Café Brasil 317 – É caro ser pobre

Bom dia, boa tarde, boa noite. Como as coisas estão caras, não é? Mas você já saiu do Brasil? Já viu os preços das coisas lá fora? Se viu, aí que você vai ficar louco. No Brasil as coisas não são caras, são estupidamente caras. Mas de onde é que vem essa loucura? A culpa é de quem?

Vamos falar disso no programa de hoje, que começa com uma frase de Fernando Henrique Cardoso:

Todo imposto é ruim, por isso chama-se imposto, senão se chamaria voluntário.

O Café Brasil chega até você com o suporte de quem sabe muito bem dar valor às coisas que não conseguimos valorizar: a arte. Itaú Cultural. www.itaucultural.org.br. Acesse o site e veja a programação. Pode ter algo muito valioso acontecendo ai pertinho de você!

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O exemplar de meu livro NÓIS…QUI INVERTEMO AS COISA da semana vai para Jorge Luiz dos Santos, que comentou o programa PORQUE NÃO?

“Olá Luciano, bom dia, boa tarde, boa noite para você também.

Sou um brasileiro pocotó que está tentando sair da caverna das sombras, com a visão muito distorcida das coisas. Sempre tive medo de me expressar através da escrita, mas graças ao seu programa, decidi arriscar um comentário e até comecei a escrever um e-book.

Gostaria de começar falando sobre a vinheta IRONIA, sou contra sua existência, pois ela está acabando com o tesão de ouvir o programa. Antes demorava horas, dias, semanas pesquisando para descobrir que você estava sendo irônico e agora você acaba com isso em segundos, ora… Ainda bem que você a usa de vez em raro.

Sobre seu comentário sobre aquecimento global no programa Diário de um líder, confesso que torci o nariz sobre alguns pontos, mas, na minha opinião… o propósito do Café Brasil não é me convencer do ponto de vista que o Luciano Pires tem sobre um determinado assunto e sim me colocar para pensar. Há uma grande diferença entre impor e expor sua opinião, já que opinião é igual às siglas do cobre, pode até ser parecido, mas cada um tem o seu.

Obrigado Luciano, Cissa e Lalá, por vocês serem muitos chatos, por não terem a mesma opinião que a minha e me fazerem sentir que não sei nada. Um forte abraço de quem nem os conhece, mas que lhes consideram como amigos. E… Luciano, continue EXPONDO sua opinião.”

Opa! Pode deixar, Jorge, que vou continuar sim. E obrigado por este trecho aqui, ó: “o propósito do Café Brasil não é me convencer do ponto de vista que o Luciano Pires tem sobre um determinado assunto e sim me colocar para pensar.” É esse exatamente o ponto. O Jorge ganhou um livro, pois comentou um programa. Vai encarar?

E a campanha da Nakata, hein? Que já distribuiu 4 iPods Touchs? E que agora tem mais quatro, dois para ouvintes e participantes e dois para os mecânicos que cuidam dos carros deles? Quer saber como é? Acesse www.facebook.com/componentesnakata e siga as instruções no post da campanha. É fácil e não tem gente demais concorrendo meu, o que faz com que as chances de quem se empenhar seja muito altas! Participe! Um iPod touch novinho vai mudar sua vida!

Essa promoção é da Nakata, que se escreve com “k”: Na-ka-ta. Arriscado é não usar Nakata. Exija a tecnologia original líder em componentes de suspensão. Tudo azul. Tudo Nakata.

Muito bem. Eu vou abrir com um texto de Fábio Danesi publicado no site  www.ordemlivre.org, chamado O PESO DO ALGODÃO.

Custa caro ser pobre.

Meu carro é o coitado de um FIT. Custou muito caro. Se eu morasse nos Estados Unidos, com o mesmo valor, eu poderia comprar uma Cherokee. Mas eu moro num país pobre.

Preciso gastar mais para ter menos. Meu laptop é o mais básico da Apple. Paguei três mil reais por ele. Se eu morasse nos Estados Unidos, eu poderia comprar dois Macbooks com esse dinheiro. E o iPod? Lá nos EUA, você compra um de 160 GB por 400 reais. Aqui n o Brasil, sai por 900. E o Kindle? E as câmeras fotográficas? E as roupas? E os vinhos? Um vinho californiano básico, de supermercado, é vinho sofisticado por aqui.

É. Custa caro ser pobre. (Amigos meus falaram que em Luanda, a capital de Angola, tudo é extremamente caro. É a cidade mais cara em que eles já estiveram. Lá você precisa ter bem mais dinheiro pra ser ainda mais pobre do que é aqui no Brasil.)

As coisas por aqui custam caro porque o Brasil é um país fechado. Cercado de altas barreiras alfandegárias. Pra importar, você tem que pagar muito imposto.

O Brasil gostaria que os outros países não tivessem barreira alfandegária nenhuma. O Brasil gostaria que os outros países não taxassem seus produtos e nem oferecessem subsídios às suas empresas locais. (outra especialidade brasileña). O Brasil gostaria que os outros países comprassem o que quisessem de nós pelo melhor preço possível.

E quando um país aumenta alguma taxa de importacão ou algum subsídio, o Brasil reclama. O Brasil pode ter – e tem – taxas muito mais altas e muito mais subsídios, mas não quer nem saber. Reclama. Grita. Esperneia.

Um dos esperneios durou oito anos. E deu resultado. Vocês devem saber. Por causa dos subsídios americanos à produção de algodão, a Organização Mundial do Comércio deu permissão ao Brasil para retaliar.

Os Estados Unidos são um país muito mais aberto que o Brasil. Eles é que deveriam reclamar na OMC. Mas o Brasil é insignificante demais e os Estados Unidos são ricos e odiados demais. Os Estados Unidos só salvaram o mundo duas vezes e produzem boa parte das melhores coisas que o mundo tem a oferecer. Mas está na moda ficar contra os Estados Unidos. O Brasil é um país abarrotado de ladrões e assassinos, de vigaristas e idiotas, de canalhas e incompetentes, mas, ah, o Brasil é um país divertido, samba, sol, prostituta. Brasil = legal.

A OMC autorizou uma retaliação no valor de 829 milhões de dólares. E o Brasil imediatamente anunciou que pretende aumentar os impostos de importação de 102 produtos americanos. Entre eles, carros, barcos, relógios, fogões, fornos, óculos de sol, fones de ouvido, pastas de dente e diversas comidas (arenque, tripas, nozes, ketchup). E essa é só a primeira parte da retaliação. O governo ainda pretendia sobretaxar “os setores de propriedade intelectual e serviços”.

Em outras palavras: o Brasil queria deixar um monte de produtos ainda mais caros para o consumidor brasileiro. E quando um produto fica mais caro, as pessoas ficam mais pobres. Afinal, elas tem que gastar mais para comprar a mesma coisa que elas compravam antes por um valor menor. E se gastam mais com uma coisa, precisam deixar de comprar outra, pra compensar. E se deixam de comprar, alguém deixa de vender. E se alguém deixa de vender, deixa de ganhar. E se deixa de ganhar, deixa de gastar. E se deixa de gastar… Bem, a consequência é que o dinheiro vale menos. O país fica mais pobre.

Isso, evidentemente, não é retaliação. É retalhação. É retalhar a própria carne. É uma política masoquista. É autoflagelação.

O Brasil age assim: “Ah, é? Vocês querem me ferrar comprando menos algodão de mim? Então vamos ver quem é melhor: eu vou me ferrar ainda mais. Vou fazer com que um monte de produtos fiquem ainda mais caros por aqui! Vou deixar minha população ainda mais pobre! Vou empobrecer o país em milhões de dólares, HAHAHAHA! Vamos ver quem é que ferra melhor! Vocês ou nós! HAHAHAHAHA! Bando de losers!”

Custa caro ser pobre.

O Rico e o Pobre
Márcio Werneck
Theo Werneck

Eu vou contar, vou contar
Só não gosto de fuxico
Mas do rico para o pobre
Grande diferença há

O rico quando casa é o mesmo que estar no céu
Se despede da família, da noite ele tira o véu
Vai pros estados Unidos passar a Lua-de-mel
E o pobre quando se casa é forró a noite inteira
A cana come no centro, tira gosto é macaxeira
E noiva não vê a hora de se lascar na esteira

O rico vai passear é no maior aposento
Que sai com a sua gatinha é na CB-400
Dá cada breque na pista que o chão fica cinzenta
E o pobre vai passar, só passeia de jericó
A namorada na garupa vai andando tico-tico
Se o jumento der um peido o cachimbo sai do bico

O rico leva a família para o salão de beleza
Manda cortar o cabelo e na pele faz limpeza
E a filha volta tão linda que parece uma princesa
O pobre leva a família num salão barato e fraco
Manda raspar a cabeça e o cabelo do sovaco
E o filho fica tão feio que parece um macaco

O cachorro do homem rico é um cachorro valentão
Um é da raça filha outro é pastor alemão
Se morder o pobrezinho pode comprar o caixão
O cachorro do pobrezinho é um tal de vira-lata
Já anda todo entrevado de tnto comer batata
Se latir muito a noite o vizinho se arreta e mata

O guarda roupa do homem rico na parede é embutido
Na porta tem um alerme para ficar bem garantido
Ele ali usa mil calças e mulher mil vestidos
O guarda roupa do pobrezinho é duas pontas de pau
Muitos penduram num prego pra ele nada está mal
A roupa só tem figura só presta no carnaval

Sapato do homem rico você sabe como é
É desses sapostos bom que nunca cria chulé
Passa dez dias na água e não molha o dedão do pé
Sapato do pobrezinho às vezes nem tem cadarço
Tem dez palmos de altura desses cavalos de aço
Cada passada que dá da sola tira um pedaço

Que tal? Você ouviu O RICO E O POBRE, com o pessoal do CABOCLADA, com Márcio Werneck e Theo Werneck… Onde mais você ouve essas coisas, hein?

É… o texto do Fábio lá é agressivo…. mas, olha só. Vamos continuar o programa pra ver o que a gente acha no final.

Muito bem, alguns anos atrás foi criado o índice BIG MAC que é baseado na teoria da paridade do poder de compra (PPP  é  o da sigla em inglês). Segundo essa teoria, a longo prazo, as taxas de câmbio deveriam se ajustar para igualar uma cesta similar de bens e serviços em distintos países. Os caras pegaram o BIG MAC, um produto que a princípio é exatamente igual em qualquer país, e definiram o ÍNDICE BIG MAC para calcular o preço de bens e serviços. Transformaram os preços dos produtos em BIG MACS… E eu fiz uma continha, olha só.

Vamos lá: BIG MAC nos EUA: U$ 4,20. No Brasil U$ 5,68.

Toyota Corolla 1.8 nos EUA: U$ 14.869. No Brasil U$ 32.218,00.

Quantos BIG MACs são necessários para comprar um Corolla? Nos EUA 3.540. No Brasil 5.672. Pela Paridade do Poder de Compra, o Corolla é no Brasil 60% mais caro que nos EUA. Isso é o que dá viver em país rico.

O rico e o pobre
Manoel Gomes

Eu agora vou cantar, peço prestar atenção
A política está forte nas cidades do sertão
Tem uma grande diferença entre o pobre e o tubarão
Rico tem tudo na vida, pobre não tem nada não
A mulher pretende separação
Rico tem encontro marcado sempre na imaginação
Não pode chegar atrasado dá muita complicação
Rico tem tudo na vida, pobre não tem nada não
Quando o rico chega em casa forma aquela confusão
Sua esposa lhe apergunta quer saber qual é a razão
Ele arranja seu pretexto pra ganhar sua questão
Rico tem tudo na vida, pobre não tem nada não
Sua esposa se esqueceu da obrigação
Você não tem o valor é fingido na traição
Ele apanha da mulher depois toma refeição
Rico tem tudo na vida, pobre não tem nada não

Pode isso, hein? São Gilberto e Gilmar com O POBRE E O RICO, composição de Manoel Gomes. Essa também você só vai ouvir aqui…

Pois então, sempre que falamos desses altos custos Brasil a conversa termina no mesmo lugar: os impostos. Mas será que só os impostos justificam? Eu acho que não. Tem mais coisa por trás… Aquilo que já se chama de LUCRO BRASIL.

Tenho para mim que o LUCRO BRASIL é uma questão cultural. Trabalhamos cercados de tantas precauções, com tantas ressalvas, tantos atalhos, tantas portas de saída, que no Brasil tudo PRECISA ser mais caro. É como se fosse um seguro para as improvisações que temos que fazer a cada momento. E com o tempo esse “colchão” passou a fazer parte da cultura brasileira.

Vamos retomar um exemplo do automóvel. Outro Toyota, desta vez o Corolla XEI 2.0, que é um carro universal. Ouça os preços dele em reais em vários países: África do Sul, 58.740 Alemanha, 50.665 Índia, 50.260 França, 49.780 Inglaterra, 43.620, Argentina, 46.780 Chile, 41.820 Coreia do Sul, 38.140 México, 37.210 China, 37.110 Japão, 33.782 e Estados Unidos, 32.797. A média é de R$ 45.818. Sabe o preço do mesmo carro no Brasil? R$ 75.000,00. Você ouviu direito: setenta e cinco mil reais!

Meu amigo Joel Leite escreveu um ótimo artigo sobre o assunto, que desvenda alguns mistérios. Vamos colocar o link para o artigo completo na reprodução do roteiro deste programa em www.podcastcafebrasil.com.br  – (http://va.mu/Xxkl).

Ao fundo você já está ouvindo TE CUIDA JACARÉ, com Nicolas Krassik e os Cordestinos…

Joel conta que uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial de suas matrizes. Aliás, eu trabalhei numa multinacional e havia lá uma regrinha que dizia que tínhamos 6% do parque industrial da empresa no mundo, que geravam 10% do faturamento e 20% do lucro… Faça as contas…

Em nenhum lugar do mundo se ganha dinheiro como no Brasil! O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.

O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil na versão LX. Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,300 reais.

Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,300 reais, teremos R$ 16.413 reais de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979 reais de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Tem que lembrar que naqueles R$ 20,300 reais faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro.

Então ficamos assim: esse carro é vendido no Brasil por R$ 56.210,00. Se nós tirarmos os R$ 40.692,00 que foi aquela conta que nós fizemos do México restam R$ 15,518 reais que seriam o lucro Brasil, o adicional. Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas, com ABS e EBD, airbag duplo, ar condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. E o motor, é o mesmo. Será possível que a montadora tem um lucro adicional de R$ 15.500 reais vendendo esse carro aqui no Brasil, hein? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa não fala sobre o assunto.

E Joel Leite continua: “Quando um carro não tem concorrente direto, a montadora joga o preço lá pra cima, disse um dirigente do setor. É usual, até, a fábrica lançar o carro a um preço acima do pretendido, para tentar posicionar o produto num patamar mais alto. Se colar, colou. Caso contrário, passa a dar bônus às concessionárias até reposicionar o modelo num preço que o consumidor está disposto a pagar.

Um exemplo recente revela esse comportamento do mercado. A Kia fez um pedido à matriz coreana de dois mil Sportage por mês, um volume que, segundo seus dirigentes, o mercado brasileiro poderia absorver. E já tinha fixado o preço: R$ 75 mil. Às vésperas do lançamento soube que a cota para o Brasil tinha sido limitada a mil unidades. A importadora, então, reposicionou o carro num patamar superior, para R$ 86 mil. A versão com câmbio automático, vendida a R$ 93 mil, tem fila de espera e seu preço sobe para R$ 100 mil reais no mercado paralelo. E, como já foi dito aqui: pra que vender por R$ 75 mil se tem fila de espera pra comprar por R$ 86 mil?”

O Otário
Faichecleres

Eu vi minha princezinha c’um rapaz
Só que eu fingi e disfarcei
Pra não sorrir e nem chorar

Ela me viu, deu um sorriso artificial
Fingiu não ver virou a cara
E foi embora com o tal rapaz

Meu deus do céu, como ela pode ser tão cruel
Sem coração, e mesmo assim
Ainda me mata de tesão

E às vezes vai pra cama comigo
Depois me trata como um desconhecido
Acho que estou bancando o otário
Será que é o seu bel’prazer me ver despedaçado?!

Num dia ela me esnoba e me trata como um cão
No outro ela insiste qeu gosta de mim

Eu vi minha princezinha c’um rapaz
Só que eu fingi e disfarcei
Pra não sorrir e nem chorar

Ela me viu, deu um sorriso artificial
Fingiu não ver virou a cara
E foi embora com o tal rapaz

Meu deus do céu, como ela pode ser tão cruel
Sem coração, e mesmo assim
Ainda me mata de tesão

E às vezes vai pra cama comigo
Depois me trata como um desconhecido
Acho que eu tô bancando o otário
Será que é o seu bel’prazer me ver despedaçado?!

Au shub dub auau…   

Essa é mais uma daquelas que só tocam por aqui: O OTÁRIO, com a banda FAICHECLERES, formada em Curitiba em 1998 por Giovanni, Marcos e Tuba. Você já tinha ouvido Faichecleres? Não? Pois é… essa música está aqui por causa do título….

Para o presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes, os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado, ele disse.

Fazendo uma comparação grosseira, ele citou o mercado da moda, talvez o que mais dita preço e o que mais distorce a relação custo e preço: me diga, por que a Louis Vuitton deveria baixar os preços das suas bolsas?, questionou.

Ele se refere ao valor percebido pelo cliente. É isso que vale.

O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por um automóvel, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.

Por que baixar o preço se o consumidor paga? explicou o executivo.

As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas. O governo reduz imposto, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado do mundo.

E o lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo. Pois é: até quando?

A Pobreza
Leno

Todo mundo tem,
Uum amor na vida,
E por ele tudo é capaz.

Eu tenho uma paixão,
Que é proibida,
Só poque sou pobre demais.

A garota que eu adoro,
Por quem tanto choro,
Não pode me ver.

Nunca soube o que é pobreza,
Vive na riqueza,
Sem poder me ver.

Nosso amor é tão bonito,
Mas seus pais não querem,
Nossa união.

Pensam que a pobreza é lixo,
E que rapaz pobre,
Não tem coração.

Todo mundo tem,
Uum amor na vida,
E por ele tudo é capaz.

Eu tenho uma paixão,
Que é proibida,
Só poque sou pobre demais.

A garota que eu adoro,
Por quem tanto choro,
Não pode me ver.

Nunca soube o que é pobreza,
Vive na riqueza,
Sem poder me ver.

Nosso amor é tão bonito,
Mas seus pais não querem,
Nossa união.

Pensam que a pobreza é lixo,
E que rapaz pobre,
Não tem coração.

E é assim, ao som de A POBREZA, o clássico de Leno que gravou quando tinha separado da Lilian, que vamos saindo de mansinho com a cabeça cheia, sabe? Acho que é medo de ficar pobre enquanto eles ficam ricos…

Com o milionário Lalá Moreira na técnica, a socialite Ciça Camargo na produção e eu, o endividado Luciano Pires na direção e apresentação…

Bom ,sacou o jogo? Quem define o preço dos produtos é consumidor, por sua percepção de valor. Enquanto houver quem pague 1000 reais por uma camisa, 120 reais por um DVD, 260 mil reais por um automóvel ou 8 mil reais por uma bolsa, esses serão os preços cobrados. Pense nisso.

Estiveram conosco o leitor Jorge Luiz dos Santos, Fabio Danesi, Joel Leite, Marcio e Theo Werneck com o Caboclada, Gilberto e Gilmar, Moacyr Franco, Nicolas Krassik e os Cordestinos, e a banda Faichecleres ah! e o Leno…

O Café Brasil chega até você com o suporte de quem sabe que o valor não está naquilo que a gente pode pegar, guardar, cheirar, medir. Está nas coisas que nos ocupam a mente e a alma. A arte, por exemplo. Auditório Ibirapuera: www.auditorioibirapuera.com.br. Acesse o site e encontre tesouros que não tem preço…

Este é o Café Brasil, um programa que quer fazer com que os minutos que você gasta com ele valham muiiiitoooooo…. www.portalcafebrasil.com.br.

Pra terminar, uma frase do cineasta e humorista norteamericano W.C. Fields:

Um homem rico é simplesmente um homem pobre com dinheiro…

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