Bom dia, boa tarde, boa noite! Uma vez eu usei aqui no Café Brasil uma música deliciosa chamada NO TOCA-FITA DO MEU CARRO, que cai como uma luva para a proposta do programa de hoje.
O negócio é o seguinte: recebo vários e-mails e perguntas ao vivo de pessoas que querem saber do meu gosto musical. Ficam impressionadas com a diversidade musical do Café Brasil, querem saber de onde a gente tira as músicas e uma vez uma moça disse que gostaria de dar uma olhada nos CDS que eu tinha no meu carro.
Vou revelar isso hoje, num programa essencialmente musical… a gente vai deixar a música rolar! Provavelmente vou te mostrar gente que você nem sabia que existia. Tudo que eu apresentar aqui estará no roteiro do programa, que é publicado no www.portalcafebrasil.com.br. Bem vindo ao toca-fitas do meu carro. É só o primeiro de uma série.
Pra começar uma frase do filósofo espanhol George Santayana:
Música é essencialmente inútil, como a vida.
O Café Brasil chega até você com o suporte do Itaú Cultural, que trabalha para incentivar, motivar, organizar e distribuir ideias de homens e mulheres que tem na cultura sua forma de expressão. É assim, quase sagrado, sabe? Acesse www.itaucultural.org.br, dê uma olhada na infinidade de programas que eles patrocinam. Tem algo ali que vai te conquistar…
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E o exemplar de meu livro NÓIS…QUI INVERTEMO AS COISA, mais o apimentadíssimo kit DKT vai para a Katia, que comentou assim o programa EFEITO MOZART:
“Caro Luciano, não posso dizer que sou sua ouvinte mais assídua, talvez pelas “desculpas” que nos damos no dia a dia em função do tempo ou de prioridades (desculpas estas que deixarão de fazer parte do meu cotidiano se eu conseguir cumprir minha resolução de novo ano, mas, isto é assunto para outro momento).
No trem, voltando na mais que fascinante Machu Picchu, seu programa o efeito Mozart veio me fazendo companhia durante quase toda a primeira hora de viagem. Gosto da música peruana mas, minha mente precisava de novas informações… Uma mudança de “canal”…
Eu me considero uma pessoa eclética quando se trata de música. Neta de pianista clássica, de pais com gostos variados (Elis, canto gregoriano, Ella Fitzgerald, Strauss) e irmãos voltados ao pop/rock (the police, tears for fears, paralamas) e rock progressivo (como yes e pink floyd) fui me casar com alguém viciado em punk rock (inocentes, ratos de porão).
Eu, pessoalmente acrescento a todos estes gostos o forró, a moda de viola e as cantoras em geral (the Corrs, Adriana Calcanhoto, Elza Soares). Enfim, uma miscelânea!!!
Os últimos quinze minutos de programa me mostraram porque amo um certo estilo em determinada hora e, não o suporto (palavra forte mas, mais verdadeira impossível). As músicas variam conforme meu estado de espírito e, voltando ao meu retorno de Machu Picchu, quando livre de todos os estados, estando mais livre, leve e solta do que nunca, TODAS as musicas apresentadas se adequaram ao meu momento.
Agradeço por ajudar-me a conhecer-me cada vez mais!! E, em um momento tão especial!”
Que legal Katia! Café Brasil com Macchu Picchu? Um dia vou fazer essa aventura, pode deixar!
A Katia ganhou o livro e o KIT DKT só por comentar o programa! Ah, você quer saber o que tem no Kit DKT? A DKT fornece a mais completa linha de preservativos e géis lubrificantes do Brasil, com a marca PRUDENCE. Acesse o www.facebook.com/dktbrasil, DKT com k de Nakata e conheça o marketing social da DKT.
E não esqueça: na hora do amor, use Prudence!
E aproveite também para conhecer mais sobre a Nakata, que na semana passada chegou a 50 mil curtidores em sua página no Facebook! 50 mil, meu! Acesse lá o www.facebook.com/componentesnakata, Nakata com K de DKT e dê uma olhada pra ver porque tanta gente curte. Um mundo de informações, inclusive sobre gerenciamento de negócios, tem até os videocasts Nakata por lá, que eu apresento!
Arriscado é não usar Nakata. Exija a tecnologia original líder em componentes de suspensão.
Tudo azul, tudo Nakata.
No toca-fita do meu carro
Bartô Galeno
No toca-fita do meu carro,
Uma canção me faz lembrar você,
Acendo mais um cigarro
E procuro lhe esquecer.
Do meu lado está vazio,
Você tanta falta me faz,
Pois cada dia que passa
Eu te amo muito mais
Encontrei no porta-luva um lencinho
Que você esqueceu.
E num cantinho bem bordado
O seu nome junto ao meu
Pois então, essa é a música que eu comentei na abertura. NO TOCA-FITA DO MEU CARRO, com Bartô Galeno, que reza a lenda, ele compôs dentro de um carro que havia comprado fiado. Virou um sucesso.
Bom, essa não faz parte da coleção de CDs que eu tinha em meu carro. Eu disse tinha pois não tenho mais, agora é um iPhone ou iPod que carrega minha coleção de pérolas. Hoje vou abrir meu iPod pra você. Será um programa essencialmente musical, no qual eu quero apresentar algumas pérolas. Você certamente ficará surpreso em ver que a maioria do que escuto não é música brasileira. Pelo menos no carro. Mas são pérolas que eu garimpo aqui e ali e das quais eu me orgulho.
Olha. Como tem muita coisa, eu vou ter que fazer mais de um programa. O de hoje vai ser dedicado a um tipo especial de música, nada mais nada menos que o blues. Vou apresentar alguns pra você. Hoje quero me divertir com você, sem grandes reflexões.
Pra começar, vou com uma bomba. Você já ouviu falar em Poppa Chubby? Não? Então toma:
I can’t see the light of the day
Popa Chubby
I built my house on shallow sand
Now I just don’t understand
Why it’s all been washed away
And I can’t see the light of the day
I tried so hard to make you smile
But you just stuck me in a file
Marked no good man just throw away
And I can’t see the light of the day
Oh that darkness sure is cold
When you’re shut out and feeling old
Old sick and broke and grey
And I can’t see the light of the day
I don’t mean you no offense
But that ain’t no way to treat your friends
I wouldn’t treat my dog that way
And I can’t see the light of the day
Que porrada, né? Eu amo blues, e este aqui é dos melhores. O som é Theodore Joseph Horowitz, que atende pelo nome artístico de Popa Chubby, que é derivado de uma expressão da gíria, pop a Chubby, que quer dizer “ter uma ereção”, para ser elegante. Popa é um compositor, cantor e guitarrista primeiramente de blues, mas que tem em seu som a influência de rock, rap, hip hop e tudo que aparecer pela frente. Sua praia é Nova Iorque, e seu som é um arraso.
Aqui você ouve I CAN´T SEE THE LIGHT OF DAY. Uma porrada…
Que delícia, não é?
O BLUES é o nome dado a uma forma e gênero musical originário das comunidades negras do sul dos Estados Unidos, lá pelo final do século 19.
Esse nome, “blues” tem a ver com um determinado estado de espírito, uma mistura de tristeza com introspecção, mais uma pitada de angústia e um bocado de sofrimento, algo que poderia ser encontrado em meio à população de escravos onde estão as raízes desse gênero musical. Foi lá no Mississipi, nas plantações de algodão, que os descendentes do africanos cantavam para aliviar a vida. Sem instrumentos, eles apelavam para a voz, com lamentos que eram chamados de canções de trabalho. Foi assim que tudo começou…
Mas vamos continuar na nossa viagem com outro petardo que me acompanha pelo menos uns 35 anos.
O nome dele é Roy Eldridge. E a música chama-se STORMY MONDAY.
Stormy Monday
Roy Eldridge
They call it Stormy Monday
But Tuesday’s just as bad.
They call it Stormy Monday
But Tuesday’s just as bad.
Lord, and Wednesday’s worse
And Thursday’s all so sad.
The eagle flies on Friday,
Saturday I go out to play.
The eagle flies on Friday,
Saturday I go out to play.
Sunday I go to church,
Gonna kneel down and pray.
Lord have mercy,
Lord have mercy on me.
Lord have mercy,
Lord have mercy on me.
Though I’m tryin’ and tryin’ to find my baby,
Won’t someone please send her home to me
Que tal? Ficou impressionado com o piano? Não é para menos… é ninguém menos que Oscar Peterson, acompanhado de Joe Pass, Ray Brown e Eddie Locke. Uma constelação de estrelas fazendo o melhor do blues…
Com o fim da escravidão nos EUA, surgiram as barrelhouses, casas noturnas onde se vendiam bebidas clandestinas e os músicos locais faziam suas apresentações. No filme A COR PÚRPURA de Steven Spielberg há uma cena inesquecível num desses lugares.
É lá que uma cantora chamada Tata Vega cria um momento inesquecível com um blues…
Miss Celie’s blues
Quincy Jones
Rod Temperton
Lionel Richie
Mike Downes
Miss Celie’s blues
Sister, you’ve been on my mind
Sister, we’re two of a kind
So sister, I’m keepin’ my eyes on you
I betcha think I don’t know nothin’
But singin’ the blues
Oh sister, have I got news for you
I’m somethin’
I hope you think that you’re somethin’ too
Scufflin’, I been up that lonesome road
And I seen a lot of suns goin’ down
Oh, but trust me
No low life’s gonna run me around
So let me tell you somethin’ sister
Remember your name
No twister, gonna steal your stuff away
My sister
Sho’ ain’t got a whole lot of time
So shake your shimmy,
Sister
‘Cause honey I sure is feelin’ fine
Ótimo, não é? Essa é a Miss Celie’s Blues, de Quincy Jones, Rod Temperton Lionel Richie e Mike Downes.
Eu não canso de rever essa cena do filme. E botei a música no toca fitas do meu carro, oras! Imagino como devia ser numa casa noturna daquelas. Foi a partir delas que o blues começou a se popularizar, com artistas como Robert Johnson, considerado o rei do blues.
Vamos mantendo então o embalo. Ainda no Blues, mais uma que tenho comigo há mais 30 anos. De chorar…
Talvez alguns conheçam este. É Willian Royce Scaggs, que passou para a história como Boz Scaggs e que continua na estrada. Boz é compositor, guitarrista e cantor norte americano, que tem uma elegância ímpar.
Loan me a dime
Boz Scaggs
Loan Me a Dime
Somebody loan me a dime
I need to call my old time used to be
Somebody loan me a dime
I need to call my old time that used to be
Little girl’s been gone so long
You know it’s worrying me, hey, it’s worrying, worrying me
I know she’s a good girl
But at that time I just didn’t understand
I know she’s a good girl
But at that time I just didn’t understand, oh no, I didn’t
Somebody loan me a dime
You know I need, I need a helping hand
Oh, she’s a good girl
But at that time I just didn’t understand
Ooh, I know she’s a good girl
But at that time I just could not understand, oh no, I didn’t
Somebody better loan me that dime
To ease my worried mind
Now I cry, I just cry
Just like a baby all night long
You know I cry, I just cry
Just like a baby, all night long
Somebody better loan me that dime
I need my baby, I need my baby here at home, ooh yeah
Esta aqui é outro clássico, LOAN ME A DIME, com Boz e ninguém menos que Duane Allman, dos Allman Brothers. Eu acho que furei o elepê original e depois gastei o CD de tanto ouvir esses solos maravilhosos.
Vários artistas conhecidos foram influenciados pelo blues. Diga aí o nome que você quiser, de Rolling Stones a Michael Jackson, o blues está lá. Talvez por isso eu goste tanto.
Um desses artistas famosos foi responsável por parte da trilha sonora de um período da minha juventude. Por isso tenho ele no toca fitas do meu carro. É claro, Eric Clapton, que em 1980 lançou um disco que ouvi até furar… JUST ONE NIGHT.
Foi lá que ele rendeu suas homenagens aos blues, e onde eu tirei WORRIED LIFE BLUES, um clássico composto por Big Maceo Merriweather que se você não ouviu, é melhor ficar de joelhos…
Worried life blues
Big Maceo Merriweather
Worried Life Blues
Oh lordie lord
Oh lordie lord
It hurts me so bad for us to part
But someday baby
I ain’t gonna worry my life anymore
So many nights since you’ve been gone
I’ve had to worry and
Grieve my life alone
But someday baby
I ain’t gonna worry my life anymore
So many days since you went away
I’ve had to worry night and day
But someday baby
I ain’t gonna worry my life anymore
Yoo’re on my mind every place I go
How much I love you nobody knows
But someday baby
I ain’t gonna worry my life anymore
So that’s my story
This is all I got to say to you
Goodbye baby I don’t care what you do
But someday baby
I ain’t gonna worry my life anymore
Oh lordie lord
Oh lordie lord
It hurts me so bad for us to part
But someday baby
I ain’t gonna worry my life anymore
Não é o máximo? Pois é… BLUES music, meu caro. Num daqueles congestionamentos de São Paulo, não tem nada melhor pra gente ouvir…
Mas antes que você pergunte: e os blues brasileiros? Tem um monte, sabe. Mas, neste programa que só vou tocar um, que é uma delícia.
Jacarepaguá Blues, do Zé Ramalho e aqui com o Alceu Valença, olha só…
Jacarepaguá blues
Zé Ramalho
Tão indecente
Foi o jeito que essa mina descarada, arranhada, repulsiva
Me jogou de repente
Eu já sabia das suas intenções maléficas contra mim
Por isso me precavi com todo alho e cebola
Que eu consegui comprar
Mas o que eu não sabia era que você
Era exata e precisa nos seus movimentos
Por isso, confesso,
Eu to num terrível astral!
Minha família
Mandou-me um cartão postal
Pois tal cartão conseguiu me fazer chorar
E o reco-reco que eu brincava, ei mãe
A senhora me bateu porque eu troquei por um isqueiro
Pra poder fumar
Um tal negócio ou coisa parecida
Que faz bem ou mal à saúde
Não interessa, mãe
Vá perguntar ao Gabeira se você pode fumar
Mais um capítulo
Da novela dolorida, colorida, comovida
Que eu pedi pra ver
O personagem que encenava contramão
Do gancho à oficina telepática me sorria
Como um camafeu
Mas o que eu não sabia é que essa trama toda
Ia cair nas costas dessa pessoa que vos fala e relata
O que aconteceu
Viva Zé Ramalho!
Como um camafeu. Blues tropical, meu caro.
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Muito bem… Guardei para o final aquele que considero o maior tá bom um dos maiores blues que já tive o prazer de ouvir.
O nome do cantor é SNOOKS EAGLIN, um cantor e guitarrista de New Orleans, cego, que cantava de tudo.
No meio desse tudo encontrei um blues chamado NINE POUND STEEL, que Joe Simon criou e gravou originalmente em 1967, falando de um sujeito que está preso e pede que sua amada espere por ele. Essa é pra chorar. Segura aí…
Nine pound steel
Joe Simon
Through these walls
I see the sun
I’m here because
The wrong I’ve done
???? ???? ????
Made me ashamed
I stole from her
Oh, when I should’ve stood up like a man
You see, I’ve got to say good morning
To a nine pound steel
Listen to me now
They got me working
[Clanking sound]
Like a slave
Payin’ for
My mistake
I know someday
I’ll be free (someday)
Please darling
Oh honey, wait for me
I’ve got to say good morning
To a nine pound steel
Good morning to that old nine pound steel
This old jail
Is so cold
I need ya darling
I need your love more and more
I know someday
Someday I’ll be free (someday)
Free darling, oh honey wait for me
Until I lay down this whole nine
Nine pound – nine pound steel
It’s so hard, sometimes
Listen to me, honey
I’m comin’ home (come home)
Wait for me
I’m comin’ home
Wait for me
Que tal? Gostou do toca fita do meu carro, na versão blues? É, cara. Eu não tenho a pretensão de contar a história do blues aqui, deixei de fora milhões e milhões de músicas legais. Essas são aquelas que estão no toca fita do meu carro . Qualquer hora eu trago outras partes deste toca fita pra você.
É assim então, ao som maravilhoso de Snooks Eaglin com NINE POUND STEEL, que este cafezinho que levou você para um passeio pelo blues vai saindo de mansinho.
Com o blueseiro Lalá Moreira na técnica, a blues girl Cissa Camargo na produção e eu, o dono do toca-fitas, Luciano Pires na direção e apresentação.
Estiveram conosco a ouvinte Katia, Poppa Chuby, Tata Vega, Roy Eldridge, Boz Scaggs, Eric Clapton e Snooks Eaglin e Alceu Valença. Vixe…
O Café Brasil chega até você com o apoio do Auditório Ibirapuera, onde também tem muito espaço para o blues. Se você, apesar do tanto que eu falo aqui, nunca foi lá, azar seu. Não sabe o que está perdendo. Acesse o www.auditorioibirapuera.com.br, dê uma olhada na programação, escolha uma atração e vá lá. Aposto que você vai se emocionar.
Este é o Café Brasil. De onde veio, tem muito mais. www.portalcafebrasil.com.br
Pra terminar, uma frase de Eric Clapton:
Bem, eu acredito que parte de meu talento, se é que tenho algum, é o fato de eu amar ouvir.
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