Amigo, amiga, não importa quem seja, bom dia, boa tarde, boa noite. Sou o Luciano Pires e tô chegando com o podcast Café Brasil pra ajudar seu celebro a virar cérebro. Posso entrar?
O podcast Café Brasil chega até você com o apoio do Itaú Cultural e do Auditório Ibirapuera, que estão aí, a um clique de distância. www.facebook.com/itaucultural e www.facebook.com/auditorioibirapuera.
No programa de hoje vamos falar sobre lidar com gente que fica de mal com a gente, gente que não quer mais saber da gente, gente que enche o saco da gente e coisas parecidas. Vai ser divertido…
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A primeira carta que vou ler aqui no programa é do Iuri André Stona , de Francisco Beltrão no Paraná, que comentou assim o programa PINGOS NOS IS.
Isto é incrível!
Confesso que fiquei bem mais decepcionado que o Eder, tanto que quase senti náuseas enquanto ouvia, se não me engano, o podcast 357 Nunca Serão, tanto que abandonei tudo, parei de ouvir o programa e de seguir o Luciano nas mídias sociais, tamanha a minha frustração ao perceber o posicionamento partidário que ficou muito visível pra mim naquele podcast. Antes eu era talvez ingênuo por enxergar o autor como alguém otimista, com o altruísmo acima de qualquer questão política, pois eu havia sido fisgado por episódios que tentavam mostrar que o Brasil não é só o que se lê nos jornais, não é só a lixeira da cozinha.
De repente percebi que ele estava falando exatamente o contrário daquilo, eu que estava voltando a ter fé no país, acreditando, de repente me dei conta que aquele que eu considerava uma das fontes onde eu pudesse beber desse pensamento, passava a engatar a marcha ré e passar como um rolo compressor por cima daqueles que o seguiam por essas razões. Abandonei. Como alguém que acredita, mas perde um ente querido e briga com Deus. Por sinal, passei batido pelo programa Dias Sombrios, que provocou o comentário do Eder e provavelmente eu nem me arrisque a ouvi-lo.
Então, como alguém que sente falta daquilo que aprendeu a gostar, resolvo meses depois, só recentemente, espiar os programas sobre o capitalismo e socialismo em que o autor, Luciano, dá uma pincelada cristalina sobre sua preferência pelo capitalismo. Eis que levanto da cama e quase corro aqui pra sugerir algo como ser franco, direto e se posicionar abertamente, sem as entrelinhas ou aquelas irônicas frases soltas dos compartilhamentos do facebook. Mas desisto e volto pra continuar a ouvir o próximo programa, o Pingos nos is.
Repito. Isto é incrível! De repente eu que havia abandonado o Café Brasil por ter me sentido enganado – não culpo o autor por isso, mas era essa a sensação que eu tinha, que ao menos pra mim vende sim em muitos programas a ideia de imparcialidade – e frustrado, percebo uma alternativa de fazer as pazes e quase escrevo sugerindo isso, caio por acaso logo no programa em que ele faz exatamente o que eu esperava. Difícil imaginar a sensação que eu tive, mas foi de fato incrível.
Ok, na explicação rola uma certa soberba a qual eu já havia experimentado ao questioná-lo em um post qualquer no facebook, onde disse a mesma coisa: se não gosta, não precisa vir aqui. Soberba pela falta de delicadeza ao dizer: é MEU. Mas, o raciocínio é legítimo, tal qual o de um Bispo da Igreja Católica, cujo nome não lembro, usou ao responder quando foi questionado sobre a igreja não atualizar suas ideias para não perder fiéis, que dizia algo como: “nosso objetivo não é contabilizar fiéis, mas sim ter uma doutrina a qual as pessoas sigam se estiverem de acordo, então não vamos mudar nossa doutrina, mas as pessoas que nos seguem devem mudar para aceitá-la, ou não”.
Porém, logo em seguida o Luciano se despe dessa aura prepotente e com bom humor e humildade diz que sim, que acolhe a todos que ajam com educação e respeito. Pronto, ali eu estava de volta nos braços do Café Brasil, aquele sentimento de traição e abandono tinha ido embora e agora eu poderia novamente preencher as lacunas da personalidade do autor com a imagem daquele cara do bem, altruísta e otimista.
O portão
Roberto Carlos
Eu cheguei em frente ao portão
Meu cachorro me sorriu latindo
Minhas malas coloquei no chão
Eu voltei
Tudo estava igual como era antes
Quase nada se modificou
Acho que só eu mesmo mudei
E voltei
Eu voltei agora pra ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei
Eu voltei
Fui abrindo a porta devagar
Mas deixei a luz entrar primeiro
Todo o meu passado iluminei
E entrei
Meu retrato ainda na parede
Meio amarelado pelo tempo
Como a perguntar por onde andei
E eu falei
Onde andei não deu para ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei
Eu voltei
Sem saber depois de tanto tempo
Se havia alguém à minha espera
Passos indecisos caminhei
E parei
Quando vi que dois braços abertos
Me abraçaram como antigamente
Tanto quis dizer e não falei
E chorei
Eu voltei agora pra ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei
Eu voltei
Eu voltei agora pra ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei
Eu voltei
Eu parei em frente ao portão
Meu cachorro me sorriu latindo
A música que você ouve ao fundo agora é O Portão de Roberto Carlos.
Abraços Luciano, vou passar a cortar a gordura e aproveitar apenas a picanha. Só por favor, um pedido, tome um certo cuidado pra que a parte da picanha seja sempre o maior pedaço.
Feliz por estar de volta.
Iuri André Stona
Rarararar…deu um piti é Iuri? Isso é normal. Quem é que nunca brigou com alguém que ama, ficou de mal, uns dias sem falar e lá na frente volta todo cheio de amor pra dar? Pois é… Mas eu não mudei não, viu? Sou o mesmo Luciano de antes, com todas as qualidades e defeitos. Fique esperto aí pra ouvir outra vez algo que você não vai gostar de ouvir. Se tiver que ficar de mal, fique. Mas volte…
E tem mais. Vou usar a carta de outro ouvinte neste programa, pois acho que ambas se complementam. Quem escreveu foi o Will Scalione e sabe de onde? Auckland, Nova Zelândia, que comentou assim o programa DEDUZIR OU INDUZIR.
Ola Luciano,
É a primeira vez que comento um programa seu e a minha decisão de escrever tem tudo a ver com o teor do programa “385 – Deduzir ou induzir”, mas também tem tudo a ver com qualquer outro programa seu. Eu explico.
Você constantemente afirma que o conteúdo do seu programa reflete a sua opinião porque o programa é seu e eu admiro essa autenticidade e também concordo totalmente com esse pensamento. Poucas coisas hoje são tão democráticas como a internet e isso te dá a liberdade de manter o programa dessa forma. Que ouça quem quiser.
Um exemplo recente disso é a serie de programas que você fez sobre “Amor e paixão”. Eu comecei a ouvir o primeiro, não gostei, e simplesmente pulei a série. Não me senti nem um pouco tentado a escrever um comentário pra te dizer que o programa era um saco e provavelmente, a maior parte do seu público gostou do programa. Nesse caso, o problema era eu, que talvez não estivesse a fim de ouvir sobre aquele assunto. E vida que segue.
O fato de você ter escolhido Raul Seixas como trilha sonora para o programa “385 – Deduzir ou induzir” me fez rir sozinho porque dentro da minha cabeça a coisa funcionou mais ou menos assim: eu nunca gostei do trabalho de Raul Seixas. As musicas dele nunca me disseram nada apesar de eu ser músico amador. Ele e o trabalho dele sempre foram irrelevantes na minha formação e gosto musicais, mas não tenho nenhum problema com quem gosta e onsidera o trabalho dele icônico. A música é linguagem, linguagem que está além da letra, e uma música que pode me fazer chorar, talvez não te cause nenhuma emoção, e isso é normal. No entanto, quando digo para as pessoas que não gosto de Raul, muitas reagem como se isso fosse um absurdo, porque para elas, aparentemente eu seria normal se eu idolatrasse Raul Seixas. Parece realmente que algumas pessoas querem me ´induzir´ a gostar de Raul Seixas.
O resultado foi que eu ouvi o programa inteiro, as músicas tocaram e não fizeram diferença pra mim, mas eu ouvi tudo o que você tinha pra dizer e pude refletir no assunto. Paulo, o autor bíblico, fala assim: “Examinai tudo e retende o que é bom.” Examine tudo e retende o que é bom. E eu concordo com ele.
O que me leva ao outro pensamento que seu programa me trouxe à mente. Como você mesmo citou, atualmente a maioria das pessoas tende a agir por indução nas redes sociais e na internet de forma geral. O que se vê por aí é muito comportamento de manada e pouca educação e respeito. Se você não gosta do que as pessoas gostam, você “é um babaca que não entende de porra nenhuma e por isso devia calar a boca”.
Os nazistas da opinião, se pudessem, levariam ao campo de concentração aqueles que tem opiniões diferentes das deles, e isso sempre foi o meu “pé atrás” quando volta aquela vontade de criar conteúdo para internet. Não por medo dos “trolls”, mas pela paciência que vou ter que desenvolver pra lidar com as pessoas que não aceitam que eu pense diferente delas.
Como é que você faz pra aturar essa galera, hein?
Um abraco!
Will Scalioni, Nova Zelândia
Putz…Nova Zelândia, meu… como o Will tá longe… Olha só, vou partir dessas duas cartas para fazer o programa de hoje, tá bom?
O Iuri e o Will ganharam o livro e o KIT DKT pois comentaram os programas. Aliás, Will, escreva pra mim que vamos ter que armar uma outra saída para seus brindes. Mandar pelo correio vai custar mais que uma passagem aérea pra Bahia…
A DKT, que apoia o Café Brasil, é distribuidora da mais completa linha de preservativos e géis lubrificantes á venda no Brasil, com a marca Prudence. Mas eles fazem um trabalho voltado à educação sexual, combate de doenças sexualmente transmissíveis e planejamento familiar que é primoroso. Acesse o www.facebook.com/dktbrasil para conhecer o trabalho deles e aprender de vez:
Na hora do amor, Prudence na cabeça. Sem ironia…
Humpty Dumpty sat on a wall. Humpty Dumpty had a great fall. Como é que vai seu ingrêis, hein Tá ruinzinho, é? Que tal tomar umas aulinhas com professores nativos, que vão ensinar você conversando sobre fatos do dia a dia pelo Skype? Conheça a LOI English, meu caro, leia os depoimentos de quem estuda com eles no www.skypeenglishclasses.com. Você vai se surpreender! Aulas de 55 minutos, na hora e local que você escolher! E com desconto pra quem ouve o Café Brasil! You got it? www.skypeenglishclasses.com. It´s a changing life experience!
Então vamos lá, falar das coisas que o Iuri do Paraná e o Will da Nova Zelândia escreveram.
O Iuri contou que ficou tão indignado com meu posicionamento político/ideológico num dos programas, que desistiu do Café Brasil. Ficou de mal. Mas, tempos depois voltou, ouviu algo que gostou e agora estamos de bem. Pra ele só tenho a dizer o seguinte: cara, o podcast Café Brasil é apenas uma faceta do meu trabalho. Tenho aí bem uns 12 ou13 anos de presença na internet, seis livros escritos, uma página super ativa no Facebook, centenas de artigos publicados… quem quiser me conhecer e dizer que realmente me conhece tem que levar algum tempo, buscar mais que apenas o podcast. Pra falar e verdade nem eu me conheço direito… Então tirar conclusões sobre quem sou ou como penso baseado num fragmento do meu trabalho é correr o risco de ficar de mal. Aliás, isso não vale só para mim, não, vale para qualquer autor do que quer que seja. É preciso um trabalho minucioso de estudo do autor sob diversos ângulos antes de poder dizer que eu sei o que ele pensa.
Sacou?
Você ouve O PORTÃO, de Roberto e Erasmo, em versão instrumental e açucarada de Eduardo Lajes, o maestro que acompanha Roberto Carlos desde 1977.
Mas eu quero dedicar um tempo legal para falar da pergunta do Wil no final de seu comentário. Como é que eu faço para lidar com as pessoas que pensam diferente de mim. Mais que isso, como é que faço para lidar com os trolls. Para quem não é do ramo uma explicação: troll neste nosso contexto, são indivíduos que vem para nos encher o saco. Não são simplesmente vândalos ou anarquistas, mas são caras que ficam perturbando a gente com comentários que beiram o ofensivo, com a intenção de encher o saco. É isso. Troll é o pentelho que te enche o saco. Como lidar com os caras que vem nos comentários pra encher o saco da gente…
Bem, existe um programa antigo, o 333, chamado COMO LIDAR COM AS CRÍTICAS, que é complemento necessário para este programa aqui. E alguns momentos serei até repetitivo, mas é assim que tem que ser.
Bem, vou por partes. Vamos lá.
Vamos na trilha com GOSTO DE SER COMO SOU, de Marcio Albanese e Ciro Pereira com o Brazilian Octopus, do qual você provavelmente nunca ouviu falar. O Brazilian Octopus foi um grupo instrumental formado em 1968 pelo mago Hermeto Paschoal, o guitarrista Lanny Gordin, o pianista Cido Bianchi, o violonista Alemão Stocker e o jazzista Nilton da Matta. Gravaram um disco e pronto… Lálá, manda ver: GOSTO DE SER COMO SOU.
Vamos então às minhas dicas para enfrentar os trolls. Primeiro: tem que ter uma puta auto confiança no seu trabalho. Eu tenho no meu. Sei que ninguém é mais crítico comigo do que eu mesmo, eu sei o inferno que é escrever algumas linhas para este programa. Vou contestar, pesquisar, fazer papel do advogado do diabo, procurar os buracos em minha argumentação por onde possa passar um troll… é uma dureza, viu.
Quando olho para o texto do Café Brasil e digo tá pronto pra gravar, já me estapeei aos montes. Tenho centenas de roteiros que não terminei. Tenho até programas gravados que parei no meio, por não achar que estavam no ponto. Por isso quando um programa é publicado, confio demais no meu taco. Fiz de tudo para que ele carregue aquilo em que acredito, informações idôneas, conteúdo que realmente agregue alguma coisa. É claro que sempre existem falhas, mas se não fosse assim eu seria Deus, não é? Então o primeiro ponto é: auto confiança. É ela que me dá segurança para escrever o programa, para expor minhas ideias diante de uma audiência gigantesca. Quando aparece o troll, eu to pronto pra briga. Dificilmente ele vai me pegar dormindo…
Segundo: a consciência de que as pessoas pensam diferente. Esse talvez tenha sido o exercício mais demorado e complicado que fiz ao longo da vida: aprender que as pessoas pensam diferente de mim e que isso é normal, necessário e até mesmo fundamental para a vida do Café Brasil.
Eu já disse aqui e repito: tenho amigos de sentar no bar pra tomar uma cerveja que são o oposto de tudo aquilo que eu penso em termos de política, por exemplo. Saem quebra paus homéricos, mas eu entendo que é assim que eles pensam. Argumento, vou até onde o grito permite e depois deixo pra lá. A curtição da cerveja naquele momento acaba sendo mais importante que provar para ele que o salvador da pátria dele é um ladrão mentiroso pra mim. E assim a vida vai. Só não sou condescendente com a falta de educação. Nos grossos eu dou um coice. É isso que eles merecem. Mas ter a consciência de que as pessoas veem o mundo de forma diferente da minha e tem o direito de manifestar essa diferença, faz com que aqueles que me criticam ou contestam sejam seres humanos normais.
Nem todos, é verdade, mas a maioria. Ter essa certeza me traz a paz.
Aprendi a lidar com isso nas minhas palestras. Eu vou até meu cliente, faço uma palestra de arrasar, no final sou aplaudido de pé, as pessoas vem falar comigo, é um barato. E na avaliação do evento aparecem sempre aqueles que não gostaram. Sempre. Olho a avaliação e fico pensando quem será que aquela, felizmente minoria, que não gostou. O que posso ter feito ou deixado de fazer para que eles não tenham gostado? Não sei, mas não vou balizar minha vida, meu trabalho, pela minoria que não gostou, não é? Botei na cabeça o seguinte: se eu agradar 70% da minha audiência, to feliz. Até 30% que não vão gostar, eu considero normal. E assim vou tocando a vida.
Tocando em fFrente
Almir Sater
Renato Teixeira
Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei
Ou nada sei
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Opa! Esse é o clássico TOCANDO EM FRENTE, de Almir Satter e Renato Teixeira numa versão diferente com Santanna o Cantador…
Terceiro é: ter consciência da minha limitação. Recentemente fui entrevistado no podcast do Instituto Mises Brasil, um programa que entrevista professores, economistas, doutores, gente que está mergulhada no mundo acadêmico, que tem repertório, erudição, conhecimento muito superior ao meu. Aquilo me acendeu uma luz amarela. Eu tenho consciência da minha limitação e sei que não posso entrar na roubada de discutir teoria social com um doutor em teoria social. Ou economia. Ou física quântica. Eu sei perfeitamente a extensão da minha ignorância e isso evita que eu entre em bolas divididas e frias. Sei até onde posso e devo ir. Criei o conceito das iscas intelectuais exatamente por isso. Isca é isca, é um pouquinho, é só para abrir o apetite, não mata a fome. E meu negócio é esse. Vou te apresentar uma ideia, um som, um conceito, mas só vou apresentar. Se você quiser ir fundo, o problema é seu. Com isso defini até onde posso ir, o que me ajuda a não cair no abismo.
Canso de ver gente que se acha entrando em roubadas pela simples falta de humildade de não saber seus limites. Quais são seus limites? Conheça-os e evite os trolls.
Quarto: curiosidade. Me formei em comunicação, o que me ajudou a ser um sujeito com múltiplos interesses. Sempre trabalhei muito perto do jornalismo e isso me deu a chance de passar por vários temas exercendo uma curiosidade infinita. E isso é fantástico.
Aliás, experimento de quando em quando coisas inexplicáveis, tipo eu estar me dedicando a um assunto, trabalhando numa palestra, num artigo, num tema qualquer, chegar num lugar, pegar despretenciosamente uma revista esquecida sobre uma mesa e abrir numa página onde está um artigo com exatamente os conceitos que eu precisava. Ou então comprar um livro que fala de pão e no meio dele encontrar uma definição que se aplica totalmente à algo que eu estava estudando e que não tem nada a ver com pão. Ou acessar um blog por acaso e encontrar o trecho de um texto de um autor que trata justamente daquilo que estou procurando. Parece mágica, mas não é. É um estado de curiosidade constante, é como se minha mente fosse o Windows com um monte de programas rodando em segundo plano. Isso parece fazer com que as coisas conspirem a meu favor e a revista certa, o livro certo, o trecho exato do texto aparecem na minha frente do nada. Não sei se é com você assim, mas, pra mim, nunca é do nada. Eu é que estou pronto, preparado, à espera… Isso me ajuda a construir um repertório que me dá segurança e que vai reforçar aquela auto confiança lá do começo. Sacou?
Curiosidade pode ser a arma contra os trolls.
Viu só? Auto confiança. Consciência de que as pessoas são diferentes. Consciência da minha limitação. Curiosidade. Essas coisinhas funcionam maravilhosamente para mim. Talvez eu disse talvez sirvam para ajudar você a desenvolver a paciência de lidar com os trolls.
Mas, se não tiver paciência, mande-os à merda.
É assim então, ao som de O PORTÃO com Luiza Possi, que transformou a música num rock, que este Café Brasil que passa enquanto os trolls ladram, vai saindo de mansinho.
Com o explosivo Lalá Moreira na técnica, esse poço de paciência chamado Ciça Camargo na produção e eu, este Mahatma Gandhi da podosfera, Luciano Pires, na direção e apresentação.
Estiveram conosco os ouvintes Will Scalione e Iuri André Stona, Roberto Carlos, Brazilian Octopus, Santanna o Cantador, o maestro Eduardo Lajes e Luiza Possi.
O Café Brasil chega até você com o apoio sempre presente da Pellegrino Distribuidora, uma das maiores distribuidoras de auto e motopeças do Brasil. A Pellegrino decidiu usar o Facebook para distribuir dicas legais sobre gestão, comunicação e outras coisas que vão ajudar você em sua carreira. Já sabe, né? www.facebook.com/pellegrinodistribuidora.
Pellegrino Distribuidora. Conte com a nossa gente.
E agora, um pedido especial meu. Entrou no ar esta semana a nova versão da podpesquisa. Podpesquisa 2014, que vai ajudar a gente a descobrir o perfil de quem ouve podcasts. As informações que vão estar lá são muito preciosas. Se você gosta do Café Brasil, dá um pulinho lá. Não dá nem 10 minutos do seu tempo. E vai ajudar a gente com muita informação importante. www.podpesquisa.com.br. O pod é mudo tá. Pod de podcast. www.podpesquisa.com.br.
O podcast Café Brasil chega até você com o apoio do Itaú Cultural e do Auditório Ibirapuera, e de onde ele veio, tem muito mais: www.portalcafebrasil.com.br.
Pra terminar, uma frase de um anônimo que é genial:
Deus, dai-me paciência. Agora!
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