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Nakata, pode contar. .
A câmera está posicionada sobre um pequeno morro poeirento na Judeia romana. O céu é de um azul seco, o sol é impiedoso.
Centenas de pessoas se aglomeram diante de Brian — um sujeito comum, confuso, que foi acidentalmente proclamado o novo messias.
A multidão o observa com devoção absurda. Há homens, mulheres, idosos e até crianças — todos de túnicas bege e rostos iluminados pela fé irracional.
Brian tenta argumentar, gesticulando com as mãos, exasperado:
“Vocês não precisam me seguir! Vocês não precisam ser como eu! Vocês são todos diferentes!”
A multidão, em perfeita sincronia, responde em coro, ensurdecedora:
“NÓS SOMOS TODOS DIFERENTES!”
Brian, derrotado, respira fundo, e com ironia e desespero diz:
“Eu não!”
Silêncio.
Por um instante, parece que a multidão vai entender a piada — mas não.
Eles olham uns para os outros, confusos, e logo começam a repetir a nova frase, também em uníssono:
“ELE NÃO! ELE NÃO!”
A câmera recua lentamente, mostrando a massa hipnotizada, os rostos uniformes, os gritos ecoando entre as colinas.
A cena corta para o céu azul, o som se dissolve em risadas distorcidas — e a ironia permanece no ar.
Eu acabo de descrever uma das cenas icônicas de um clássico do cinema: A Vida de Brian, do grupo Monty Python, lá de 1979. O filme conta a história de Brian Cohen, um jovem judeu que nasceu no mesmo dia que Jesus Cristo numa casa vizinha dele, e é confundido com o Messias
A cena descrita mostra que existe um tipo de censura que não precisa de fogueira. Nem polícia, nem fuzilamento. É a censura que faz você calar por vergonha.
Jean Sévillia, jornalista e ensaísta francês, deu um nome pra isso: “terrorismo intelectual.” Não, não é piada. É uma forma moderna, elegante — e sorridente — de perseguição. Ninguém vai preso, ninguém apanha…
Mas quem pensa diferente… é linchado — moralmente. Você já viu isso por aí, hein?
Bom dia, boa tarde, boa noite, este é o Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?
Jean Sévillia escreveu o livro Le Terrorisme Intellectuel – de 1945 aos nossos dias.
E em versões mais recentes, ele ampliou o tema: Os novos trajes do terrorismo intelectual.
A tese é simples.
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o Ocidente construiu uma nova forma de controle. Um regime simbólico de censura. Sem armas, sem leis, sem tribunais.
Mas com algo muito mais eficiente: a demonização pública.
O terrorismo intelectual funciona assim:
Você não debate o argumento do outro. Você destrói quem o diz.
O rótulo vem antes da escuta. “Reacionário.” “Machista.” “Capitalista.” “Negacionista.” E pronto. O debate acabou.
É a velha fogueira, versão 2.0.
Só que agora… o inquisidor usa terno, escreve colunas e tem perfil verificado.
Sévillia faz uma lista. O manual do terrorista intelectual:
- Injúria e anátema.
No velho debate de ideias, o argumento enfrentava o argumento.
Hoje, ele enfrenta o insulto.
Você não é alguém com uma opinião — é um inimigo moral.
Não se discute o que você disse, discute-se o que você “é”.
E, para o inquisidor moderno, o rótulo basta: fascista, misógino, negacionista, machista, racista, bolsonarista, comunista – escolha o veneno conforme o público.
E a meta é simples: transformar o adversário em herege.
Assim, o debate morre antes de nascer.
- Amálgama.
O segundo passo é o amálgama: fundir todas as diferenças num mesmo saco de vilania.
Você discordou de um ponto? Pronto — você foi cooptado “pelo sistema”.
Criticou um excesso? Então você “flertou com o inimigo”.
Nesse jogo, não existe nuance, só polos.
A complexidade humana é triturada até caber na manchete.
A ideia é clara: quem não é conosco, é contra nós.
O terrorista intelectual odeia o meio-termo — ele precisa de vilões para justificar sua virtude.
- Julgamento de intenções.
“Não importa o que você disse, eu sei o que você quis dizer.”
Essa é a frase preferida de quem transformou a interpretação em arma.
A lógica desaparece, e o que vale é a leitura emocional.
Mesmo que você tenha sido claro, sua fala será decodificada conforme a vontade do acusador.
É o linchamento sem prova, a condenação sem crime.
Você não é punido pelo que faz, mas pelo que alguém decide acreditar sobre você.
E contra isso, cara… não há defesa possível.
- Censura social.
A mais eficiente de todas.
Você é livre para falar — mas paga caro se falar.
Não é o Estado que te cala, é o medo do grupo.
É o emprego que pode sumir, o contrato que evapora, o convite que deixa de chegar.
É a patrulha invisível que habita o “que vão pensar de mim?”.
A censura de hoje não apaga livros — apaga reputações.
E o mais triste: muitos já nem precisam ser censurados.
Aprenderam a se calar sozinhos.
- Monopólio simbólico.
E, no topo da cadeia, estão os engenheiros da verdade.
Quem controla as palavras, controla o pensamento.
Quem controla o pensamento, controla o comportamento.
É por isso que o jogo mais importante acontece no plano simbólico — nas universidades, nas editoras, na mídia, nas redes.
Ali se define o que é “normal”, o que é “ético”, o que é “aceitável”.
E quem ousa desafiar esse padrão vira herege, reacionário, ultrapassado.
O monopólio simbólico é o Santo Ofício moderno: não queima corpos, mas apaga ideias.
E o mais perverso:
O terrorista intelectual acha que é o mocinho.
Acha que está salvando o mundo enquanto cala o outro.
É o censor com cara de progressista.
O inquisidor com camiseta da paz.
“Bom dia, boa tarde, boa noite, Luciano Pires e ouvintes.
Eu sou o Enio Viterbo e vou confessar que eu conheço o Luciano Pires aí desde os anos 60, rapaz, olha quanto tempo, aí a gente tem mesma idade, então são dois velhos, né? Bom, isso à parte, né?
Eu lembro que eu estudava no Instituto, você também, salas diferentes, eu fui para o Colégio Técnico, depois você foi também e de lá eu fui para a Engenharia e você foi fazer carreira na área de Comunicação, foi estudar em São Paulo e entrou aí em Marketing, Comunicação, né?
E eu fui para a Marinha, fiz concurso depois da Engenharia, fiquei dez anos lá como oficial, engenheiro e acabei indo para uma empresa química, a Bayer e, bom, muito trabalho nessa época, né? Em ambos, né?
E acabei te reencontrando aí lá pelos anos 2000, quando você já começava com suas provocações, seus e-mails semanais, eu não me lembro como, mas eu era gerente ou diretor lá na Bayer, você tinha um cargo também na Dana de Direção, mas acabei entrando aí por grupos de benchmarking, grupos de interesse comum no teu mailing list, foi muito bom te reencontrar, né? Isso era início dos anos 2000. Então, a gente aguardava aí ansiosamente o e-mail do Luciano que chegava no nosso inbox, né?
Então, tem uma passagem que você não deve se lembrar, mas eu nunca me esqueci, foi 2007 mais ou menos, quando eu tive um convite para mudar de empresa, já era diretor lá na Bayer, e para vir para o Sul, para uma grande empresa multinacional brasileira, né? Num cargo de diretor global. Aí eu troquei uma ideia contigo, né? Poxa, Luciano, não sei se eu vou, não sei como é que a gauchada aí vai encarar, você que já tem experiência com eles, né? Aí você me deu maior força, cara. E foi muito bom, eu acabei vindo e fui muito feliz, conquistamos aí tudo o que a empresa precisava e muito mais, novos amigos, gente fantástica, conheci por aqui.
Então, esse agradecimento eu tenho que te fazer, porque acho que você nem lembra dessa história, né? Você até me contou aqui, ah, daqui a pouco eu também estou saindo da Dana, então você confidenciou que estava aí abraçando a carreira de fitness cultural, né? Provocador. E foi muito legal.
Aí depois o tempo passou, era uma loucura a vida corporativa, eu viajava muito para cada semana num país e tal. E nos últimos anos aí, com a pandemia e tal, eu voltei a acompanhar as suas provocações aí, o material para aumentar o repertório com muito mais interesse, né? Acabei fazendo o curso de planejamento antifrágil, o que foi muito bom.
E aí, no começo do ano eu vi um vídeo que você estava convidando a gente para pular para o barco, né? Aí minha veia de oficial de marinha bateu forte. Falei, porra, cara, é o que eu tenho que fazer, pular para o barco para permitir que o Luciano… apoiar esse projeto dele, para que ele continue gerando tanta provocação, tanta isca intelectual, né?
Então, eu queria te agradecer, Luciano, e te desejar muita saúde e muito sucesso, cara. Um grande abraço, tá? Conta com a gente.”
Enio, rapaz… que presente ouvir isso. A vida é mesmo uma roda gigante: um dia estamos em carteiras de escola, outro em reuniões de diretoria, depois cada um segue o próprio rumo — e, de repente, o destino dá um jeito de nos reconectar.
Você me fez lembrar porque eu comecei tudo isso lá atrás: para provocar, inspirar e, de alguma forma, ajudar gente boa a tomar decisões difíceis com coragem. Saber que aquelas conversas antigas tiveram impacto real é o tipo de pagamento que dinheiro nenhum cobre.
E que história bonita, viu? Engenheiro, oficial da Marinha, executivo, e ainda com essa alma curiosa de bauruense que nunca parou de aprender, aara.
Valeu por ter pulado pro barco, comandante. Seguimos navegando juntos — rumo a mares cada vez mais desafiadores. Abraço grande e muito obrigado pela lembrança!
O comentário do ouvinte é patrocinado pela Vinho 24 Horas.
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Depois da Segunda Guerra, o mundo ficou traumatizado pelo fascismo. E qualquer um que criticasse a esquerda era logo associado ao mal absoluto.
Nos anos 50 e 60, o comunismo era o “sonho dos intelectuais”. Questionar Stalin, Mao ou Fidel era quase blasfêmia. Nos anos 70, veio a consequência de Maio de 68. A revolta contra a autoridade, a moral, a família, a tradição.
Mas a rebelião acabou criando um novo dogma.
Os jovens revolucionários viraram os novos censores. Os que gritavam “proibido proibir”… agora proíbem até o verbo pensar.
Sévillia mostra que esse padrão se repete.
Nos anos 80 e 90, as ideologias mudaram de roupa. Sai a “luta de classes”, entra a “luta de causas”: minorias, raça, gênero, sexualidade, ecologia, imigração.
E qualquer discordância vira pecado.
Hoje, diz Sévillia, o terrorismo intelectual tem novos nomes: politicamente correto, wokismo, cancelamento.
Mas o método é o mesmo. Só mudaram as hashtags.
Sévillia não fala de teoria — ele mostra casos reais.
O escritor Alexander Soljenítsin, por exemplo, que denunciou os horrores do comunismo soviético… foi tratado como um traidor.
As críticas aos regimes de esquerda foram silenciadas. A imprensa exaltava líderes revolucionários e ignorava suas prisões e fuzilamentos.
Quem questionava a imigração, era “xenófobo”. Quem falava de identidade nacional, era “fascista”.
As editoras, os jornais e as universidades viraram filtros ideológicos. Decidem quem pode ser lido — e quem deve ser esquecido. E o medo se espalhou.
Artistas e intelectuais se autocensuram. Ninguém mais diz o que pensa — apenas o que pode ser dito. E o resultado? Um mundo covarde
Lili Marleen
Hans Leip
Norbert Schultze
Vor der Kaserne
Vor dem großen Tor
Steht ‘ne Laterne
Und steht sie noch davor
Dort wollen wir uns wiederseh’n
Bei der Laterne woll’n wir steh’n
Wie einst Lili Marleen
Wie einst Lili Marleen
Uns’re beiden Schatten
Sah’n wie einer aus
Daß wir lieb uns hatten
Das sah man gleich daraus
Und alle Leute soll’n es seh’n
Wenn wir bei der Laterne steh’n
Wie einst Lili Marleen
Wie einst Lili Marleen
Schon rief der Posten
Sie blasen Zapfenstreich
Das kann drei Tage kosten
Kam’rad, ich komm sogleich
Da sagten wir auf Wiedersehen
Wie gerne wollt ich mit dir geh’n
Mit dir Lili Marleen
Mit dir Lili Marleen
Deine Schritte kennt sie
Deinen schönen Gang
Alle Abend brennt sie
Doch mich vergaß sie lang
Und sollte mir ein Leid gescheh’n
Wer wird bei der Laterne steh’n
Mit dir Lili Marleen?
Mit dir Lili Marleen?
Aus dem stillen Raume
Aus der Erde Grund
Hebt sich wie im Traume
Dein verliebter Mund
Wenn sich die späten Nebel dreh’n
Wer wird bei der Laterne steh’n?
Mit dir Lili Marleen?
Mit dir Lili Marleen?
Wenn sich die späten Nebel dreh’n
Wer wird bei der Laterne steh’n?
Mit dir Lili Marleen?
Lili Marlene
Em frente ao quartel
Diante do portão
Havia um poste com um lampião
E se ele ainda estiver lá
Lá desejamos nos reencontrar
Queremos junto ao lampião ficar
Como outrora, Lili Marlene
Como outrora, Lili Marlene
Nossas duas sombras
Pareciam uma só
Tínhamos tanto amor
Que todos logo percebiam
E toda a gente ficava a contemplar
Quando estávamos junto ao lampião
Como outrora, Lili Marlene
Como outrora, Lili Marlene
Gritou o sentinela
Que soaram o toque de recolher
Um atraso pode te custar três dias
Companheiro, já estou indo
E então dissemos adeus
Como gostaria de ir contigo
Contigo, Lili Marlene
Contigo, Lili Marlene
O lampião conhece teus passos
Teu lindo caminhar
Todas as noites ele queima
Mas há tempos se esqueceu de mim
E, caso algo ruim me aconteça
Quem vai estar junto ao lampião
Com você, Lili Marlene
Com você, Lili Marlene
Do tranquilo céu
Das profundezas da terra
Me surge como em sonho
Teu rosto amado
Envolto na névoa da noite
Será que voltarei para nosso lampião
Com você, Lili Marlene
Com você, Lili Marlene
Envolto na névoa da noite
Será que voltarei para nosso lampião
Com você, Lili Marlene
Você ouve a canção Lili Marlene, que nasceu como um poema em 1915, escrito por um soldado alemão, Hans Leip.
O poema virou canção em 1938 com música de Norbert Schultze. Durante a Segunda Guerra, a gravação de Lale Andersen se espalhou pelas rádios e acabou sendo ouvida tanto por soldados alemães quanto aliados — todos se emocionavam com a história simples de um soldado se despedindo da mulher amada sob a luz de um lampião.
Mais tarde, Marlene Dietrich, que você ouve aqui, regravou a música em inglês e francês, transformando-a num hino universal de humanidade em meio ao ódio.
Usar Lili Marlene neste episódio simboliza isso: mesmo em tempos de guerra, inimigos conseguiam ouvir a mesma canção. Hoje, em tempos de “guerras morais” e cancelamentos, talvez seja hora de reaprender a ouvir uns aos outros.
Jean Sévillia então enumera os estragos do acovardamento do mundo:
Primeiro, adeus, pluralismo.
O contraditório desaparece. O debate morre antes de nascer. Não há mais espaço para a dúvida — só para a concordância. A conversa virou um campo minado onde quem ousa pisar fora da linha é cancelado.
Discutir virou crime. Questionar virou afronta. E o resultado é um silêncio ensurdecedor disfarçado de consenso.
Em segundo, o pensamento único.
A diversidade que pregam é só de aparência. No fundo, todos devem pensar igual — e quem não pensa é “problemático”. É o mundo onde a palavra “complexo” foi substituída por “correto”.
Uma só narrativa domina, e quem tenta contar outra história é acusado de heresia. É o retorno da ortodoxia — agora com hashtag.
Em terceiro, a realidade distorcida.
As pessoas não enxergam o que está diante do nariz porque o filtro ideológico faz o papel de óculos. A verdade deixou de ser o que é — e passou a ser o que convém. Não importa o fato, mas a versão.
Quem controla a narrativa, controla a realidade. E aos poucos, o real se curva diante do conveniente.
Em quarto, a infantilização do debate.
Tudo é reduzido a uma batalha entre mocinhos e vilões. Ou você está do lado do bem absoluto — ou é o inimigo. A dúvida, que é a essência da inteligência, virou sinal de fraqueza.
Ninguém quer pensar — querem torcer. E como toda torcida, o que importa não é entender o jogo, mas destruir o adversário.
Em quinto, o empobrecimento cultural.
Quando o medo entra pela porta, a criatividade sai pela janela. Livros desaparecem, filmes são censurados, ideias viram tabus. O artista pensa duas vezes antes de criar. O professor mede palavras. O jornalista se autocorrige.
O resultado é uma cultura anêmica, pasteurizada, sem risco — e sem alma.
Um mundo em que ninguém mais escreve pra dizer algo novo, mas pra não ofender ninguém.
Então eis o paradoxo:
O mundo que se diz mais livre e tolerante é o que mais teme a liberdade de expressão.
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Jean Sévillia faz o que poucos têm coragem de fazer: ele cutuca o vespeiro.
Ele mostra que por trás da “tolerância” há autoritarismo, por trás da “virtude” há vaidade, e por trás do “debate democrático” existe medo.
O livro é claro, direto e histórico. Mas não é isento.
Sévillia mira mais à esquerda, e às vezes esquece que o mesmo mecanismo pode vir da direita, dos religiosos, dos moralistas…
O terror simbólico não tem ideologia – ele tem ego. E o autor também não é acadêmico. Não apresenta estatísticas, nem metodologia. Mas talvez nem precise. Porque o que ele descreve… você vê todo dia.
O livro foi escrito há mais de vinte e cinco anos, mas se você trocar “jornal” por “rede social”, ele parece que foi feito ontem.
Hoje, o terrorismo intelectual virou algoritmo. Palavras proibidas, piadas proibidas, dúvidas proibidas. A inquisição agora tem rede social. E o tribunal é o grupo de WhatsApp.
E a pergunta de Sévillia ecoa: Quem se beneficia quando as pessoas têm medo de falar?
O terrorismo intelectual não é uma conspiração. É uma cultura.
É o medo de ser diferente. É a covardia travestida de virtude. É o jornalista que repete o senso comum. O aluno que escreve o que o professor quer ler. O cidadão que se cala pra não perder o emprego.
E é também — sejamos sinceros — o prazer de julgar o outro. De cancelar. De destruir. O dedo em riste virou a arma preferida do homem moderno.
Aos poucos, trocamos pensamento por patrulha. Coragem por conveniência. E liberdade… por aceitação.
Hora do nosso merchan. O Café Brasil é uma produção independente, como você já sabe. Sem você a gente não consegue ir muito longe, né?
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Nothing will be as it was
Milton Nascimento
Ronaldo Bastos
Got my feet on the road just to see you
In my hair is a taste of the dawn
I know nothing will be as it was tomorrow
Tell me when will I hear from my people
Tell me when will I hear from my friends
Bleeding fire deep down in my heart
No one ever can tear us apart
Holding on to a teardrop of sun in the mouth of the night
Any time any day any hour
You can hear our new song in the air
I know nothing will be as it was tomorrow
Nada será como antes
Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de Sol
Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes, amanhã
Olha que paulada cara… Você ouve a banda Hecto com Ney Matogrosso numa versão roqueira de Nada será como antes, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos lá em 1972.
Essa canção nasceu no auge do regime militar, quando o sonho de liberdade dos anos 60 parecia distante.
A canção é um lamento suave e lúcido: o mundo mudou — e não há volta.
Mais que uma canção política, é um retrato da ressaca ideológica.
A revolução prometida virou vigilância, e a rebeldia, moralismo. Pois é… Quando a ingenuidade morre, sobra apenas a consciência de que, depois de tudo, nada será como antes.
Escolhi essa versão porque é o clássico que se reinterpreta, o sonho que se refaz, o “nada será como antes” em ação — não só nas palavras, mas na forma e arranjo musical.
Lembra da cena que abriu este episódio aqui? A multidão gritando em coro: “Nós somos todos indivíduos!” E Brian, solitário, respondendo: “Eu não.”?
Então… Jean Sévillia escreveria que aquele coro é o retrato perfeito do terrorismo intelectual: gente convencida de que pensa por conta própria — mas repetindo, em uníssono, o pensamento permitido.
Gente que acredita estar sendo livre… justamente quando está sendo moldada.
Ler Jean Sévillia é como tomar um tapa de luva de veludo. Não machuca, cara. Mas acorda.
Ele nos lembra que liberdade de expressão não é o direito de repetir o consenso — é o direito de perturbá-lo.
Num mundo onde todo mundo quer ser tolerante, mas ninguém quer ser contraditório, esse livro é um lembrete essencial: sem discordância, não há pensamento.
O terrorismo intelectual é o novo Santo Ofício.
Mas agora… o fogo é simbólico. E a fogueira… é a opinião pública.
A resistência começa de forma simples: pensando por conta própria.
E talvez — só talvez — a verdadeira coragem, hoje, seja ter a ousadia de dizer, como Brian:
“Eu não.”
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Para terminar, aquela frase definitiva de Brian Cohen lá em A Vida de Brian:
“Eu, não!”
