Café Brasil 237 – Grana

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Bom dia, boa tarde, boa noite! Dinheiro, pra que dinheiro? Se ela não me dá bola… dinheiro… o mundo gira em torno dele. E eu não acho que isso seja necessariamente ruim. O problema é quando tudo se resume a só dinheiro. É sobre as pressões para ganhar dinheiro que vamos falar no programa de hoje.

Pra começar, uma frase de um anônimo:

Administrar dinheiro é fácil. Difícil é administrar a falta dele.

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E o premio da semana, um exemplar de meu livro NÓIS…QUI INVERTEMO AS COISA, vai para,..para… o Fabrício, lá de Bento Gonçalves, que escreveu um baita email em torno da qual este programa será montado.

Olá Luciano. Como não sei ser muito objetivo quando quero falar de verdade, escrevi demais. Mas é um comentário sobre os teus podcasts.

Eu estava ouvindo o teu podcast (ouvinte de podcast) minutos atrás e, dessa vez, não consegui segurar. Vou ter que te escrever um comentário. Finalmente.

Primeiro um detalhe importante: sou ouvinte de um podcast: O teu. Nenhum outro. Eu não sou tão fã assim deste tipo atividade. Normalmente, quando estou no pc, estou com a atenção dedicada a outras coisas. E não gosto de ouvir teus programas sem dar atenção. Não tem graça assim. Ouço o teu porque algum dia recebi um mail ou acabei achando na internet em alguma pesquisa, e acabei virando um fã.  (…) Não sou amador mesmo e não quero que o teu podcast assim o seja. Portanto, se posso te ajudar, hoje vai ser te dizendo que deste lado da internet aqui, em Bento Gonçalves, RS, existe um ouvinte do jeito que tu descreveste. Aquele que quer coisas boas, que não é burro, que acha que pensa um pouco e tem raciocínio crítico sobre quase tudo. Acho que os teus podcasts são um pouco assim, sempre querendo se posicionar, sempre querendo ter opinião sobre tudo. Eu sou assim. E o teu trabalho me ajuda a ter opiniões.”

Muito bem! O Fabricio ganhou o livro porque escreveu comentando o programa! E você? Ah, ouve no Itunes é? Pô, meu, comenta lá! Eu sei que é um saco, tem que ir na loja do Itunes, aquele negócio todo da Apple, é chato, mas vale a pena. Ajuda a provar que nós temos ouvintes com inteligência.

Mas o email do Fabricio é muuuito maior e toca num assunto delicadíssimo. Vou continuar a leitura agora, já como parte do tema deste programa.

Quero te comentar algo sobre a questão do patrocínio, que tem tudo a ver com a observação anterior, do meu gosto em ouvir teus programas. Eu sinto que no teu podcast existe uma preocupação com a continuidade, com a sustentabilidade. Daí a necessidade dos patrocinadores. Entendo. Quero que tu continues realizando este trabalho. Mas eu gostaria de saber qual a atitude que tu terás por exemplo, um dia, na hora de elaborar mais um texto ou roteiro de podcast, caso a grande notícia da semana, do mês, no Brasil, seja a divulgação de relatórios, informações, ou quaisquer outra notícia que informe que o Itaú é uma corporação que não merece apoio de ninguém devido aos seus crimes contra outros seres. Eu não gostaria de estar vinculado a uma instituição assim, em um momento desses. Tu já pensaste nisso? Tenho certeza que sim, mas não sei como tu te posicionarias em um momento desses.

Aliás, sempre que tu começas os programas, avisando do patrocínio de um banco, que é um dos tipos de organização que mais odeio, e que certamente é um dos maiores problemas sociais mundiais, fico na dúvida, mesmo que por uma fração de segundo, se devo ou não continuar ouvindo. Eu lembro de outros programas em que tu comentaste sobre a empresa de telefonia, sobre o cliente bom e ruim, sobre atendimento, sobre confiança, sobre promessas que não são cumpridas, sobre criação de expectativas, sobre política. E sempre lembro do teu patrocinador nestes momentos. E tu sabes que não lembro do Itaú achando que eles são diferentes dos outros bancos, ou dos outros planos de saúde, das outras seguradoras, das outras operadoras de celular ou internet. Tu sabes bem do que estou falando. Não existe banco BOM.

O teu ouvinte em geral, se for parecido comigo, se preocupa com o que ele pode ou não confiar. Eu não me importo em ouvir uma opinião tua que seja contrária à minha. Aliás, estas devem ser as que mais gosto de ouvir, pois me trazem coisas novas para refletir. E de algumas, tiros ensinamentos e evolução pessoal. Eu não tenho acesso a todas as informações que tu tens. Aliás, tenho 34 anos. Sou mais jovem que tu. Tenho menos experiência de vida e não posso julgar tuas preferências. Mas posso questionar e duvidar da tua imparcialidade, da tua honestidade com os teus ouvintes. Recebendo o patrocínio de um banco, te considero, mesmo que um pouco, irmão da Globo. Me parece incoerente falar mal de uma operadora de celular e ser patrocinado por um banco.
Entende o que digo? Estou sendo franco contigo. Quero realmente te ajudar. Porque acredito que tu mereças essa ajuda. Porque acredito que apesar de tu teres passado grande parte da tua vida a frente de grandes corporações, em cargos de liderança, provavelmente na maior parte do tempo te dedicando quase exclusivamente aos interesses corporativos (talvez pouco éticos) destas organizações, acho que algo dentro de ti é legítimamente humano e que quer fazer não só o bem, mas o certo. É com esse Luciano ético que estou falando. E, obviamente, com todos os teus colegas que dentro de si também são seres humanos éticos. Sei que a tua equipe também é muito competente. Parabéns a eles também.

Dinheiro 

Eu vou trabalhar pra ganhar muito dinheiro
Vou enriquecer até ficar blasé
Então posso descansar
Logo aos trinta eu vou ter muita grana pra curtir
tantos seios, tanta aventura, whisky, confusão,
Então o que tu vai falar?
Quando eu chegava na tua casa
nem jantar, nem carinho
Você morria de vergonha das minhas roupas e do meu fusca
E agora meu bem, eu vou na sua rua passar com meu fusca,
o casaco de couro bordado de ouro,
minhas três namoradas, minha alma lavada
Paris ! Europa ! Chile !Argentina !
Girafas ! Caribe ! Charutos !
Hula – Hula ! Baralho ! Loiras !
Piscina na cobertura !
Massagem, passagem, uma bela paisagem !
Ah, você só vai olhar !
Eu vou trabalhar pra ganhar muito dinheiro
Vou enriquecer até ficar blasé
Então o que tu vai falar ?

Opa! Que tal isso? Sabe o que você está ouvindo? É o MULA MANCA E A FABULOSA FIGURA, diretamente de Recife, cantando DINHEIRO, que está no CD Amor e Pastel, de 2007. O nome do grupo, que se define como uma ilimitada comunidade de música, arte e afeto, saiu do romance Dom Quixote de Miguel de Cervantes, pode? MULA MANCA E A FABULOSA FIGURA sabe onde? No Café Brasil!

Voltando ao texto do Fabricio.

A minha opinião a respeito do teu trabalho é formada todos os dias. Sempre que ouço ou que lembro do teu nome, formo essa opinião. E no dia em que desconfiar que tu deixaste de ser imparcial, que deixaste de contar, ou divulgar ou criticar algo por que fere os interesses de um banco (por exemplo), neste dia tu perderás um fã. Pelo menos um. E esse tipo de perda se espalha como um câncer. Neste dia a tua platéia será alterada. Passará a não ser mais formada por pessoas que pensam, que também são formadoras de opinião. Passará a ser formada por um tipo de energia que chamo de gado. E pelo que conheço de ti, caso isso um dia aconteça, não terá mais sentido em tu continuares fazendo teus programas.

Sendo assim, fico realmente curioso em saber como tu te posicionas em relação a isso que te comentei. Fico curioso em saber se tu continuarás querendo um público que pensa e que certamente te cobrará sempre uma postura ética, ou se em algum momento tu preferirás um público menos pensante, menos crítico, mas que possa te dar números, grana, como tu mesmo comentaste. Eu gostaria de saber disso logo para saber desde já como me posicionar a respeito. Como não estou te enxergando, nem vendo o teu processo crítico, ético e criativo, nunca saberei ao certo quão ético é o teu trabalho em relação ao que tu escreves. Portanto, tenho que confiar em ti até que prove o contrário. Mas algumas atitudes (talvez não tão simples) possam ajudar a continuar mantendo essa relação de confiança. Por exemplo, trocando um patrocinador Banco por um patrocinador Ong, ou um Greenpeace, ou patrocinadores anônimos, por exemplo, como aqueles que ajudam instituições de caridade, ou uma SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira). Já pensaste se talvez o teu público não é menor do que poderia ser, já hoje, por causa do nome do teu patrocinador? Já pensou quanto tu já não estás perdendo hoje, cada vez que tu anuncias, já no início do teu programa, quem paga as contas, portanto, quem manda? Eu pensaria.

Que tu me dizes disso? Posso confiar em ti?

Ainda estou confiando. Mas agora que te falei o que penso, acho que mesmo involuntariamente, vou desejar e talvez cobrar de ti, uma postura diferenciada. Espero não me tornar exigente demais em relação ao teu trabalho, para continuar ouvindo os teus programas. Mas espero também que tu continues evoluindo, como tu também desejas e cobras de quem te ouve. Grande e forte abraço.

Me dá um dinheiro ai 

Ei, você aí!
Me dá um dinheiro aí!
Me dá um dinheiro aí!

Não vai dar?
Não vai dar não?
Você vai ver a grande confusão
Que eu vou fazer bebendo até cair
Me dá me dá me dá, ô!
Me dá um dinheiro aí!

E aqui o Moacyr Franco em 1959, com o clássico ME DÁ UM DINHEIRO AÍ, de Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco Ferreira. Essa música foi composta para um quadro do humorístico A PRAÇA DA ALEGRIA que era apresentado pela TV Rio, onde Moacyr Franco fazia papel de um mendigo que dizia “me dá um dinheiro aí”. Foi o maior sucesso no carnaval de 1960…até hoje, né?

Putz…que cobrança, hein? Mas um email como esse me faz feliz. Ninguém senta diante de um computador para escrever um texto desse tamanho, cuidadoso e sincero, se não estiver profundamente comprometido com o assunto sobre o qual vai opinar. Ou seja, considero o email do Fabricio uma declaração de amor ao café Brasil Obrigado Fabrício pelo tempo investido e pela provocação.

Meu dinheiro não é borracha 

Meu dinheiro não é borracha
Por isso eu não posso esticar
Se eu empresto ninguém me paga
Se tomo emprestado não posso pagar.
Ai ai ai
Essa vida não passa de uma corda bamba
Se tu corres o bicho te pega
Se ficas parado o bicho te apanha
Se tu queres casar comigo, maninha
Vamos pra igreja
Só não posso fazer festa em casa
Pra não aumentar essa minha despesa
A festa de casamento, maninha
Não vai ter orquestra
Vou chamar o Zé sanfoneiro
Que vai animar nossa noite de festa
Ai ai ai
Essa vida não passa de uma corda bamba
Se tu corres o bicho te pega
Se ficas parado o bicho te apanha

Rarara…que tal Emilinha Borba com MEU DINHEIRO NÃO É BORRACHA, de Aluísio Silva e Dell Rosso? Meu dinheiro não é borracha, por isso não posso esticar…pois é…

Fabricio, ao som de NOVA ILUSÃO, de Claudionor Cruz e Pedro Caetano com a menor orquestra do mundo: Zé da Velha ao trombone e Silvério Pontes no trompete, deixe-me contar uma história verídica para ilustrar esse tema.

Cerca de três anos atrás – eu conheci um deputado que me pareceu bastante honesto. Em determinado momento eu perguntei porque ele não denunciava as histórias cabeludas que todos sabemos que acontecem dentro do congresso, dando nomes aos bois e ele respondeu assim: Luciano, é muito fácil eu pegar o microfone e denunciar as falcatruas e acusar os responsáveis. Armar um escândalo, botar fogo no circo. Mas quando eu fizer isso terei decretado minha sentença: nunca mais conseguirei aprovar um só projeto. O grande dilema é exatamente esse: até onde eu posso chegar nas concessões sem ferir os meus valores?

O deputado estava sendo pragmático: atacar o sistema de frente é sentença de morte. É preferível estar dentro dele combatendo-o. Um italiano já tratou desse tema de forma brilhante – eu diria até maquiavélica. O nome dele era Antonio Gramsci.

Fabrício: se eu tivesse 30 anos de idade, talvez eu ainda pensasse como você que usa a estratégia que eu chamo de fogo. Você não concorda? Bota fogo. Põe fogo no circo, meu! Destrói! Briga! Xinga!

Mas cara! Aos 54 anos eu aprendi que a estratégia da água é mais eficiente. Chegar e mansinho, ocupar os espaços, contornar os obstáculos e ocupar a forma do recipiente. Eu já fui fogo um dia, todo jovem é fogo. Quer a mudança, não tem paciência, vai à rua, defende suas idéias com vigor e se preciso, com violência. E às vezes, obtém uma vitória. Que quase nunca é sustentável.

E tem ainda, tem um problema mais grave. O inimigo percebe o fogo só de sentir o calor, só de cheirar a fumaça. E o pior: quem controla o vento, controla a direção do fogo.

Eu prefiro trabalhar como a água, Entrar no sistema e ocupar espaço. Aos poucos. O inimigo só percebe quando bate na bunda.

Esse é o grande dilema ético que envolve aquilo que – na imprensa – chamamos da relação entre Igreja e Estado: a difícil convivência entre os departamentos comercial e a redação. O comercial querendo proteger os anunciantes e a redação querendo liberdade para criticar sem amarras. Mais uma vez nas rádios onde faço comentários. Mais de uma vez recebi uma sugestão delicada de não bater nesta ou naquela empresa para evitar as saias justas. Sabe o que eu fiz? Parei de bater nesta ou naquela empresa e continuei tratando de outros temas. Não julguei que isso feriu minha integridade, apenas entendi a instrução como sendo uma das regras do jogo. Se para permanecer no ar na rádio eu tenho que obedecer as regras, vou fazê-lo. Como a água que contorna os obstáculos. A alternativa é provocar um incêndio e sair do ar, o que é muito bonito, mas não é inteligente.

No caso do Café Brasil a coisa é mais crítica, pois sou a última instância, quem decide o que vai ao ar. E tenho realmente a preocupação com as amarras que um patrocinador há de trazer. Mas essa é a regra do jogo: se eu quero jogar eu tenho que obedecer.

Com dinheiro tudo bem

Olha aí
Com dinheiro tudo bem sem dinheiro tudo mal
O dinheiro nesta vida é peça fundamental

Quando eu estou com dinheiro
Sou o melhor homem do mundo
Mas se eu não tenho trocado
Não presto sou vagabundo

E com dinheiro tudo bem sem dinheiro tudo mal
O dinheiro nesta vida é peça fundamental

Com dinheiro eu sou um grande sujeito
Ninguém vê nenhum defeito, eu sou gente sim senhor
Sem dinheiro tô distante, não sou nada
Sou figura apagada, objeto sem valor

Mas com dinheiro tudo bem sem dinheiro tudo mal
O dinheiro nesta vida é peça fundamental

Com dinheiro sou um cara esclarecido
Sempre sou bem recebido em todo lugar que vou
Sem dinheiro sou humano e farrapo
Só conheço um maltrato, resta o que o mundo deixou

Mas com dinheiro tudo bem sem dinheiro tudo mal
O dinheiro nesta vida é peça fundamental

Com dinheiro sou bonito sou gostoso
Sou jovem sou carinhoso todas querem me ganhar
Sem dinheiro sou um velho sem vergonha
Só quero garota nova não conheço meu lugar

Mas com dinheiro tudo bem sem dinheiro tudo mal

Rararar…o Bezerra da Silva era genial. Aqui você ouve COM DINHEIRO TUDO BEM… eu também me sinto assim…quando to com dinheiro sou tratado como o melhor homem do mundo, mas se não tenho um trocado, não presto, sou vagabundo.

Pois bem… Cabe a mim definir até onde posso chegar nas concessões sem ferir meus valores e convicções. E principalmente – sem desrespeitar meus ouvintes.

Minha primeira preocupação é manter o Café Brasil no ar. Mas não a qualquer custo. Se a sobrevivência do Café Brasil depender de evitar tocar em alguns temas delicados, por conta de interesses de patrocinadores, deixarei de tocar nesses temas delicados. Ou tocarei nesses temas de forma indireta. E isso eu sei fazer muito bem… Uma coisa que os ouvintes mais perspicazes do Café Brasil já sacaram é que não existe nada por acaso neste programa. Do título à vinheta, passando pelas músicas, pela entonação e até mesmo pela sequência com que os assuntos são montados, tudo é feito para transmitir uma mensagem. E com esse recurso – que já usei várias vezes – posso tratar indiretamente de temas espinhosos. Posso até mesmo criticar elogiando…

E tem mais, cara. No último levantamento que eu fiz, eu encontrei 1.325.426 temas para serem trabalhados aqui no Café Brasil. Se eu n ao puder tratar de um, eu tenho ainda 1.32.425 outros pra me divertir.

Mas uma coisa precisa ficar clara: deixar de fazer uma crítica direta ou de tocar num determinado assunto é muito diferente de sair em defesa daquilo em que não acredito. Deixe-me repetir: não criticar é diferente de defender.

Se um dia eu começar a defender aquilo em que não acredito – aí sim este programa terá perdido o sentido, pois passarei a desempenhar o que chamo de estelionato intelectual: enganar o ouvinte. E aí, meu caro não terei mais razão – nem mesmo legitimidade – para continuar com o Café Brasil no ar.

Quais são as alternativas? Bem, a mais óbvia é não depender de patrocinadores. Viver de assinaturas, assim a independência estará preservada. Faço todos os dias os cálculos para entender se essa opção é factível. Uma coisa é inevitável: no momento em que eu anunciar que para ouvir este programa o interessado terá que pagar – qualquer valor que seja, só restarão de 1 a 3% dos ouvintes atuais. Uma base pequena demais para gerar os valores necessários à manutenção do programa.

Vários ouvintes sugeriram seguir um outro caminho, o caminho da Wikipedia: pedir doações voluntárias. Mas não acredito que esse modelo seja sustentável. Pô, se tenho que ficar pedindo pra turma mandar um comentário – que é de graça – imagine pedir dinheiro… além disso eu acho um horror virar um daqueles pastores televisivos que ficam pedindo pra depositar naquela conta “em nome de Jesus”…

Fabricio, a proposta inicial da “despocotização do Brasil” também é  transformar um público menos pensante, menos crítico, mas que possa me dar números, num público que pensa e que certamente me cobrará sempre uma postura ética.

Sou profundamente grato aos patrocinadores que até o momento acreditaram na proposta do Café Brasil. Eu tenho o maior carinho como os meus ouvintes e só trago ao ar, aquilo que me dá prazer. Aquilo em que eu acredito.  E acredito que nós que produzimos e vocês que ouvem os podcasts estamos construindo algo novo. Aprendendo no dia a dia e certamente muitas faíscas hão de sair.

Talvez eu bata de frente com as convicções de muitos ouvintes, mas dificilmente estarei indo contra seus valores. Queremos o melhor para nosso país e vamos manter a vigilância constante. Alguns com fogo. Eu com água.

Grana

O que é que você vai fazer com toda essa grana
Você vai ficar sozinho
O que é que você vai fazer com toda essa grana
Quanto te faltar carinho
Você pode ir pra onde quiser
Natal, Berlim, ou Nova Guiné
Mas se você virar boy e for embora
Você não é nada mais que um zé mané

E é assim, ao som de GRANA, com o Edvaldo Santana, que já toquei por aqui, que o Café Brasil que tratou da pressão do dinheiro vai saindo de mansinho.

O assunto é denso, eu sei e já me deu aqui uma idéia de fazer um programa especial a respeito. Pode esperar. Você tem alguma idéia? É sobrinho do Eike Batista? É presidente de uma grande empresa? Mande sugestões pra gente monetizar os podcasts brasileiros.

Com Lalá Moreira duro na técnica, Ciça Camargo, duríssima na produção e eu, Luciano Pires, sem saber de onde tirar dinheiro na direção e apresentação.

Estiveram conosco Mula Manca e a fabulosa figura, Moacyr Franco, Zé da Velha e Silveiro Pontes, Bezerra da Silva, Emilinha Borba e Edvaldo Santana e claro, o Fabrício.

Gostou? Quer mais? Visite www.portalcafebrasil.com.br e cadastre-se em nossa comunidade. Mas ó: dinheir não tem, viu?

Pra terminar, uma frase de um dos grandes filósofos brasileiros de todos os tempos: o ex-presidente do Esporte Clube Corinthians Paulista, Vicente Matheus:

Quem entra na chuva é pra se queimar.

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