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Em Os Caçadores da Arca Perdida, primeiro filme da série com Indiana Jones, Steven Spielberg aborda diretamente a interferência nazista em elementos da cultura judaica. O enredo mostra os nazistas em uma busca pelo místico artefato judaico, a Arca da Aliança, acreditando que poderiam usá-lo como uma arma poderosa para conquistar seus inimigos. A Arca representa muito mais que um objeto de valor religioso; ela simboliza a cultura e a história judaica. Os nazistas, ao buscarem controlar e corromper a Arca, são mostrados como vilões que desrespeitam e distorcem a herança judaica. Quando os nazistas finalmente conseguem a Arca, eles a exibem com orgulho, decorada com o símbolo da suástica. Mas a Arca reage queimando o símbolo nazista e, no final do filme, é o próprio poder espiritual do artefato que aniquila os nazistas, sem que Indiana Jones precise interferir diretamente.
Essa cena de destruição dos nazistas pela Arca é mais que um desfecho de ação; é uma metáfora poderosa sobre a tentativa de apagar uma cultura, uma história e um povo.
Mas durante o regime nazista, não foram apenas as vidas dos judeus que foram atacadas. Tudo o que representava a herança, os valores e as tradições judaicas, também. A queima de livros, por exemplo, foi uma das primeiras demonstrações públicas dessa repressão. Aliás, aparece claramente num dos filmes da série do Indiana Jones.
Queimar livros, seja realmente ateando fogo ou metaforicamente, é uma das mais recorrentes demonstrações de intolerância diante do poder das ideias.
E isso continua sendo feito até hoje.
Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?
“Fala Luciano, bom dia, boa tarde, boa noite.
Meu amigo, eu acabei de ouvir o seu podcast, o Café Brasil 953, Quem é o seu Virgílio?
E cara, eu já te escuto desde, acho que de 2008, sempre os seus podcasts me renovam, cara. Eu lembro que nos idos aí de 2008, como te falei, eu trabalhava de office boy e enquanto eu rodava de ônibus e andava a pé pela cidade lá do Espírito Santo, Vitória, eu ia te ouvindo, cara.
E quantas vezes eu, na minha caminhada, eu caí em lágrimas porque cada podcast mexia demais comigo e me trazia todo o entusiasmo, e ainda me traz todo o entusiasmo quando eu te ouço.
Fazia um tempinho que eu não abria o portal aqui para ouvir, e agora à tarde eu estou mais tranquilo, e lembrei do Café Brasil e fui ouvir, e esse episódio 953 vem em boa hora, cara. De confiança.
Eu sou pai recente, meu filho nasceu tem um mês, e diante de tanta coisa que eu já vivi, a gente vai perdendo a confiança, mas agora tem um serzinho que depende de mim, que vai confiar em mim. Ele já confia quando eu pego ele no braço, apesar de ter um ‘meisinho’, e aí ele se apega em mim com aquele medo de cair.
E ouvir esse texto só mostra o quão é importante termos confiança e aí vem a pergunta que você lançou no final. Quem é o seu Virgílio? Ou você ser o Virgílio para alguém.
E desde já eu já sei que eu sou um Virgílio para o meu filho. E outra coisa também que me marcou no episódio é no finalzinho você encerra o podcast com a canção do Gilberto Gil, Andar com fé. E eu ouvi muito essa música quando eu era pequeno, que era a canção que meu avô colocava para dançar comigo.
Então cara, continua assim sendo esse… esse cara que sempre tem algo a acrescentar, tem sempre conteúdos valiosíssimos e que só agrega um valor.
Meu nome é Ulisses Paixão, sou do estado do Espírito Santo, mas residindo há três anos na cidade de Macaé, Rio de Janeiro. Um abraço.”
Grande Ulisses, que legal seu comentário, cara! E um pai fresco, vivendo um momento de mudança completa, o novo Ulisses Pai. Aproveite esse momento de transição, meu caro, sua vida não será mais a mesma e essa construção da confiança passa a ser sua principal meta de vida. Muito obrigado pelo comentário, viu?
O comentário do ouvinte agora é patrocinado pela Livraria Café Brasil, e o Ulises, ganhará um exemplar de meu 11º. Livro, o Mínimo Sobre o Medo. Vou mandar pra ele assim que ele entrar em contato mandando o endereço. É um livrinho para ser lido em menos de uma hora. Está à venda na livrariacafebrasil, que está em plena Black Friday. Tem livros lá com mais de 80 % de desconto. 15 mil títulos muito especiais. livrariacafebrasil.com.br.
Agora é o momento do episódio em que eu faço um chamado para que os ouvintes que gostam do Café Brasil, tornem-se assinantes.
Não vou vir com aquele lero-lero pra tentar te convencer. Entenda o seguinte: se eu não conseguir trazer muita gente pra se tornar assinante, esse programa aqui fica inviável. Eu não sei quanto tempo dá pra segurar a peteca com as pessoas curtindo de graça tudo aquilo que a gente faz e não se preocupando em vir aqui pra contribuir tornando-se um assinante e ajudando a gente a manter o barco andando né, cara?
Não é bolinho não, não é fácil não.
E se você acha que dá para assinar… aliás, não é acha que dá pra assinar não. Se você tem certeza que o Café Brasil agrega valor na sua vida, cara, vai custar o que? Quinze reais? Se você fechar o plano Confraria anual, custa dez reais por mês, cara. Você não faz nada com dez reais.
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Na noite de 10 de maio de 1933, em um país inteiro, o governo nazista decidiu que livros são perigosos e devem ser destruídos. Parece estranho, né? Afinal, como é que um livro – só palavras em papel – pode ser visto como uma ameaça, hein? Mas é exatamente isso que o governo nazista achava.
Quando Adolf Hitler e o partido nazista chegaram ao poder, eles tinham uma ideia bem clara de como deveria ser a Alemanha e quem poderia fazer parte desse “mundo ideal”. Tudo o que era diferente ou questionava essa visão era visto como um problema. Hitler queria que as pessoas pensassem de uma maneira só, que acreditassem nas mesmas coisas, e qualquer coisa que fosse contra isso deveria desaparecer. Foi assim que surgiu a ideia de “purificar” a cultura alemã. Isso significava tirar da sociedade tudo o que eles achavam que não era “alemão o suficiente”. E, na prática, o primeiro alvo foram os livros.
Na noite de 10 de maio de 1933, estudantes universitários em Berlim, sempre eles, né? E outras 34 cidades organizaram fogueiras gigantes onde jogaram milhares de livros. Com o apoio do governo nazista, os estudantes colocaram fogo em livros de autores que consideravam “ameaçadores” ou “antialemães”. Essas pessoas acreditavam que, ao destruir essas ideias, estariam “purificando” a cultura. Nos discursos que faziam, diziam que queriam acabar com o “espírito não alemão”, como se as palavras dos livros pudessem realmente destruir a Alemanha.
E quais eram esses livros considerados perigosos? Bom, eram livros que falavam sobre ideias diferentes das que o governo nazista aprovava. Entre os autores proibidos estavam Erich Maria Remarque, que escreveu sobre o sofrimento dos soldados na Primeira Guerra Mundial, e Ernest Hemingway, um famoso escritor americano. Até obras de Helen Keller, que era surda e cega, foram queimadas. Esses livros foram marcados como perigosos simplesmente porque faziam as pessoas pensarem de um jeito diferente. Que perigo, cara! Os nazistas montaram listas de mais de 600 autores que não queriam que ninguém lesse, e essas listas incluíam até escritores alemães importantes, como Heinrich e Thomas Mann. Qualquer coisa que pudesse fazer as pessoas questionarem o governo ou refletirem sobre as injustiças foi jogada ao fogo.
Talvez você se pergunte: por que foram justamente os estudantes que lideraram essas queimadas, hein? Acontece que, na época, muitos jovens estavam desiludidos com a crise econômica e viam nos nazistas uma espécie de esperança de futuro. Então, eles acabaram se deixando levar pela propaganda do governo, que dizia que “purificar” a cultura era uma forma de melhorar o país. O Ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, incentivou essa ideia e até participou das queimadas, dizendo que tudo isso era para proteger a cultura alemã. Ele e outros líderes acreditavam que o controle sobre a cultura e as informações era essencial para que o governo mantivesse o poder.
Mas a queima de livros foi apenas o começo. Com o passar do tempo, o controle dos nazistas sobre a vida dos alemães se intensificou. Eles começaram a censurar filmes, músicas e peças de teatro, e quem não se encaixava nos ideais nazistas era punido. Esse controle sobre o que as pessoas podiam ler, ver e ouvir se espalhou por toda a Alemanha. Muitos artistas, escritores e professores foram obrigados a deixar o país, enquanto outros, que ficaram, foram silenciados ou perseguidos. O que começou como queima de livros se tornou uma repressão ainda maior, resultando em perdas trágicas para a liberdade e para a cultura.
Mas você pode estar se perguntando: por que queimar livros seria tão perigoso? Afinal, eles são só livros, certo? A verdade é que livros e histórias são poderosos porque nos conectam com outras ideias, com outras épocas e com outras culturas. Quando lemos, podemos sentir o que outras pessoas sentiram e ver o mundo pelos olhos de outra pessoa.
É por isso que governos autoritários, como o nazista, têm tanto medo dos livros e das ideias que eles trazem. Um exemplo disso é “O Diário de Anne Frank”. Anne foi uma adolescente judia que viveu escondida dos nazistas, e suas palavras nos fazem sentir o medo e a coragem que ela teve durante aquele tempo difícil. Ler o diário de Anne Frank nos ajuda a entender o que é injustiça e nos lembra que, no fundo, não somos tão diferentes uns dos outros.
Livros como o de Anne têm o poder de atravessar o tempo e o espaço e mostrar realidades que nem sempre vivemos, mas que podemos entender e sentir através das histórias. Essa conexão faz com que a gente crie empatia, ou seja, que a gente sinta o que o outro sentiu e que entenda melhor as dores e as lutas das outras pessoas. Essa conexão com o passado e com outras culturas é uma forma de resistência. Mesmo que governos tentem apagar livros ou ideias, eles nunca conseguem apagar o que esses livros fazem com as pessoas.
Aliás, entre na Wikipedia e coloque “list of burning books incidents” e você verá centenas de registros ao longo da história.
É por isso que os livros são, no fundo, uma forma de liberdade. Quando lemos, exploramos o mundo e pensamos por conta própria. Livros nos ensinam a enxergar o mundo por outros ângulos, a ver que há muitas maneiras de pensar e que nem sempre existe só uma resposta para tudo. Lembrar de eventos como a queima de livros nos ajuda a valorizar essa liberdade. E essa liberdade de imaginar, pensar e aprender é algo que precisamos proteger sempre. Mesmo que queimem livros, as ideias que eles carregam são muito difíceis de destruir. Elas sobrevivem, continuam inspirando novas gerações e nos lembram do quanto o conhecimento e a liberdade são importantes.
Os filmes de Indiana Jones acabam funcionando como uma forma de vingança simbólica contra o nazismo. Spielberg, um cineasta judeu, usou esses filmes para zombar e destruir cinematograficamente os nazistas, retratando-os de uma forma que os esvazia de qualquer dignidade ou valor. É uma forma de retaliação e uma lembrança de que a luta contra a intolerância e o ódio pode ser travada também pela arte. Ao destruir e humilhar nazistas nos filmes, Spielberg não só critica a ideologia nazista, mas também reafirma a resiliência e o poder da cultura e do povo que eles tentaram destruir.
A existência de Indiana Jones é, assim, um ato de resistência. Esses filmes não só trazem aventura e ação, mas também uma crítica feroz ao nazismo. Eles transformam o desprezo pelos nazistas em espetáculo, usando o cinema de ação para deixar claro que o mal do nazismo nunca será admirado ou respeitado. Com Indiana Jones, Spielberg nos lembra que a verdadeira vitória sobre o mal é resistir e rir dele.
E por falar em confiança… Criei um círculo de honra e confiança: o MLA – Master Life Administration.
Cara: é um grupo de pessoas que me seguem há muito tempo e que acharam por bem se encontrar, se reunir, pra discutir temas sobre o mundo, sobre o que está acontecendo por aí. Pra discutir livros, pra recomendar livros, pra trocar livros. Pra falar sobre liberdade, pra pensar e se manifestar de forma livre, num ambiente pleno de liberdade e que a gente pode ali trazer conteúdos que você não encontra por aí, cara.
Cada encontro, cada reunião nossa é uma festa. Um almoço em família, gente, palestrantes do mais alto nível, trazendo conteúdos que você não encontra por aí e que ali são discutidos e são compartilhados.
Olha, se você se interessa em fazer parte de um grupo mais que especial, que se encontra todo mês, virtualmente ou presencialmente, acesse mundocafebrasil.com, clique no link do MLA pra saber mais.
E se você é assinante do Café Brasil agora vem o conteúdo extra. Eu vou comentar aqui alguns dos livros que mais impacto causaram na história da humanidade e do Brasil.
Se você não é assinante, vamos para o final do programa.
Uma rápida passada pela história mostra como essa tara por queimar livros e, por tabela, conhecimento, sempre existiu.
Vou começar pela História romana, 25 d.C.
Imagine se tivéssemos um relato detalhado da história romana antes de 25 d.C. Seria incrível, não é? Hoje temos apenas fragmentos espalhados. Mas existiu um homem chamado senador Aulus Cremutius Cordus, que escreveu sobre a guerra civil e o reinado de César Augusto. Até que, em 25 d.C., ele irritou as pessoas erradas. Seus acusadores, liderados por Sejano, o acusaram de glorificar Brutus, o assassino de Júlio César. Seus defensores, por outro lado, dizem que o problema real foi Cordus criticar Sejano por mandar fazer uma estátua de si mesmo. O resultado? Cordus foi forçado a se suicidar, e suas obras foram queimadas. Sua filha conseguiu salvar alguns escritos, mas o que chegou até nós são apenas migalhas de um banquete que poderia ter mudado nossa compreensão da história.
A Biblioteca da Alexandria
Ah, a lendária Biblioteca da Alexandria! Fundada por volta do terceiro século a.C., esse tesouro do conhecimento guardava um oceano de sabedoria. E o que fizemos com isso? Tocamos fogo nela. Quatro vezes, cara! Um desses incidentes aconteceu em 48 a.C., quando Júlio César, no calor de uma batalha, incendiou seus próprios navios e, acidentalmente, a biblioteca foi junto. “Acidentalmente”, dizem os relatos antigos. Já os modernos não são tão bondosos. Nos outros incêndios, o vandalismo intelectual veio de movimentos anti-cristãos ou anti-pagãos, dependendo de qual intolerância estava na moda no momento. E nós, aqui, lamentando o que nunca saberemos.
Livros em Braille, 1842, acredite, cara!
O sistema Braille, criado para dar independência aos cegos, sofreu sua cota de estupidez humana. Em Paris, 20 anos após sua invenção, os diretores de uma escola para cegos decidiram que, se os alunos pudessem ler sozinhos, os professores perderiam seus empregos. Solução? Queimar livros em Braille. Sim, é isso mesmo que você ouviu. Felizmente, a ideia morreu no fogo, e hoje o Braille é um símbolo de autonomia e inclusão.
Queima de quadrinhos, 1948
Ah, os quadrinhos! Essas histórias cheias de cor e fantasia que marcaram gerações foram alvo de um verdadeiro pânico moral. Em 1948, o Dr. Fredric Wertham publicou um artigo chamado “Horror no Berçário”, acusando os quadrinhos de corromperem as crianças. Resultado? Pais americanos organizaram fogueiras em massa para queimar gibis. Em 1949, outros “especialistas” ampliaram o ataque, afirmando que quadrinhos “treinavam crianças como animais”. E Superman? Coitado, foi acusado de destruir a compreensão infantil das leis da física porque, olha só, “pessoas não podem voar”.
Harry Potter
Nem Harry Potter escapou. O bruxinho mais famoso do mundo quase foi pras chamas, cara. Grupos religiosos, acreditando que os livros promovem o ocultismo, realizaram queimas públicas desde os primeiros dias de Harry em Privet Drive. Quando um grupo foi impedido de fazer uma fogueira porque o “tóxico da tinta poderia poluir o ar”, eles decidiram… esfaquear os livros. Sim, porque nada diz “moralidade superior” como um monte de gente armada com facas destruindo livros.
Os censores têm uma habilidade quase artística para disfarçar sua intolerância com um verniz de virtude. Eles não chegam dizendo “queremos calar essas ideias porque nos incomodam”. Não, isso seria óbvio demais. Em vez disso, vestem suas ações com o manto da moralidade, alegando que estão protegendo o bem comum, salvando a sociedade de algo “perigoso” ou “corrupto”. É a velha desculpa: “Estamos fazendo isso por você.” Mas, quem foi que pediu?
Sempre foi assim. Quando alguém propõe silenciar um livro, uma fala, um pensamento, não é necessariamente porque a ideia em si é “errada”. É porque ela é incômoda. Ela desafia o status quo, tira o poder da zona de conforto. Mas admitir isso é muito difícil. Então, a censura vira um ato de “amor”. “Estamos protegendo os jovens!”, “Estamos salvando os oprimidos” dizem. “Estamos defendendo os valores da nossa sociedade!”, proclamam. E quem discorda vira o vilão, o insensato que quer destruir o que há de bom.
É como se dissessem: “Você não é capaz de lidar com essa ideia, seu burro. Deixa que a gente decide por você.” É um paternalismo arrogante que nega às pessoas o direito de pensar por si mesmas. E sabe o mais perigoso? Essa estratégia funciona, cara. Quem não quer proteger as crianças? Quem não quer viver em uma sociedade mais “justa”? A censura apela aos instintos mais básicos da humanidade – o de proteger aquilo que amamos. Mas o preço disso é alto: ao sufocar ideias, sufoca-se também o crescimento, o aprendizado e o progresso.
Cara: é como eu sempre falo. É uma questão de equilíbrio.
É evidente que tem ideias que são extremamente nocivas, tem pregações que são do mal. Verdadeiramente diabólicas, cara, e que não podem ser colocadas na cabeça da garotada. É claro que tem. Mas a gente tem que manter o equilíbrio. Você não pode usar isso como um modelo de desculpa pra sair calando a boca de qualquer um, que disser algo que você não gosta. E é isso que nós estamos vendo por aí.
A ironia é que, quanto mais você tenta calar uma ideia, mais força ela ganha. As sementes esmagadas pela censura acabam encontrando solo fértil, crescendo com mais vigor. A verdadeira virtude não teme o confronto de ideias – ela o incentiva. Porque é no debate que se constrói uma sociedade forte e livre. Já o censor, esse se esconde atrás de uma falsa moralidade, sem perceber que está apenas adiando o inevitável.
Monte Castelo
Legião Urbana
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
E é assim, com esse hino chamado Monte Castelo, que Renato Russo criou a partir de referências sobre o amor escritas em livros.
No caso, Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, um livro de poesia épica publicado em 1572. A música traz citações do soneto 11, também conhecido como Amor é fogo que arde sem se ver. Além disso, Monte Castelo também traz citações de um texto bíblico. Ainda que eu falasse a língua dos homens, e falasse a língua dos anjos é uma referência ao capítulo 13 do livro de Coríntios.
Renato Russo pega esses dois textos, um religioso e outro literário, e os une em uma reflexão profunda sobre o amor, a fé e a existência. Portanto, a música é, sim, inspirada em livros, ou melhor, em textos históricos que se tornaram patrimônio da humanidade, provando que grandes ideias transcendem suas origens e se renovam ao serem reinterpretadas.
O escritor – Stephen King, uma vez disse assim: “O ato de queimar livros é um símbolo de ignorância elevada ao status de virtude.”
A humanidade tem um talento especial para destruir conhecimento e sufocar ideias que não entende ou teme. Fogueiras e cinzas contam mais sobre nossas inseguranças do que sobre o valor das obras queimadas. Talvez o que nos reste seja aprender a cuidar melhor do que ainda temos… antes que sejamos o próximo capítulo de um livro que nunca será lido.
Voltando a Indiana Jones… Com ele, Steven Spielberg nos lembra que a verdadeira vitória sobre o mal é resistir e rir dele.
Reitero aqui meu convite: para de dar desculpas, junte-se aos conspiradores do Café Brasil. Acesse canalcafebrasil.com.br. Escolha seu plano e venha para o barco. Torne-se um assinante.
O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.
De onde veio este programa tem muito mais. E se você gosta do podcast, imagine só uma palestra ao vivo. E eu já tenho mais de mil e duzentas no currículo. Provocando, motivando, falando coisas que não são, necessariamente, aquelas que as pessoas querem ouvir, mas são aquelas que as pessoas precisam ouvir. Conheça os temas que eu abordo no mundocafebrasil.com.
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Pra terminar, uma frase de Heinrich Heine, poeta e ensaísta alemão.
“Onde se queimam livros, no final, também se queimarão pessoas.”