Não me lembro de ter visto um cenário político tão confuso quanto este que vivemos nestes dias. Somos bombardeados diariamente com narrativas construídas para defender interesses, o que está nos deixando cada vez mais desconfiados. Vivemos na sociedade da desconfiança.
Este é, portanto, o momento em que cada um precisa voltar-se para dentro de si e apoiar-se em seus valores e convicções. Você tem vontade própria, não é uma máquina a serviço de um partido ou de uma ideologia. Você tem direito a escolher o que julgar melhor para você e para o país, mas faça essa escolha de maneira consciente. Examine todos os lados. Cuidado com as unanimidades e com as certezas absolutas. Cuidado especialmente com quem promete o céu no futuro provocando o inferno no presente. Cuidado com quem transforma convicções políticas em fervor religioso.
E quando diante do bombardeio de notícias e opiniões, faça cinco perguntinhas:
- Quem criou essa mensagem? Quem se beneficia com ela?
- Que técnicas criativas foram usadas para chamar minha atenção?
- Se eu não fosse quem sou, não morasse onde moro, não tivesse a educação que tive, como é que eu entenderia essa mensagem?
- Que valores, estilos de vida e pontos de vista estão representados ou foram omitidos dessa mensagem?
- Por que essa mensagem está sendo enviada?
Essas cinco perguntinhas não garantem nada, mas criam um estado de alerta para as armadilhas marqueteiras postas à nossa frente diariamente pelos profissionais de comunicação a serviço do poder. Acho que já deu para aprender como os profissionais manipulam nossas opiniões, não é? Deu para aprender que não existem santos quando o poder está em jogo?
E lembre-se sempre de Aparício Torelly, nosso Barão do Itararé, que do alto de sua sabedoria um dia disse assim:
Os vivos serão sempre, e cada vez mais, governados pelos mais vivos.