Uma organização conhecida por investir em cultura decide promover um evento que trará obras de diversos artistas para conhecimento do público. As obras relacionadas tratam de diversos aspectos do comportamento humano, muitas delas apresentando polêmicas sobre temas sensíveis. Um grupo se sente ameaçado, provocado, ultrajado pelas visões apresentadas por alguns artistas e decide reagir. Lança um manifesto protestando contra as obras e deixando clara a intenção de não participar do evento. Outros grupos seguem a iniciativa e logo cria-se uma imensa polêmica nas mídias sociais e órgãos de imprensa, com um lado estimulando o boicote ao evento enquanto outro classificava a atitude como censura.
Diante da reação inesperada que impactava enormemente seu projeto, os organizadores decidem suspender a exposição das obras, salientando que, “ao longo de quase 20 anos, todas suas programações foram pautadas pelo respeito aos valores básicos da liberdade, quais sejam o direito de expressão, o respeito à pluralidade e o combate ao instrumento da censura”. E o debate toma conta da sociedade por semanas, esquentando os ânimos, gerando dezenas de vídeos, páginas de blogs e matérias em jornais, rádio e televisão.
Foi isso que aconteceu com a mostra de Cinema Cine PE que, em maio de 2017, teve de ser postergada porque um grupo de cineastas retirou suas obras da mostra em protesto contra a exibição dos filmes Jardim das Aflições e Real: o plano por trás da história, que representariam visões alinhadas à direita conservadora. O evento só aconteceu dois meses depois e O Jardim das Aflições foi eleito Melhor Filme do Festival.
.. Ué… Você achou que eu estava falando do quê?