Café Brasil 296 – Mexe-mexe

Bom dia, boa tarde, boa noite! O brasileiro é um povo resignado, acostumado a transferir para deuses todos os bens e males que lhe afligem. Acostumado a esperar, a torcer para que apareça um painho ou uma mainha que lhe dê ordem, segurança, comida e educação.

E outro dia usei em um de nossos programas uma frase de Larry McMurtry, você há de lembrar: Se você fica esperando, tudo o que acontece é que você fica velho… E então, vamos sair da pasmaceira e fazer acontecer?

Pra começar, uma outra frase, desta vez de um anônimo:

A resignação é a derrota da alma

O programa de hoje chega até você com o apoio de quem sabe ser tudo menos resignado: a turma do Itaú Cultural. www.itaucultural.com.br. Acesse o site para conhecer os vários programas voltados à preservação de nossa identidade cultural.

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E o exemplar da semana de meu livro NÓIS…QUI INVERTEMO AS COISA vai para a Renata Argarate que, a exemplo de vários outros ouvintes que definitivamente não são resignados, respondeu com uma certa indignação a uma proposta que fizemos no programa IRONIA.

“Caro Luciano, venho pedir a você para, por favor, desistir do uso da tal vinheta “Ironia”. Imagine ter de usar uma vinheta para avisar que vai soltar uma ironia. Pra mim, das duas uma: ou você está sendo irônico novamente (tomara que seja isso!) ou, mais uma vez, trata-se de um caso de “os bons pagando pelos maus”.

Eu explico: certas pessoas que ouvem o programa não entendem certas coisas. Talvez não porque tais pessoas sejam burras, mas porque elas estão acostumadas com jornalistas incompetentes e/ou jabazeiros que escrevem textos idiotas comparando imbecis de hoje com gênios do passado. Então é natural que essas pessoas tenham se revoltado com o texto que debochadamente iguala Michel Teló a mestres da literatura – eu mesma só entendi que se tratava de uma piada sua no final.

Pois eu também estou saturada de ver a imprensa comparar ídolos meus (e eu só tenho ídolo GÊNIO) a figuras medíocres da atualidade – desse tipo de coisa, posso citar infinitos exemplos.

Agora, colocar uma vinheta pra avisar que vai fazer uma ironia (por mais engraçada que essa vinheta seja) é desrespeitar a inteligência do público. E, pra isso, muitíssimo obrigada, nós já temos a grande mídia.”

Rararra… Renata, você acertou! Aquela vinheta na verdade era uma outra ironia. Eu pretendo usá-la apenas quando fizer uma ironia sobre o uso de uma ironia… Não vou dar colher de chá pra ninguém não! Olha só, a Renata mandou um comentário e ganhou um livro. Você vai ficar aí parado?

Muito bem. Há bastante tempo o pessoal diz que se você não repetir as coisas, as pessoas não aprendem. Por isso, se você ouvir ao longo do programa de hoje, não só de hoje, hoje, os anteriores e os próximos, eu repetir alguns conceitos é ou até mesmo alguns textos, não ache que foi erro não. É de propósito, viu!

Hoje, por exemplo. Eu vou começar o programa com o pé direito, trazendo mais um texto de Rubem Alves. Na verdade, juntei neste programa algumas ideias que já tenho utilizado em programas anteriores, não se preocupe se você achar que já ouviu algo assim antes. É de propósito…

Um país se constrói da mesma forma como se constrói uma casa. E como se constrói uma casa? Por onde se começa? Antes dos tijolos, do cimento,  dos ferros e das telhas, é preciso que haja um desejo.

Aquele momento quando alguém diz: “Que bom seria se eu tivesse uma casa!” Se o desejo bate forte, ele se transforma em sonho. O sonho é quando o desejo fica visível: a casa será amarela, terá uma varanda com rede, um jardinzinho na frente, uma cozinha gostosa, uma lareira…

Essa casa é um sonho. Mas não se pode morar numa casa sonhada.  Os sonhos, sozinhos, são fracos. Aí, para transformar a casa sonhada em casa de verdade, o sonho chama em seu socorro a inteligência.

A inteligência é o poder que torna possível a realização dos sonhos.

Eu explico. Eu era pequeno. Na casa do vizinho havia uma árvore carregada de frutinhas vermelhas, pitangas. Fiquei sonhando comê-las. Mas elas estavam do outro lado do muro, longe das minhas mãos.

Aí o meu desejo chamou a inteligência e lhe disse: “Diga-me o que fazer  para comer as pitangas!” A inteligência obedeceu e me disse: “É fácil. Basta que  você construa uma maquineta de roubar pitangas.

Uma maquineta de roubar pitangas  se faz assim. Primeiro, é preciso encompridar o seu braço. Para isso use um cabo  de vassoura. Mas um braço comprido não basta. É preciso colocar uma mãozinha na  ponta. Amarre uma lata de massa de tomates vazia na ponta do cabo de vassoura. E  faça um dente na lata, para prender a pitanga…” Foi o que eu fiz. E roubei e comi todas as pitangas que queria. Primeiro foi o sonho. Depois a inteligência… Os sonhos fazem pensar.

A mesma coisa acontece com a casa. A gente sonha e o sonho põe a inteligência a funcionar: e ela pensa a planta da casa, o custo, o  financiamento, os materiais necessários, os pedreiros, a administração…

Um país é uma casa grande onde construímos nossas pequenas casas.

Um país é uma casa de casas… Constrói-se um país da mesma forma como se constrói uma casa. Com uma diferença. Para eu construir a minha casa bastam o meu sonho e a minha inteligência. Mas para se construir essa grande casa chamada país é preciso que muitos sonhem o mesmo sonho.

Quando muitas pessoas sonham juntas o mesmo sonho dessa grande casa chamada país, temos um povo. É o povo que constrói um país.

O som que você está ouvindo ao fundo é ninguém menos que Luiz Gonzaga e sua VIRA E MEXE… O velho Lua tocava, viu…. Você quer ouvir como ficou na versão do Dominguinhos?

E voltando ao texto de Rubem Alves.

Essa é uma das missões da educação: formar um povo. Ou seja, ajudar as pessoas a sonhar sonhos comuns para que, juntas, possam construir. As escolas devem ser o espaço onde alunos e professores sonham e compartilham seus sonhos porque sem sonhos comuns não há povo, e não havendo um povo não se pode construir um país. Se eu sonho com um país de águas cristalinas e natureza preservada, meu sonho pessoal será inútil se não houver muitos que sonhem esse mesmo sonho. Caso contrário as florestas serão destruídas e as águas serão  poluídas.

Mas, como já disse, os sonhos não bastam. Eles precisam da ajuda da inteligência. Acontece que a inteligência tem ideias próprias: só funciona quando um sonho (ainda que bem pequeno) lhe dá ordens. É inútil obrigar a inteligência a aprender mil coisas que não estão ligadas aos sonhos. A inteligência esquece logo (… porque é inteligente…).

O que sobrou em você de tudo o que você teve de aprender na escola? Você esqueceu porque aqueles saberes não eram resposta aos seus sonhos.

É assim que construímos a nossa vida: com sonhos e inteligência.

É assim que se constrói um país melhor: com sonhos e inteligência.

Esse é o programa básico da educação.

Balança Brasil
Ara Ketu

Ah! Meu Brasil!
A cidade foi pro mar
Rio de Janeiro redentor
Braços abertos
Prá quem chegar
(Chegar!)
Eu vi o céu no azul
Dos olhos da menina
Peguei a estrada prá Vitória
Fui rever minha capixaba
(Capixaba!)…

Ah! Meu Brasil!
Salvador é logo ali
Bahia boa tem canoa
Mulher boa e a gente à tôa
(À tôa!)
Meu samba reggae
Arrasou lá no Sergipe
Em Alagoas, Pajuçara
Praia Olinda
Oh! Meu Nordeste!…

Ah! Meu Brasil!
Naquela noite em Pernambuco
Olinda, Olinda, Recife
Fazer amor na areia
De Boa Viagem
No céu, a tietagem
Em Itamaracá…

Ah! Meu Brasil!
Forrobodó na Paraíba
Meu Rio Grande, Natal
Fale arretado
Quadrilha prá todo lado
São João cai animado
No forró de lá…

Ah! Meu Brasil!
De noite é bom no Ceará
Mulher gostosa de lambar
Quem sabe a gente
Ainda se encontra
Por lá…

Agita Brasil!
Adoro te ver contente
Agita Brasil!
O sonho de tanta gente
Agita Brasil!
Sacode esse meu país
Prá gente ser feliz
(Feliz!)…

Agita meu Brasiiiil!

Ah! Meu Brasil!
São Luís do Maranhão
Cai no reggae de vez
Lá o Brasil foi prá Jamaica
(Jamaica!)…

No Piauí quase casei
Em Teresina
Tem a Jorgete, a Luzinete
A Bernadete, a Carolina
(Carolina!)…

Ah! Meu Brasil!
Chegando em Belém do Pará
Arrebentei no carimbó
No sirimbó e no merengue
(Merengue!)
No Amazonas, em Goiás
Em Mato Grosso
Fui bóia fria, fui caboclo
Vi a fauna, que colosso…

Ah! Meu Brasil!
São Paulo não é só garôa
Meu Rio Grande do Sul
Tem a bombaxa, o fandango
Tem a raça, chimarrão
Boa cachaça
Oh! Meu Paraná!…

Ah! Meu Brasil
De lá de Santa Catarina
Voei prá Minas Gerais
Mina calada
Por demais desconfiada
Mui amada
Minha doce namorada…

Ah! Meu Brasil!
Vou prá avenida com vocês
Do carnaval eu sou freguês
Acho que vou morar no Rio
De vez…

Agita Brasil!
Eu adoro te ver contente
Agita Brasil!
O sonho de tanta gente
Agita Brasil!
Sacode esse meu país
Prá gente ser feliz
(Feliz!)…

Vamos agitar! Vamos agitar!
Vamos agitar! Vamos agitar!
Agita! Agita meu!
Vamos agitar! Vamos agitar!
O meu Brasil! O seu Brasil!

E quem disse que no Café Brasil não toca axé, hein? Olha só, iretamente de Salvador, esse é o grupo ARA KETU cantando BALANÇA BRASIL. Eu concordo 100% com eles: Agita Brasil! Sacode esse meu país pra gente ser feliz…

E o mestre Rubem Alves, que sabe como ninguém falar umas verdades como se fossem poesia… Sonhos e inteligência. Perfeito. Mas tem que ter uma coisinha a mais: capacidade de EXECUÇÃO.

Em minha palestra O MEU EVEREST, eu conto sobre um fato que transformou meu sonho de visitar a montanha mais alta do mundo num projeto real. Tudo aconteceu a seu tempo, mas o momento chave se deu quando eu escolhi uma empresa para fazer a viagem e eles me pediram algumas informações sobre minhas condições para avaliar se eu estava apto a realizar a viagem. Mandei a papelada e um dia recebei um email com dizerem mais ou menos assim: “Mister Luciano Pires, congratulations! O senhor foi aceito para integrar a equipe que fará dentro de 12 meses a viagem para o Campo Base do Everest. Bem vindo à viagem da sua vida!”.

Aquele e-mail foi fundamental, pois trazia dentro dele uma coisa mágica chamada: data. Estava ali escrito: eu tinha 12 meses para me preparar para a viagem. O que até então era um sonho, um objetivo, recebeu uma data e transformou-se, como mágica numa meta.

Objetivos sem datas, são sonhos. Sonhos sem data, são apenas sonhos. Quando você coloca uma data num sonho, num objetivo, ele se transforma numa meta. E meta geram planos de ação…
Percebeu? Seus sonhos, enquanto não tiverem uma perspectiva de data para serem realizados, serão apenas sonhos…

Mexe Mexe
Jorge Ben Jor

Mexe, mexe, mexe (tô mexendo)
Mexe, mexe, mexe (tô mexendo)
Quando você para de brincar de mexer
Você envelhece (lhece)

Quando você para de brincar de mexer
A sua barba cresce (cresce)
Quando você para de brincar de mexer
Seu coração ao invés de bater padece (dece)

Irmão, irmã
Pare, pense, brinque e mexa
Pare, pense, brinque e mexa
Pois a vida é bela
Tem gente que não sabe brincar e mexer com ela
Pois a vida é bela
Tem gente que não sabe brincar e mexer com ela

Por isso mexe, mexe
A arte de mexer vem desde os tempos da pedra lascada
Todo mundo mexia, todo mundo balançava
Todo mundo sacudia, todo mundo requebrava
E cantava

Mexe, mexe, mexe, mexe (tô mexendo)
Mexe, mexe, mexe, mexe (tô mexendo)

Pois quando você para de brincar de mexer
Você envelhece (lhece)

Mexe, mexe por favor
Mexe, mexe meu amor
É um, é dois, é três, lá vai, todo mundo mexendo
Em cima, em baixo
Em baixo, em cima
Pa, pa, pa, pa, pa quero ver mexer

E agora, hein? Os pernambucanos do Mundo Livre SA, turminha que esteve na fundação do manguebeat e que continua na estrada fazendo um som sempre instigante… Essa é MEXE MEXE de Jorge Ben Jor…preste atenção à letra…

Recebi um texto que fala da reação de um professor com seus alunos, que faziam bagunça durante sua aula. Dizia o professor:

– “Desde que comecei a lecionar, isso já faz muitos anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.

Se vocês prestarem atenção notarão que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes…

É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo sabendo ter investido nos melhores.

Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos.

Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto. Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje”.

Volta Por Cima
Paulo Vanzolini

Chorei
Não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava
Um homem de moral
Não fica no chão
Nem quer que mulher
Lhe venha dar a mão
Reconhece a queda
E não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima

E agora você está ouvindo um chamado à ação. É Mauricy Moura que veio lá de São Vicente, cantando Volta por cima, de Paulo Vanzolini.

Que paulada, aquela do professor, hein? Um escritor chamado José Ingenieros, escreveu muito tempo atrás que o mundo é feito de gênios de um lado e idiotas de outro. No meio, bilhões de pessoas que usam o bom senso, seguem as normas, atuam por consenso: as pessoas medíocres. São medíocres na medida em que estão no meio, na média, fazendo tudo aquilo que delas se espera.

Muitos medíocres estão próximos da genialidade. Outros, da idiotice. Aquele professor alertou os alunos para que percebessem em que metade estariam: entre medíocres e idiotas ou medíocres e gênios?

Cabe a nós, que desempenhamos um papel de formadores de opinião, refletir sobre nossa responsabilidade na sociedade.

Não precisamos de um país de gênios. Precisamos de um país com a maioria de pessoas acima da mediocridade, capazes de escapar da estúpida combinação deste começo de milênio: a mídia sem compromisso com o futuro e um sistema educacional estagnado que tentam transformar o Brasil num país habitado por uma maioria de medíocres idiotas…

Não sei se a história daquele professor é verdadeira. Mas eu concordo com cada palavra que ele disse.

E provoco: onde é que você se coloca? Entre medíocre-idiota e medíocre-genial?

Vamos agora a um texto de Paulo Saab, que escreve sobre cidadania e política. Eu retirei das Iscas Intelectuais do Portal Café Brasil. O nome do texto é A Culpa é Sua… prepare-se….

Ao fundo você ouvirá Antônio Nóbrega com MEXE COM TUDO.

Deus me livre! Não me meto nisso! Ficou louco?

Essas são algumas das respostas que ouço quando pergunto às pessoas se participam de partidos políticos.  Há outras, mas como o público que me lê é de fina classe, furto-me a incomodá-lo com outras assertivas de padrão menos nobre, onde…”São todos ladrões” (uma generalização enganosa) é elogio de fato.

A imagem da chamada classe política no Brasil não é nada boa.

Do alto de 30 anos de cobertura das atividades políticas em nosso país posso assegurar: a culpa é sua. Sim. Sua, de você que me ouve agora.

Antes que me chame de louco ou mude de canal, reflita um pouco comigo porque há atenuantes a seu favor. Você não foi criado dentro de um padrão cultural onde houvesse (e não há, ainda, na escala necessária) ensinamentos sobre a vida política e institucional do país de modo a saber como funciona o Brasil e qual o seu papel como cidadão, além de pagar impostos e ficar calado, claro.

É uma longa história que eu pretendo ir contando aos poucos, na forma de diálogo com o ouvinte que aqui comparece. Quero sua reação, sua indignação, sua inconformidade pelo estado de coisas que nos faz todos os dias ressuscitar a “síndrome do absurdo” basta ligar a televisão ou o rádio e ouvir a notícia, para exclamar: “que absurdo”. Idem ao se ler os jornais: ”que absurdo”.

É tanto absurdo acontecendo na vida política do país (num sentido bem amplo) que você, ouvinte, acomodado na sua revolta ignorante (por desconhecer como funciona o país) acha que vai aparecer alguém para consertar anos de distorções e que não tem nada a ver com isso.

Tenho uma má notícia: não vai aparecer ninguém para consertar os erros do país. E tenho outra má notícia: a culpa é sua por estar absolutamente omisso no processo, por querer distância da política e por achar “que não deve se meter nessa sujeira”. E, finalmente, outra notícia pior ainda: se você continuar acomodado, vai ser cada vez mais incomodado.

Portanto, atendendo aquele erudito pedido do ilustre ex presidente da República, para tirarmos nossos traseiros da cadeira, conclamo o amigo a tirar o seu, na questão de começar a se interessar de verdade por política, antes que ela o devore, como uma esfinge. Quando você entender e participar a culpa deixará de ser sua. Ou será mesmo culpa sua. Mas, pelo menos, assim, você saberá que a imensidão de taxas e impostos que paga, estará sendo gasta por erros seus e não de outros que você elegeu e nem sabe quem são ou o que pensam ou, ainda, como agem.

Lanço meu primeiro desafio: você sabe como funciona a República? Quais são os poderes que a constituem? Sabe como funciona o sistema federativo que supostamente devermos ter por estar na Constituição? Sabe o que é e para que serve a Constituição? Os partidos políticos?

Vou provoca-lo à exaustão porque se você não me ajudar e aos outros que querem melhorar o Brasil de verdade, para todos, nunca conseguiremos sair do lugar e tudo continuará como está, uma alegria para os dominantes da vida pública. Escreva-me, responda, pesquise. Pode começar, por exemplo, pelos sites encontráveis na internet dos poderes da república. Posso ajuda-lo, sim, mas para que existem os Googles, os yahoos da vida?

Gosto de ensinar a pescar e não de dar o peixe. E gosto de quem gosta de aprender e a partir daí participar, questionar, contribuir.

Se temos uma chance de melhorar o Brasil, ela está nas mãos de cada um de nós, ilustres e comuns mortais que sustentamos como nosso suor a mediocridade que nos envolve.

Até isso acontecer, a culpa é sua…Vamos, lá, mexa o traseiro…

E eu completo o texto do Paulo Saab: Cara, faça a luz… Ou a noite vai chegar!!!!

A Noite Vai Chegar
Paulinho Camargo

A noite vai chegar
Meu pensamento está tão longe
Eu sei que vou sonhar
Momentos de um mundo distante

A noite vai chegar
Meu pensamento está tão longe
Eu sei que vou sonhar
Momentos de um mundo distante

Em minha vida eu sempre quis ser feliz
Mas o destino é quem diz
o que vai me acontecer

Em minha vida só desejei ter você
Sempre ao meu lado dizendo
Que sem mim não pode viver

A noite vai chegar
Meu pensamento está tão longe
Eu sei que vou sonhar
Momentos de um mundo distante

A noite vai chegar
Meu pensamento está tão longe
Eu sei que vou sonhar
Momentos de um mundo distante
Hey, hey, hey

Já não consigo
Mais esperar tanto assim
Quero que fique comigo
Vou lhe dar tudo de mim

Venha sem medo
Diga o que pensa e o quer
Diga que a vida é mais vida
Se eu for a sua mulher

A noite vai chegar…

E é assim, com A NOITE VAI CHEGAR de Paulinho Camargo com a paulistana Zuleide Santos Silva, a Lady Zu, que fez menos sucesso do que merecia, que vamos chegando ao final.

Você gostou?

Pois é assim então, tirando a bunda da cadeira que o Café Brasil de hoje vai saindo de mansinho.

Com o indignado Lalá Moreira na técnica, a faca na caveira Ciça Camargo na produção e eu, o caçador de bovinos resignados Luciano Pires na direção e apresentação.

Estiveram conosco a ouvinte Renata Argarate, Rubem Alves, Paulo Saab, Dominguinhos, Mauricy Moura, Luiz Gonzaga, Mundo Livre SA, Antônio Nóbrega e Lady Zu… é mole?

O Café Brasil chega até você com o apoio do AUDITÓRIO IBIRAPUERA, que se dedica a divulgar, preservar e incentivar a linguagem musical como instrumento de comunicação, educação e mobilização da sociedade. Acesse o www.auditorioibirapuera.com.br para conhecer os vários projetos e a programação de shows.

Este é o Café Brasil, um programa ouvido por gente que é tudo, menos resignada. Pelo menos é o que eu acho… Vem pra cá: www.portalcafebrasil.com,br, junte-se a quem acha que dá sim pra mudar este país.

E pra terminar, uma frase do poeta romano Ovídio:

Torna-se leve o peso que sabemos levar bem.

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