Café com Leite – A Coruja e o Gafanhoto. Uma fábula sobre elogios.

Babica: Bárbaraaaa! Hoje vi uma coruja dormindo numa árvore no meio do dia!

Bárbara: Ah, isso é normal, Babica. As corujas dormem de dia e caçam à noite. Quando o sol se põe, lá vai ela, piscando e abrindo as asas pra começar a caçada.

Babica: Mas e se alguém faz barulho e atrapalha o sono dela?

Bárbara: Aí ela fica uma fera! E foi o que aconteceu uma vez. Vou te contar uma fábula de Esopo!

Babica: Uma fábula? Ebaaaaaaaaaaaaaa! Eu amo fábulas!

Bárbara – Eu sou a Bárbara Stock.

Babica: E eu sou a Babica, o avatar da Bárbara que vive dentro do celular dela.

Bárbara: Somos as apresentadoras do Podcast Café Com Leite.

Babica: Um podcast para famílias com crianças inteligentes…

Bárbara: …e pais que se importam! Vamos à história?

Babica: Vamoooosssss!

 

 

Bárbara:  Então… Um dia, uma coruja velha e mal-humorada tentava cochilar, quando um gafanhoto começou a cantar alto, bem do lado da árvore dela.

Babica: Aposto que era daqueles cantores desafinados, né?

Bárbara: Exatamente! A coruja abriu o bico e gritou: “Gafanhoto, tenha respeito! Deixe-me dormir em paz!”

Babica: E ele parou?

Bárbara: Nada! Disse que tinha tanto direito de cantar ao sol quanto ela de dormir na sombra. E ainda aumentou o volume!

Babica: Que folgado!

Bárbara: A coruja percebeu que brigar não adiantava. Então usou a cabeça. Falou com voz doce: “Se é pra ficar acordada, quero pelo menos aproveitar sua música. Venha cá, tenho um vinho delicioso que recebi dos deuses. Dizem que Apolo bebe antes de cantar. Venha provar!”

Babica: Ahhh… já sei o que vem aí! Cilada, gafanhoto!

Bárbara: Pois é. O bobo acreditou, foi todo animado… e quando chegou perto o suficiente, Nhoc! A coruja o engoliu num só bico.

Babica: Ai! Tadinho!

Bárbara: Coitadinho nada. Essa história ensina que nem todo elogio é de verdade. Às vezes, quem elogia só quer alguma coisa em troca — ou quer te enganar.

Babica: Nossa, Bárbara… nunca pensei que elogio pudesse ser perigoso!

Bárbara: É que existe mais de um tipo, Babica. Tem o elogio verdadeiro, que nasce da admiração — como quando alguém percebe que você se esforçou, que foi gentil ou criativa. Esse tipo de elogio faz a gente crescer.

Babica: Tipo quando você diz: “Babica, adorei como você ajudou seu colega hoje!”?

Bárbara: Isso! É um elogio sincero, que reconhece uma atitude boa. Mas existe também o elogio vazio, que é aquele dito só pra agradar, sem nenhum sentimento real.

Babica: Tipo: “Nossa, você é incrível!” — mas a pessoa nem sabe o que você fez?

Bárbara: Exatamente. E tem o pior tipo de todos: o elogio interesseiro — aquele que o gafanhoto ouviu. É quando alguém te elogia só pra conseguir algo em troca. É bajulação.

Babica: Bajulação?

Bárbara: Sabe de onde vem a palavra bajulação, Babica?

Babica: Não faço ideia! Parece nome de doce!

Bárbara: Hahaha! Nada disso. Lá no latim, bajulus era o nome dado a quem carregava as coisas dos outros — tipo um ajudante que fazia tudo pra agradar.

Babica: Ah, tipo quem quer ser amigo só pra puxar o saco?

Bárbara: Exatamente! Com o tempo, bajulação passou a significar isso: fazer elogios falsos pra ganhar alguma coisa em troca. É como carregar o ego do outro nas costas!

Babica: Hahaha! Então bajulador é quem carrega elogio demais!

Bárbara: Isso. É quando alguém finge admiração pra te deixar bobo, pra conseguir o que quer.

Babica: Entendi… A Coruja deu uma bajulada no gafanhoto pra ele chegar perto dela.

Bárbara: Perfeito! E sabe o que é mais bonito? Aprender a fazer elogios bons.

Babica: Me ensina?

Bárbara: Claro. Um bom elogio tem três coisas:

Verdade – precisa vir do coração, de algo que você realmente viu.

Detalhe – diga o que exatamente a pessoa fez.

Intenção boa – o elogio deve querer fortalecer, não manipular.

Babica: Tipo assim: “Bárbara, eu adorei como você contou a história da coruja, porque me fez pensar!”

Bárbara: Viu só? Isso é um elogio nutritivo! Ele alimenta, inspira e constrói.

Babica: Então, se eu quiser ser sábia como a coruja, tenho que aprender não só a ouvir elogios, mas a dá-los também.

Bárbara: Isso mesmo, Babica. Ser sábia é saber quando um elogio é doce de verdade — e quando é só isca de gafanhoto.

Babica: Hahaha! Então tá! Mas, ó… sem querer bajular: adorei esta conversa!

Bárbara: Aí sim! Esse foi um elogio de verdade.

______________________________________________________

Bárbara: Olha, de onde veio essa história, tem muito mais! E de vez em quando vamos contar outras.

Babica: Isso mesmo! Visite o podcastcafecomleite.com.br para saber mais!

Bárbara: Café Com Leite! O podcast para famílias com crianças inteligentes…

Babica: …e pais que se importam!

As duas: Tchaaaaaaaaauuuuu!!!!!