Café Com Leite 097 – Liberdade de Expressão

Café Com Leite 97 – liberdade de expressão

Bárbara: Babica, hoje eu queria conversar sobre uma coisa muito especial: liberdade.

Babica: Liberdade? É tipo quando eu posso correr no parquinho sem ninguém mandar eu parar?

Bárbara: (sorrindo) É parecido, Babica! Liberdade é o direito de fazer escolhas: pensar o que quiser, sentir o que quiser, falar o que acredita… mas sempre respeitando os outros.

Babica: Então liberdade é poder ser quem a gente é?

Bárbara: Exatamente! E tem uma liberdade que é como o coração da nossa vida em sociedade: a liberdade de expressão.

Babica: Liberdade de expressão… parece coisa de super-herói!

Bárbara: Pois é. E é disso que vamos falar hoje!! Mas antes, quem são os ouvintes de hoje?

Babica: Hoje são o Luiz Ferando e a Manu, além do papai Fernando.

Comentário do ouvinte: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Babica: Que legal!!!! Eles mandaram um vídeo! E eu adorei o Luiz e a Manu fazendo o barulhinho da colher na caneca, ahahahahahah

SENHO a, COLOQUE AS RISADAS DA BABICA E DA BÁRBARA SE SOBREPONDO

Bárbara: Ahahahahah foi lindo! Ficamos muito felizes com a mensagem de vocês! Que vão ganhar três camisetas do Café Com leite! Entrem em contato conosco para combinarmos o envio, tá?

Babica: Vivaaaaaaaaaaaa! Olha, se você gostou do nosso Café Com Leite, mande uma mensagem de voz para o nosso WhatsApp: 11915670602. Se sua mensagem for escolhida, ela será publicada em um próximo episódio, e você também ganhará uma camiseta muito especial!

Bárbara: Babica, vamos lá para nossa conversa de hoje. Este deve ser um dos episódios mais importante que já fizemos…

Babica: Nossa! Tanto assim?

Bárbara: Tanto assim. Liberdadede expressão é poder dizer o que pensamos, compartilhar ideias, sonhos e até questionar o que está errado — sem medo de ser castigado.

Babica: Mas isso não existiu sempre, Bárbara?

Bárbara: Não, Babica. Durante muito tempo, e até hoje em alguns lugares, quem dizia o que pensava podia ser preso, proibido ou até pior. Antigamente, por exemplo, se você vivesse em um reino, só o rei podia decidir o que era certo. Se alguém falasse contra o rei… problema na certa!

Babica: Nossa! Ser punido por dizer o que pensa? E como isso mudou?

Bárbara: Muita gente corajosa ajudou a proteger a liberdade de expressão. Quer ouvir duas histórias?

Babica: Quero! Conta!

Bárbara: Uma delas é a do Martin Luther King Jr. Ele era um homem que, lá nos Estados Unidos, há mais de 60 anos, lutou para que todas as pessoas fossem tratadas de forma justa, independentemente da cor da pele.

Babica: Mas não era tudo justo?

Bárbara: Não, Babica. Existiam leis absurdas que separavam pessoas brancas de pessoas pretas: escolas separadas, ônibus separados, até bebedouros diferentes! Era muito injusto.

Babica: Que horrível! E o que o Martin fez?

Bárbara: Ele usou palavras, discursos e passeatas pacíficas para lutar contra isso. O discurso mais famoso dele se chama “I Have a Dream” — “Eu Tenho um Sonho”. Nele, Martin Luther King dizia que sonhava com um mundo onde todas as crianças, brancas e pretas, brincassem juntas, sem ódio.

Babica: Ele falou com o coração!

Bárbara: Falou, sim. E porque ele teve a coragem de se expressar, ajudou a mudar leis e a mostrar para o mundo inteiro que a justiça precisa da liberdade de expressão para acontecer. Sem a voz dele e de tantas outras pessoas, talvez muita coisa errada ainda continuasse até hoje, viu?

Babica: E no Brasil? Teve alguém assim?

Bárbara: Teve sim, Babica! Por exemplo, lá nos anos 1930, uma mulher incrível chamada Patrícia Galvão. Mas todo mundo chamava ela de Pagu.

Babica: Pagu?

Bárbara: Pagu. Ela adorava ser diferente! A Pagu nasceu em São João da Boa Vista, em São Paulo, e morou muito tempo na cidade de Santos. Desde novinha, ela já queria mudar o mundo. Escrevia poesias, peças de teatro e matérias de jornal para denunciar injustiças.

Babica: Tipo o quê?

Bárbara: Tipo quando os trabalhadores eram maltratados e não podiam reclamar. Ou quando as mulheres não tinham o direito de estudar e votar. Pagu falava dessas coisas em jornais e em livros, mesmo quando muita gente queria que ela ficasse quieta.

Babica: E ela ficou quieta?

Bárbara: De jeito nenhum! Pagu foi presa mais de uma vez só porque dizia o que pensava. Naquela época, quem falava contra o governo podia ser preso. Mas ela continuou lutando, escrevendo, fazendo teatro e ajudando outras pessoas a também terem voz.

Babica: Nossa… ela era valente como a Mulher-Maravilha!

Bárbara: Era mesmo, Babica! E além disso, depois que saiu da prisão, ela começou a trabalhar para melhorar a vida das pessoas da sua cidade — ela ajudou crianças, apoiou a cultura, e defendeu o direito de todos a falar e a viver com dignidade.

Babica: Então a Pagu mostrou que liberdade de expressão não é só falar por falar. Pode ser falar para melhorar as coisas, né?

Bárbara: Isso mesmo! Falar para construir um mundo mais justo, onde ninguém é silenciado só por pensar diferente.

Babica: Então o Martin falou alto e a Pagu escreveu para mudar o Brasil?

Bárbara: Você entendeu tudo direitinho, Babica! Cada um lutou do seu jeito, mas todos mostraram que as palavras têm poder — e que sem liberdade de expressão, o mundo fica triste e injusto.

Babica: Uau… eles eram muito corajosos. Mas Bárbara, fiquei cismada com uma coisa…

Bárbara: O que, Babica?

Babica: Você falou que as mulheres não podiam votar nem estudar? Que história é essa?

Bárbara: Ah, essa história é muito boa, mas vai merecer um episódio só sobre ela, viu?

Babica: Ah, vou aguardar.

Bárbara: Aguarde! Mas sabe onde a liberdade de expressão virou lei de verdade?

Babica: Hummmmm deixa eu ver… nos Estados Unidos?

Bárbara: Nos Estados Unidos! Lá, eles fizeram uma coisa chamada “Primeira Emenda” na Constituição.

Babica: Emenda? Mas emendaram o quê?

Bárbara: Babica, sabe quando a gente escreve uma lista de regras para brincar, mas depois percebe que esqueceu uma regra importante?

Babica: Tipo… “não pode roubar a bola”!

Bárbara: Isso! Então a gente escreve uma nova regrinha e cola na lista. Essa nova regra é como uma emenda. A Constituição é a lista de regras mais importante de um país, e às vezes a gente precisa mudar ou adicionar alguma coisa nela.

Babica: Ahhh, então a Primeira Emenda é como se eles tivessem esquecido de escrever “todo mundo pode falar o que pensa” e depois lembraram de colocar?

Bárbara: Exatamente, Babica! Eles fizeram a Primeira Emenda para garantir que ninguém pudesse mandar as pessoas ficarem quietas quando tivessem algo importante para dizer.

Babica: Como assim?

Bárbara: A Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos diz que o governo não pode proibir as pessoas de falarem o que pensam, nem de escrever, nem de se reunir para reclamar ou pedir mudanças. É como se fosse uma superproteção para a liberdade de expressão!

Babica: Quer dizer que nos Estados Unidos a gente pode sair às ruas para reclamar do governo? Mas e no Brasil? Não pode?

Bárbara: Claro que pode, Babica. Mas aqui foi diferente. Quando fizeram a Constituição nova do Brasil, em 1988, eles já escreveram, logo no começo, que todo mundo tem direito de falar o que pensa.

Babica: Então eles não esqueceram e depois colocaram?

Bárbara: Não. O trecho da Constituição Federal do Brasil de 1988 que trata da liberdade de expressão está dentro do Artigo 5º, que fala sobre os direitos fundamentais. Diz assim: “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.”

Babica: O que quer dizer isso?

Bárbara: “Livre a manifestação do pensamento” quer dizer que você pode falar o que pensa. E “Vedado o anonimato” quer dizer que você não pode esconder quem é para evitar as consequências do que fala

Babica: Ahhhhhh, é a tal liberdade com responsabilidade?

Bárbara: Isso mesmo! E também tem outro trecho muito importante, que diz assim: “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.”

Babica: Quer dizer que  a gente pode criar, cantar, escrever, pesquisar, fazer arte e se comunicar sem precisar pedir permissão para o governo?

Bárbara: Isso mesmo! Quer dizer que não pode haver censura.

Babica: Ufa! Que bom que pensaram nisso!

Bárbara: Muito bom! Mas mesmo assim, a gente tem que ficar de olho e proteger essa liberdade, porque às vezes tem gente que tenta calar a voz dos outros…

Babica: E como a gente pode proteger essa liberdade?

Bárbara: Primeiro, respeitando quem pensa diferente. Depois, não ficando quieto quando virmos algo errado. E também defendendo que todos tenham o direito de falar, mesmo que a gente não concorde.

Babica: Mesmo quando é uma ideia meio doida?

Bárbara: (sorrindo) Especialmente aí! A liberdade de expressão não é só para as ideias que a gente gosta. É para todas as ideias. Igual a Elsa, no Frozen, quando decide ser quem ela é — “Let it goooo!”, lembra?

Babica: Lembro! Ela soltou a voz!

Bárbara: É isso. Defender a liberdade é deixar cada um soltar sua voz, para que a verdade, as ideias e os sonhos possam viver.

Babica: Mas, Bárbara, se a gente pode falar o que quiser, pode gritar qualquer bobagem por aí?

Bárbara: Não é bem assim, Babica. Liberdade de expressão é poder falar, como você mesmo lembrou, mas com responsabilidade.

Babica: Como assim?

Bárbara: Imagina que você está no parquinho. Você pode brincar como quiser, mas se começar a empurrar os outros, machucar ou xingar, aí já não é mais brincadeira, certo?

Babica: É… aí vira bagunça feia!

Bárbara: Pois é. Com as palavras é igual. Você pode falar o que pensa, mas se usar isso para mentir, xingar, ameaçar ou espalhar ódio, você pode ser chamado para se explicar na Justiça — como se fosse o juiz do parquinho dizendo: “Ei, isso não pode!”

Babica: Então liberdade de expressão é como ter um superpoder… a gente precisa usar com sabedoria, né?

Bárbara: Perfeito! Igual o tio Ben disse para o Homem-Aranha: “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.”

Babica: Uau! Então minha voz é poderosa! Tenho que usar para o bem!

Bárbara: Isso mesmo!

Babica: Bárbara, eu estava lembrando aqui… não tem aquele amigo do tio Luciano que gravou uns hinos que falam de liberdade?

Bárbara: Tem sim, Babica. É o Eliezer Setton, e ele gravou o Hino da Proclamação da República. Quer ouvir a parte em que ele fala de liberdade?

Babica: Queroooooooooooo

Eliezer setton https://www.youtube.com/watch?v=EFmn9mykVgw (até os 1:021)

Babica: Que lindo! Mas o que ele quis dizer com “Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós”?

Bárbara: Ah, Babica, é como se a liberdade fosse um pássaro enorme, com asas gigantes!

Babica: Igual a Fênix da Marvel?

Bárbara: Exatamente! E quando a gente canta isso, estamos pedindo para a liberdade cobrir todo mundo com suas asas — protegendo a gente de injustiça, de medo, de governos mandões que querem calar as pessoas.

Babica: Então é tipo pedir um abraço bem grande da liberdade?

Bárbara: (sorrindo) É isso! Um abraço que nos deixa fortes, livres para sermos quem somos, para pensarmos, falarmos, sonharmos… e construirmos juntos um país melhor.

Babica: Adorei! Liberdade é tipo nossa supermãe-pássaro!

Bárbara: (rindo) Muito bem, pequena Fênix! Liberdade forte, que abraça e protege. E agora que aprendemos tanto, que tal fazermos o Juramento dos Guardiões da Liberdade?

Babica: Ebaaaa! Eu adoro juramentos!

Bárbara: Então vamos juntos:
(ambas falando juntas, em tom alegre)

“Eu prometo respeitar quem pensa diferente.
Eu prometo falar com coragem e responsabilidade.
Eu prometo buscar a verdade antes de espalhar histórias.
Eu prometo defender o direito dos outros de falarem.
Eu prometo usar minhas palavras para construir um mundo melhor.
Porque a liberdade é o nosso superpoder — e eu sou um Guardião da Liberdade!”

Babica: LIBERDADEEEEEEEE! (gritando e rindo)

Bárbara: (rindo também) Um viva os Guardiões da Liberdade!

Bárbara: Muito bem! Eu sou a Bárbara Stock, Guardiã da Liberdade…

Babica: E eu sou a Babica, Guardiã da Liberdade! O avatar da Bárbara que mora no celular dela.

Bárbara: Somos suas companheiras neste Café Com Leite, que é feito com muito carinho pela turma do Podcast Café Brasil. A edição é do Senhor A e o texto e direção são do Luciano Pires.

Babica: Ah, mas tá faltando uma coisinha. Você já se tornou um assinante do Café Com leite você também! É só acessar o podcastcafecomleite.com.br!

Bárbara: Isso mesmo! Você nos ajuda a continuar a fazer este podcast com muito carinho! Ah, e os assinantes têm um conteúdo extra, sempre que termina o episódio. Hoje vamos falar mais um pouco sobre como podemos proteger a nossa liberdade de expressão.

Babica: Vivaaaaaaaaaaaaaa

Bárbara: E hoje, Babica, como vamos encerrar o episódio?

Babica: Vou trazer uma frase do escritor George Orwell:

“Se a liberdade significa alguma coisa, é o direito de dizer às pessoas o que elas não querem ouvir.”

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Bárbara: Vamos ao conteúdo extra?

Babica: Vamooosssss.

Bárbara: Babica, lembra que a gente falou que a liberdade de expressão é como um passarão gigante que protege a gente?

Babica: Lembro! Igual a Fênix da Marvel!

Bárbara: Isso! Mas sabe de uma coisa? Para a liberdade continuar forte, ela precisa de protetores. De guardiões!

Babica: Tipo super-heróis?

Bárbara: Exatamente! E eu tenho aqui cinco dicas para quem quer ser um verdadeiro protetor da liberdade de expressão.

Babica: Ebaaa! Quais são?

Bárbara: Vamos lá:
Primeira dica:
– Respeite quem pensa diferente.
Mesmo quando você não concorda, deixe a pessoa falar. Ouvir não significa concordar — significa respeitar.

Babica: Ahhh, tipo quando meu amigo gosta de brócolis e eu não?

Bárbara: (rindo) Exatamente! Cada um pode ter sua opinião.

Segunda dica:
– Tenha coragem de falar o que acredita.
Não se esconda se vir algo errado. Use sua voz com respeito, mas com firmeza.

Babica: Tipo a Mulan, que falou para proteger a família dela!

Bárbara: Isso!
Terceira dica:
– Não espalhe mentiras.
Antes de contar uma história ou notícia, confira se é verdadeira. Espalhar mentiras enfraquece a liberdade de todo mundo.

Babica: Igual quando o Loki engana os outros!

Bárbara: (sorrindo) Exatamente! E lembra: quem ama a liberdade, ama também a verdade.

Quarta dica:
– Defenda o direito dos outros falarem, mesmo que você não goste do que estão dizendo.
Se a liberdade é só para quem a gente concorda, ela não é verdadeira liberdade.

Babica: Então é tipo emprestar a capa da super-heroína até para quem torce para o time adversário?

Bárbara: (rindo) É isso!
Quinta e última dica:
– Use suas palavras para construir, não para destruir.
A liberdade de expressão é poderosa — ela pode melhorar o mundo ou machucar. Escolha sempre palavras que ajudem, que curem, que inspirem.

Babica: Tipo o que o Tio Ben disse para o Homem-Aranha: “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades!”

Bárbara: Perfeito, Babica! Nossa voz é nosso superpoder. E proteger a liberdade de expressão é garantir que todos tenham o direito de sonhar, crescer e mudar o mundo.

Babica: Uau! Eu quero ser uma Guardiã da Liberdade! Já tô treinando aqui!

As duas: Ahahahahahhahahahah