Café Brasil Curto 11 – Os mais vivos

Não me lembro de ter visto um cenário político tão confuso quanto este que vivemos nestes dias. Somos bombardeados diariamente com narrativas construídas para defender interesses, o que está nos deixando cada vez mais desconfiados. Vivemos na sociedade da desconfiança.

Este é, portanto, o momento em que cada um precisa voltar-se para dentro de si e apoiar-se em seus valores e convicções. Você tem vontade própria, não é uma máquina a serviço de um partido ou de uma ideologia. Você tem direito a escolher o que julgar melhor para você e para o país, mas faça essa escolha de maneira consciente. Examine todos os lados. Cuidado com as unanimidades e com as certezas absolutas. Cuidado especialmente com quem promete o céu no futuro provocando o inferno no presente. Cuidado com quem transforma convicções políticas em fervor religioso.

E quando diante do bombardeio de notícias e opiniões, faça cinco perguntinhas:

  1. Quem criou essa mensagem? Quem se beneficia com ela?
  2. Que técnicas criativas foram usadas para chamar minha atenção?
  3. Se eu não fosse quem sou, não morasse onde moro, não tivesse a educação que tive, como é que eu entenderia essa mensagem?
  4. Que valores, estilos de vida e pontos de vista estão representados ou foram omitidos dessa mensagem?
  5. Por que essa mensagem está sendo enviada?

Essas cinco perguntinhas não garantem nada, mas criam um estado de alerta para as armadilhas marqueteiras postas à nossa frente diariamente pelos profissionais de comunicação a serviço do poder. Acho que já deu para aprender como os profissionais manipulam nossas opiniões, não é? Deu para aprender que não existem santos quando o poder está em jogo?

E lembre-se sempre de Aparício Torelly, nosso Barão do Itararé, que do alto de sua sabedoria um dia disse assim:

Os vivos serão sempre, e cada vez mais, governados pelos mais vivos.