Café Brasil 322 – Sobre política e caráter

Bom dia, boa tarde, boa noite. No programa de hoje vamos passear por política e por caráter, duas coisas que parece que hoje em dia não combinam mais, não é? Engano seu. Combinam sim. Pode ser que a combinação esteja rareando, mas política e caráter andam de mãos dadas. Vamos então tratar disso. Ou começar a tratar disso…

E o lance inicial do programa é uma frase do técnico de basquete norte americano John Wooden:

Preocupe-se mais com o seu caráter do que com a sua reputação.

Este programa chega até você com o suporte do Itaú Cultural, que sabe que o caráter é formado também pela cultura. E para isso investe nos talentos brasileiros. Visite www.itaucultural.org.br e dê uma olhada na infinidade de programas que eles oferecem para quem quiser. Mas é só para quem quiser…

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E quem leva o exemplar de meu livro NÓIS…QUI INVERTEMO AS COISA é a Gesiane, que comentou assim um de nossos programas:

“Bom dia Luciano. Me conhecendo: meu nome é Gesiane, tenho 29 anos, moro em Maringá, no Paraná, trabalho como analista de sistema, casada, não tenho filhos. Quero falar um pouco contigo sobre caráter, algo que sinto falta nos dias atuais. O que faz o caráter de alguém? Como ensino caráter futuramente para meus filhos?

Começo por meus pais, que foram criados no sítio, e desde criança trabalham na roça.

Minha mãe ainda conta o quão difícil era acordar de madrugadinha para colher algodão ou café. Relata que a pele de suas mãos ao fim da colheita, estava rachada e vertendo sangue.

Não sei se foi desse sangue que nasceu o caráter deles, mas é de se invejar, não gostam de dar prejuízo a ninguém nem que se prejudiquem para isso.

Meu pai, por dificuldades da vida, já trabalha como caminhoneiro há mais de 15 anos. Minha mãe ficou relutante com a escolha dele, pois tinha medo de que os problemas com drogas, prostituição, doenças ou violência, viesse a ser sua realidade. Mas o caráter que ele colheu na roça e os cultos todos finais de semana, o mantiveram firme diante destas adversidades.

Luciano, ai pensei: será que a nossa sociedade precisa colher caráter na lavoura ou frequentar a igreja aos finais de semana?

Mas, encontrei um caso que difere destes cenários, e para responder a pergunta com um: não.

Este caso é meu marido. Ele foi criado numa cidade com uma cota de violência e de vagabundos altíssima, dificilmente ia ou vai à igreja até hoje e não trabalhou quando criança. Sua profissão: policial militar no Paraná.

Nossa, quando minha mãe soube, ficou louca e acredito que agora você ficou desconfiado também. Ela não tinha criado uma filha para apanhar do marido, ou ainda, para ter um marido de caráter duvidoso ou violento.

E contra todas as estatísticas, televisão, jornal e afins ele tem um caráter invejável e de uma integridade inabalável. Luta todos os dias com problemas pesados, do tipo: corrupção, violência, barbáries e insatisfação geral da população. Não tem sido fácil. E quer saber um pouco mais? Ele ainda é o síndico de condomínio onde moramos (estas histórias ficam para uma próxima).

O que posso te adiantar é que: continuamos firmes na honestidade e integridade! E talvez, possamos ser a laranja podre do pacote e assim contaminar as outras laranjas com nosso caráter, sabe como é?

Fico por aqui, sucesso para vocês e continuem fazendo este trabalho maravilhoso, pois para mim é um prazer ouvir e me sentir parte dele.”

Que grande reflexão Gesiane… traz à tona um velho debate: caráter nada tem a ver com classe social das pessoas, não é? Mas essa imagem que você fez da “laranja podre”… Entendi o conceito: a fruta que contamina as outras… mas não faz justiça, né? De qualquer modo, sua reflexão é ótima.

A Gesiane ganhou um livro pois comentou um programa. Vamos nessa?

Então. Chegou a última semana da promoção da Nakata, que dá um ipod Touch por mês para quem acessar o www.facebook.com/componentesnakata.

O lance é o seguinte: você acessa a página da Nakata no Facebook, clica no post que trata da promoção e segue as regras. É muito fácil. E tem mais um ipod touch esperando por você.

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Arriscado é não usar Nakata. Exija a tecnologia original líder em componentes de suspensão. Tudo azul. Tudo Nakata.

Na década de 1950 Joseph Wolpe, psiquiatra sul-africano, desenvolveu um método bem sucedido para tratamento de fobias, ao combinar técnicas de relaxamento com situações imaginárias de medo experimentadas pelos pacientes. Por exemplo: se o paciente tinha medo de avião, Wolpe iniciava um trabalho de relaxamento profundo. Relaxado, o paciente era convidado a imaginar-se num aeroporto, olhando os aviões.

Suportando a ideia, o paciente ia para a fase seguinte, imaginando-se andando em direção ao avião. Depois vendo uma escada em sua frente. Em seguida, imaginava-se subindo a escada. Depois olhando dentro do avião. Em seguida entrando e assim sucessivamente, até chegar à situação imaginária de pânico em que o avião enfrentava turbulências.

Segundo o doutor Wolpe, o relaxamento e a tensão se anulavam, acabando com a fobia. O método recebeu o nome de “inibição recíproca” e também “dessensibilização sistemática.”
Certos objetos ou situações causam uma sensação de desprazer que gera crises. Quebrar o link entre o objeto/situação e a sensação de desprazer é o segredo do método do doutor Wolpe.
Muito bem. Eu trato do doutor Wolpe pois acho que em seu trabalho (com o sinal trocado) está a explicação para o que anda acontecendo com a sociedade brasileira no início do novo milênio: a “dessensibilização moral”.

Olha só: temos valores e convicções desenvolvidos a partir de nosso núcleo familiar e com base em nossas experiências de vida. São esses valores fundamentais que fazem de nós o que somos ao conduzir nossos julgamentos e – por consequência – nossas escolhas, atitudes e comportamento.

Imagine-se encontrando uma mala com 10 mil dólares esquecida num banheiro. O que fazer com ela é uma escolha moral.

Quem respeita valores e princípios que motivam a devolver a mala, sofrerá a sensação de desconforto de imaginar que o dono nunca será encontrado, que o dinheiro será levado por um espertinho, que poderia resolver este ou aquele problema, etc.

Quem não respeita seus princípios não hesitará em ficar com a mala. Quem opta por agir certo, devolvendo o que não é seu, vive o desconforto da escolha moral. Quem não vive seus valores, nem sabe que é necessária uma escolha moral e dirá que “achado não é roubado.”

Pois a dessensibilização moral ataca justamente quem vive o desconforto das escolhas morais. Os exemplos diários daqueles que deveriam dar o exemplo vão aos poucos nos familiarizando com a flexibilização de valores e princípios.

A autoridade que não respeita a lei e os malandros que mentem e continuam em suas posições de poder, por exemplo. O caixa do banco que sempre atende mal. A empresa de telefonia que engana os clientes… tudo isso faz com que comecemos a considerar “normal” aquilo que até pouco tempo atrás nos indignava.

E aos poucos vamos relaxando. Ou melhor, ficando “moralmente dessensibilizados”. Nos acostumamos com o crime. Com a incompetência. Desistimos de permanecer alertas. Entramos no jogo e pronto! Somos parte do rebanho de bovinos resignados.

Meu amigo, minha amiga, experimente examinar os acontecimentos recentes – políticos, esportivos e policiais – sob a ótica da “dessensibilização moral”. Talvez aquilo que você considerava “acontecimentos extraordinários” revele-se nada menos que um método.

Bom Conselho
Chico Buarque

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

Que tal? Luiz Melodia canta Bom Conselho, do Chico Buarque, olha só.

E aí vem parar na minha caixa postal um poeminha de Augusto Branco que diz assim:

Tenho amigos que são do meio político. E eu sei que não são santos.
Tenho amigos advogados que também não são santos.
Amigos médicos que também não são santos.
Amigos pastores que também não são santos…
E eu, no meio de tanta gente que não é santa me pergunto:
– O problema está com eles ou está comigo?
Bom… ao menos eu não saio por aí dizendo que sou santo!

Cambalache
Enrique Santos Discépolo

Que el mundo fue y será una porquería,
Ya lo sé;
En el quinientos seis
Y en el dos mil también;
Que siempre ha habido chorros,
Maquiavelos y estafaos,
Contentos y amargaos,
Valores y dubles,
Pero que el siglo veinte es un despliegue
De malda’ insolente
Ya no hay quien lo niegue;
Vivimos revolcaos en un merengue
Y en un mismo lodo todos manoseaos.

Hoy resulta que es lo mismo
Ser derecho que traidor,
Ignorante, sabio, chorro,
Generoso, estafador.
Todo es igual; nada es mejor;
Lo mismo un burro que un gran profesor.
No hay aplazaos, ni escalafón;
Los inmorales nos han igualao.
Si uno vive en la impostura
Y otro roba en su ambición,
Da lo mismo que si es cura,
Colchonero, rey de bastos,
Caradura o polizón.

Que falta de respeto,
Que atropello a la razón;
Cualquiera es un señor,
Cualquiera es un ladrón.
Mezclaos con stavisky,
Van don bosco y la mignón,
Don chicho y napoleón,
Carnera y san martín.
Igual que en la vidriera irrespetuosa
De los cambalaches
Se ha mezclao la vida,
Y herida por un sable sin remaches
Ves llorar la biblia contra un calefón.
Siglo veinte, cambalache
Problematico y febril;
El que no llora, no mama,
Y el que no afana es un gil.
Dale nomás, dale que vá,
Que allá en el horno nos vamo a encontrar.
No pienses mas, echate a un lao,
Que a nadie importa si naciste honrao.
Que es lo mismo el que labura
Noche y día como un buey,
Que el que vive de los otros,
Que el que mata o el que cura
O esta fuera de la ley.

Brechó

Que o mundo foi e será uma porcaria, eu já sei
Em 506 e no ano 2000 também;
Que sempre houve ladrões,
Traidores e aproveitadores,
Felizes e amargurados, valores e morais.
Mas que o século XX é uma exposição
De maldade insolente, já não há quem negue,
Vivemos misturados em um merengue
E na mesma lama todos manuseados.

Hoje acontece que é o mesmo ser correto ou traidor
Ignorante, sábio, mão-leve, generoso,vigarista.
Tudo é igual, nada é melhor
O mesmo burro e um grande professor!
Sem enrolação nem reclamações,
Os imorais nos igualaram …
Se alguém vive na impostura
E outro rouba em sua ambição
Dá na mesma que seja padre,
Preguiçoso, capanga,
Cara-de-pau ou um clandestino.

Que falta de respeito, que afronta a razão!
Qualquer um é um cavalheiro, qualquer um é ladrão!
Misturados com Stavisky, vão Dom Bosco e La Mignon,
Don Chicho e Napoleão, Carnera e San Martín.
Assim como na vitrine desrespeitosa
Dos brechós, se misturou a vida,
E ferido por uma espada, sem rebites
Se vê chorar a Bíblia contra um bandoleon.

Do século XX, brechó, problemático e febril
Quem não chora, não mama e quem não rouba é um tolo.
Da-lhe apenas, da-lhe que vai,
Que lá no forno, nós vamos encontrar!
Não penses mais, deixe de lado
Que ninguém se importa se você nasceu honrado!
Se é o mesmo quem trabalha
Dia e noite como um boi
Que quem vive das mulheres,
Que mata ou cura
Ou está fora da lei.

Essa gravação eu não conhecia. Gilberto Gil cantando CAMBALACHE o classic tango compost em 1934 por Enrique Santos Discépolo. Talvez você nunca tenha prestado atenção nessa Letra…então dê uma olhada no roteiro deste programa em www.podcastcafebrasil.com.br . Publicamos a tradução e você ficará assombrado…

Que tal hein?

Bem, vamos enveredar então pela política e ver o que o mestre Rubem Alves tem a dizer? Seu texto chama-se: A verdadeira política.

De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim vocare, quer dizer chamado. Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um ‘fazer’. No lugar desse ‘fazer’ o vocacionado quer ‘fazer amor’ com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não ganhasse nada.

‘Política’ vem de polis, cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.

Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades: sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oásis. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu ‘o que é política?’, ele nos responderia, ‘a arte da jardinagem aplicada às coisas públicas’.

O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se à sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.

Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor, mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade.

A vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não precisam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço privilegiado, melhor e diferente do espaço ocupado por todos. Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e continua a ser um motivo de esperança.

Vocação é diferente de profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na própria ação. Na profissão o prazer se encontra, não na ação. O prazer está no ganho que dela se deriva. O homem movido pela vocação é um amante. Faz amor com a amada pela alegria de fazer amor. O profissional não ama a mulher. Ele ama o dinheiro que recebe dela. É um gigolô.

Todas as vocações podem ser transformadas em profissões. O jardineiro por vocação ama o jardim de todos. O jardineiro por profissão usa o jardim de todos para construir seu jardim privado, ainda que, para que isso aconteça, ao seu redor aumente o deserto e o sofrimento.

Assim é a política. São muitos os políticos profissionais. Posso, então, enunciar minha segunda tese: de todas as profissões, a profissão política é a mais vil. O que explica o desencanto total do povo, em relação à política.

Guimarães Rosa, perguntado por Günter Lorenz se ele se considerava político, respondeu: ‘Eu jamais poderia ser político com toda essa charlatanice da realidade… Ao contrário dos ‘legítimos’ políticos, acredito no homem e lhe desejo um futuro. O político pensa apenas em minutos. Sou escritor e penso em eternidades. Eu penso na ressurreição do homem.’

Quem pensa em minutos não tem paciência para plantar árvores. Uma árvore leva muitos anos para crescer. É mais lucrativo cortá-las.

Nosso futuro depende dessa luta entre políticos por vocação e políticos por profissão. O triste é que muitos que sentem o chamado da política não têm coragem de atendê-lo, por medo da vergonha de serem confundidos com gigolôs e de terem de conviver com gigolôs.

Jardineiro

Mário de Andrade
Iara Rennó

O jardineiro de meu pai
Oh! não me cortes meus cabelos
Que o malvado me enterrou
Pelo fio da figueira

O jardineiro de meu pai
Oh! não me cortes meus cabelos
Que o malvado me enterrou
Pelo fio da figueira
Que passarinho comeu

Oh passarinho
Xô xô
Passarinho
Xô xô

Todos passarinhos
Choraram de frio
Gemida nos ninhos
E o heroi gelou de sono

E que tal essa, hein? É JARDINEIRO, com a cantora e compositora paulistana Iara Rennó.de Mario de Andrade e Iara Rennó. Essa música é uma parceria da Iara com ninguém menos que Mário de Andrade, o autor do MACUNAÍMA. Iara gravou um instigante CD chamado Macunaíma Ópera Tupi, musicando trechos da prosa de Mario de Andrade. E deu nisso que você está ouvindo…

E retornando ao mestre Rubem Alves:

Escrevo para vocês, jovens, para seduzi-los à vocação política. Talvez haja jardineiros adormecidos dentro de vocês. A escuta da vocação é difícil, porque ela é perturbada pela gritaria das escolhas esperadas, normais, medicina, engenharia, computação, direito, ciência. Todas elas, legítimas, se forem vocação. Mas todas elas afunilantes: vão colocá-los num pequeno canto do jardim, muito distante do lugar onde o destino do jardim é decidido. Não seria muito mais fascinante participar dos destinos do jardim?

Celebramos em 2000 os 500 anos do descobrimento do Brasil. Os descobridores, ao chegar, não encontraram um jardim. Encontraram uma selva. Selva não é jardim. Selvas são cruéis e insensíveis, indiferentes ao sofrimento e à morte. Uma selva é uma parte da natureza ainda não tocada pela mão do homem. Aquela selva poderia ter sido transformada num jardim. Não foi. Os que sobre ela agiram não eram jardineiros. Eram lenhadores e madeireiros. E foi assim que a selva, que poderia ter se tornado jardim para a felicidade de todos, foi sendo transformada em desertos salpicados de luxuriantes jardins privados onde uns poucos encontram vida e prazer.

Há descobrimentos de origens. Mais belos são os descobrimentos de destinos. Talvez, então, se os políticos por vocação se apossarem do jardim, poderemos começar a traçar um novo destino. Então, ao invés de desertos e jardins privados, teremos um grande jardim para todos, obra de homens que tiveram o amor e a paciência de plantar árvores a cuja sombra nunca se assentariam.

Muito bem… caráter e política…. essas coisas definitivamente se misturam. Mas em algum lugar no tempo perdemos a capacidade de harmonizar o bom caráter com a boa política. E aí dá no que dá: a dessensibilização moral.

Agora é pensar um pouco a respeito, não é? E imaginar qual é o seu papel na promoção dessa harmonia.

Jardins da Babilônia
Rita Lee

Suspenderam
Os Jardins da Babilônia
Eu prá não ficar por baixo
Resolvi!
Botar as asas prá fora
Porque!..

“Quem não chora dali”
“Não mama daqui”
Diz o ditado
Quem pode, pode
Deixa os acomodados
Que se incomodem…

Minha saúde não é de ferro não
Mas meus nervos são de aço
Prá pedir silêncio eu berro
Prá fazer barulho
Eu mesma faço
Ou não!…

Pegar fogo
Nunca foi atração de circo
Mas de qualquer maneira
Pode ser!
Um caloroso espetáculo
Então!…

O palhaço ri dali
O povo chora daqui
E o show não pára
E apesar dos pesares do mundo
Vou segurar essa barra…

Minha saúde não é de ferro
Não é não!
Mas meus nervos são de aço
Prá pedir silêncio eu berro
Prá fazer barulho
Eu mesma faço
Ou não!…

Minha saúde não é de ferro
Não é não!
Mas meus nervos são de aço
Prá pedir silêncio eu berro
Prá fazer barulho
Eu mesma faço…

Suspenderam
Os Jardins da Babilônia
Eu prá não ficar por baixo
Resolvi!
Botar as asas prá fora
Porque!..

“Quem não chora dali”
“Não mama daqui”
Diz o ditado
Êh êh êh êh!
Quem pode, pode
Deixa os acomodados
Que se incomodem…

E é assim, ao som do rockão JARDINS DA BABILÔNIA com a tia Rita Lee que o Café Brasil de hoje vai se despedindo.

Com o harmônico Lalá Moreira na técnica, a jardineira Ciça Camargo na produção e eu, o jardineiro Luciano Pires na direção e apresentação.

Estiveram conosco a ouvinte Gesiane, Augusto Branco, Rubem Alves, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Iara Rennó e… Rita Lee.

Este programa chega até você com o apoio do Auditório Ibirapuera que tem vocação para revelar, motivar e apresentar talentos. Dê uma olhada no www.auditorioibirapuera.com.br e anime-se a aparecer por lá. Você vai se entusiasmar com uma turma que ama o que faz: despertar jardineiros…

Este é o Café Brasil, um jardim à procura de jardineiros adormecidos que queiram contribuir com sementinhas.

Pra terminar, uma frase do escritor e ativista político norte americano Orson Scott:

Se porcos pudessem votar, o homem que lhes alimenta seria sempre eleito, não importa quantos porcos matasse ao longo do tempo.

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