Bom dia, boa tarde, boa noite… 100, 200, 300. Café Brasil número 300. A gente queria algo especial para marcar o Café Brasil 300. Tinha que ser algo épico, não é? Pô, 300 programas! Seis anos, 300 semanas, 130 horas e um monte de ideias depois…
Cara, quando olho pra trás é de assustar o volume de conteúdo que a gente já distribuiu por aqui. Então decidi partir pra ignorância.
O programa de hoje é dedicado a uma música: Stairway To Heaven. Na verdade, a estas alturas, é muito mais que uma música, é parte da vida de muita gente, não é? Vamos lá?
E pra começar, uma frase do guitarrista Jimmy Page
Posso não acreditar em mim mesmo, mas acredito no que estou fazendo.
Este programa chega até você com o apoio de quem sabe que cultura é a alma, a mente, o pulmão e o motor do negócio: Itaú Cultural. Acesse o site e veja o mundo de conteúdos que o Itaú Cultural ajuda a disseminar. Cultura para quem quer crescer. www.itaucultural.org.br.
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E o exemplar de meu livro NÓIS…QUI INVERTEMO AS COISA da semana vai para o Ricardo Grings, que comentou o programa Bohemian Raphsody 2. Mas não tem jeito, viu? Lalá, vamos mudar a música de fundo hoje.
Manda aí a versão do Bohemian para 4 violinos com o Joe Edmonds, por favor.
Luciano… PÉTA-QUE-PARÉU…. Isso não se faz… Te acompanho há alguns anos, acho que há quase 10 talvez… Sempre penso em participar das discussões, mas como não sou update nos programas (geralmente ouço antigos e não acompanho assim que saem) acabo não escrevendo comentários embora seguidamente tenha vontade de dar uns ´pitacos´… Mas dessa vez, cara, não teve jeito…
Estou passando algumas semanas em Londres e tenho levado uma vida normal, e usualmente tenho escutado podcast nos meus deslocamentos no perfeito (embora caro) sistema de transporte londrino. Eis que há umas duas semanas tive a grata surpresa de ouvir o bohemian rhapsody 1. Foi muita coincidência, porque justamente naquela semana eu tinha acabado de comprar o ticket para ver ´we will rock you´. É um musical sobre as músicas do Queen que está há anos em cartaz aqui em Londres e que eu queria ter visto há 2 anos, quando estive aqui, mas não tinha conseguido. E dessa vez eu tinha me programado logo para reservar. Eis que surge o programa… Ouvi de joelhos…
Hoje eu assisti finalmente o espetáculo. É incrível. A estória gira em torno da liberdade perdida em uma ´sociedade perfeita e estandarizada´ e a busca de alguns rebeldes que tem sinais do passado a respeito do rock que seria uma chave para a liberdade… E o ´sonhador´ vai lembrando coisas e pedaços de música. A estória vai ´montando´ bohemian rhapsody e vai construindo isso, enquanto passa por várias e várias músicas do Queen naquele espetáculo que é tradicional em montagens assim…
É emocionante…
Sai do teatro (dominium, na totteham court road) e nao pude deixar de acessar o youtube para colocar o vídeo oficial de bohemian para ouvir voltado para casa. O frio subiu pela espinha enquanto eu caminhava nas ruas de londres em uma fria noite de inverno, indo para casa, dessa vez a pé, para sentir aquela noite… Decido colocar o podcast (que ja tinha ouvido, para ouvir de novo), e me deparo com a atualiação do podcast com o bohemian rapsody 2. Putz….
Venho para casa bem devagar, sentindo o frio com gosto, me debulhando em lágrimas e escorrendo pelas ruas como querendo eternizar aquele momento, singelo… Deve ter sido muito estranho, um estrangeiro maluco, ´falando´ com um apresentador de um podcast gravado, tentando interagir de alguma forma, em português, e chorando pelas ruas…
Eu tenho uma estória parecida com a tua com essa música…
Lá pelos idos de 91 morre o fred mercury e a musica reestoura. Eu tinha uns 15/16 anos e tinha sido fisgado pelo rock, ouvia muito engenheiros do hawaii e legião urbana. Quando um colega de aula apresenta um dia, uma fita gravada de algum jeito qualquer com o album the wall do pink floyd. A gente ouviu aquilo e pirou… Uns 2 dias depois, outro colega disse que tinha uma coisa para mostrar, e colocou uma fita com várias músicas do queen que começava justamente com bohemian rhapsody, para tocar em um walkman vagabundo contrabandeado pelo pai desse colega, trazido do paraguay na hora do recreio… Aquilo foi um petardo na gente… Foi um tal de voltar aquela fita várias e várias vezes. O recreio acabou e nós estavamos no fundo the sala do colégio Estadual (lá em getúlio vargas, pequena cidade do interior do rs) ouvindo a tal the fita, quando a professora chegou, mas não teve jeito de começar a aula. Era uma catarse coletiva com aquilo e até a profa entrou na onda, e a aula de biologia só foi começar meia hora depois…
Nunca fui um tremendo fã do Queen, mas eu sempre gostei e acompanhei bem de longe, da mesma maneira que o pink floyd, stones, rush, doors, yes e led (diferente de engenheiros, legião e beatles, que sempre acompanhei muito mais de perto e profundamente)…
Essa coisa toda me transportou àquele fim de ano de 91, no primeiro ano do segundo grau em que a gente estava descobrindo as coisas da vida. E tenho certeza que hoje, com 35, continuo com o mesmo espírito de continuar descobrindo as coisas, redescobrindo e tentando encontrar os caminhos das coisas a nos trazerem a experiência das várias facetas de artes, sem fronteiras….
Luciano, um grande abraço e obrigado pela oportunidade de me carregar nessa viagem maluca. Ricardo Grings
Pois é… Falar o quê? Que o Ricardo ganhou um livro por comentar o programa, né? É.
Antes de embarcar na nossa viagem, vamos à promoção NAKATA, a marca de segurança para quem quer componentes de direção e suspensão para seus veículos? Você pode concorrer a nada menos que um iPod Touch pra baixar o Café Brasil direto do iTunes! Para isso, visite www.facebook.com/componentesnakata (nakata com K) e publique um relato de alguma situação pela qual você passou por falta de manutenção preventiva em seu carro. Ficou parado na estrada? Preso na garagem? Perdeu o casamento? Bebeu a gasolina? A cada mês três melhores relatos serão escolhidos, e o que tiver mais curtidores leva o iPod Touch novinho! De novo: www.facebook.com/componentesnakata. Conte sua história e peça pra turma curtir!
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Lalá, tudo certinho? Ciça, a postos? E você aí? Pronto pra viagem? Então aperte os cintos que vamos ligar os motores!
Nossa nave Café Brasil parte direto pra 1967. Vamos para Los Angeles, conhecer uma banda de rock, jazz, rock psicodélico chamada SPIRIT. Em 1968 a banda fez uma turnê junto com outra banda que acabara de nascer, chamada LED ZEPPELIN.
E o Spirit tocou essa música que você ouve aí ao fundo, chamada TAURUS…
E aí, tá achando esse trechinho da TAURUS familiar? Pois é, o guitarrista Jimmy Page, fundador do Led Zeppelin, foi inspirado por esse trecho, que ele usou mais tarde você sabe onde…
Bem, a interpretação dos acordes familiares aí ao fundo é obra de um guitarrista indonésio, chamado Jubing Kristianto. Você já sacou por onde a gente vai andar hoje, não é?…
O Led Zeppelin foi uma banda inglesa de rock, que nasceu em setembro de 1968, formada por Jimmy Page na guitarra, John Bonham na bateria e percussão, John Paul Jones no teclado e baixo e Robert Plant na gaita e voz.
A turma do Led já vinha com experiência em outros grupos e tornou-se célebre pelo som diferente, pesado, focado no que se convencionou chamar de blues rock. São considerados os pais do heavy metal e hard rock. Os caras venderam mais de 300 milhões de discos e colocaram todos seus 10 álbuns na parada norte-americana do Billboard. Quando eles surgiram e explodiram eu tinha 12, 14 anos, um caipirinha lá em Bauru que não tinha a menor ideia do que estava acontecendo…
O nome LED ZEPPELIN surgiu muito antes da banda, quando Jimmy Page comentou com Keith Moon do The Who sobre suas ideias para uma banda, Moon teria dito que ela afundaria como um balão de chumbo. (lead ballon). E Zeppelin era o nome do grande dirigível Graf Zeppelin. Zeppelin de Chumbo, Lead Zeppelin, que Jimmy teria mudado para LED, passado do verbo TO LEAD, liderar, por razões comerciais…
Em 1970 o Led, já famoso e grande vendedor de discos, começou as sessões de gravação de seu disco LED ZEPPELIN IV, em Londres. Nesse álbum surgiu uma composição, de Jimmy Page e Robert Plant, com assustadores 8 minutos de duração, que viria a ser considerada por muitos a maior canção do rock de todos os tempos: STAIRWAY TO HEAVEN.
Bem, não sei que idade você tem, mas eu tenho a sorte de ter assistido o surgimento dessa música e a forma como ela tomou conta do mundo. Até hoje…
https://www.youtube.com/watch?v=9Q7Vr3yQYWQ
Stairway to heaven consiste de várias seções distintas, começando com uma introdução suave com um violão de 6 cordas dedilhado e três flautas em estilo renascentista, algo bastante diferente do que se conhecia como Rock no começo dos anos 70.
O inglês Robert Plant, com sua voz única, marcante, andrógina e simplesmente inesquecível, já foi eleito diversas vezes como o maior cantor de Rock da história. E ele é de arrepiar quando canta. Vou traduzir a letra aqui, mas já aviso: é uma tradução com licenças… A letra, com Robert Plant passando a sensação de solidão, vai tratando de uma jornada em busca uma direção num mundo de ambiguidades. Ela diz assim:
Há uma senhora que acredita que tudo o que brilha é ouro
E ela está comprando uma escadaria para o paraíso
Quando ela chega lá ela descobre que se as lojas estiverem todas fechadas
Com apenas uma palavra ela consegue o que veio buscar
E ela está comprando uma escadaria para o paraíso
Há um cartaz na parede, mas ela quer ter certeza
Porque você sabe que às vezes as palavras têm duplo sentido
Em uma árvore a beira do riacho há um rouxinol que canta
Às vezes todos os nossos esforços são em vão.
There’s a lady who’s sure all that glitters is gold
And she’s buying a stairway to heaven
When she gets there she knows if the stores are all closed
With a word she can get what she came for
And she’s buying a stairway to heaven
There’s a sign on the wall, but she wants to be sure
‘Cause you know sometimes words have two meanings
In a tree by the brook there’s a songbird who sings
Sometimes all of our thoughts are misgiven
A música então gradualmente passa para uma seção intermediária elétrica lenta, quando a letra diz assim….
Ah,Isto me faz pensar
Isso me faz pensar
Há algo que sinto quando olho para o oeste
E meu espírito chora ao partir
Em meus pensamentos tenho visto anéis de fumaça atravessando as árvores
E as vozes daqueles que ficam parados olhando
Isto me faz pensar
Isto realmente me faz pensar
E um sussurro avisa que em breve se todos entoarmos a canção
Então o flautista nos levará à razão
E um novo dia irá nascer para aqueles que suportarem
E a floresta irá ecoar gargalhadas
There’s a feeling I get when I look to the west
And my spirit is crying for leaving
In my thoughts I have seen rings of smoke through the trees
And the voices of those who stand looking
Oh, it makes me wonder
Oh, really makes me wonder
And it’s whispered that soon, if we all call the tune
Then the piper will lead us to reason
And a new day will dawn for those who stand long
And the forests will echo with laughter
E as seções vão se desenvolvendo com mais camadas de guitarras, cada uma complementar à introdução. E então entram a bateria e o baixo, já começando a tirar a respiração da gente… A letra diz assim:
Se houver um alvoroço em sua horta, não fique assustada
É apenas limpeza de primavera da rainha de maio
Sim, há dois caminhos que você pode seguir, mas na longa estrada
Há sempre tempo de mudar o caminho que você segue
E isso me faz pensar
If there’s a bustle in your hedgerow, don’t be alarmed now
It’s just a spring clean for the may queen
Yes, there are two paths you can go by, but in the long run
There’s still time to change the road you’re on
And it makes me wonder
E então começa uma grande preparação para o solo de guitarra de Jimmy Page, como que anunciando alguém que ia chegar. Jimmy gravou três solos diferentes, improvisados, e sofreu para decidir qual deles manter. O resultado é aquele que é considerado um dos maiores solos de guitarra de todos os tempos…
https://www.youtube.com/watch?v=jaqgr7NZve8
A energia da canção chega ao máximo, com a guitarra distorcida e Plant cantando uma oitava acima. Se vínhamos ouvindo a voz de Robert Plant e a guitarra de Jimmy Page, agora o grupo todo estava em cena, da extrema individualidade para a extrema comunidade…
Quando Plant canta “As we wind on down the road”, parece estar falando da banda e de seus seguidores, de que haveria uma comunidade que, por meio da música, caminhava da cultura pop para um mundo de misticismo e poder… O poder do Rock´N Roll. E ele canta…
E enquanto corremos soltos pela estrada
Com nossas sombras mais altas que nossas almas, lá caminha uma senhora que todos conhecemos
Que brilha luz branca e quer mostrar
Como tudo ainda vira ouro e se você ouvir com atenção
A canção irá finalmente chegar a você
Quando todos são um e um é o todo
Ser uma rocha e não rolar
And as we wind on down the road
Our shadows taller than our soul, there walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How everything still turns to gold and if you listen very hard
The tune will come to you at last
When all are one and one is all, yeah
To be a rock and not to roll
E então, quase oito minutos depois, chegamos ao final como que num retorno ao início. A banda desparece e Robert Plant retorna à solidão do início, como que deixando claro que tudo não passou de uma fuga e que no final estamos irremediavelmente sós com nossas escolhas…
E ela está comprando a escadaria para o paraíso.
And she’s buying a stairway to heaven
Pensou que eu ia deixar você respirar é? Essa que você está ouvindo ao fundo, no podcast, é a versão maravilhosa de Stanley Jordan…
https://www.youtube.com/watch?v=CRq0zyHi0ME
Bem, você sabe que todas as grandes obras do espírito humano que atingem o status de universais, deixam de pertencer ao reino da lógica e da objetividade para ganhar uma aura de mistério. É assim em todos os ramos de atividade e na música não seria diferente. E dentro da música, o rock é onde os mistérios habitam.
Tentar explicar o que significa a letra de um rock é uma aventura. E no caso de Stairway to heaven não é diferente. A música foi composta em 1971, que vivia o princípio da ressaca dos anos sessenta com aquilo que foi chamado de psicodelismo.
Robert Plant escreveu a letra da canção em um só dia, na cidade de Hampshire na Inglaterra, dentro de um antigo asilo que servia de local de ensaio para bandas de rock. Provavelmente ele deveria estar entupido de certas substâncias que ajudaram a criar a letra para a melodia de Jimmy Page…
Existem milhares de interpretação para a letra. Quase enlouqueci ao buscar algo que pudesse ser o definitivo na internet.
Robert Plant estava completamente influenciado pelo movimento hippie, que rejeitava as instituições e os valores da classe média. Pregava o amor livre, as drogas para expandir a consciência, o amor pela natureza e a busca espiritual. Nesse sentido, podemos interpretar como pano de fundo de Stairway To Heaven, a liberação espiritual. A escada seria a liberação da alma, na jornada do inferno para a terra e da terra para o céu. Robert Plant dizia quando apresentava a música que esta é a canção da esperança.
É possível interpretar a lady da canção como uma referência a alguém que nos conduzirá para a luz, a escada seria o caminho. E um caminho que precisa ser comprado, que exigirá esforço, não chegará de graça.
Há quem jure que Robert Plant não canta heaven no primeiro verso, mas hell, apostando que foi feito um trabalho no estúdio para que as duas palavras, heaven ou hell, céu ou inferno, pudessem ser ouvidas ali. Se isso é verdade, a escada é para o inferno. Aí muda tudo…
Lalá, vamos ver como é a coisa…
Humm…. Tá esquisito né. Compara como ele canta o heaven no final da música.
È… é estranho, ambíguo como o Rock. Talvez queira dizer que existem dois caminhos a serem escolhidos na vida. Platão, Jesus Cristo e uma infinidade de filósofos repetiram isso pela história da humanidade, não é?
Muita gente diz que diversos trechos da música, quando tocados ao contrário, trazem frases como oh meu doce satã ou eu vou cantar porque vivo com satã, dando a ela uma característica de adoração ao diabo. Especialmente porquê num momento a letra diz que Porque você sabe que às vezes as palavras têm duplo sentido…
Esse tipo de coisa não é exclusivade de Stairway To Heaven, mas é um prato cheio para quem gosta. Essa história de mensagens satânicas inspirou um filme divertido chamado Trick or Treat, que no Brasil se chamou O ROCK DO DIA DAS BRUXAS…
Cara, eu fico imaginando os carinhas com a cabeça cheia de substâncias, ouvindo o disco ao contrário e procurando um significado.
Lalá, como é que fica Stairway To Heaven ao contrário?
Que horror! Tem quem jure que nesse momento eles estão cantando assim: Aqui está meu doce satanás, ou então: eu canto porque eu vivo com satã.
Pode uma coisa dessa? A Ciça tá apavorada ali dizendo: tesconjuro mangalô três veis…
Vamos neutralizar o problema vamos com uma versão em canto Gregoriano?
Os músicos do Led Zeppelin não tinham problemas em pegar emprestado trechos ou até músicas inteiras de outros compositores e dar-lhes outro tratamento, com a cara de pau de suprimir os créditos dos autores originais, o que gerou vários processos. Por isso são frequentemente acusados de plágio. Procure no Youtube que tem uma porção de exemplos ligados ao Led Zeppelin.
Esse ao fundo é o inglês Michael West, conhecido como Congo Natty. Mas dá pra ouvir também em reggae.
Por outro lado, Stairway To Heaven foi regravada por centenas de artistas, influenciou muita gente e pode ser ouvida em tudo quanto é ritmo, olha só…
Bem… eu não sei você, mas eu não gosto… Prefiro coisas mais clássicas, como esta versão de Rick Wakeman.
O Led Zeppelin acabou em 1980, com a morte do baterista John Bonham, asfixiado em seu próprio vômito depois de tomar quarenta doses de vodka…
O que ficou para a história foi uma banda que trabalhava com imagens do misticismo, medieval, castelos, mágicos, cultura celta, espíritos da floresta, num momento em que o mundo entrava em ebulição.
Em Stairway To Heaven, é a fusão do heavy metal com o clássico que, assim como no Bohemian Rahpsody, faz a música tão interessante. Ela trata de escolhas, de sexo, de drogas, dos anos 60, de guerra e paz, de relacionamentos… Pode ser vista como uma crítica ao materialismo, como satânica ou até como religiosa. Eu posso me atrever a dar a minha interpretação:
Interpretar uma letra de um clássico do rock é coisa pra louco. Fico imaginando o Robert Plant morrendo de rir cada vez que lê ou ouve alguém tentando explicar o que ele escreveu…
Acho que teríamos que fazer uns 100 Café Brasis pra abranger todas as interpretações. Eu desisto. Prefiro curtir como um dos maiores rocks de todos os tempos.
Então, tá ouvindo isso ai? É familiar é? Isso é uma pegadinha que circula pela internet, como sendo uma gravação do The Doors, olha só. É mentira, é claro, isso é um cover. Mas é perfeito…
https://www.youtube.com/watch?v=zi9coNgGkJE
Pois então.. eu guardei para o final uma surpresa pra você!
Quando o Café Brasil começou, as gravações eram feitas no estúdio do Sérgio Sá. Um dia ele me mostrou uma gravação que ele fez junto com Claudio Goldman e eu tomei uma porrada… Sérgio Sá é um tremendo músico, Claudio Goldman é outro, com uma voz fantástica.
A versão que o Sérgio Sá me mostrou era dela mesma, Stairway To Heaven, cantada em português, com uma letra acompanhando o significado da letra original. E que fazia todo o sentido. Grandes músicos fazendo a coisa com tesão! Por questões de direitos autorais, essa gravação nunca foi lançada, mas sabe como é, né? Aqui é o Café Brasil, pô!
E você vai ouvir agora o que ninguém ouviu: um clássico traduzido, produzido e interpretado por artistas de verdade, A ESCADA QUE LEVA ÀS ESTRELAS…
A escada que leva às estrelas
Claudio Goldman
Sérgio Sá
Ela chega a pensar que se pode comprar
Uma escada que leve às estrelas
Quem revela no olhar tanto ouro a bilhar
Não conhece caminho impossível
Uma escada que leve às estrelas
No horizonte há um sinal
Mas será que é real
Pois às vezes palavras enganam
Muitas árvores vem uma voz nos lembrar
Pensamentos às vezes se perdem
Me leva longe
Pelas ruas fugir sem saber onde ir
Minha alma só quer liberdade
Mas só posso enxergar a fumaça a dançar
E os farois onde o ouro é tão falso
Me leva longe
Sei que existe esta voz, que renasce entre nós
A manhã em que a vida cantava
E o presente maior que por fim vai chegar
Alegria de ainda estar vivo.
Me leva longe
Se a tua estrada é sem saída, não tenha medo
Há sempre mais de dois caminhos,
A natureza é assim mesmo, inconstante
A gente acerta pelos erros
Me leva longe
Se ela insiste em ver o mundo somente o outro
É o que ela sabe enxergar
O vento leva os nossos sonhos, ele mente
A escada está onde ela vai pisar.
E assim voamos pelo chão deixando sobras pelo ar
Alma queimando de paixão, nosso destino é procurar
Quem sabe aonde vai parar, quem sabe as dores que virão
Até que alguém possa brilhar, a luz a estrada em nossas mãos
A lua a estrela em nossas mãos
Uma escada que leve à estrela
E daí? O que você achou? Gostou? Já pensou se fosse uma daquelas duplas sertanojas trazendo uma daquelas versões criminosas? Dá pra sacar que os caras, acima de tudo, respeitaram a música? Se eu fosse você eu voltava e ouvia de novo…
Bem, como eu disse, precisaríamos de muuuuiitos Cafés Brasis pra poder abordar todos os aspectos que envolvem a banda, a música e o rock. Ficamos por aqui, acho que a gente conseguiu comemorar os 300 programas de um jeito legal, não é?
Com Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e eu, Luciano Pires na direção e apresentação.
Estiveram conosco o ouvinte Ricardo Grings, um cover do The Doors,a banda Spirit, Jubing Kristianto, Stanley Jordan, Congo Natty, Rick Wakeman, Claudio Goldman com Sérgio Sá, Joe Edmonds e, é claro, Jimmy Page, John Bonham, John Paul Jones e Robert Plant …
Este programa chega até você com o apoio de quem sabe o verdadeiro valor da música: o auditório Ibirapuera. Putz…to imaginando o Led Zeppelin tocando lá… www.auditorioibirapuera.com.br. Acesse o site, veja a programação, vá até lá e faça um carinho para seus olhos e ouvidos!
Este é o Café Brasil, um programa feito pra surpreender você… Já tentamos 300 vezes, será que conseguimos? Vem pra cá, no www.portalcafebrasil.com.br , não é uma escada pro céu, mas está longe de ser pro inferno…
E pra terminar, é claro, aquela frase de Robert Plant:
And she’s buying a stairway to heaven
Durante o Kennedy Center Honors 2012, Jack Black foi o mestre de cerimonias. Noite de homenagens, também ao Led Zeppelin como a melhor banda de todos os tempos. Na ocasião vários cantores interpretaram suas canções como Foo Fighters, Kid Rock, e Lenny Kravitz. “Stairway to Heaven” é cantanda pelas irmãs Ann & Nancy Wilson, filhas de Brian Wilson, o líder dos Beach Boys.
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