E Marx tinha razão…

Karl Marx (um dia se provará antepassado de Groucho), era um comediante não intencionado. Legou toda uma horda de comediantes sem graça, mas também algumas coisas aproveitáveis, como a frase sobre a História se repetir; uma vez como tragédia, e outra como farsa (trecho de O 18 Brumário de Luís Bonaparte). Se não conhecia o Brasil, ao menos deveria prever o espírito de seus seguidores – ele mesmo um parasita, abastecido pela mesada de Friedrich Engels (dizem não ser a única coisa que o outro alemão lhe fornecia), sem trabalhar e morando com todo o conforto em Londres, cidade que lhe serviu de palco, durante a revolução industrial, para estúpidas teses como a mais-valia e outras demências.

Eis que chega a hora de outra farsa. A nossa.

Até o mais avesso à História do Brasil já ouviu falar do grande Osvaldo Cruz, saneador do Rio de Janeiro (então capital federal) e de outras importantes cidades portuárias, como Santos. Não foi uma tarefa simples; em 1903, o presidente da República Rodrigues Alves deu-lhe carta branca para afastar a praga da Febre Amarela. Custasse o que custasse. Basicamente, limpando as cidades dos focos do mosquito transmissor. Mas a situação era pavorosa; a doença se alastrara, e as mortes multiplicavam-se. Navios estrangeiros evitavam nossos portos, apavorados com a peste.

Pra piorar a situ de Cruz, o povo se pelava de medo da vacina; mesmo sem whatsApp, os boatos cresciam exponencialmente à moda antiga, de boca em boca, por sobre os muros vizinhos, nas conversas de comadres: Quem fosse inoculado sofreria uma série de doenças, poderia até morrer. Enfim, nada muito diferente dos hoaxes atuais (e tem cada um… taspariu, como brasileiro é crédulo). A revolta foi tão grave, tão profunda, que o Exército foi chamado a conter a população insurgente, contrária à vacinação obrigatória (a charge da época, acima, é autoexplicativa); foi a Revolta da Vacina, em 1904. A ciência venceu a parada e, resolvida a pinimba, tá tranquilo, tá favorável, Cruz continuou seu trabalho em vastas regiões amazônicas. Pegou firme e pesado até 1909.

Os ingratos (e ignorantes) brasileiros quase levaram Cruz ao túmulo. Porém, o corajoso cientista não cedeu às pressões e boçalidades reinantes; venceu a Febre Amarela (e outras doenças), livrando o povo da praga, instituindo a vacinação obrigatória, fundando institutos de pesquisa e fábricas de vacinas. De quebra, recolocou o Brasil na rota da marinha mercante e no comércio mundial. Hoje, esse paulista é reconhecido como um dos grandes vultos da Pátria. Um herói de fato, admirado internacionalmente pelo trabalho magistral.

O nome do vetor, do transmissor da febre amarela, combatido por Cruz 110 anos atrás, é nosso conhecido: Mosquito Aedes Aegypti.

Pois é. O mosquito fragorosamente derrotado há mais de um século, à base de tecnologia primária – alicerçada com muito empenho, tenacidade, trabalho duro, honestidade – é o mesmo que hoje Dilma chama de “mosquita”. Bom, pra quem diz “presidenta”, nada a estranhar. Mas olha o Aedes de novo aí geeeeeente… mais de 100 anos passados, trazendo Zika, Dengue e baratos afins.

Marx estava certo (só nisso): A História se repete, e a farsa está aí, pra quem quiser ver (lulistas e milicianos-mortadela são imunes à razão). Dilma quer combater a “mosquita” com discurso, com palavrório. Fala em “guerra”, em união de brasileiros, como lemas de coesão. Coisa babaca, ridícula, anacrônica, calhorda, com cheiro do mesmo bolor dos anos em que abraçava o terrorismo em nome da cubanização do Brasil. A única coisa que essa sujeita quer é permanecer no poder, não importando o preço (literal ou não). E assim segue a coisa, com muito discurso e nenhum resultado. Enquanto isso, povo doente, hospitais lotados, sofrimento no varejo e no atacado. E nenhuma esperança racional.

Novamente citando Marx (ao contrário) e seu 18 Brumário, só uma Revolução pode salvar a Banânia, que desce a ladeira sem freios, na maior recessão dos últimos 25 anos e na maior demência dos últimos 100; mas uma Revolução Industrial, óbvio, tal e qual a da Inglaterra nos séculos XVIII e XIX. Porque o que essa gentinha denomina “revolução” só traz desemprego, miséria, picaretas cubanos, doença, desespero, falência, fome, corrupção, ódio, mentira, conversa mole. E Aedes. Como tragédia e como farsa.