Cafezinho 36 – Velhos problemas

“Quem assegurará que, daqui a cinquenta anos, ou mesmo no segundo centenário de nossa independência (2022), a situação da educação popular brasileira não seja ainda parecida com a de hoje? Mas, se tal acontecer, esperemos, para lisonjear a nossa vaidade e recompensar o nosso esforço, que as nossas memórias e as nossas campanhas sejam lembradas… por outros sonhadores… (que) irão, como nós, agora, revolver a poeira dos arquivos, os livros, os folhetos, e os jornais…” 

Quem disse isso foi Antonio Carneiro Leão, educador, professor e escritor brasileiro, imortal da Academia Brasileira de Letras, preocupado com a melhoria do ensino no Brasil.

Desde que me lembro por gente, ouço, assisto e leio as discussões em torno da melhoria da educação no Brasil. Especialistas de todos os tipos, apontando caminhos a seguir e… entra ano, sai ano, entra década, sai década, entra século, sai século, e não se vê a melhoria que os especialistas pregam.

Só vi alguma novidade, algum alento, quando conheci o trabalho do Instituto Ayrton Senna, que não é um órgão do governo, que não depende de verbas públicas e não responde a nenhum Ministério. Criam programas, aplicam e revolucionam. Mas ouvi da boca da própria Viviane Senna: “No Brasil, não conseguimos unir qualidade com quantidade”. Eles conseguiam criar ilhas de excelência em educação, mas sempre permaneciam ilhas. A sociedade é simplesmente incapaz de replicar o modelo. Mas discute que é uma beleza…

Ah, a propósito. Sabe quando foi escrito o texto de Antonio Carneiro Leão que usei para abrir este cafezinho? Em 1923…

O Brasil não tem problemas novos.

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