Uma vez recebi uma delegação da prefeitura de um município da Grande São Paulo, na sala de reunião da empresa na qual eu trabalhava. Uma sala arquitetonicamente bem resolvida e com móveis bonitos e confortáveis. A manifestação do grupo:
‒ Nada como ter dinheiro…
Retruquei que aquilo não era apenas “ter dinheiro”. Era respeito por aqueles que usavam a sala. Era cuidado com a reputação da empresa. Mas só depois me dei conta. Aquelas pessoas estavam acostumadas com maltrato. Com móveis velhos. Com suco quente. Com salgadinhos de quinta categoria. Com desconforto. Com unhas sujas. Com “poblema” e “a gente somos”. Da sala confortável só conseguiam enxergar o custo. Aquelas indivíduos não foram educados para valorizar o conforto e o capricho. Foram educados para o “padrão de utilidade”. Cumpre a função? Então está bom. Não precisa ser “bonito”, “agradável”.
E assim vamos baixando a barra.