Pense numa sala, num piano e numa partitura musical. A sala pode estar tratada para ouvir música, desenhada de acordo com planos sofisticados de engenharia acústica. Mas se não houver na sala alguém para ouvir o som e se emocionar com ele, será apenas uma sala, um espaço vazio, inerte. Morto.
O piano é um instrumento preciso, capaz de reproduzir com perfeição notas musicais. Existem grandes fabricantes de pianos, e alguns produzem obras primas: pianos com som cristalino, capaz de emocionar. Mas sem uma pessoa para tocá-lo, o piano pode ter toda a tecnologia do mundo, todo o acabamento, toda a sofisticação… e será apenas um móvel. Inerte. Morto.
Uma partitura é a materialização da criatividade humana. Alguém sonhou com uma música e foi capaz de traduzi-la para o papel, com toda a complexidade dos acordes, codificando momentos de emoção, de suavidade, de energia, de paixão. Mas se não houver alguém capaz de lê-la, a partitura de uma obra prima será apenas um pedaço de papel. Inerte. Morto.
A sala, o piano e partitura existem. Estão lá. Perfeitos. Exatos. Mas não servem para nada, se não houver uma pessoa para interpretar, tocar e ouvir. Mesmo um objeto que seja uma obra de arte, só tem utilidade de houver uma pessoa para apreciá-lo. Sem gente, só restam os objetos inertes. Mortos.
Agora pense numa arma.