O início de um novo ano chegou e no período de festas vivenciamos uma legião de expectativas que nos consomem. Quem não sonha com um futuro melhor e diferente? Do presente de natal, como vai ser a ceia, se vamos ter um momento animado, como vai ser o amigo secreto e a abertura dos presente, o que cada um vai ganhar. Na sequência em menos de uma semana vem a virada de ano, a retrospectiva do mal vivido, e a previsão do que vai ser a nova vida; criamos metas, planos, promessas; prometemos parar com vícios; que vamos cuidar melhor da saúde, da educação, que vamos viver melhor de formas alternativas. Tudo isto é muito bonito, mas como qualquer outro tipo de promessa perdura no máximo dois dias. A famosa amnésia dos políticos…
Expectativas e promessas andam juntas. A expectativa é o futurismo, o amanhã, o querer entender o depois pra imaginar se existe uma leve segurança, é prever, tentar aprisionar a intuição, é olhar no horizonte atrás de nuvens de chuva ou perceber se o dia vai ser ensolarado. A promessa é irmã inseparável da expectativa. Como o não sei que anuncia o inconsciente, as defesas da psique, prometer é apenas a verborragia que cobre um vazio. É o patético ato de falar para não ter de agir. Prometer não é um contrato, tampouco uma jura. Prometer não chega a ser a mentira deslavada, em alguns casos, mas a promessa muitas vezes recorre a amnésia de curto prazo, por não ser estrutural, recai nos descartes e o próprio individuo não a leva a sério. Um bom exemplo foram as promessas de campanha feitas na corrida eleitoral há dois meses… o que mesmo é que foi prometido? Que trabalhadores não teriam direitos revogados, que o atual governo não iria promover ajustes com o arrocho para a população, que não teríamos aumento de impostos… tudo que foi criticado no discurso da oposição agora é aplicado pela esquerda neo liberal. Os discursos foram promessas vazias, mentiras e omissão. Que tal a falta de reajuste na Receita Federal?
Quem vive de expectativas é frustrado, se torna melancólico, naturalmente triste, inseguro e sem fé. Viver de futuro é não encarar o dia a dia, o trabalho, é manter acesa a chama de uma ilusão que não se constitui. Várias pessoas com imensa imaturidade que não conseguem produzir vivem de futurologia, de previsão e pouca ou rara ação. Não fazem hoje por que seu amanhã é incerto, um traço de Senex em uma estrutura Pueril. E isto é vivenciado coletivamente neste período de fim de ano. Algumas pessoas estendendo isto por toda a vida. Pra que o esforço se amanhã posso ganhar na loteria? É um marcante traço de uma personalidade imatura. Igualzinho a educação e o pré sal da Petrobras. Senta e espera! Para não necessitar prometer e ou viver de expectativas faça um planejamento pra sua vida para curto, médio e longo prazo. Faça isto com coisas palpáveis, claras objetivas, reais com pé no chão. Funciona bem se você for maleável e sincero com sua própria vida, se tiver um pouco de dedicação e persistência. Que tal levar sua própria vida a sério?
