Cafezinho 659 – O deus que falhou


The God That Failed (O Deus que Falhou), de 1949, reúne depoimentos de seis intelectuais defensores do comunismo, que acabaram desiludidos com o regime soviético e o totalitarismo marxista. Considerado um dos documentos mais impactantes sobre a transformação de fiéis à ideologia em críticos ferrenhos do socialismo, mostra que a história se repete: a crença inabalável, a realidade brutal e, por fim, a crise de fé. Mas o socialismo e suas derivações sempre tentam um novo disfarce.
No primeiro colapso, vieram as revelações sobre Stalin. Escritores como Arthur Koestler, André Gide e Richard Wright testemunharam o horror dos expurgos, dos gulags e da supressão da liberdade sob o regime comunista.

No segundo colapso, a implosão da União Soviética tornou impossível defender a economia planificada sem parecer um lunático. O fracasso era inegável. Mas o marxismo não morre, muda de forma.
Com a derrocada do socialismo econômico, veio a guerra cultural. Se os meios de produção não puderam ser tomados, a alternativa foi capturar os meios de pensamento. O gramscismo se tornou o novo evangelho, pregando a infiltração na mídia, nas universidades, na arte, na religião e até no vocabulário diário das pessoas. A estratégia parecia infalível, até que a utopia identitária Woke, atingiu um nível de irracionalidade que nem os antigos comunistas ousaram defender.
Estamos no terceiro colapso. Os “progreçistas” vivem seu momento de negação e desespero. Milei, Trump e outros conservadores são sintomas de uma rejeição crescente ao dogmatismo “progreçista”. A mídia tradicional, por décadas alimentando a máquina, perde credibilidade e financiamento. O ESG, projeto de reengenharia social via corporações, está ruindo sob o próprio cinismo.
Assim como os ex-marxistas de The God That Failed, alguns intelectuais começam a perceber que a utopia fracassou novamente. Mas, como sempre, os devotos da fé “progreçista” de cedilha não aceitam que foram enganados. Insistem que “desta vez será diferente”. Não será. Como aprenderam os antigos desiludidos do socialismo, a realidade sempre vence a utopia. E o ídolo fracassado, mais uma vez, está caindo do altar.