Cala a boca, Magdo!

Quem não se lembra do “Cala a boca, Magda”, repetido por Caco Antibes no Sai de Baixo? Magda, sua esposa, era de uma estupidez oceânica, e o bordão era gritado a cada asneira dita pela bela personagem, interpretada por Marisa Orth.

O bordão ficou famoso, bastante usado pelo povo quando alguém exagerava nas besteiras. Mas, em época de globalização, é necessário atualizar a frase, que é de 1996. Nos tempos atuais, se seis meses são uma eternidade, avaliem 21 anos! E, por outro lado, Português não é exatamente a língua da modernidade; o Inglês sempre ocupará essa posição, por mais que um ou outro ingênuo acredite realmente que o tal Esperanto tem algum futuro. Enfim…

Bom, vamos atualizar o bordão, essa forma de humor tão brasileira, difundida por Chico Anysio, Paulo Silvino, Costinha, Ronald Golias e aquele – que já foi engraçado – Jô Soares, hoje encarnando um de seus próprios bordões, muy amigo…

                        Então, de agora em diante, gritemos “Shut up, Geoffrey!”

                        Mas quem é essa figura, que pretende ocupar o lugar de Magda, sem as longas e belas pernas? Geoffrey Robertson é um advogado australiano, muito conhecido no mundo jurídico internacional por defender os “direitos humanos”, mas sempre a peso de ouro. Até aí, tudo bem.

O problema é que Geoffrey quer ser levado a sério, apesar de suas asneiras incríveis. Ele é uma espécie de patrono daquela classe de pessoas que, quando perde uma ação, acredita que há um complô mundial (talvez intergaláctico) contra ele. Passa a afirmar que não há justiça no país, que o mundo está todo errado e ele é o senhor da razão. Foi exatamente o que ele alegou ao defender o haker Julian Assange; aquele, do célebre Wikileaks, o site que reuniu metade do nome de portais que permitem interação e edição de textos com a palavra leaks (vazamentos). Assange arrumou encrenca com meio mundo ao invadir computadores (governamentais e particulares) e jogar na rede mundial fatos e versões de políticos do mundo todo. A lulada o amava, até ele vazar a tramoia lulista na compra de caças para a FAB para desviar grana; aí, camarada, ele desapareceu entre a esquerda nacional como os inimigos de Lênin sumiam nas fotos, apagados nas imagens e “apagados” à bala. Mas isso é assunto pra outro barril.

Voltando: Um belo dia, a justiça sueca investigava o vazador Assange por estupro, expedindo mandado internacional de prisão em 2012; ele imediatamente escondeu-se na bolivariana embaixada do Equador em Londres – onde está até hoje. Geoffrey correu a defender o pobrezinho – cobrando, claro, uma montanha de dinheiro, porque ninguém é de ferro e ideologia tem limite, tovarich. Em pouco tempo, o australiano, bravinho porque seu cliente não foi imediatamente declarado inocente e coberto por pétalas de rosas, declarou, com a maior cara de pau, que não há justiça na Suécia. Claro, claro. Shut up, Magdo!

Obviamente, essa tática ridícula não deu certo, mas Geoffrey resolveu repeti-la; não se sabe se por teimosia ou falta de argumento razoável. Talvez os dois. E seu cliente, dessa vez, era o enroladíssimo Lula da Silva. Pois é.

Em passeio pelo Brasil, semana passada, a convite de seus insuspeitíssimos colegas defensores de Lula neste mundano solo latino-americano (Geoffrey só “age” nas Nações Unidas e outros lugares do nível; pobreza nem a pau, my friend), o sujeito desancou o Brasil; agrediu verbalmente o juiz Sérgio Moro, os desembargadores do TRF 4 e, resumidamente, disse não haver justiça no Brasil, que o judiciário é parcial, injusto. Disse o mesmo perante a ONU em 2016.

Bom, pelo menos nos igualamos à Suécia em alguma coisa, camaradas.

Pois bem: tanto no caso sueco quanto no brasileiro, Geoffrey não apresenta absolutamente nenhum argumento. Zero. Apenas agride quem considera inimigo pessoal, como Moro e qualquer um que ouse investigar os governos mais corruptos da história nacional. Isso lá é advogado que se apresente? Tenha dó, cidadão. Fuquiú, e vá ver como tratam o povo nos lugares que você define por democracias, Venezuela e Cuba à testa; aproveite e procure saber qual o tratamento destinado a advogados nessas ditaduras nojentas.

Depois de tudo isso, a tendência é achar que Geoffrey é um idiota; não, ele não é. Não mesmo. Pode até se fazer de, mas é esperto como uma raposa. E sabe muito bem o que está fazendo. Só tem clientes absolutamente milionários, como Mike Tyson e tantos outros. Cobra a bagatela de 10 mil libras esterlinas POR DIA de trabalho, algo em torno de R$ 44.000,00 a cada 24 horas. O nobre causídico recebe vultosos R$ 120 milhões por ano, declaradamente. Só Lula já lhe deve mais de R$ 1.600.000,00. Sim, mais de um milhão e meio de reais.

Qual será o amigo de Lula que vai pagar a conta dessa vez? Uma coisa é certa: Geoffrey não dá desconto. E não aceita pagamento em palestras; afinal, ele usa argumentos idiotas, mas não cai em nenhum deles não.