A fábula do ajuste fiscal no Brasil

Uma versão adaptável da história da economia brasileira nos últimos 12 anos é assim:

Arromba-se o galinheiro (o orçamento).

Depois, a raposa entra e come todas as galinhas (gasta tudo o que tem).

Percebendo que acabou a galinhada farta (o dinheiro), a mesma raposa, em tom arrogante (os administradores incompetentes), reclama com a granja o envio de mais galinhas (aumento de impostos) pra continuar comendo-as (gastando até acabar com o galinheiro).

No entanto, nunca admite ser uma raposa, que o galinheiro foi arrombado, que as galinhas estavam indefesas e que a festa com a granja alheia acabou.

A única moral (ou seria moralidade?) da história, pra refresco nosso e esperança das galinhas, é que milhões de galos da Justiça, do Ministério Público, das delegacias e das ruas de Curitiba, de São Paulo e do Brasil inteiro estão esporando as raposas e se negando a enviar mais galinhas.

E, sim, articulando-se para por trancas de impeachment na raposa ou esperando que ela, a raposa arrasa-galinheiro (erário), faminta, sem perspectiva e abandonada pela raposada, renuncie.