem um opte, quer receber newsletter sim, quer receber e-mail, marketing com oferta comercial não, então é tracto.com.br e lá tem todos os caminhos para isso, é um conteúdo que a gente faz, que a gente já reinventou várias vezes o conteúdo, hoje ele é muito focado em formações, são textos sempre mais curtos, objetivos com alguma informação, algum dado interessante relacionado a content marketing, que a gente publica uns dois ou três por semana.

Luciano          É muito legal, eu leio, eu escuto o podcast tudo e recomendo a vocês que vão lá conhecer. Grande Cassio, muito obrigado pela presença no LíderCast e não vai ser  só essa não, a gente vai ter que fazer uma bagunça, eu quero trazer você e o teu companheiro lá,  o André?

Cassio            O André Rossi.

Luciano          Botar os dois aqui, a gente fazer uma rodada aqui de…

Cassio            Bom, vamos deixa combinado então de gravar um podcast de content marketing Brasil aqui.

Luciano          Está feito já.

Cassio            Combinado.

Luciano          Está combinado já.

Cassio            Mas obrigado pelo convite, Luciano.

Luciano          Um abraço.

 

                                                                                   Transcrição: Mari Camargo