Se alguém me dissesse cinco anos atrás que eu veria Marcelo Odebrecht, Sérgio Cabral e Eduardo Cunha presos, eu diria que a pessoa estava delirando. E se ela me dissesse que ficariam presos por mais de um ano, eu diria que estava louca. Se me dissesse então que, entre presos e cassados no Rio de Janeiro, estariam todos os governadores eleitos desde 1998, todos os presidentes da Assembleia Legislativa desde 1995, 5 dos 6 conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, eu mandava internar!
– Ah, Luciano, mas agora vão destruir a Lava Jato.
Olha, o estrago da Lava Jato já foi feito. Ela tem um valor pedagógico que para minha geração não existiu. Quando eu era um jovenzinho, a gente dizia que havia corrupção, mas ninguém sabia exatamente quem eram os corruptos, quanto roubavam, onde estava o dinheiro. A Lava Jato tornou essas suspeitas tangíveis. Hoje sabemos quem roubou, quanto roubou e onde está o dinheiro. E os caras vão pra cadeia. Claro, ainda falta prender vários outros (especialmente você-sabe-quem), mas é impossível negar que o Brasil está mudando. Só os ideologicamente estressados e os míopes intelectuais teimam em não ver. Isso tudo tem um valor pedagógico para a sociedade muito mais importante que um ano de cadeia para um bandido. Milhões de jovens estão vendo que ninguém está acima da lei, que é possível, sim, limpar a casa. A velharada aí vai sair de cena e esses jovens que estão vendo que é possível, assumirão o poder.
Vai faltar cadeia.
-Ah, Luciano, você é tão bobinho.
Bem, vai vendo…
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