Cayetana Peralta-Ramos, deputada espanhola, escreveu o livro “Politicamente Indesejável”. Um vídeo dela circula nas redes, com uma fala que é ótima. Ela diz assim:
“Menos provas, mais fáceis, e disciplinas, digamos, bonitinhas, moderninhas, essas “soft”, “light”, “woke”. Tipo matemática socioemocional com perspectiva de gênero. Parece piada, né? Mas aí você senta pra estudar e descobre que agora 2 + 2 dá arco-íris. E com isso, a gente acha que vai competir com os chineses? Com os coreanos? (…) Acorda, estamos abraçando a mediocridade! Não é só que o mérito perdeu valor. Não, senhor. O mérito virou inimigo público, algo a ser combatido com toda força. E isso é novo. Nunca antes vimos a ignorância sendo usada como bandeira política. Nunca antes a mediocridade virou um símbolo de virtude, ou o “morra a inteligência” um grito de guerra moral.
Isso aqui não é só uma guerra cultural. É uma guerra contra a própria cultura. (…) A ignorância é o combustível do populismo, e o populismo trava o progresso. Não existe nada melhor para um jovem do que estudo, esforço, conhecimento e livros. Nada. E nada paralisa mais do que esse papo de vitimismo e a fantasia dos direitos infinitos.
Populismo é aquele “pão para hoje, fome pra amanhã”. Se você quer ajudar os jovens, fale com eles como adultos. Respeite a inteligência deles. Fale a verdade. (…) que o destino deles está nas mãos deles. Não nas mãos de um político, seja de direita ou de esquerda. Nem nas mãos do Estado. Está nas mãos deles, e só nas deles.
E vou te contar: tem uma coisa ainda pior do que o “papai Estado”. É o “Estado-mamãe”. Ou, pior ainda, o “Estado-mimo”. Aquele que promete cuidar de tudo, como se o dinheiro público caísse do céu. Não cai. O Estado não é uma fonte mágica de recursos infinitos, e nem deveria ser. Não se acaba com a desigualdade baixando todo mundo para o mesmo nível. Não se combate a pobreza destruindo a riqueza. É o contrário, exatamente o contrário.”
Cayetana nasceu em 1974, é doutora em História pela Universidade de Oxford. Ela sabe o que diz.