Café Brasil 969 – O Efeito Zeigarnik

Olha: eu andava ressabiado aí com um certo clima de vigilância que tomou conta da internet brasileira. Sabe como é que é? Acho que você também, né?

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Cara, já são três da manhã… e eu tô aqui grudado na TV, assistindo à série Yellowstone. Comecei por volta de nove da noite e não consigo parar. No final de cada episódio estou tão ansioso pra ver o que vai acontecer, que emendo o próximo… Quem nunca?

Eu aposto que você também já se pegou começando uma série e, quando piscou, eram três da manhã e você ainda estava lá, hipnotizado pela tela, não é? Pois é. Isso não acontece por acaso. Tem gente que estudou direitinho como capturar sua atenção e mantê-lo refém sem que você perceba.

Lembra da TV tradicional? Episódios tinham hora marcada, intervalos comerciais, dias certinhos para ir ao ar. Se quisesse saber o que vinha depois, paciência. Espera uma semana. A Netflix olhou para isso e disse assim: “Bora viciar esse povo?”. E assim surgiu a maratona de séries, o sistema de gratificação instantâneo perfeito.

A sacada é simples e diabólica: seu cérebro não lida bem com finais em aberto. Esse truque tem nome: efeito Zeigarnik.  Zeigarnik. O episódio de hoje é inspirado num post do Matheus de Lucca no X. Você vai se identificar…

Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?

“Bom dia, boa tarde, boa noite Luciano. Beleza? Aqui é o André de Belo Horizonte de novo.

Cara, vi um cafezinho aqui retrospectivo de 2024, mas o legal né? Tudo que você produz aí, produziu. Estou indo pro meu terceiro ano de assinante, firme e forte. É meu presente de Natal e aniversário. O que eu faço aniversário em dezembro é comprar e assinar de novo Café Brasil. Espero que pelos próximos anos continue assim.

Fico grato aí de ter sempre esse conteúdo, esse mar de bullshit que a gente tem aí, ter conteúdo de verdade disponível. E além de agradecer, dá força aí, né? Que você continue mandando bem e fazendo esse conteúdo de verdade aí, tentando fazer a gente pensar. Sair de um fluxo, como diz lá o autor da entrevista com o Diabo, esse fluxo hipnótico, que a gente tem que tentar fazer o fluxo hipnótico, a hipnose tá coisa boa, né?

Esse ritmo hipnótico da bobagem, tu gastar tempo à toa a gente evitar, e desejar a vida longa ao cafezinho e ter quem sabe no futuro próximo, né? Uma condição para participar do MLA ou de outras coisas assim. Parabéns e que venha 2025.”

Graaaande Eduardo, muito obrigado, meu caro. Sua ajuda como assinante é inestimável viu?

E eu quero aproveitar para dar um recado, olha: todo sistema que vive de assinaturas é dinâmico, todo dia entra assinante e sai assinante. E vira e mexe, eu recebo mensagens de pessoas dizendo que vão parar de assinar porque não tem tempo de ouvir ou consumir os conteúdos.

Cara, essa visão é muito limitada. Consumir ou não é um detalhe. O que você têm de ter em mente é que estamos falando de ajudar a manter funcionando a máquina que produz conteúdos que você diz que são valiosos. Se você não consegue consumir neste momento, tem um monte de gente que consome. E de graça. O importante é a máquina não parar. O foco precisa ser em manter a máquina funcionando, independente, sem rabo preso, como uma contribuição para a melhoria da sociedade.

Se isso interessa a você, torne-se e mantenha-se um assinante também. E se conseguir consumir os conteúdos, melhor ainda. Muito obrigado, Eduardo!

Cara, você já pensou em ter um negócio funcionando 24 horas por dia, hein? Uma adega autônoma que você instala nteo condomínio sem precisar de funcionários, entregando vinhos top na temperatura ideal? E o melhor, tudo controlado pelo celular,  com margem de 80% por venda.

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Então… A sacada é simples e diabólica: seu cérebro não lida bem com finais em aberto. Esse truque tem nome: efeito Zeigarnik.

Bluma Zeigarnik, uma psicóloga soviética do século passado, percebeu algo curioso: garçons lembravam melhor dos pedidos que ainda não tinham sido pagos, mas assim que a conta era fechada, o pedido desaparecia da memória deles. Essa inquietação a levou a uma série de experimentos que culminaram no que chamamos hoje de Efeito Zeigarnik: a tendência da mente de se agarrar a tarefas inacabadas como um cachorro que não solta o osso.

Mas por que isso acontece, hein? Porque nosso cérebro odeia pendências. Quando uma tarefa fica inacabada, cria-se uma tensão cognitiva incômoda. Essa tensão é o jeito do seu cérebro dizer: “Ei, não esquece disso!” Ele mantém a informação disponível, te cutuca e só te deixa em paz depois que você resolve o problema.

Agora, aqui entra um detalhe interessante: nossa memória de curto prazo é limitada. Se você tentar lembrar de tudo ao mesmo tempo, vai acabar sobrecarregado, como um computador rodando 50 abas do navegador ao mesmo tempo. O Efeito Zeigarnik age como um gerenciador de memória, priorizando o que ainda não foi concluído e jogando fora o que já foi resolvido.

Mas olha, se bem utilizado, esse efeito pode ser uma arma poderosa para produtividade e aprendizado.

O teatro dos vampiros
Renato Russo
Dado Villa Lobos
Marcelo Bonfá

Sempre precisei de um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto
E destes dias tão estranhos
Fica poeira se escondendo pelos cantos
Este é o nosso mundo
O que é demais nunca é o bastante
E a primeira vez é sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres, nós não estamos
Vamos sair mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
Voltamos a viver como há dez anos atrás
E a cada hora que passa envelhecemos dez semanas
Vamos lá, tudo bem eu só quero me divertir
Esquecer, dessa noite ter um lugar legal pra ir
Já entregamos o alvo e a artilharia
Comparamos nossas vidas
Esperamos que um dia
Nossas vidas possam se encontrar
Quando me vi tendo de viver
Comigo apenas e com o mundo
Você me veio como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo, eu, homem feito
Tive medo e não consegui dormir
Vamos sair mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
Voltamos a viver como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas
Vamos lá, tudo bem eu só quero me divertir
Esquecer, dessa noite ter um lugar legal pra ir
Já entregamos o alvo e a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim, não tenho pena de ninguém

Ah, que delícia… O Legião Urbana com Teatro dos Vampiros, que compartilha conosco a mesma preocupação: a manipulação da nossa atenção e a forma como o entretenimento e a mídia nos controlam sem que percebamos.

A música nos convida a refletir sobre o que consumimos e a questionar se estamos realmente no controle de nossas escolhas ou apenas sendo sugados por um sistema que nos mantém alienados.

Basicamente é o seguinte: se uma tarefa fica inacabada, sua cabeça entra em modo de urgência. Você PRECISA de um desfecho. E adivinha? Cada episódio da série termina com um cliffhanger – cliffhanger, é um termo que fala daquele gancho safado que te obriga a continuar. E o próximo episódio? Já começa sozinho, sem que você mova um dedo. Você acha que tem escolha. Não tem.

A Netflix desenha suas séries para disparar dopamina na hora certa. Cada episódio é um looping de tensão crescente, recompensa emocional e novo gancho. É como um caça-níquel de luxo: você gira, ganha um estímulo, e gira de novo. Resultado? Seu cérebro aprende que isso é prazer. E quando percebe, já tá ali, afundado em mais uma temporada, sem nem sentir o tempo passar.

Agora, vamos à pergunta de um milhão de dólares: por que diabos a Netflix quer que você maratone o mais rápido possível, hein? Porque quanto mais rápido você termina, mais rápido volta para procurar outra série. Quanto mais tempo você passa na plataforma, melhores são os dados de recomendação. Quanto mais você maratona, menor a chance de cancelar a assinatura. Sacou?

O objetivo não é só entreter. O objetivo é transformar você em um consumidor de ciclos viciantes. E antes que você se sinta a vítima inocente dessa manipulação, deixa eu te contar um segredinho: nós, criadores de conteúdo, fazemos o mesmo. Cada post, cada vídeo, cada episódio do podcast, cada newsletter é montada para prender sua atenção e te empurrar para o próximo passo.

Lááááááááá no final dos anos noventa, quando os dinossauros andavam sobre a terra, eu criei uma palestra chamada E-Agora. E nela eu dizia: entramos na Economia da Atenção. Atenção é a nova moeda. Quem tem sua atenção, constrói relacionamento. Quem constrói relacionamento, gera confiança. E quem tem sua confiança… vende.

Então, da próxima vez que perceber que está afundado numa maratona, pergunte-se: quem é que está no controle, hein? Se a resposta não for “eu”, meu amigo… bem-vindo ao jogo.

Hora do nosso merchan! Você sabe que o Café Brasil é uma produção independente, que não tem qualquer ligação com sites poderosos, com editoras, com jornais ou com qualquer organização poderosa. Que é tocado pela abnegação deste aqui que voz fala, com uma modestíssima equipe.

E que a gente produz conteúdo que presta. E precisa muito que quem gosta do nosso trabalho. Portanto, faça mais do que simplesmente ouvir os programas gratuitamente. Não seja um chupim de conteúdo gratuito. Venha ser um assinante. Dê uma paradinha aí e acesse mundocafebrasil.com para se tornar um assinante.

E se você agora é assinante do Café Brasil agora vem o conteúdo extra. Eu vou explicar melhor como usar o Efeito Zeigarnik a seu favor.

Se você não é assinante, que pena, vamos para a reta final do programa.

https://youtu.be/gmYVA9hYBpM?si=WNKusqNIZ9DBnn7r

Então você está lá, concentrado, trabalhando firme, quando… plim! Notificação. Um simples alerta, 30 segundos de distração e pronto: adeus foco. Agora, segundo os estudos, você vai levar em média 23 minutos e 15 segundos para recuperar o nível original de concentração.

Não é falta de disciplina, é biologia. Nosso cérebro foi moldado para o mundo real, aquele onde prestar atenção no ambiente era a diferença entre viver e virar almoço de um predador. Mas o problema é que esse mesmo mecanismo que antes nos protegia agora está sendo explorado para nos transformar em viciados.

Enquanto pesquisadores publicavam estudos sobre como as distrações fragmentam nossa atenção, engenheiros comportamentais no Facebook – agora Meta – estavam lendo os mesmos estudos, mas com um objetivo um tanto… diferente. Em vez de proteger nossa concentração, eles queriam capturar e monetizar cada segundo dela.

E assim nasceu a economia da atenção: um sistema onde empresas competem não pelo seu dinheiro diretamente, mas pelo que você tem de mais valioso – sua capacidade de prestar atenção. Porque se tem uma coisa mais valiosa do que seu dinheiro, é o tempo que você gasta olhando para alguma coisa.

O golpe de mestre foi a descoberta de que distrações estrategicamente espaçadas – notificações, alertas, feeds infinitos – podiam transformar um cérebro focado em um cérebro viciado. O resultado? O usuário médio checa o celular mais de 200 vezes por dia.

E não para por aí. Estudos revelaram quatro realidades bizarras sobre o nosso comportamento:

Primeiro: Foco virou moeda de troca. Empresas não vendem só produtos, vendem sua atenção para anunciantes. Você não está comprando, você está sendo vendido.

Segundo: O “tempo gratuito” sai caro. O brasileiro médio passa 5 horas diárias no celular. Se fosse convertido em produtividade, isso custaria cerca de R$150.000 por ano. Se você é CLT cara, deveria prestar atenção nisso…

Terceiro: Seu cérebro encara notificações como ameaças. O mesmo circuito que fazia nossos ancestrais lutarem ou fugirem de um leão agora te faz abrir desesperadamente uma mensagem do WhatsApp. E adivinha? O leão não tá lá.

Quarto: A melhor técnica de proteção não é a disciplina, é a distância. Colocar o celular em outro cômodo aumenta sua capacidade cognitiva e produtividade em 42%. Isso mesmo: o simples ato de afastá-lo já te torna mais eficiente.

E agora vem a ironia final: ex-executivos do Facebook, Google e Twitter já admitiram que criaram sistemas viciantes de propósito. E sabe qual é a melhor parte? Os próprios engenheiros que projetaram essas distrações vivem com os celulares no modo avião ou então usam telefones básicos, sem apps.

Então, da próxima vez que abrir um aplicativo “gratuito”, lembre-se: se você não está pagando pelo produto, o produto é você.

No surrprises
Tom Yorke
Jonny Greenwood
Colin Greenwood
Ed O’Brien
Nigel Godrich

A heart that’s full up like a landfill
A job that slowly kills you
Bruises that won’t heal

You look so tired and unhappy
Bring down the government
They don’t, they don’t speak for us
I’ll take a quiet life
A handshake of carbon monoxide

No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
Silent, silent

This is my final fit, my final bellyache with

No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises please

Such a pretty house, such a pretty garden

No alarms and no surprises (let me out of here)
No alarms and no surprises (let me out of here)
No alarms and no surprises please (let me out of here)

Sem Surpresas

Um coração que está cheio como um aterro
Um emprego que lentamente te mata,
Feridas que não irão cicatrizar.

Você aparenta estar tão cansado e infeliz,
Derrube o governo,
Eles não, eles não falam por nós.
Eu vou levar uma vida tranquila,

Um aperto de mão de monóxido de carbono,

Sem nenhum susto e nenhuma surpresa,
Sem sustos e sem surpresas,
Sem sustos e sem surpresas.
Silêncio, silêncio.

Este é meu ajuste final, minha dor de barriga final.

Sem nenhum susto e nenhuma surpresa,
Sem sustos e sem surpresas,
Sem sustos e sem surpresas, por favor.

Uma casa tão bonita e um jardim tão bonito.

Sem nenhum susto e nenhuma surpresa, (tire-me daqui)
Sem sustos e sem surpresas, (tire-me daqui)
Sem sustos e sem surpresas, por favor. (tire-me daqui)

Você está ouvindo “No Surprises”, com o Radiohead.

Um retrato sonoro da alienação moderna, da resignação ao conformismo e da falsa sensação de segurança criada por um sistema que quer nos manter distraídos e passivos. Você realmente está no controle da sua atenção e do seu tempo, ou está apenas sendo conduzido por um mecanismo desenhado para mantê-lo “confortável”, mas sem autonomia, hein?

Dizem que o ser humano é a criatura mais inteligente do planeta. Mas eu tenho uma notícia que pode ferir esse orgulho: a sua capacidade de atenção já é menor do que a de um peixe dourado. Sim, meu amigo, você piscou e, de 2000 pra cá, sua atenção média caiu de 12 para 8 segundos. E se acha que isso não tem nada a ver com você, sinto informar… tem.

O problema não é só o celular, é um sistema inteiro montado para sequestrar sua atenção e jogá-la no triturador. Nos anos 90, você fazia uma coisa por vez. Hoje, interrompe uma tarefa dez vezes mais do que naquela época. O motivo? Rolagem infinita. Notificações. Pings. Vibrações. Um bombardeio de estímulos que remodelou seu cérebro, tornando leituras longas e trabalhos complexos um verdadeiro martírio.

E agora, hein? É só desligar o celular e pronto? Ah, se fosse fácil assim… Os especialistas descobriram que o buraco é mais embaixo. Não basta desativar o Wi-Fi e sair correndo pro mato – é preciso reconstruir sua relação com o foco. E para isso, eles têm três estratégias que podem resgatar um pouco da sanidade que você nem percebeu que perdeu.

Primeiro: o “efeito resíduo de atenção”. Seu cérebro leva até 15 minutos para se recuperar completamente de uma distração. Se você alterna entre tarefas, WhatsApp, Instagram, e dá aquela espiadinha no e-mail a cada cinco minutos, parabéns! Você nunca entra em estado de foco profundo. A solução? Agrupe tarefas parecidas e trabalhe por blocos de tempo sem interrupções.

Segundo: a “Teoria do Tédio”. Lembra quando você era criança e ficava entediado? Hoje, se isso acontece, você corre para o celular. Mas o tédio é fundamental para criatividade e aprendizado. Se quer reverter isso, experimente caminhar 20 minutos por dia sem música, sem celular, sem podcast. Só você e seus pensamentos. Parece simples, mas experimente e veja o que acontece.

Terceiro: o “Desafio dos 20 Segundos”. Pequenos atritos mudam comportamentos. Se quer parar de checar redes sociais toda hora, torne o acesso mais difícil: remova atalhos, saia da conta, mude de lugar os apps. Qualquer coisa que adicione um passo extra antes de cair no buraco negro do feed.

Olha: no fim das contas, recuperar o controle da sua atenção exige mais do que apenas desligar o celular. Pequenos hábitos podem transformar sua relação com o foco, mas exigem disciplina e consciência. Sua mente foi treinada para buscar distrações, mas também pode ser reprogramada para priorizar o que realmente importa. Então, antes de rolar mais um feed infinito, pare e pense: quem está no comando? Se a resposta não for “você”, talvez seja hora de mudar o jogo.

Alívio Imediato
Humberto Gessinger

O melhor esconderijo, a maior escuridão
Já não servem de abrigo, já não dão proteção
A Líbia é bombardeada, a libido e o vírus
O poder, o pudor, os lábios e o batom

O melhor esconderijo, a maior escuridão
Já não servem de abrigo, já não dão proteção
A Líbia é bombardeada, a libido e o vírus
O poder, o pudor, os lábios e o batom

Que a chuva caia como uma luva
Um dilúvio, um delírio
Que a chuva traga
Alívio imediato

Que a noite caia
De repente caia
Tão demente quanto um raio
Que a noite traga
Alívio imediato

Há espaço pra todos, há um imenso vazio
Nesse espelho quebrado por alguém que partiu
A noite cai de alturas impossíveis
E quebra o silêncio e parte o coração

Há um muro de concreto entre nossos lábios
Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide, todos se separam
(Duas Alemanhas, duas Coreias)
Tudo se divide, todos se separam

Que a chuva caia como uma luva
Um dilúvio, um delírio
Que a chuva traga
Alívio imediato

Que a noite caia
De repente caia
Tão demente quanto um raio
Que a noite traga
Alívio imediato

(Tudo se divide, tudo se separa
Tudo se divide, tudo se separa)

Que a chuva caia como uma luva
Um dilúvio, um delírio
Que a chuva traga
Alívio imediato

Que a noite caia
De repente caia
Tão demente quanto um raio
Que a noite traga
Alívio
Alívio
Alívio
Alívio

É assim então, ao som de Alívio Imediato, do Humberto Gessinger, com o Engenheiros do Hawai, que vamos saindo… pensativos.

“Alívio Imediato” questiona o consumo desenfreado de entretenimento e informação superficial, exatamente como este episódio alerta sobre o perigo de sermos manipulados por plataformas que exploram o Efeito Zeigarnik.

No fundo, a canção pede um despertar da consciência, para que a gente recupere o controle sobre nossas escolhas e não seja apenas um espectador passivo de um jogo projetado para nos manter viciados.

No fim das contas, seus recursos mais valiosos não são dinheiro ou bens materiais, mas seu tempo e sua atenção. E adivinha? Há gigantes lucrando bilhões para sequestrá-los, refinando algoritmos e estratégias para mantê-lo preso em distrações intermináveis.

Se você não assumir o controle sobre como os usa, pode ter certeza: alguém fará isso por você. E, acredite, essa escolha nunca será feita pensando no seu bem-estar, mas no lucro de quem souber manipulá-lo melhor.

Reitero aqui meu convite: para de dar desculpas, junte-se aos conspiradores do Café Brasil. Acesse mundocafebrasil.com. Escolha seu plano e venha para o barco. E lembre-se: na livrariacafebrasil temos mais de 15 mil títulos muito especiais, para quem quer conteúdo que preste! mundocafebrasil.com.

O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.

De onde veio este programa tem muito mais. E se você gosta de podcast, imagine uma palestra ao vivo. E eu já tenho mais de mil e duzentas no currículo, cara. Conheça os temas que eu abordo no mundocafebrasil.com.

Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.

Pra terminar, a frase de um tal Andrew Lewis, que não se sabe bem quem é, que a escreveu em um post de 2010 no site MetaFilter, uma frase que ficou famosa:

“Se você não está pagando por isso, você não é o cliente; você é o produto sendo vendido.”