No escuro, há silêncio. Depois, um som úmido, viscoso — e algo respira.
Um corpo flutua dentro de um casulo translúcido. Fios entram e saem de sua pele. A cabeça pende, submersa num líquido que parece útero e prisão ao mesmo tempo.
De repente, os olhos se abrem. E o que eles veem é o horror da consciência.
Neo desperta — nu, indefeso, coberto de tubos que alimentam uma vida que não é dele. Ao redor, milhares de cápsulas idênticas se estendem até o horizonte, cada uma abrigando alguém que ainda dorme. Milhares de seres humanos, cultivados como baterias.
Ele tenta respirar. Acordar dói. O corpo inteiro treme.
A cena de Neo despertando, no filme Matrix de 1999, é uma das mais potentes metáforas já criadas sobre consciência, desconforto e verdade. E o susto vem com a percepção de que tudo o que Neo viveu era uma simulação — uma mentira perfeitamente confortável.
As lembranças de um emprego, de uma cidade, de amigos, de cafés, de risadas… nada era real.
Acordar é como nascer de novo, mas sem anestesia.
Enquanto o líquido escorre, ele é expelido para fora do casulo e cai no frio. Respira o ar pela primeira vez. O mundo real é cinza, gelado, sem filtros.
Mas é real. E é aí que o despertar se torna metáfora. Porque há algo de Matrix em todos nós.
Vivemos dentro de bolhas confortáveis, alimentados por estímulos que imitam vida. Acreditamos em curtidas, em telas, em notificações — como se fossem abraços.
Mas o preço da ilusão é a alma. Quando Neo abriu os olhos, percebeu que tudo o que vivera era uma mentira confortável.
Acordar dói. Mas continuar dormindo custa a alma.
E foi por volta de 2010 que a humanidade inteira entrou na sua própria Matrix. Não fomos conectados por cabos, mas por telas. Não nos injetaram códigos — nos ofereceram dopamina. E sorrimos. Achamos libertador.
Mal sabíamos que estávamos sendo reconfigurados.
Bom dia, boa tarde, boa noite, este é o Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?
Em algum ponto por volta de 2010, o mundo mudou de direção — e ninguém ouviu o estalo. Foi um clique. Pequeno, quase inocente. Um toque de dedo que acendeu a tela.
A partir dali, as curvas começaram a subir. Ansiedade. Depressão. Solidão. Automutilação. Suicídio. Curvas que sobem quando o espírito desce.
O neurocientista Jonathan Haidt chamou esse momento de The Great Rewiring — a grande reconfiguração. Segundo ele, foi quando a infância foi hackeada. Quando o brincar de rua deu lugar ao scroll infinito. Quando a voz dos pais foi substituída pela voz da multidão digital.
Ele afirma que, ao transformar o celular em um canhão de dopamina portátil, as empresas de tecnologia redesenharam a mente das crianças. Reconfiguraram o cérebro — e com ele, a própria experiência de ser humano.
“Um incêndio de conteúdo viciante que entrou pelos olhos e ouvidos”, diz Haidt.
E o mundo, hipnotizado, achou bonito o brilho das chamas.
Os gráficos são assustadores. Entre 2010 e 2012, quase todos os indicadores de bem-estar adolescente despencaram: menos sono, menos amigos, mais medo, mais angústia.
E não foi num país só. Foi em todos. Como se uma doença sem corpo tivesse atravessado oceanos.
Mas, como toda boa história, há quem conteste o enredo.
A psicóloga Candice Odgers, no artigo publicado na Nature, diz que não há prova científica de que as redes sociais causem a epidemia de doenças mentais. Os dados seriam correlacionais e não causais.
Talvez jovens com mais ansiedade usem mais as redes — e não o contrário.
Talvez a dor venha de outros lugares: pobreza, violência, abuso, isolamento, falta de propósito.
Odgers nos alerta contra o vício do vilão único. Contra a tentação de reduzir o caos à conveniência de uma narrativa.
“Podemos estar distraindo-nos dos verdadeiros problemas”, ela escreveu.
E eu entendo.
A busca por culpados é o opio do pensamento. Mas há algo mais profundo acontecendo — e eu sinto isso não nos números, mas no olhar das pessoas.
A ciência ainda debate as causas. Mas a vida… a vida está gritando. Basta olhar ao redor.
Crianças que não sabem mais esperar um elevador sem deslizar o dedo na tela. Adolescentes que medem a autoestima pela quantidade de curtidas. Adultos que perderam o hábito de ouvir.
Vivemos cercados de “amigos” e famintos de vínculos.
O tédio virou trauma. O silêncio virou desconforto.
E o contato humano — esse que nos molda, que nos desafia, que nos ensina empatia — está sendo terceirizado para um feed.
Estamos criando uma geração que fala o tempo todo, mas não conversa.
Que expõe tudo, mas não se revela.
Que tem acesso a tudo, mas não encontra sentido em nada.
“Fala meu querido Luciano Pires, bom dia, boa tarde, boa noite para você também. Aqui quem fala é Jorge Santos, da cidade de Iracemápolis, interior paulista.
Cara, acabei de assistir o episódio 1000. Meu, o que que foi isso? Show de bola.
Primeiro que assim, acho que a sensação que eu tive assistindo todos os episódios pode ser condensado só nesse episódio, tá? Foi muito bom. Assim, eu sou católico, apostólico, romano, sou praticante e quando você começou a falar algumas coisas, eu me incomodei em alguns momentos, eu ri em alguns momentos, eu chorei em outros momentos e foi tudo assim maravilhoso, cara, maravilhoso.
Apesar de me incomodar em alguns momentos, a sua intenção tava lá, né? Dizer que realmente a gente não precisa separar o Brasil é maravilhoso, a nossa cultura, cara, cada música. Meu, tô, tô aqui. E, sem palavras.
Obrigado, acho que isso resume tudo, obrigado por existir o Café Brasil e obrigado por tudo isso que faz a gente sentir.
Forte abraço, vida longa ao Café Brasil.”
Grande Jorge, que baita mensagem, cara. Daquelas que a gente lê e sente o peito encher. O episódio 1000 foi exatamente isso que você descreveu: um condensado de quase duas décadas de estrada, de encontros, de provocações e de amor pelo Brasil — com todas as suas contradições.
Eu fiquei feliz por saber que ele te fez rir, chorar e até se incomodar um pouco. Esse incômodo é bom sinal — é ele que faz a e pensar, né? Não quero plateia passiva, quero gente viva, sentindo, refletindo, discordando, mas junto. Obrigado por estar conosco nessa caminhada, por abrir o coração e por deixar o Café Brasil entrar na sua vida.
Um forte abraço pra você aí em Iracemápolis e viva essa nossa vida louca — com café, com Brasil e com emoção de sobra.
O comentário do ouvinte é patrocinado pela Vinho 24 Horas.
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Shape of you
Ed Sheeran
The club isn’t the best place to find a lover
So the bar is where I go
Me and my friends at the table doing shots
Drinking fast and then we talk slow
And you come over and start up a conversation with just me
And trust me I’ll give it a chance now
Take my hand, stop
Put Van The Man on the jukebox
And then we start to dance
And now I’m singing like
Girl, you know I want your love
Your love was handmade for somebody like me
Come on now, follow my lead
I may be crazy, don’t mind me
Say, boy, let’s not talk too much
Grab on my waist and put that body on me
Come on now, follow my lead
Come, come on now, follow my lead
I’m in love with the shape of you
We push and pull like a magnet do
Although my heart is falling too
I’m in love with your body
Last night you were in my room
And now my bed sheets smell like you
Every day discovering something brand new
I’m in love with your body
Oh-I-oh-I-oh-I-oh-I
Every day discovering something brand new
I’m in love with the shape of you
One week in we let the story begin
We’re going out on our first date
You and me are thrifty
So go all you can eat
Fill up your bag and I fill up a plate
We talk for hours and hours about the sweet and the sour
And how your family is doing okay
Leave and get in a taxi, then kiss in the backseat
Tell the driver make the radio play
And I’m singing like
Girl, you know I want your love
Your love was handmade for somebody like me
Come on now, follow my lead
I may be crazy, don’t mind me
Say, boy, let’s not talk too much
Grab on my waist and put that body on me
Come on now, follow my lead
Come, come on now, follow my lead
I’m in love with the shape of you
We push and pull like a magnet do
Although my heart is falling too
I’m in love with your body
Last night you were in my room
And now my bed sheets smell like you
Every day discovering something brand new
I’m in love with your body
Oh-I-oh-I-oh-I-oh-I
Every day discovering something brand new
I’m in love with the shape of you
Come on, be my baby, come on
I’m in love with the shape of you
We push and pull like a magnet do
Although my heart is falling too
I’m in love with your body
Last night you were in my room
And now my bed sheets smell like you
Every day discovering something brand new
I’m in love with your body
Come on, be my baby, come on
Every day discovering something brand new
I’m in love with the shape of you
A sua forma
A balada não é o melhor lugar para se achar um amor
Então eu vou para o bar
Eu e meus amigos na mesa tomando shots
Bebendo cada vez mais rápido, então falamos devagar
e você vem aqui e começa uma conversa só comigo
E confie em mim, eu vou dar uma chance agora
Pegue a minha mão, pare
Coloque Van Morrisson para tocar
E aí nós começamos a dançar
E agora estou cantando, tipo
Garota, você sabe que quero seu amor
Seu amor foi feito na medida para alguém como eu
Vamos lá, me siga
Eu posso ser louco, não ligue
Garoto, não vamos falar muito
Pegue a minha cintura e coloque seu corpo sobre o meu
Vamos lá, me siga
Vamos, vamos lá, me siga
Estou apaixonado pela sua forma
Como ímãs, nossa atração nos faz ir e voltar
Mesmo que meu coração esteja se apaixonando também
Estou apaixonado pelo seu corpo
Na noite passada você estava no meu quarto
E agora meus lençóis têm o seu cheiro
Todos os dias descobrimos algo novo
Estou apaixonado pelo seu corpo
Ah eu, ah eu, ah eu, ah eu
Eu estou apaixonado pelo seu corpo
Todos os dias descobrimos algo novo
Estou apaixonado pelo seu corpo
Uma semana depois, deixamos a história começar
Estamos saindo no nosso primeiro encontro
Você e eu somos mãos-de-vaca
Então vamos num rodízio
Você enche a sua bolsa, eu encho o meu prato
Conversamos por horas e horas sobre os altos e baixos
E como a sua família está indo bem
Saímos e pegamos um táxi, nos beijamos no banco de trás
Eu falo para o motorista deixar o rádio tocar
E estou cantando tipo
Garota, você sabe que quero seu amor
Seu amor foi feito na medida para alguém como eu
Vamos lá, me siga
Eu posso ser louco, não ligue
Diga, garoto, não vamos falar muito
Pegue a minha cintura e coloque seu corpo sobre o meu
Vamos lá, me siga
Vamos, vamos lá, me siga
Estou apaixonado pela sua forma
Como ímãs, nossa atração nos faz ir e voltar
Mesmo que meu coração esteja se apaixonando também
Estou apaixonado pelo seu corpo
Na noite passada você estava no meu quarto
E agora meus lençóis têm o seu cheiro
Todos os dias descobrimos algo novo
Estou apaixonado pelo seu corpo
Ah eu, ah eu, ah eu, ah eu
Eu estou apaixonado pelo seu corpo
Todos os dias descobrimos algo novo
Estou apaixonado pela sua forma
Vamos lá, seja minha namorada, vamos lá
Estou apaixonado pela sua forma
Como ímãs, nossa atração nos faz ir e voltar
Mesmo que meu coração esteja se apaixonando também
Estou apaixonado pelo seu corpo
Na noite passada você estava no meu quarto
E agor meus lençóis têm o seu cheiro
Todos os dias descobrimos algo novo
Estou apaixonado pelo seu corpo
Vamos lá, seja minha namorada, vamos lá
Você está ouvindo Shape Of You de Ed Sheeran, talvez a canção de maior sucesso no ano de 2010.
Ele diz: Estou apaixonado pela sua forma
Como ímãs, nossa atração nos faz ir e voltar
Mesmo que meu coração esteja se apaixonando também
Estou apaixonado pelo seu corpo
“Shape of You” é a trilha sonora da geração reconfigurada. Um hino dopaminérgico feito para grudar, repetir e satisfazer — como o feed das redes. “I’m in love with the shape of you” resume o tempo em que nos apaixonamos por formas, e não por pessoas; por imagens, e não por vínculos. É o amor líquido da era digital: prazer sem presença. Enquanto a canção fala do corpo, o vazio fala mais alto. O antídoto? Retomar o ritmo humano — o som da conversa, do olhar, da alma desperta.
Por volta de 2010, alguma coisa aconteceu. E não foi uma revolução política, uma guerra ou uma invenção milagrosa. Foi apenas uma pequena tela de vidro, que passou a morar no bolso de cada ser humano.
A partir dali, as curvas começaram a mudar.
E os gráficos — frios, objetivos, inquestionáveis — começaram a contar uma história que a maioria prefere não ouvir.
Eu vi um post do neurocientista, psicólogo, pesquisador, palestrante e empresário brasileiro, Eslen Delanogare, conhecido por sua atuação na divulgação científica, que apresentava alguns gráficos, apontando conclusões preocupantes. Vou publicar os gráficos no roteiro deste episódio em portalcafebrasil.com.br. Vale falar sobre eles.
Gráfico 1 – Ansiedade e depressão: a curva que subiu enquanto o mundo prometia felicidade


Até 2010, os índices de ansiedade e depressão entre adolescentes se mantinham relativamente estáveis. Mas então veio o salto.
Uma linha ascendente, quase vertical, mostrando que algo que estava adormecido acordou — e veio para ficar.
A coincidência temporal é gritante: 2010 foi o ano em que os smartphones se popularizaram e as redes sociais viraram parte da rotina.
O Instagram nasceu, o Facebook saiu dos computadores e invadiu os bolsos.
De repente, a comparação ficou ao alcance do polegar.
O espelho passou a mostrar não o rosto, mas a vida perfeita dos outros.
E a dopamina virou o novo açúcar: doce, viciante, e disponível a qualquer hora.
A ironia é cruel — quanto mais promessas de felicidade a tecnologia nos deu, mais infelizes nos tornamos.
O segundo gráfico é o mais doloroso. Trata da automutilação e suicídio: a dor que passou a pedir socorro


Mostra o aumento brutal dos casos de automutilação e suicídio entre meninas adolescentes, a partir do mesmo ponto: 2010.
As curvas sobem como um grito contido — um pedido de socorro que não encontramos tempo para ouvir. Essas meninas cresceram acreditando que precisavam ser vistas para existir.
Mas o olhar que as vê é o da plateia, não o do afeto.
A aprovação virou anestesia, e o silêncio virou desespero.
A dor, que antes era íntima, agora é exibida — e muitas vezes, amplificada — nas próprias redes que a provocam.
É o paradoxo da era digital: quanto mais falamos, menos somos ouvidos.
O terceiro gráfico mostra o tempo que os jovens passam com amigos presenciais.

A curva desce, lentamente no início, depois despenca.
O que antes era encontro, virou chat.
O que antes era abraço, virou emoji.
E o que antes era conversa, virou distração.
Estamos mais “conectados” do que nunca, mas as conexões deixaram de ter peso específico.
Amizades sem presença são como sombras: parecem acompanhar, mas somem ao apagar da luz.
O quarto Gráfico 4 – mostra o desempenho escolar medido pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), com outro dado alarmante: uma queda acentuada na capacidade cognitiva dos jovens a partir de — adivinhe? — 2010.

É como se o cérebro, reconfigurado para estímulos curtos, tivesse desaprendido a lidar com a lentidão do aprendizado real.
A paciência virou artigo de luxo.
E pensar profundamente, um esforço que poucos querem pagar.
A geração que tem todo o conhecimento do mundo a um clique de distância não sabe mais o que fazer com ele.
O quinto e último gráfico mostra o aumento de jovens adultos que continuam morando com os pais. Um fenômeno econômico, sim — mas também psicológico. O prolongamento da infância virou norma. A autonomia assusta.

E a vida real, com suas frustrações, parece um videogame difícil demais de jogar. O adulto jovem de hoje é, muitas vezes, um adolescente com cartão de crédito. Capaz de opinar sobre o mundo inteiro, mas incapaz de administrar o próprio caos interior.
Todos os gráficos apontam para o mesmo ponto de inflexão: a linha vermelha de 2010 — o nascimento da era do smartphone e da socialização digital.
É tentador culpar as telas, mas, como lembra a psicóloga Candice Odgers, no tal artigo publicado na Nature – eu coloquei o link pra ele no roteiro deste episódio no portalcafebrasil.com.br (https://www.nature.com/articles/d41586-024-00902-2?utm_source=chatgpt.com), não há prova direta de que o celular seja o culpado.
As curvas são correlacionais — não causais.
Mesmo assim, algo mudou. E o fato de não podermos provar cientificamente não anula o que podemos ver com os olhos e sentir com o coração.
Talvez o celular não seja o vilão, mas o sintoma.
O espelho de uma civilização que trocou presença por performance, profundidade por estímulo, silêncio por ruído.
E se você é assinante do Café Brasil agora vem o conteúdo extra. Vou falar um pouco mais em mais detalhes sobre as conexões do filme Matrix com nosso dia a dia. Se você não é assinante, perdeu essa… mas não fique ansioso. Acesse mundocafebrasil.com e torne-se um assinante.
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Então retomando… Se o contato humano que nos molda, que nos desafia, que nos ensina empatia — está sendo terceirizado pra um feed. Se estamos criando uma geração que fala o tempo todo, mas não conversa. Que expõe tudo, mas não se revela. Que tem acesso a tudo, mas não encontra sentido em nada… Pô. A gente tem que fazer alguma coisa!
Foi por isso que criamos o Podcast Café com Leite, por exemplo.
Um podcast para pais e filhos ouvirem juntos. Parece até simples — e é. Mas em tems de excesso, o simples é subversivo.
Enquanto o mundo despeja estímulos nas telas, o Café convida pra escuta.
Enquanto os algoritmos disputam a atenção das crianças, ele devolve o poder da imaginação.
Enquanto os pais buscam tempo, ele cria um momento: um episódio por semana, quinze minutos de conversa, riso, aprendizado.
É um gesto pequeno, mas tem algo de revolucionário nisso: um adulto e uma criança compartilhando o mesmo fone de ouvido.
O mesmo silêncio. A mesma história. Cada episódio é uma semente. De caráter, de empatia, de lógica, de emoção. São histórias que reconfiguram não o cérebro — mas o coração.
Vivemos na era das certezas fáceis. Queremos diagnósticos instantâneos e curas sem dor. Mas talvez o que esteja adoecendo essa geração não seja o celular em si — e sim a cultura da anestesia que ele representa. A pressa em eliminar o tédio. A recusa ao erro. O medo de se frustrar. E é aí que nasce a fragilidade.
Porque a força humana é forjada no desconforto. É na espera que nasce a paciência. É na dúvida que nasce o pensamento. É no conflito que nasce a ética.
As redes sociais não nos roubaram isso — apenas ofereceram um atalho.
E a gente aceitou.
Vamos então ao nosso merchan? O Café Brasil, você já sabe, é uma produção independente, que precisa da participação dos ouvintes pra continuar sobrevivendo.
Se cada ouvinte que curte o nosso programa se tornasse um assinante… cara, com R$ 15,00, R$ 50,00, R$ 250,00, cara, você escolhe o plano e participando você nos ajuda aqui a financiar este trabalho. A continuar a criar esse conteúdo que chega gratuitamente pra milhares de pessoas .
Cara, a quantidade de assinantes que nós temos é ridícula se comparar com o volume de ouvintes. Deixe de só ouvir, cara. Parta pro jogo, pula pra cá.
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Virtual insanity
Jamiroquai
Oh yeah, what we’re living in (let me tell ya)
It’s a wonder man can eat at all
When things are big that should be small
Who can tell what magic spells we’ll be doing for us
And I’m giving all my love to this world
Only to be told
I can’t see
I can’t breathe
No more will we be
And nothing’s going to change the way we live
Cos’ we can always take but never give
And now that things are changing for the worse
See, it’s a crazy world we’re living in
And I just can’t see that half of us immersed in sin
Is all we have to give these –
Futures made of virtual insanity
now Always seem to, be
govern’d by this love we have
For useless, twisting, our new
technology Oh, now there is no
sound – for we all live underground
And I’m thinking what a mess we’re in
Hard to know where to begin
If I could slip the sickly ties that earthly man has made
And now every mother, can choose the colour
Of her child
That’s not natures way
Well that’s what they said yesterday
There’s nothing left to do but pray
I think it’s time I found a new religion
Waoh – it’s so insane
To synthesize another strain
There’s something in these
Futures that we have to be told
Now there is no sound
If we all live underground
And now it’s virtual insanity
Forget your virtual reality
Oh, there’s nothing so bad,
As a man-made-man
I know yeah
While we’re livin’ in oh,
oh virtual insanity
Oh, this world, has got to change
Cos I just, I just can’t keep
going on, it was virtual,
Virtual insanity that we’re livin’ in,
that we’re livin’ in
That virtual insanity is what it is
Living – Virtual Insanity
Virtual insanity is what we’re living in
Insanidade virtual
Sim, no que estamos vivendo, deixa eu te contar:
É uma surpresa que o homem pode comer
Quando coisas que deveriam ser pequenas são grandes
Quem pode dizer que magias estaremos fazendo para nós
E eu estou dando todo meu amor a esse mundo
Apenas para ser avisado
Eu não posso ver
Eu não posso respirar
Nós não seremos mais
E nada vai mudar o jeito que vivemos
Porque nós sempre podemos tirar mas nunca dar
E agora que as coisas estão mudando para pior
Veja, é num mundo louco que nós estamos vivendo
E eu não posso ver que metade de nós submergimos em pecado
É tudo que nós temos para dar a esses
Futuros feitos de insanidade virtual agora
Sempre parece ser
Governado por esse amor que temos
Para inútil, a torção da nova tecnologia
Oh, agora não há som
Porque nós todos vivemos debaixo do chão
E eu estou pensando em que enrascada nós estamos
Díficil saber onde começar
Se eu pudesse livrar os laços que o homem terrestre fez
E agora todas as mães, podem escolher a cor
Do seu filho
Esse não é o jeito da natureza
Bom é por isso que eles disseram ontem
Não há nada mais a fazer a não ser rezar
Acho que é hora de eu achar uma nova religião
Waooooh – Isso é tão louco
Sintetizar outro esforço
Há algo nesses
Futuros que nós precisamos ser avisados
Agora não há som
Se todos nós vivemos debaixo da terra
E agora é insanidade virtual
Esqueça sua realidade virtual
Oh, não há nada tão ruim,
Como um homem-feito
Eu sei, sim
Dessa insanidade virtual, em que nós estamos vivendo
Tem que mudar, sim
As coisas, nunca serão as mesmas
E eu nãoposso continuar
Enquanto nós estivermos vivendo em, oh
Oh insanidade virtual
Oh, esse mundo precisa mudar
Porque eu, eu não posso continuar
Indo, era virtual
Insanidade virtual em que estamos vivendo
Em que estamos vivendo
Essa insanidade virtual é o que é
Vivendo – insanidade virtual
Insanidade virtual é no que estamos vivendo
Você está ouvindo “Virtual Insanity”, do Jamiroquai.
Essa canção é praticamente uma profecia dançante sobre o mundo que estamos descrevendo neste episódio. Ela nasceu antes de Matrix, antes das redes sociais, antes dos gráficos de ansiedade… mas já previa o que estava por vir: um planeta em que a tecnologia tomaria o lugar da vida real.
Lá em 1996, Jay Kay cantava: “Futures made of virtual insanity” — futuros feitos de insanidade virtual. É a trilha perfeita da Grande Reconfiguração: dançamos livres dentro da prisão digital, cegos pela dopamina. “Nothing’s going to change the way we live if we don’t do it ourselves” – nada vai mudar o jeito que a gente vive se a gente não fizer isso por nossa conta – é um chamado à consciência e àquilo que eu chamo de liderança nutritiva.
Quando eu falo em Liderança Nutritva, eu falo de uma revolução silenciosa. Fale em ser antifrágil, que não é apenas resistir ao impacto — é aprender com ele. Não é se proteger do caos — é se fortalecer por causa dele.
O líder nutritivo não culpa o mundo digital. Ele reconhece o campo de batalha e ensina seus filhos, alunos e liderados a lutar com lucidez.
Ele sabe que não dá pra desligar o mundo — mas dá pra reconectar o humano. O nutritivo e o antifrágil ensinam que o tédio é fértil, que a espera é treino, que a dor é professora. E que, mesmo em meio a um universo de telas, a presença ainda é o que cura.
Talvez o caminho não seja culpar a “grande reconfiguração”, mas começar outra — a grande reconexão. Ensinar nossos filhos a brincar sem motivo, a errar sem medo, a conversar sem pressa. Recuperar o prazer da conversa, o poder do olhar, a coragem do silêncio.
Jonathan Haidt está certo quando diz que fomos reconfigurados. Candice Odgers também está certa ao dizer que o problema é mais fundo.
E talvez ambos estejam certos — porque o que se perdeu não foi apenas equilíbrio químico. Foi o fio da conversa que nos ligava uns aos outros.
E é esse fio que precisamos religar.
Com palavras. Com presença. Com humanidade.
Enquanto a tela continuar piscando, há um jeito de resistir:
acender uma luz mais forte dentro da gente.
Lembre-se então: na livrariacafebrasil temos mais de 15 mil títulos muito especiais, para quem quer conteúdo que preste! Inclusive o meu novo livro Liderança Nutritiva, já está lá, lançado até com desconto pra complementar este episódio aqui. Liderança Nutritiva. Acesse lá a livraria: mundocafebrasil.com.
O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.
De onde veio este programa aqui tem muito mais. E se você gosta do podcast, imagine uma palestra ao vivo. E eu já tenho mais de mil e duzentas no currículo. Conheça os temas que eu abordo no mundocafebrasil.com.
Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.
Para terminar, uma frase do filósofo e escritor Bertand Russel:
“A vida moderna é uma corrida para ver quem chega primeiro ao vazio.”
