Cafezinho 2 – O bobageiro

Quando se trata de falar bobagem, pesquisas já comprovaram que a inteligência só piora as coisas. Quanto mais inteligente é a pessoa, mais ela acha que os outros são burros. E pior, a inteligência traz consigo autoconfiança, tudo que é preciso para falar bobagem.

Da próxima vez que você se deparar com alguém falando bobagem, tente enquadrá-lo numa das categorias a seguir:

  • Se o bobageiro é um ignorante, dê a ele acesso aos fatos, não mande simplesmente estudar.
  • Se é burro, desconsidere. Não perca tempo.
  • Se é soberba, não se deixe intimidar, não entre em enfrentamento, não aceite a provocação. Se a discussão virar competição, aí você já sabe, textões e mais textões até um chamar o outro de nazista.
  • Se for estratégico, bem, é interessante você entender o que é que o bobageiro pretende. Aí acaba achando graça nas bobagens que ele fala. Quem não entende, quer briga.
  • Agora, se o bobageiro for um canalha… bem, aí você deve tomar todas as precauções. Saia de perto, avise todo mundo e, tendo a chance, mande-o plantar batatas.

Mas fique esperto. Pode ser que o bobageiro seja você. Quando alguém fala bobagem, a gente ouve e pensa: putz, mas que idiota! Estamos avaliando a pessoa daqui de fora, não é? Aí fica fácil fazer julgamentos. Mas e quando é conosco? Não é uma análise externa, mas um sofisticado processo de introspecção, que inclui reconhecer nossas pisadas de bola e assumir que falamos bobagem. Quem gosta de fazer isso? Pior: os processos que nos levam a falar bobagem não são conscientes, estão escondidos lá no fundo da mente, não são de fácil acesso. Uma introspecção pode até piorar as coisas, ao nos convencer que “não achamos nenhum problema…”.

É, meu caro, minha cara, tome cuidado. Os estúpidos nem sempre são os outros.