Café Brasil 964 – O woke que nos pariu


Quem me acompanha sabe que em 2008, aos 52 anos, eu deixei um emprego formal para me transformar num criador de conteúdo, palestrante, podcaster e educador. Não foi fácil, mas eu sabia que minha experiência profissional abriria portas para uma nova carreira. E 17 anos depois, aqui estou, cheio de planos e crescendo ano a ano.

Mas, curiosamente, reparei que muitas pessoas acumulam anos de conhecimento e vivências valiosas, sem perceber o potencial de transformá-los em uma segunda jornada ainda mais impactante. E uma tendência nos últimos anos é que profissionais dos 35 aos 80 anos, atuem como conselheiros, ajudando as empresas a tomar decisões estratégicas.

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Há 25 anos colocando a inteligência a serviço do agro. 

James Bartholomew é um jornalista, autor e comentarista britânico, conhecido principalmente por seus escritos sobre cultura, sociedade e economia. Ele ficou famoso por popularizar o termo “virtue signaling”, ou “sinalização de virtude”, que é, basicamente, o ato de demonstrar virtudes publicamente mais para ganhar aprovação social do que para, de fato, fazer diferença no mundo. É aquele cara que faz um post indignado nas redes sociais sobre desmatamento, mas não para de pedir delivery cheio de embalagens plásticas. Ou a marca que veste a camisa de uma causa ambiental enquanto despeja lixo químico no rio mais próximo.

Bartholomew não estava preocupado em atacar quem defende boas causas, mas sim em escancarar a hipocrisia de muita gente que só quer parecer virtuosa. É aquele momento em que as redes sociais viraram palco, e a plateia aplaude mais quem grita “eu me importo!” do que quem realmente faz algo significativo.

Essa é a pegada do episódio de hoje, que funciona muito bem se ouvido em conjunto com os episódios 961 – O algoritmo de Sowell e 809 – Ser woke.

Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?

“Bom dia, boa tarde, boa noite Luciano, tudo bem? Aqui é o Eduardo de Curitiba e acabei de começar a ouvir o episódio 961- O algoritmo de Sowell. Acabei de te ouvir falar “os ungidos”, e achei muito engraçado. Por experiência própria de pessoas que a gente conhece na vida, vai conhecendo ao longo da vida, a gente sabe que quem é woke não fala que é woke, né? Então, finalmente resolvi enviar o áudio. Depois de muitos anos te ouvindo.

Desde 2011, mais ou menos, que eu te ouço, entre idas e vindas, agora eu tô assinando o Premium e, assim, parece que somos amigos de longa data. Esse é o sentimento que eu tenho. Pode ser talvez uma projeção de pai, né? Entre parênteses eu falei isso. Mas é com uma proximidade que eu te ouço sempre nos seus programas. Enfim, eu gosto muito mais de ouvir os programas do que ler, e-book, coisas assim. Eu consumo mais o seu conteúdo em áudio e é dessa forma, também de proximidade, que eu te envio este áudio.

Seus programas são sempre surpreendentes. Na verdade, os temas assim, acho que é difícil de encontrar outros podcasts que falem sobre o que você fala, né? Com um mix tão amplo e variado, assim, desde música até questões, enfim, sobretudo na vida, né? E o trabalho que vocês fazem, pra mim, uma imagem mental, assim, é do milho. É um simples, único milho que cai no chão e que nasce uma plantação inteira, ou talvez uma planta, né? Pelo menos, com milhares de outros milhos. Então, é um conhecimento, uma informação, enfim, que vai se replicando de uma forma enorme e atingindo muitas pessoas, né?

Os programas que eu mais gosto são Podcast Café Brasil, Cafezinho e o PodSumário, mais ou menos nessa ordem, assim. PodSumário, especialmente, porque é um conteúdo muito diferenciado, né? Muito novo. Embora os assuntos que você traga no Premium em geral, sejam muito amplos, o PodSumário me influencia bastante.

Por exemplo, aquele depois que eu ouvi da Brianna Wiest, A Montanha é você, eu estava andando na livraria, encontrei lá um outro livro dela, que é o 101 reflexões que vão mudar a sua forma de pensar. E folheei, gostei muito, comprei no Kindle digital. E também depois que eu ouvi o do Ryan Holiday, Disciplina é Destino, também na mesma livraria, no mesmo dia, do lado praticamente desse da Brianna Wiest que eu comprei, estava lá o Pai Estóico. Folheei um pouquinho, é muito interessante porque ele traz, digamos, iscas diariamente, assim, com assuntos bem interessantes para, sobre melhorar a paternidade mesmo, sobre trazer mais consciência. Acho muito interessante porque eu uso isso como um diário de boas coisas a se consumir, para começar o dia ali já nutritivo, como diz você.

Vida longa a todos vocês, muito obrigado por tudo, por esses anos de companhia, de caminhada juntos, um abraço.”

Grande Eduardo, que baita mensagem inspiradora, cara! A analogia do milho foi brilhante: um grão que se transforma em algo maior, gerando impacto além do que se pode imaginar. É exatamente isso que buscamos aqui: plantar ideias que se espalhem. E saber que nosso conteúdo influencia até escolhas na livraria, que nem você falou aí com esses livros que mencionou, só reforça que estamos no caminho certo. Obrigado por fazer parte dessa caminhada desde 2011 e, agora, como assinante Premium! Seguimos juntos, meu caro! Um grande abraço!

Cara, você já pensou em ter um negócio funcionando 24 horas por dia, hein? Uma adega autônoma que você instala no condomínio sem precisar de funcionários, entregando vinhos top na temperatura ideal? E o melhor, tudo controlado pelo celular, com margem de 80% por venda.

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Mas tem mais.

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Este episódio foi inspirado pelo texto “A atração da diversidade”, de autoria de Fernando Schuler, publicado na revista Veja. Mas tem uma curiosidade: eu tentei colocar o link pra esse artigo aqui no texto no Portal Café Brasil e não encontrei mais o artigo em lugar nenhum. Não sei se apagaram, o que aconteceu, mas ele sumiu. Fernando é cientista político e professor do Insper. A partir da argumentaçao dele, vem o texto a seguir:

Existe algo de fascinante em observar como as ideias nascem, crescem, se espalham e, eventualmente, perdem o fôlego. A onda woke, que há pouco tempo parecia invencível, agora dá sinais de cansaço. A revista “The Economist” trouxe um amplo artigo sugerindo que estamos testemunhando um recuo desse movimento, especialmente nos Estados Unidos. E, cá entre nós, não é difícil entender por quê.

A onda woke, para quem ainda não se familiarizou com o termo, tem como representação mais evidente essa obsessão contemporânea em torno de temas como gênero, raça e orientação sexual. Ela ganhou força na última década, impulsionada pelas redes sociais, movimentos como o Black Lives Matter, a reação à eleição de Donald Trump e as chamadas “guerras culturais”. De repente, o que era discutido em círculos acadêmicos migrou para as empresas, para a publicidade e para o cotidiano das pessoas. E, como toda ideia que vira moda, ela começou a sufocar.

O ponto de virada parece ter sido o caso da Bud Light. A empresa decidiu estampar a imagem de Dylan Mulvaney, uma ativista trans, nas latinhas de cerveja. O resultado, cara? Um desastre. As vendas despencaram, e a Bud Light registrou prejuízos históricos. Mas não foi um caso isolado. Empresas como John Deere, Disney e, mais recentemente, a Ford anunciaram recuos em suas políticas identitárias. Aliás, a Meta e o Google também. A Ford, por exemplo, declarou que não usará mais cotas em contratações e evitará “temas polarizantes”.

Eu insisto, ouvindo os episódios 961 – O algoritmo de Sowell e 809 – Ser woke, você terá uma visão completa sobre o wokismo.

Mas o que será que está por trás disso, hein? Uma hipótese é que as pessoas estão, devagar, aprendendo a separar o joio do trigo. Estão percebendo que é ótimo cultivar valores como respeito, tolerância e acesso a oportunidades. Mas que é péssimo quando esses valores se transformam em ideologia. E ideologia, como sabemos, tem um jeito muito peculiar de engolir os melhores propósitos.

Aqui entra uma pergunta que sempre me intrigou: por que raios as empresas abraçaram essa obsessão identitária com tanto fervor, hein? Por que deram tanto espaço para o “ativista corporativo”, aquele sujeito com retórica pronta, horror a quem pensa diferente e uma incrível capacidade de se infiltrar nos centros de decisão? Conversando com diversas pessoas, a resposta sempre é: “Olha, não sei. As coisas simplesmente foram acontecendo.”

No início, pareciam boas ideias. Palavras como “inclusão” e “respeito” soam bem, não é mesmo? Uma sugestão aqui, uma recomendação do RH ali, uma campanha identitária acolá. E, de repente, a coisa desandou. Surgiram os cursos de “letramento de gênero e racial”, os códigos de conduta intermináveis, os disque-denúncias. Um executivo me confessou: “O que conta é o medo. Essa turma tem poder de afetar a reputação das empresas. É melhor prevenir.”

E assim, criou-se uma sutilíssima chantagem. Algo como: “Somos minoria, mas se a nossa pauta não andar, coisas complicadas podem acontecer.” É o mundo hiperconectado, onde a reputação de uma empresa pode ser destruída em poucos cliques. A era da “sinalização de virtude”, como definiu James Bartholomew. A tagarelice do bem.

Fernando Schuler diz assim em seu texto:

“Vai aí um traço da cultura woke: a conversão de quase tudo em retórica. Vale para a composição étnica de um comercial, um simples debate na faculdade, ou quem sabe para o tamanho das lingeries e os tipos de modelos em um desfile da Victoria’s Secret. Em uma palavra: a obsessão. A posição do “righteous”, o “moralista”, de Jonathan Haidt. O que costumamos chamar de monismo na teoria ética. Na prática, a migração, por vezes bastante sutil, da inclusão para a exclusão. A ideia de que um certo aspecto da realidade – exatamente aquele no qual eu acredito – é capaz de organizar o mundo e dizer o que define a justiça e a virtude. Algo que já foi a ideia de “classe social”, para a esquerda, mas que em algum momento migrou para a órbita das “identidades”. E, a partir daí, a marcação cerrada, as paredes com slogans, o discurso emotivo. E logo a intolerância, a regulação da linguagem, do gesto. Tudo que vai virando o pão de cada dia. Mas que devagar vai gerando impaciência.

Tem um paradoxo interessante aí: a ideia de diversidade, que deveria ser algo rico e cheio de possibilidades, acaba ficando limitada e empobrecida. É como tentar encaixar toda a imensa variedade de pessoas em apenas duas ou três categorias, tipo gênero, raça ou orientação sexual. Isso não faz muito sentido, porque somos muito mais complexos do que isso.”

Identidades podem surgir de valores, vínculos afetivos, religião, formação cultural, individualidade, cosmopolitismo, amor à ciência e à dúvida intelectual. Reduzir tudo a categorias simplistas é uma visão presunçosa da vida. E, pior, é uma forma de excluir em nome da inclusão.

E o Fernando Schuler continua:

“O que parece ter-se perdido é a hipótese da aprendizagem. Nunca me esqueço da história da beer summit, nos jardins da Casa Branca. Em um dia no verão de 2009, Henry Louis Gates, professor negro de Harvard, chegou de viagem e por alguma razão não conseguiu abrir a porta de sua casa. Forçou a entrada, com a ajuda do motorista. Foi quando uma viatura da polícia foi verificar o que se passava e o professor acabou preso por James Crowley, um policial branco.

Crowley alega que prendeu o professor apenas porque ele o ofendeu por estar fazendo o seu trabalho. Gates viu ali um claro caso de racismo. Quando o caso estava pronto para se tornar uma guerra, Barack Obama, recém-eleito, entrou em cena. Ligou para os dois lados e convidou Gates e Crowley, além do vice, Biden, para uma cerveja na Casa Branca. Aquela cena sempre me vem à cabeça. O olho no olho. A conversa serena. A chance para o aprendizado, contra a guerra. O gesto de Obama parece perdido no tempo.

Mesmo instituições de ensino parecem não ter o sentido do diálogo e do aprendizado. Isso não é nada bom. Significa perder uma lição elementar da tradição iluminista. De que somos capazes de compreender as razões uns dos outros e revisar posições. E perdoar, inclusive, e não enfiar no pescoço a faca de uma virtude autoproclamada.

Celebrar, em síntese, a incrível riqueza da diversidade, em vez de usar ideias generosas como uma nova forma de poder. Como, aliás, estamos cansados de observar, ao longo da história.”

Resumindo o texto do Fernando Schuler: hoje, esse gesto parece perdido no tempo. Até mesmo instituições de ensino, que deveriam ser espaços de diálogo, parecem ter abandonado a ideia de aprender com o outro. E é uma pena. Perdemos uma lição elementar da tradição iluminista: a capacidade de compreender as razões uns dos outros, revisar posições e, quem sabe, perdoar.

Celebrar a diversidade não significa transformá-la em ideologia. Significa reconhecer a incrível riqueza da experiência humana, sem tentar encaixar todo mundo em caixinhas pré-fabricadas. A onda woke pode estar recuando, mas o desafio continua: como construir um mundo onde a diversidade seja realmente celebrada, e não usada como arma de poder?

A resposta, talvez, esteja naquela cerveja na Casa Branca. No olho no olho. Na conversa serena. Na coragem de aprender com o diferente. Porque, no final das contas, é isso que nos torna humanos.

Season of the Witch
Lana del Rey
Donovan

When I look out my window
Many sights to see
And when I look in my window
So many different people to be
That it’s strange, so strange
It’s very strange to me

You’ve got to pick up every stitch (Gonna be)
You’ve got to pick up every stitch (Gonna be, gonna be)
You’ve got to pick up every stitch
Oh no, must be the season of the witch
Must be the season of the witch
Must be the season of the witch

When I look over my shoulder (What happens then?)
What do you think I see? (MM)
Some other cat looking over (Shadoop, shadoop)
Over the shoulder at me (Ahh, at me)
And he’s strange, so strange (So strange)
He’s very strange to me

You’ve got to pick up every stitch (Gonna be)
You’ve got to pick up every stitch (Gonna be, gonna be)
Beatniks are out to make it rich
Oh no, must be the season of the witch
Must be the season of the witch
Must be the season of the witch

Witch, witch
So it must be the season
Must be the season, must be the season (Witch)
So it must be the season
Must be the season, must be the season (Of the witch)
So it must be the season
Must be the season, must be the season
(Witch) (You’ve got to pick up every stitch)
So it must be the season

Must be the season, must be the season
(Witch) (You’ve got to pick up every stitch)
So it must be the season
Must be the season, must be the season (Witch)
(Must be the season of the witch)
Witch (Must be the season of the witch)

Temporada da bruxa

Quando olho pela minha janela
Há muitos sinais para se ver
E quando olho em minha janela
Há tantas pessoas para ser
Isso é estranho, tão estranho
é muito estranho para mim

Você precisa pegar cada ponto (Vai ser)
Você precisa pegar cada ponto (Vai ser, vai ser)
Você precisa pegar cada ponto
Og, não, deve ser a temporada da bruxa
Deve ser a temporada da bruxa
Deve ser a temporada da bruxa

Quando olho pelos meus ombros (O que acontece então?)
O que você acha que eu vejo? (Hum)
Algum gato à espreita (Quieto, quieto)
De mim, por cima do ombro (Ahh, de mim)
E ele é estranho, tão estranho (Tão estranho)
Ele é muito estranho para mim

Você precisa pegar cada ponto (Vai ser)
Você precisa pegar cada ponto (Vai ser, vai ser)
Você precisa pegar cada ponto
Og, não, deve ser a temporada da bruxa
Deve ser a temporada da bruxa
Deve ser a temporada da bruxa

Bruxa, bruxa
Então, deve ser a temporada
Deve ser a temporada, deve ser a temporada (Bruxa)
Então, deve ser a temporada
Deve ser a temporada, deve ser a temporada (Da bruxa)
Então, deve ser a temporada
Deve ser a temporada, deve ser a temporada
(Bruxa) (Você tem que pegar cada ponto)
Então, deve ser a temporada
Deve ser a temporada, deve ser a temporada
(Bruxa) (Você tem que pegar cada ponto)

Então, deve ser a temporada
Deve ser a temporada, deve ser a temporada (Bruxa)
(Deve ser a temporada da bruxa)
Bruxa (Deve ser a temporada da bruxa)

Ah, que delícia, cara… isso aqui é um mergulho na contracultura dos anos sessenta. Você está ouvindo o escocês Donovan com sua Season of the Witch, lá de 1966.

Essa canção reflete uma época de desconcerto e transformação, um período de incertezas. A “season of the witch” – estação da bruxa – poderia simbolizar uma época em que as pessoas estão mais propensas a atitudes extremas, mas, ao mesmo tempo, também sugere a possibilidade de superar essas sombras com uma atitude de mudança, algo que, no final, remete à esperança de aprendizagem e transformação

O Fernando Schuler matou a pau não é? Essa “virtude performática” virou moeda de troca na sociedade moderna. Compartilhar hashtags, usar símbolos de apoio temporário no perfil, vestir a camiseta de causas sociais… Tudo isso parece bonito, mas muitas vezes é vazio. E a coisa fica pior porque desvia o foco de quem realmente está se esforçando para fazer a diferença. O post indignado ganha mais likes do que a ação concreta.

Vamos agora ao nosso merchan. O Café Brasil é uma produção independente, como você sabe, não tem ligação com sites poderosos, não tem altos patrocinadores. Tem patrocinadores muito fiéis, amigos nossos, mas é tudo no dia a dia, cara, na paulera, na briga. Não tem nenhuma organização poderosa por trás.

É tocado pela abnegação deste que voz fala, com sua pequena equipe. E assim, quem gosta do nosso trabalho, tem que fazer mais do que simplesmente ouvir e mandar um elogio. Tem que se tornar um assinante.

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E se você é assinante do Café Brasil agora vem o conteúdo extra. Eu vou comentar como é que a cultura Woke vem sendo combatida nos Estados Unidos e no Brasil.

Se você não é assinante, vamos para a reta final do programa.

Vamos então tentar entender quais são as consequências que o movimento “woke” pode trazer para a sociedade. Elas explicam por que tanta gente está desembarcando da onda.

O maior problema parece ser a sensação de superioridade moral que a cultura woke muitas vezes incentiva. Isso cria um clima de condescendência, onde quem não concorda com seus princípios é visto como ignorante ou mal-intencionado. Essa postura de “dono da verdade” gera divisões profundas e prejudica o diálogo entre as pessoas, minando a coesão social.

Outro ponto crítico é o impacto negativo sobre relacionamentos pessoais. Quando tudo gira em torno de privilégios e opressões sistêmicas, as conversas se tornam tensas, e até amizades podem ser destruídas. As pessoas acabam se sentindo julgadas, sempre pisando em ovos por causa de sua identidade de grupo. Isso vai de mãos dadas com o enfraquecimento da meritocracia, já que a cultura woke muitas vezes prioriza a representação de grupos em vez do reconhecimento de mérito individual.

Essa ideologia também apresenta contradições internas. Por exemplo, enquanto prega inclusão, às vezes exclui ou silencia vozes dissidentes dentro do próprio movimento. Além disso, há inconsistências que podem levar a padrões duplos, dificultando a aplicação de seus princípios de forma coerente.

Nas universidades, a cultura woke tem restringido a liberdade acadêmica. Quando se impõe um único quadro ideológico, o espaço para debates diminui, e ideias divergentes são descartadas. Isso limita a diversidade intelectual, essencial para o pensamento crítico. Na mesma linha, essa visão prioriza identidades coletivas, como raça ou gênero, em detrimento da individualidade e das experiências únicas de cada pessoa.

Isso reflete no mundo artístico, onde artistas enfrentam autocensura por medo de represálias. O humor, por exemplo, sofre um golpe, com piadas e sátiras sendo desestimuladas por medo de ofender certos grupos. A criatividade e a liberdade de expressão ficam ameaçadas.

Outro efeito colateral é o foco em políticas simbólicas, como gestos performáticos, que muitas vezes não resultam em mudanças reais. Isso vai junto com a simplificação de questões complexas, onde problemas sociais, históricos e políticos são reduzidos a uma narrativa única de opressor versus oprimido.

O policiamento da linguagem, por sua vez, gera uma sensação de censura, limitando o diálogo aberto. Essa insistência em controlar como as pessoas falam pode inibir discussões honestas e construtivas. E, em termos de propostas, algumas demandas da cultura woke são vistas como radicais ou impraticáveis, como desmantelar instituições sem oferecer soluções claras.

Essa abordagem também pode promover uma mentalidade de vítima, onde as pessoas se enxergam apenas como vítimas de opressão sistêmica, o que pode enfraquecer o senso de responsabilidade pessoal. E aliado a isso, há uma tendência de suprimir visões divergentes, o que cria uma bolha ideológica.

A educação também é afetada. Currículos são moldados para refletir essa visão específica, limitando a liberdade intelectual dos alunos. E, no meio disso, as políticas de diversidade e inclusão podem gerar consequências inesperadas, como uma possível discriminação reversa. Ou então homens competindo contra mulheres.

Finalmente, existe o risco de uma ênfase exagerada na emoção em detrimento do raciocínio. Priorizar experiências pessoais acima de debates racionais pode dificultar a resolução prática de problemas. E o excesso de foco em identidade política muitas vezes divide mais do que une, dificultando o fortalecimento de uma humanidade compartilhada.

No fundo, temos de refletir se esse movimento está realmente promovendo uma sociedade mais justa ou apenas alimentando tensões e divisões. Eu, pessoalmente, não tenho dúvidas que só serve para dividir. E isso não é por acaso.

Vai passar
Chico Buarque
Francis Hime

Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade
Essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria-mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)
Palmas pra ala dos Barões famintos
O bloco dos Napoleões retintos
E os pigmeus do boulevard
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral
Vai passar
Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade
Essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria-mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)
Palmas pra ala dos Barões famintos
O bloco dos Napoleões retintos
E os pigmeus do boulevard
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral
Vai passar
Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade
Essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria-mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)
Palmas pra ala dos Barões famintos (ora se vai)
O bloco dos Napoleões retintos
E os pigmeus do boulevard
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa

E ao som delicioso de Leila Pinheiro com o clássico Vai Passar de Chico Buarque e Francis Hime que vamos saindo assim pensativos…

“Vai passar” reflete ciclos de repressão e transformação na sociedade, conectando-se ao tema com sua crítica à hipocrisia e sua mensagem de esperança. Assim como este episódio aqui aborda o ajuste do movimento woke, a canção destaca que momentos difíceis são temporários, apontando para a importância da memória e da superação.

Estamos entendidos, então? Essa necessidade de se mostrar moralmente correto – ou superior, em muitos casos – não tem a ver com ajudar o próximo ou mudar o mundo. É um jogo de status, uma tentativa de dizer “olha como sou incrível” sem suar a camisa.

Essa superficialidade toma o lugar de ações reais. Quando uma celebridade compartilha um texto bonitinho sobre desigualdade social enquanto segue comprando roupas feitas por trabalhadores em condições precárias, ela está “sinalizando virtude”. Quando empresas vestem a bandeira de uma causa durante o mês do orgulho LGBTQIA+, mas no resto do ano apoiam políticas ou lideranças que vão contra esses direitos, é o mesmo jogo.

E isso acaba criando uma cultura da muita fala e da pouca ação.

Nos transformamos na nação do vitimismo, na nação do mimimi.

Na nação do woke que nos pariu.

Reitero aqui meu convite: para de dar desculpas, junte-se aos conspiradores do Café Brasil. Acesse mundocafebrasil.com. Escolha seu plano e pule para o barco. E lembre-se: na livrariacafebrasil temos mais de 15 mil títulos muito especiais, para quem quer conteúdo que presta! mundocafebrasil.com.

O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.

De onde veio este programa aqui tem muito mais. E se você gosta do podcast, imagine só uma palestra ao vivo. E eu já tenho mais de mil e duzentas no currículo. Você quer provocar tua equipe? Quer motivar tua equipe, cara? Quer falar de comunicação, de produtividade? Quer falar sobre alcançar além dos seus limites? Leva uma palestra do Luciano lá.

Conheça os temas que eu abordo no mundocafebrasil.com.

Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.

Pra terminar, a frase que é um famoso ditado popular, sem autoria definida:

“O caminho para o inferno é pavimentado por boas intenções.”