Já imaginou a eleição do maior jogador de futebol do mundo, entre Cristiano Ronaldo, Neymar e Messi, onde são mostradas apenas as jogadas erradas de cada um, para que escolhamos o menos ruim? Esquisito, não é? Pois é. Mas em política é assim: o foco no torto em vez de no direito. Basta dar uma olhada nas matérias da imprensa, mídias sociais e conversas de elevador. As pessoas são muito mais passionais quando falam dos candidatos nos quais não pretendem votar, do que na defesa de seus candidatos preferidos. Mas há razões para ser assim. Calculo que 60 a 70% das propagandas eleitorais são focadas nos pontos negativos dos oponentes. Nas mídias sociais esse número sobe facilmente para 90% ! É um rolo compressor de más notícias, acusações e ofensas. Ninguém presta, não há saída, estamos irremediavelmente perdidos.
Há muito tempo estudos psicológicos dizem que o ser humano se motiva muito mais para evitar a dor do que para buscar o prazer. Só pode ser essa a explicação. Estamos apavorados, angustiados, enraivecidos com a perspectiva de ter novamente no comando da nação um populista, um ignorante, um desonesto. Essa perspectiva dói tanto que investimos todo nosso tempo em torpedear qualquer um que apareça como candidato. Nenhum jogador é avaliado pelo que faz de bom, só pelos erros, e a sensação que fica é que ninguém presta, não há saída, estamos irremediavelmente perdidos. E isso nos faz incapazes de reconhecer qualquer decisão boa, qualquer ação positiva. Entramos e campo com a certeza da derrota. Essa coisa contamina! Comece a reparar nos discursos que você faz e ouve diariamente. São sobre podres ou virtudes? Pois é. Estamos infectados.
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