Café Brasil 394 – O home tem que te muié

Amigo, amiga, não importa quem seja, bom dia, boa tarde, boa noite. Eu sou o Luciano Pires e tô chegando mais uma vez com o podcast Café Brasil.

Olha, a gente vem fazendo uma série de programas meio pesados ai, hoje eu vou dar uma aliviada, ta bom? No programa de hoje vamos falar mais uma vez das relações entre homens e mulheres. Um assunto que permeia nossas vidas desde que descemos das árvores, não é? Pois é. Posso entrar?

O podcast Café Brasil chega até você com o apoio do Itaú Cultural e do Auditório Ibirapuera, que estão aí, a um clique de distância. www.facebook.com/itaucultural e www.facebook.com/auditorioibirapuera.

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E quem vai levar o exemplar de meu livro NÓIS…QUI INVERTEMO AS COISA, mais o invejadíssimo KIT DKT, as be quem é? É uma mulher, a Lilian Kely, que comentou assim o programa SOBRE AMOR E PAIXÃO 5:

“Olá Luciano, eu comentando o mesmo “pograma” outra vez!!!

Conforme eu disse em um comentário ao 4º programa desta série, tendo estado reflexiva sobre amor, paixão, e permanência desses sentimentos. A razão principal é que se aproxima mais um aniversário de casamento e pra mim é inevitável fazer esse balanço.

Embora estejamos vivendo em uma era de relações oportunistas e efêmeras, acredito na perenidade do amor, porém não sem muito esforço. Como disse seu ouvinte Filipe Aprigliano, o amor é um sentimento que pode (e deve) ser reinventado e transformado a cada dia, e assim se perpetuar.

Escrevi um texto, que na verdade é uma carta, para meu marido Fernando, em comemoração aos nossos 11 anos de casados, que acontece neste mês de novembro, e reproduzo aqui (se você ler em seu programa, será um presente meu para meu amado):

“Fer, meu amor

Há onze anos eu disse “sim” a você, e desde então nos tornamos “um”: uma vida, uma história, uma família.

Talvez naquele dia eu não tivesse consciência da seriedade do compromisso que estava assumindo, e por não saber o que nos esperava, alimentei ilusões e falsas expectativas.

Entretanto, o tempo é um grande aliado da maturidade e com o correr dos anos muitas coisas nos aconteceram. Tivemos lutas e dificuldades, mas também vivemos momentos maravilhosos, plenos de amor e alegria. Hoje tenho convicção de que em tudo as mãos de Deus estiveram trabalhando, moldando nossas vidas e refinando nosso amor.

Hoje, quando olho para traz, posso afirmar com toda certeza: valeu a pena!

Valeu a pena termos passado por tudo o que passamos, pois em meio à    s dificuldades aprendemos que juntos somos mais fortes, e juntos podemos superar tudo.

Valeu a pena, por que agora sabemos realmente o significado sermos – eu, você e Deus, um cordão de três dobras que jamais se romperá.

Valeu a pena por que nosso amor é o bem mais precioso que temos, e por ele lutaremos com tudo o que somos.

Valeu a pena e continuará valendo muito a pena!

Onze anos depois, eu novamente digo “sim”, não mais com a impulsividade e a imaturidade do ocaso da adolescência, mas com a convicção consciente de alguém que sabe exatamente o que quer.

E eu quero continuar a compartilhar minha vida com você, e caminhar ao seu lado enquanto vivermos.

Quero continuar lutando com você para construirmos um lar onde nossos filhos possam descansar na segurança de serem sempre amados que nossos rebentos cresçam e se tornem adultos íntegros e felizes, e nunca duvidem do quanto os amamos e do quanto nós nos amamos.

Aonde você for eu irei com você. Onde você permanecer, permanecerei ao teu lado. O teu povo é o meu povo, e o teu Deus é o meu Deus, os teus sonhos são meus sonhos e as tuas vitórias serão minhas vitórias também.

Eu quero envelhecer junto a você e quero minha vida entrelaçada em sua vida todos os dias de nossas vidas.

Quero ser tua, e somente tua, pra sempre.”

Parabéns pelo programa, e obrigada por nos oferecer um conteúdo tão instigante e sagaz!”

Que legal Lilian! Aceite esta leitura como o presente, embora atrasado, de aniversário de casamento. Essa cumplicidade que você descreve em seu comentário, esse “nós dois juntos construindo” é o que realmente vale a pena, o que está na raiz daquilo que podemos considerar “viver uma vida boa”. Parabéns para você e para o Fer.

Muito bem. Agora que a declaração de amor da Lilian foi lida aqui no programa, ela que aguarde a chegada do KIT PRUDENCE da DKT… E mostre pro Fer. Ééééé…. bicho vai pegar… A DKT distribui a mais completa linha de preservativos e géis lubrificantes do Brasil, e também apoia um trabalho espetacular de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis. E também ajudando o planejamento familiar!

Acesse www.facebook.com/dktbrasil e conheça mais a respeito.

Lalá. Como é mesmo? Na hora do amor, você já sabe: PRUDENCE na cabeça!

Laiká nóis laika, mas Money qye é gud nóis nun rávi… E aí, como anda o seu inglês? Ah, não anda? Então talvez seja bom começar a aprender, não é? E que tal pelo Skype, com um professor do outro lado da linha, e não um vídeo ou uma gravação? Conduzindo a aula com base em acontecimentos do dia a dia? Conheça a LOI ENGLISH, veja os depoimentos dos brasileiros que estão desenvolvendo o inglês com eles. Acesse www.skypeenglishclasses.com. Eu vou repetir: www.skypeenglishclasses.com.

De novo: laiká nóis laika, mas Money qye é bom nóis nun rávi… Deixa disso né…

E vamos lá  falar de novo de relação homem e mulher, mas antes eu quero uma coisa deliciosa que… ô Lalá, bota ai um pouco do Machão, com Jacó e Jacozinho… por favor.

O machão
Jacó e Jacozinho

Depois que eu me casei
Ficou triste a vida minha
Porque a dona do meu lar
Não sabia ser rainha

Saia pelas ruas
Passear com as vizinhas
Eu chegava do trabalho
A casa estava sozinha

Dei um balanço na vida
E cheguei à mulher da linha
Eu sou machão
Eu sou machão

Eu só virei um leão
Pra não ver nosso fracasso
Dei um grito de pé firme
A casa tremeu no espaço

Eu sou o seu marido
E não sou o seu palhaço
Me responda com firmeza
A pergunta que lhe faço

Quer ouvir os meus conselhos
Sente o preso do meu braço
Eu sou machão
Eu sou machão

A mulher caiu de joelhos
Nos meus pés arrependida
Dando conselho mostrei
O lado certo da vida

Eu tenho obrigação
De lhe dar toda guarida
Lhe dou amor e carinho
Além de casa e comida

Se corresponder comigo
Tu será correspondida
Eu sou machão
Eu sou machão

A mulher chorou bastante
E depois me deu razão
Eu não dei muita moleza
Dominei a situação

Ela cuida do meu lar
E cumpre com a obrigação
Lé em casa não teve crime
Nem também separação

Meu lar não foi destruido
Porque eu sou ser machão
Eu sou machão
Eu sou machão

Fui fazer uma palestra num evento próximo de Salvador. Era um grande grupo empresarial e na platéia esperávamos umas 90 pessoas. Cheguei bem cedo, montei o equipamento e fiquei sentado esperando a turma chegar. O evento acontecia num resort, a beira mar, maravilhoso. Era final de tarde e a turma tinha saído das piscinas para a palestra.

Começaram a chegar as mulheres. Dezenas delas. Uma mais produzida que a outra. Saltos, vestidos com brilho, maquiagens, cabelos, roupas transadas… Parecia que iam para uma festa elegante.

E depois chegaram os homens. Um bagaço. Bermudas, chinelos, jeans, camisetas, barrigão de fora… Um esculacho. O contraste não podia ser maior: as mulheres caprichadas e os homens um bagaço.

Comecei a palestra chamando a atenção para o detalhe da diferença entre os homens e as mulheres. Elas chegaram no horário. Eles, atrasados. Elas arrumadas. Eles de qualquer jeito. E eu disse a eles de boca cheia: um dia o chefe de vocês será uma mulher…

Ah, que delícia! Você ouve Jacó e Jacozinho com O MACHÃO.

Em minhas experiências como palestrantes pelo Brasil afora, aprendi uma outra coisa relacionada a essa questão homens e mulheres. Sempre chego aos eventos com uma boa antecedência para verificar as questões técnicas. Compatibilidade entre computador e projetor, cabos, qualidade do som, iluminação e coisas parecidas. E não raro encontro problemas que podem colocar em cheque a qualidade das minhas palestras. É aí que a coisa começa a pegar.

Chegar num evento com tudo montado e pedir que sejam mudados cabos, ou que o computador seja instalado noutro local, ou que a iluminação seja alterada é sempre um momento de tensão. Não é raro que homens não gostem disso. Encontram uma forma de dizer “não dᔠe dá-lhe aquela sucessão de desculpas que sabemos que são apenas para não ter mais trabalho. Não tem a escada para alcançar a lâmpada, não tem o cabo para a conexão, não tem uma tela maior, não tem cortina para tampar a luz. Não tem, não tem.

Ah, sim, e a resposta padrão: O problema é o seu laptop. E não adianta dizer que faço 100 palestras por ano com aquele mesmo laptop e um problema como aquele nunca me aconteceu: a culpa é sempre minha ou do meu equipamento.

O resultado é sempre igual: cria-se uma tensão, os ânimos vão se acirrando e no final acabo entrando para a palestra puto da vida ou indignado com um problema que poderia ter sido resolvido com um pouco de boa vontade. Como é duro lidar com macho…

Então, eu  aprendi um truque infalível. Quando o impasse chega num ponto crítico, apelo para falar para a mulher que está no comando. Sempre tem uma. Me deixa falar com a gerente, com a diretora, com a dona. Ou então com a técnica em vez do técnico. E é batata. Uma mulher e pronto, o problema caminha para uma solução. Ou ao menos, encontro a boa vontade de fazer acontecer, dando mais trabalho ou não.

Não me pergunte o que é isso, que você não vai gostar de ouvir a resposta.

Mas como assim? Mulher não tem preguiça? Claro que tem. Mas mulheres são imensamente menos preguiçosas que os homens. Há exceções, é claro, mas basta ver a paciência com que a mãe cuida dos filhos, mesmo depois de chegar cansada do trabalho. A energia que tiram não sei de onde para fazer aquele jantar ou almoço de domingo, quando todos querem é descansar…e muito mais exemplos. O homem é um animal preguiçoso. É assim na natureza, quando o seu leão descansa enquanto as leoas caçam. Ele só entra em ação quando é para proteger o bando, pra sair na porrada. Se é assim com os leões, porque seria diferente com os macacos pelados?

Mas será que isso é um horror? Será que deveria ser diferente? Será que homens e mulheres deveriam ser iguais? Eu acho que não. Aliás, tenho certeza que não.

E encontrei numa entrevista do psicanalista Contardo Calligaris um comentário muito apropriado sobre esse tema, quando ele diz assim:

O homem herdou, em especial a partir do século XIX, dois tipos de papel na sociedade. Um deles era o de provedor, representado bem pela figura de terno e gravata, marido e pai de família. O outro era o de aventureiro, alguém eventualmente próximo até de um criminoso. Essas duas figuras representavam quase a totalidade do leque possível da masculinidade.

A partir da metade do século passado, a situação começou a mudar. O papel tradicional das mulheres passou por grandes transformações, muito antes do dos homens. Elas tornaram-se sujeitos jurídicos verdadeiros, não se viam mais na dependência de um casal ou de um marido. E o lugar do provedor, que até então era exclusivamente masculino, passou a ser distribuído entre homens e mulheres. O homem não se justificava mais simplesmente por ser quem dava o sustento à família. E o avanço delas no campo até então masculino não parou por aí. Elas passaram a ser mães solteiras, não só por ação do destino, mas por vontade própria. Assim, outra faceta do papel do homem, o de ter e cuidar de uma família, também caiu por terra.

Mas vamos ouvir como o Contardo responde a uma pergunta difícil de uma mulher e depois uma piada de Ary Toledo.

O home tem que ter mulé…

Claro que tem, Xangai, nós somos complementares, é assim que tem que ser. Mas a gente gosta de tirar um sarrinho delas, não é?

O fato é que elas estão ocupando muitos espaços que antes eram exclusivamente masculinos, e quer saber de uma coisa? Isso é muito bom!

Homem Tem Que Ter Mulher
Juraildes da Cruz

Saí de casa já de tardezinha
Pra tomar uma lá no seu mané
O aperitivo era amargozinha e o tira-gosto era sarapeté
Só se falava nesse futebol
Um tal de rock and roll
E o preço do café
Me envolvi naquela brincadeira
E uma bebedeira subiu cuidé
Cheguei em casa já de madrugada
Com a cabeça inchada e de quatro pé
Se eu não tivesse uma boa senhora
Dormia de fora
Ou no cabaré
Por isso eu digo e digo com fé
Que o homem tem que ter mulher
Que o homem tem que ter mulher
Tem que ter, tem que ter…
Tem que ter mulher

Mas no outro dia veja que atento
Pra farra boa não tenho fastio
Fui convidado para um casamento
De um velho amigo
Na beira do rio
Lá tinha roda, tinha violeiro,
Sanfona e pandeiro
E um bom desafio
Tinha de tudo e tudo era de graça
Entrei na cachaça sem ter arrepio

Cheguei em casa com fogo no facho
Chamando cachorro cacho
E galo de titio
E nesse dia minha boa senhora
Me deixou de fora
Dormindo no frio
E mesmo assim eu digo com fé
Que o homem tem que ter mulher
Que o homem tem que ter mulher
Tem que ter, tem que ter…
Tem que ter mulher

E é assim então, ao som de O HOME TEM QUE TER MULHER, de Juraildes da Cruz com o Xangai, que este Café Brasil só fez molecagens sobre machos e fêmeas, vai saindo de mansinho.

Com o macho-alfa Lalá Moreira na técnica, a leoa Ciça Camargo na produção e eu, este pobre homem, Luciano Pires na direção e apresentação.

Estiveram conosco a ouvinte Lilian Kely, Ary Toledo, Contardo Caligaris, Jacó e Jacozinho e Xangai.

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Pra terminar, que tal uma frase de Henri Kissinger?

Ninguém jamais vencerá a guerra dos sexos: há muita confraternização entre os inimigos…

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