Jô de Souza por ela mesma
Nasci no dia 5 de dezembro de 1965.
Meu berço não era muito musical, mas eu nasci com alma de músico, com uma percepção musical das coisas.
Sou do interior de São Paulo (Araraquara), e pude exercer essa musicalidade natural, no tempo mais “aproveitado” que a gente tem fora das grandes cidades.
Tempo de ouvir música com os primeiros amigos músicos e de gostar de jazz lentamente, deixando o sopro de Coltrane, George Adams, Billie Holiday, Miles Davis entrar na minha alma junto com Orlando Silva (que meu pai adorava), Elis Regina, Milton Nascimento e tantos outros.
O piano chegou em casa quando eu tinha uns dois anos, portanto a minha primeira memória do instrumento é de um encantamento que permanece até hoje. Tive minhas primeiras lições musicais com uma professora aos 7 anos e depois entrei no Conservatório Musical Maestro José Tescari, em Araraquara, onde concluí o curso de 9 anos.
Naquele tempo a música já era a coisa mais importante da minha vida e tudo que eu queria era ser cantora. Antes de terminar o colegial, eu já vinha pra São Paulo uma vez por semana pra ter aulas de técnica vocal com o tenor Luiz Tenaglia. Participei de vários festivais no interior, sempre cantando.
Quando chegou a hora de fazer faculdade, já queria mais gente, outras histórias. Deixei o piano um pouco de lado e fui pra São Paulo cursar cinema na FAAP, mas sempre com a cabeça no canto. Tive outros professores de voz: Nancy Miranda, Madalena Bernardes e Maúde Salazar. Acabando a faculdade, fui trabalhar como vocalista. Então cantei com cantor espanhol (Manolo Otero), cantor sertanejo (Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano), cantor de samba, rock, funk e soul e assim foi.
Quando o piano me chamou de volta, tive aulas do instrumento e de harmonia com o mestre Gogô, que me apresentou um universo harmônico, e com Armando Ferrante, que me deu muita lição de casa pra ficar com os dedos em dia. Hoje eu penso que mixando isso tudo ficou um grande interesse pela palavra cantada, pela importância do discurso e como ele vem apresentado; do cinema eu trouxe a preocupação em contar histórias, em roteirizar.
Com o Tuco, já há muito tempo, vou construindo nossa história musical, mesclando as nossas influências, procurando nos bastar em todos os sentidos, achando no outro o complemento – eu sou fogo e terra, e ele é ar e água, então eu acendo e ele espalha. Juntos temos um filho lindo, que se chama Tom.
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