Café Brasil 974 – Os zeladores da utopia

 

Eles estão em toda parte. Às vezes de terno e gravata, discursando no parlamento. Outras, de jaleco, dentro de universidades. Em certos momentos, escrevendo colunas indignadas nos grandes jornais. Em outros, usando camisetas com frases de impacto, segurando cartazes em protestos de rua. E até apresentando podcasts…

Eles têm um nome que poucos ousam dizer, mas que todos já viram de perto.

São os zeladores da utopia.

Não, eles não são vilões clássicos. Não usam capas esvoaçantes, nem dão risadas sinistras. Pelo contrário. Seus discursos são doces. Seus olhos, compassivos. Suas intenções, aparentemente nobres. Eles querem um mundo sem sofrimento, sem pobreza, sem desigualdade. Um planeta limpo, sem injustiças, sem dor. Uma sociedade onde ninguém fique para trás. Cara, quem pode ser contra?

Pois é. É aí que mora o perigo.

Zeladores da utopia não estão interessados na realidade. Estão comprometidos com a visão. E essa visão, muitas vezes, não aceita correções, dados, estatísticas ou contradições. É uma fé. Uma missão sagrada. Um propósito que precisa ser mantido a qualquer custo.

Se o mundo real mostra que as coisas não funcionam bem assim — que talento, esforço, disciplina e contexto geram desigualdades inevitáveis — eles dizem que o problema está nas regras do jogo. E propõem mudá-las.

Se o Neymar faz 30 gols por temporada enquanto outros mal acertam o gol vazio, então é sinal de que o futebol é injusto. Não se trata mais de reconhecer méritos, dons, dedicação. O foco agora é “igualar perspectivas”, “corrigir desequilíbrios”. Se for preciso baixar o nível de exigência, tudo bem. Desde que a aparência da igualdade seja mantida.

Esses zeladores limpam cuidadosamente os cantos da realidade para que a utopia brilhe — ainda que seja só no papel.

Bom dia, boa tarde, boa noite, este é o Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?

Os zeladores da utopia estão infiltrados em três frentes principais:

Primeiro, na educação.

Aqui, talvez, seja onde mais brilham. Nas salas de aula, nas secretarias de ensino, nas universidades. Sua principal missão? Abolir a ideia de mérito individual. No lugar disso, implantam o “acolhimento inclusivo” — onde o mais importante não é ensinar, mas evitar frustrações.

Avaliação vira opressão. Prova é trauma. Reprovação é crueldade. E então surgem os “progressos contínuos”, “projetos de autonomia”, “competências socioemocionais”.

As intenções, claro, são ótimas. Mas o resultado, quase sempre, é desastroso: gera-se uma geração que não sabe escrever, não sabe interpretar, não sabe resolver. Mas está cheia de autoestima e com diploma na mão.

Enquanto isso, os padrões reais — do mercado, da vida, da competitividade — continuam ali, intactos. A diferença é que agora milhares de jovens estão sendo lançados a esses padrões sem preparo. Foram “cuidados” pelos zeladores — e abandonados pela realidade.

Outro setor onde os zeladores da utopia abundam: Comunicação e mídia

Nos jornais, nas revistas, nos podcasts, nas redes sociais, os zeladores da utopia ocupam o centro do palco com discursos inflamados sobre desigualdade, justiça social e empatia. Não há espaço para debate. Apenas para militância.

Se alguém ousa questionar a eficácia das cotas raciais, por exemplo, é tachado de racista. Se alguém duvida do impacto real de políticas públicas voltadas ao assistencialismo, é taxado de insensível. Se questiona a rapidez com que determinadas vacinas são desenvolvidas sem testes, é chamado de genocida. O debate é interditado. Só a narrativa da utopia é permitida.

Zeladores da utopia não argumentam. Eles rotulam. E, uma vez rotulado, você é desumanizado. Passa a ser uma caricatura: um reacionário, um opressor, um inimigo do progresso.

Por fim, outro palco dos zeladores da utopia: na política e gestão pública

Aqui, os zeladores encontram o ambiente ideal: orçamento, poder e impunidade. Com isso, constroem estruturas complexas de “inclusão”, “equidade”, “representatividade” — palavras bonitas que, muitas vezes, escondem aparelhamento, burocracia e ineficiência.

Programas são criados para combater desigualdades históricas. Mas o que se vê, na prática, é a perpetuação da dependência. Os beneficiários não aprendem a caminhar com as próprias pernas. São mantidos no ciclo do assistencialismo, domesticados por políticas que lhes garantem apenas o suficiente para sobreviver — e nunca o necessário para prosperar.

E os zeladores, claro, seguem cuidando da utopia. Tirando o pó. Escondendo as rachaduras. Mantendo a fachada.

Mas como identificar os zeladores da utopia, hein?

Você pode reconhecê-los com facilidade, desde que aprenda a prestar atenção no que não é dito. E aqui vão algumas pistas:

  • Falam em nome dos outros. Sempre dizem “eles”, “os pobres”, “os marginalizados”, os “oprimidos”. Raramente usam a primeira pessoa. São advogados não solicitados de causas alheias.
  • Eles evocam “injustiças históricas” com frequência, mas fogem de qualquer discussão sobre responsabilidade individual, esforço e, principalemnte, mérito.
  • Eles têm um apego emocional à desigualdade. Não à solução dela — mas à existência dela. Porque é a partir desse problema que constroem sua identidade moral. Sem desigualdade, perdem a causa. E, sem a causa, perdem o propósito.
  • Eles adoram políticas com impacto simbólico. Mudança de nome de rua, criação de comissões, distribuição de cartilhas. Intervenções que causam emoção, mas têm efeito prático nulo.
  • Eles rejeitam o conceito de tragédia. Para eles, tudo é culpa de alguém ou de algum sistema. Se alguém nasce com uma deficiência, ou enfrenta uma catástrofe, há sempre um culpado a ser apontado. A ideia de que o sofrimento pode ser parte da vida, e não resultado de uma estrutura injusta, lhes é intolerável.
  • Eles se colocam como árbitros da moral. São os puros. Os certos. Os iluminados. E quem discorda deles, automaticamente, é jogado na vala comum da ignorância, da maldade ou da opressão.

Qual o risco de deixar a chave com eles, hein?

O problema não é a existência da utopia — sonhar com um mundo melhor é até nobre. O problema é quando os zeladores tomam a chave da realidade e trancam todos do lado de fora. Quando passam a moldar políticas públicas, educação, cultura e comportamento social a partir de ideias que simplesmente não funcionam.

Como disse Thomas Sowell, não é que eles queiram o mal. Eles querem o bem. Mas um bem impossível, inatingível, abstrato — e, por isso mesmo, perigoso. Porque enquanto perseguem esse ideal inalcançável, vão deixando um rastro de ineficiência, mediocridade e destruição.

Utopia não se zela — se desconfia.

Se há algo que a história nos ensina é que toda vez que um grupo diz saber o que é melhor para todos — e se arma com poder para aplicar essa ideia — o desastre bate à porta. Seja na forma de um sistema educacional falido, de uma sociedade dependente ou de uma geração emocionalmente mimada e intelectualmente despreparada.

A utopia pode ser uma estrela-guia. Mas jamais pode ser transformada em régua de conduta.

Vou repeir aqui: a utopia pode ser uma estrela-guia. Mas jamais pode ser transformada em régua de conduta.

E, acima de tudo, jamais pode ser cuidada por zeladores que se julgam moralmente superiores aos mortais comuns.

A verdadeira transformação acontece quando aceitamos a realidade como ela é — imperfeita, complexa, cheia de nuances — e, a partir dela, construímos o possível. O possível. Com ética, com exigência, com responsabilidade. Sem maquiagem.

Então, da próxima vez que vir alguém defendendo mudanças radicais em nome da justiça, da equidade, da inclusão… pare. Observe e pergunte:

Esse é um reformador sincero?

Ou apenas mais um zelador da utopia, espanando os móveis de um mundo que só existe em sua cabeça?

Sabe o que acontece, Luciano? Eu vi o teu vídeo, achei muito interessante, tu fizeste um livro, né? E eu, na ocasião, a minha mulher estava com 60% a 70% dos pulmões comprometidos. E nós moramos na frente do Moinhos.

E aí eu ouvi a notícia, eu disse, ah, mas que loucura isso, né, cara? Tem um gente morrendo. E ela tinha, tinha, e ela tinha pensado, ah, eu vou pro hospital ali e tal. Eu disse, não, mas sabe o que? Como é que tu vai pro hospital se tem gente morrendo a rodo lá? Aí no dia seguinte, sem ela saber, eu fui no hospital e fiz um vídeo, com que objetivo?

Eu fiz o vídeo dizendo assim, olha, pessoal, seguinte, como eu sou um cara muito bem relacionado, então eu tô sempre, sempre nas redes sociais, se quiser me acompanhar lá, é Tonynho Ostyn com Y, os dois, Toninho com Y, Austin com Y, sou um, eu sou um conservador, de direita, liberal. Então aí eu fiz o vídeo e, cara, eu não sei, a loucura bateu tão forte que meu vídeo teve dez milhões de visualizações.

Um vereador do PT fez um boletim de ocorrência, o pessoal do Atualidade Spampa, todo mundo jogou pedra em mim, eu tenho loja, então cara, foi um horror. E eu na época eu disse, gente, eu não fiz nada de errado, só estou informando que está tudo bem, que não tem nada de errado, que exatamente que tu disseste no teu vídeo há quatro dias que, na verdade, o hospital só tinha três morgue, né, que eu acho que é morgue que chamam, e de repente eu fui execrado.

Se a loja estivesse aberta, eu não sei se os petistas não vinham aqui jogar pedra e tocar fogo na minha loja, velho. A minha sorte que estava fechada. Se tu quiseres o vídeo do meu testemunho, eu te mando.”

Ah, que legal cara, esse é o Tonynho Ostyn, que depois de assistir a um vídeo meu, contou da sua experiência quando visitou o hospital Moinhos de Vento em Porto Alegre, no auge da pandemia. E fez um vídeo dizendo o seguinte: ué, não está lotado não.

Cara, ele quase foi linchado… por quem? Pelos zeladores da utopia, é claro. Força aí, meu caro… como é que vocês falam, mesmo, hein? Não tá morto quem peleia!

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Por muito tempo, crescemos com a noção de que justiça é tratar todos de forma igual. O famoso “o que vale para um, vale para todos”. Regras claras, padrões objetivos, oportunidades abertas. E, com isso, acreditamos estar construindo uma sociedade justa, ética, meritocrática. Mas eis que surge um novo conceito, mais sedutor, mais palatável aos ouvidos de uma geração cada vez mais preocupada em se sentir bem: a justiça cósmica.

O termo justiça cósmica, cunhado por Thomas Sowell e carrega um peso que vai além da estética linguística. Não se trata de mais um jargão acadêmico ou de um modismo intelectual, mas de uma ruptura profunda com o conceito tradicional de justiça.

Sowell descreve a justiça cósmica como uma tentativa de equalizar as perspectivas de todos, nivelar os resultados, corrigir as desigualdades e não apenas as sociais, mas até mesmo as impostas pela natureza, por Deus, pelo acaso. A ideia é nobre à primeira vista. Afinal, quem não gostaria de um mundo em que todos largassem do mesmo ponto, com as mesmas condições, com as mesmas chances?

O problema é que isso é impossível. E mais: é incompatível com a justiça tradicional.

Vamos ao exemplo que Sowell dá com a leveza de quem fala sobre beisebol, mas toca nas vísceras do debate moral contemporâneo. Ele diz assim: se aplicarmos as mesmas regras a todos os jogadores, Mark McGwire vai rebater 70 home runs numa temporada. Outros, como Luke Appling, passarão a vida sem chegar perto disso. E tá tudo bem. Porque isso é consequência de talento, esforço, contexto e escolhas. Mas a justiça cósmica não aceita isso. Ela quer corrigir essa “injustiça” e garantir que todos possam bater 70 home runs, nem que para isso seja preciso mudar as regras do jogo.

Mudar as regras do jogo. Tá aí está o cerne da questão, cara.

A justiça tradicional se baseia em regras universais. É impessoal, objetiva, “em massa”. Já a justiça cósmica exige personalização, intervenção de terceiros, controle estatal. É artesanal, minuciosa, subjetiva. Precisa de alguém com poder suficiente para determinar o que é justo em cada caso. E, como já sabemos, quando alguém tem esse tipo de poder, a história costuma mostrar o que acontece…

Sowell relata o caso de uma diretora de admissões da Universidade de Stanford que, em nome da justiça, aboliu testes de desempenho porque “alguns alunos, por nenhum erro deles, estudaram em escolas que não os prepararam bem”. E por isso, simplesmente, ela decidiu ignorar os testes. Não corrigir o ensino. Não melhorar as bases. Ignorar os critérios.

Essa é a justiça cósmica: ao invés de ensinar a criança a subir a escada, ela rebaixa a escada. E depois se orgulha de dizer que todos chegaram ao topo.

Mas, como dizia minha avó: “quem sobe sem esforço, desce sem saber”.

Thomas Sowell viveu isso na pele. Negro, pobre, filho de pais que não completaram o ensino fundamental, cresceu no Harlem, nos Estados Unidos, numa época em que a justiça era ensinar duro, exigir disciplina, corrigir sem dó — mas com propósito. Ele teve professores que jamais se importaram com sua autoestima. Preocupavam-se, sim, em ensinar. Em cobrar. Em fazer com que aprendesse, mesmo que isso doesse.

A senhora Simon, uma de suas professoras, fazia os alunos escreverem cinquenta vezes cada palavra mal escrita. Isso mesmo: cinquenta. Ninguém perguntava se o aluno tinha tempo, se o ambiente familiar era propício, se aquilo afetaria seu emocional. O que importava era aprender. E foi essa exigência “injusta” que fez com que Sowell, mesmo sem diploma do ensino médio, conseguisse uma nota verbal no SAT (o vestibular americano) superior à média dos alunos de Harvard. Em uma época anterior ao sistema de cotas.

Agora imagine se a senhora Simon tivesse tido formação pedagógica moderna, com foco em “acolhimento” e “equidade” ao invés de conteúdo e responsabilidade. Talvez Sowell estivesse hoje aposentado em algum programa assistencial, e não como um dos mais respeitados intelectuais dos Estados Unidos.

Muito bem,  se você é assinante do Café Brasil agora vem o conteúdo extra. Eu vou dar umas dicas sobre quem é Thomas Sowell e quais livros dele são os essenciais.  

Se você não é assinante, que pena cara, vamos para a reta final do programa.


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O mais preocupante, segundo Thomas Sowell, não é o erro em si. É a impossibilidade de voltar atrás. Porque a justiça cósmica, por mais que fracasse, cria em seus defensores uma fé cega, um apego emocional. Eles precisam acreditar que estão certos. E, por isso, passam a perseguir os que pensam diferente. Primeiro mentem, depois difamam. Não se combate ideias com argumentos, mas com rótulos. E assim nascem os “fascistas”, “reacionários”, “intolerantes” — termos que hoje são atirados como pedras contra qualquer um que ouse levantar o dedo e dizer: “mas será que isso faz sentido?”.

Esse ambiente hostil, alimentado pela tirania da visão cósmica, afasta os bons. Afasta os sensatos. Afasta os que não querem expor suas famílias, seus nomes, suas histórias ao tribunal da lacração. E ficamos, então, à mercê de quem tem mais fé no modelo do que apreço pela realidade.

Porque, como bem disse Paul Johnson ao falar de Lênin, aquele que se dizia defensor do proletariado sem jamais ter pisado em um bairro operário: o devoto da visão não está interessado em pessoas de carne e osso. Elas são um incômodo no caminho da utopia.

E se for preciso sacrificar milhões para atingir o ideal, que assim seja.

É claro que hoje não falamos mais em paredões em gulags. Mas o espírito é o mesmo. Quando se ignora a realidade em nome de uma visão, o resultado será sempre desastroso — mesmo que em menor escala.

A justiça cósmica não é uma evolução da justiça tradicional. É sua negação. Uma substituição perigosa da objetividade pela emoção, da responsabilidade pela vitimização, da realidade pelo desejo. Ela cria mascotes e não cidadãos. Gente que serve de símbolo para que outros se sintam bem consigo mesmos. Gente que será cuidada, defendida, celebrada — desde que continue no papel que lhe foi designado. Mascotes não crescem. Mascotes não erram. Mascotes não decidem. Eles apenas ocupam o lugar simbólico que lhes foi atribuído pelo zelador da utopia.

Mas nós, que acreditamos na liberdade, no mérito, na dignidade da conquista, não precisamos de mascotes. Precisamos de seres humanos inteiros, capazes de enfrentar dificuldades, superar traumas, construir destinos.

A justiça cósmica é uma ilusão perigosa, vendida como remédio para os males do mundo, mas que, no fundo, apenas os prolonga. Porque, ao tentar consertar o universo, ela esquece de ensinar o indivíduo a se transformar.

E se há algo que Thomas Sowell nos ensina — com sua história, sua coerência e sua lucidez — é que justiça de verdade não é tratar todos como iguais nos resultados, mas como adultos responsáveis. Gente capaz de se levantar, mesmo quando o mundo insiste em derrubá-la.

Vamos então ao nosso merchan? O Café Brasil é uma produção independente, não tem qualquer ligação com sites poderosos, com editoras, com jornais ou com qualquer organização poderosa. Você já sabe isso, cara! Ele é tocado pela abnegação deste  que voz fala, com uma modestíssima equipe.

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Vamos lá: venha pra cá: mundocafebrasil.com.

Hello, goodbye
John Lennon
Paul McCartney

You say yes, I say no.
You say stop and I say go go go, oh no.
You say goodbye and I say hello
Hello hello
I don’t know why you say goodbye, I say hello
Hello hello
I don’t know why you say goodbye, I say hello.

I say high, you say low.
You say why and I say I don’t know, oh no.
You say goodbye and I say hello
(hello goodbye hello goodbye) hello hello
(hello goodbye) I don’t know why you say goodbye,
I say hello
(hello goodbye hello goodbye) hello hello
(hello goodbye) I don’t know why you say goodbye
(hello goodbye) I say hello

Why why why why why why do you
Say goodbye goodbye, oh no?

You say goodbye and I say hello
Hello hello
I don’t know why you say goodbye, I say hello
Hello hello
I don’t know why you say goodbye,
I say hello.

You say yes (I say “yes”)
I say no (but I may mean no.)
You say stop (I can stay)
And I say go go go
(till it’s time to go )
You say goodbye and I say hello
Hello hello
I don’t know why you say goodbye, I say hello
Hello hello
I don’t know why you say goodbye, I say hello
Hello hello
I don’t know why you say goodbye, I say hello hello.
Hela heba helloa cha cha, hela..

Olá, tchau

Você diz sim, eu digo não
Você diz pare mas eu digo vá, vá, vá, oh não
Você diz adeus, e eu digo olá
Olá, olá
Eu não sei por que você diz adeus
Eu digo olá, olá olá
Eu não sei por que você diz adeus, eu digo olá

Eu digo alto, você diz baixo
Você diz: por quê? e eu digo: eu não sei, oh não
Você diz adeus e eu digo olá
(olá, adeus, olá, adeus!) olá, olá
(olá, adeus) eu não sei por que você diz adeus,
Eu digo olá
(olá, adeus, olá, adeus!) olá, olá
(olá, adeus) eu não sei por que você diz adeus
(olá, adeus) eu digo olá

(por que, por que, por que, por que, por que você diz
Adeus, adeus, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau)

Você diz adeus e eu digo olá
Olá, olá
Eu não sei por que você diz adeus
Eu digo olá, olá, olá
Eu não sei por que você diz adeus
Eu digo olá

Você diz sim (eu digo “sim”)
Eu digo não (mas pode significar não.)
Você diz pare (eu posso ficar)
E eu digo vá vá vá
(até que é hora de ir)
Você diz adeus e eu digo olá
Olá, olá
Eu não sei por que você diz adeus, eu digo olá
Olá, olá
Eu não sei por que você diz adeus, eu digo olá
Olá, olá
Eu não sei por que você diz adeus, eu digo olá, olá.
Hay la, olá

Cara, que coisa maravilhosa… Milton Nascimento interpretando Hello Goodbye dos Beatles… essa é pra ouvir de joelhos…

Thomas Sowell fala sobre a “tirania da visão”: quando a utopia se torna mais importante do que os fatos. Quando a realidade é ignorada em nome de uma ideia. E quem discorda da visão utópica, mesmo com argumentos, dados ou experiência, é tratado como um inimigo a ser eliminado — ou ao menos silenciado.

Agora, presta atenção olhe na letra de Hello Goodbye:

“Você diz sim, eu digo não
Você diz pare, e eu digo vá, vá, vá
Você diz adeus e eu digo olá…”

A música inteira é construída em torno de oposições inconciliáveis, onde não há escuta, só tem reação. Não há debate, só contradição. É um diálogo que não acontece. Uma conversa em que cada lado insiste em sua visão e ninguém está realmente interessado em compreender o outro.

Isso se conecta perfeitamente com a lógica dos zeladores da utopia, que Sowell descreve:

  • Quando você diz “responsabilidade individual”, eles respondem “injustiça estrutural”.
  • Quando você diz “igualdade de regras”, eles exigem “igualdade de resultados”.
  • Quando você diz “vamos ensinar mais”, eles dizem “vamos exigir menos para não ferir autoestima”.

É um eterno “Hello” para a emoção, e “Goodbye” para os fatos. Um “Hello” para a intenção, e “Goodbye” para os resultados concretos. A utopia diz sim ao que parece bonito e não ao que é necessário. E qualquer tentativa de aproximação racional vira ruído.

No mundo real, dizer olá para a verdade exige coragem para dizer adeus às ilusões. Entre o “sim” emocional dos zeladores da utopia e o “não” racional de Thomas Sowell, precisamos reaprender a escutar, ponderar e escolher. Utopias podem inspirar, mas só a realidade transforma. E enquanto alguns cantam “hello, goodbye”, o desafio é construir pontes entre visões — sem perder o compromisso com os fatos, com o mérito e com a dignidade de sermos tratados como adultos.

Estamos entendidos então? Mas fique frio. Se nada do que eu disse neste programa fizer sentido para você, não se preocupe. Enquanto você se esforça para entender o mundo do jeito que ele é, os zeladores da utopia continuam trabalhando duro para garantir que você nunca precise encarar a realidade — desde que obedeça, sorria e aceite o cargo vitalício de mascote da causa alheia.

E lembre-se: na livrariacafebrasil temos mais de 15 mil títulos muito especiais, para quem quer conteúdo que preste!  Inclusive Thomas Sowell. mundocafebrasil.com.

O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.

De onde veio este programa tem muito mais. E se você gosta do podcast, imagine só uma palestra ao vivo. Eu estou levando essas ideias, cara. Tem uma de meritocracia que é uma delícia. Eu chuto o balde. São mais de mil e duzentas palestras no currículo. Conheça os temas que eu abordo no mundocafebrasil.com.

Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.

Pra terminar, a frase do escritor norte americano Thomas Sowell:

“O fato de que muitos intelectuais não têm qualquer experiência prática no que escrevem, é exatamente o que os torna perigosos.”