Café Brasil 215 – 16 toneladas

Se você costuma ouvir o Café Brasil enquanto malha na academia, o programa da semana será um nó só. Usaremos um texto de André Camargo Costa para mostrar como as academias de ginástica explicitam as incoerências e a maluquice da vida moderna. Se você está acostumado com o fitness corporal, este programa será seu fitness intelectual. Na trilha sonora, aquela doideira: Luis Carlos Vinhas e os Kalangos, João Nogueira, Altamiro Carrilho e Bandinha, Noriel Vilela, Fat Family, Trio Carapiá, Tennessee Ernie Ford e Stevie Wonder. Apresentação do gripado Luciano Pires.

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Eu acho que eu ando com a minha resistência um pouco baixa. Isso tem a ver com a falta de exercício, sabe. Eu, to gordo. Parei de freqüentar a academia, relaxei e engordei. As roupas não cabem mais, o joelho dói, as costas doem…quando vou subir uma escada fico sem ar…fiz um exame de sangue e o médico disse que vou morrer! Preciso urgentemente recuperar a forma. Acho que vou ter que ir pra academia… Pô…

E pra começar o Café Brasil endorfinado de hoje, vamos em alto estilo? Que tal Santo Agostinho?

Também o corpo é uma criação divina.

Moda da barriga

O dia que a barriga virar moda
realmente vai ser… fogo pra poder me aturar
ninguém vai resistir aos meus encantos
e a tv do Silvío Santos vai querer me contratar 

o dia que a barriga virar moda
realmente vai ser… fogo pra poder me aturar
ninguém vai resistir aos meus encantos
e a tv do Silvío Santos vai querer me contratar 

na Globo o galã vai ser o Jô
na Tupi, veja o senhor,
vai ser o Sérgio Cabral
na lista dentre os 10 mais elegantes
as presenças mais constantes
do Tim Maia e o Imperial 

A Wilza vai fazer a Gabriela
no papel lá da novela e vai ser sensacional
Vinícius vai ganhar um novo ofício
vai ser manequim famoso da costura nacional
Os bares vão vender muita cerveja
e o padeiro, hora veja, vai vender muito mais pão 

as moças pilúlas não vão tomar
e o Brasil vai aumentar a sua população
por isso realmente vai ser fogo
se a barriga virar moda
vai dar grande confusão.

Olha só.. é com João Nogueira e a MODA DA BARRIGA que o Café Brasil de hoje, que tá pesado, vai começar…

Olha só a informação que recebi: O número de intervenções cirúrgicas realizadas nas batatas da perna, conforme levantamento feito pelo Ibope, ficou em quarto lugar no ranking das próteses de silicone mais procuradas, ficando atrás apenas dos seios. A cirurgia deixa a região das pernas mais torneadas, e não deixa ninguém na mão durante o verão, uma vez que a prática de exercícios físicos às vezes não resolve o problema, essa possibilidade atrai a atenção de homens e mulheres.Conforme pesquisa feita pelo Ibope, 2.238 mulheres e 139 homens, no ano passado se submeteram a intervenções cirúrgicas nas panturrilhas.

É… se tiver uma estriazinha, uma gordurinha, se você não tiver um corpo perfeito, não tem direito à felicidade! Pô, meu! Vai te catar…

Capim gordura
O verde da minha roça, inté dá gosto vê
É pura mansidão
Vai lá da ponta da minha tapera até
Lá pra perto das bandas do ribeirão
(e não é que é bão) 

O verde da minha roça, inté dá gosto vê
É pura mansidão
Vai lá da ponta da minha tapera até
Lá pra perto das bandas do ribeirão
Tem um tal de capim gordura oi lá
Que é danado de ruim
Praga pra crescer, eu nunca vi assim
E nesse tal de capim gordura, oi lá
Tem preá pra mirrés
Cada tocerão tem pra mais de dez

Rararara…como eu cantei essa quando era moleque! Você ouve CAPIM GORDURA, que fez um baita sucesso em 1971 na voz de Ivon Curi. A composição é de Laércio de Freitas e você ouve a gravação de Luiz Carlos Vinhas, você acredita? Com os Kalangos, lá no comecinho dos anos setenta… Lembrou?

Pois é. Há muito as academias deixaram de ser aquele lugar onde a gente ia fazer ginástica. Hoje são lugares onde a gente vai pra ver e ser visto.
São lindas, as mulheres vão produzidas, os homens com os músculos à mostra… é um desfile. E um barrigudinho como eu fica meio deslocado por lá, né? Taí…acho que é por isso que não consigo retomar a academia! Tenho inveja dos bonitões…

E já que o tema é o gordo, a gordura mesmo, que tal um som inspirador? Lá de 1937, Altamiro Carilho e sua Bandinha com BARRIL DE CHOPP…

Pois então. As academias podem dar lugar a altas reflexões, não é essa coisa de gordo e magro não. Como a que fez o André Camargo Costa nas Iscas Intelectuais do Café Brasil. O André escreveu um texto chamado “A Academia de Ginástica”, que chega a ser surpreendente.

É ele que quero dividir com você, ao som de VIRADO A PAULISTA, do Trio Carapiá, com eles mesmos…

O mundo está dividido entre nós e eles. Nós sabemos ler e escrever, com algum grau de articulação. Nós temos acesso a livros, computadores e sabemos usar a internet. Eles não. Nós somos a minoria eles são a grande maioria. Feita essa ressalva, sigamos.

Quero dedicar este texto a pensar sobre uma verdadeira instituição do nosso mundo. A academia. Ao fazê-lo, espero jogar luz sobre algumas incoerências do nosso modo de ser, nos dias de hoje. A academia de que vou falar não é aquela tradição em nome da qual se produzem artigos, teses e dissertações. Não é a academia dos mestres, doutores e PhDs. É aquela outra, mesmo, dos personais, das roscas e dos supinos. Aquela que a gente paga, mas não freqüenta. Ou freqüenta, muito a contragosto. Porque, fundamentalmente, é chato.

Lembro-me de uma situação: numa tarde ensolarada, em meio a uma série de supino, crucifixo, sei lá, na academia do prédio, levantei o olhar e deparei com um pedreiro, na janela do segundo andar, em provável pausa no trabalho. O apartamento estava sendo reformado. Senti-me lá de cima, olhando cá para baixo, onde eu mesmo realizava as repetições dos exercícios.

Com o olhar do pedreiro, achei-me fútil. Fútil. Um filhinho-de-papai auto-indulgente que, por falta de pegar no pesado, faz academia pra não amolecer. Não sei nem saberei, se com este olhar severo, de fato, me contemplava o pedreiro lá de cima. Talvez não – talvez fosse o olhar de alguém que, no fundo, quisesse ter um emprego melhor e preferisse ele mesmo dispor de um excedente de salário para poder freqüentar uma academia. Em suma, não sei se me invejava ou se me estranhava.

O pedreiro dedica a energia do seu corpo e o suor de seu trabalho a edificar coisas. Nós, na academia, não produzimos nada. É como se o esforço, a energia e o suor girassem em falso, se perdessem no vazio. A força não tem sentido, objeto ou direção. O trabalho, na academia, é ensimesmado, à medida que não produz transformações na realidade. Não é estranho?!

Agora, uma afirmação provocadora: a onipresença das academias no modo de vida de todos nós é um efeito colateral da divisão do trabalho.

16 toneladas


Sente este samba quente
Que é muito legal
É super pra frente

É bem genial
Embalo como este
Só quem vai curtir
Quem não se machucar
Quando deixar cair
Por isso vem, vem
Embale na nossa
Este balanço
Tira qualquer um da fossa
Ele é um barato e é da pesada
Esse é o famoso 16 toneladas
Eu bolei o ano inteiro
Este samba pra frente
É gostoso paca
É um samba decente
Segure esta conversa
Segure a jogada
Quem não gosta de samba
Não gosta de nada
E a curtição
No samba empolgado
É o flamengão
Num estádio lotado
Turma da pesada
Que segura a parada
Esse é o famoso 16 toneladas
Sente este samba quente
Que é muito legal
É super pra frente
É bem genial
Embalo como este
Só quem vai curtir
Quem não se machucar
Quando deixa cair
Por isso, vem, vem
Embale na nossa
Este balanço
Tira qualquer um da fossa
Ele é um barato e é da pesada
Esse é o famoso 16 toneladas
Eu já dei o meu recado
Agora vou me mandar
Vou refrescar a cuca
Pra poder incrementar
Porque cuca cansada
Só dá confusão
Onda de pirado
Deixa a gente na mão

Por isso nem vem
Não vai me encontrar
Agora estou na minha
Pois estou devagar
Já disse o que queria a toda rapaziada
Ai, oh … é o 16 toneladas

Opa! Você ouviu aqui, no podcast, o grande Noriel Vilela com seu sucesso 16 toneladas, que é uma versão tupiniquim de um clássico do country composto em 1946 mas que virou sucesso em 1955 na voz de um sujeito chamado Tennessee Ernie Ford e que é assim…

Sixteen Tons


Some people say man’s made out mud,
Well, a good man’s made out of muscle and blood
Muscle and blood, and skin and bones,
And mind that’s weak and the back that’s strong.
You load 16 tons,
And what do you get?
Another day older,
And deeper in debt.
Saint Peter, don’t you call me,
Cause I can’t go,
I owe my soul to the company store
I was born one morning when sun didn’t shine,
I picked up my shovel and I went to the mine,
Loaded 16 tons of number nine coal,
And the straw boss said: “Well, bless my soul!”
You load 16 tons,
And what do you get?
Another day older,
And deeper in debt.
Saint Peter, don’t you call me,
Cause I can’t go,
I owe my soul to the company store
If you see me coming, you better step aside,
A lot of men didn’t and a lot of men died.
My one fist is iron, the other one’s steel,
And if the left don’t getcha, then the right one will
You load 16 tons,
And what do you get?
Another day older,
And deeper in debt.
Saint Peter, don’t you call me,
Cause I can’t go,
I owe my soul to the company store
I was born one morning, it was drizzling rain,
Fighting and Trouble ‘s my middle name,
I was raised down the Canebrake by an old mountain mine,
And there ain’t no hard hearted women make me walk that line!
You load 16 tons,
And what do you get?
Another day older,
And deeper in debt.
Saint Peter, don’t you call me,
Cause I can’t go.

Voltando ao texto do André:

As atividades braçais, embrutecedoras, são desempenhadas por uma massa de serviçais. São coisas que todos nós poderíamos fazer, mas não queremos. Então, destinamos a eles. Com isso, dispomos de mais tempo e energia para dedicarmo-nos às tarefas mais desafiadoras, que exigem um desenvolvimento intelectual maior.

Tornamo-nos artistas, cientistas, empresários, gerentes, supervisores, diretores. Eles são zeladores, porteiros, vigias, pedreiros, domésticas, garçons, manobristas, babás, faxineiras, caixas de supermercado, ajudantes gerais, motoboys, garis e assim por diante. Somos os patrões e, eles, os empregados. Nós escolhemos o que queremos fazer. Eles não. Eles se submetem.

Trata-se de uma situação de opressão, porque, no fundo, todos preferimos mandar a obedecer. 

O que acontece, porém, é que, no afã de nos libertarmos dos cansaços do corpo, de tornarmos nossa vida mais cômoda e prazerosa, acabamos presos em cadeiras, hipnotizados por telas de computador. O corpo sedentário, em meio a sofás e controles remotos, envelhece, engorda, fica feio e adoece. Tendemos a existir dentro de nossas mentes, com um corpo alienado.      

Que Delícia. Sabe uma coisa legal?O Café Brasil não é feito como os podcasts tradicionais que gravam tudo e depois se recolhem pra fazer uma edição elaborada. A gente faz tudo aqui ao mesmo tempo. Enquanto estou gravando aqui o Lalá está ali do outro lado, a gente vai trocando idéia e vai montando o programa aos pouquinhos. E o Lalá descobriu uma coisa deliciosa que eu vou ter que botar no programa porque eu quero que você adivinhe quem está cantando. Escuta só.
É claro que você adivinhou, né. Isso é Stevie Wonder em 1966, com Sexteen Tones.

Eu vou voltar ao texto do nosso amigo André Camargo Costa.

Então, não obstante todo o esforço tecnológico para podermos nos livrar do suor, a necessidade de trabalho do corpo renasce em nova forma: as academias. Nós mesmos pagamos (caro) para realizar todo o esforço de que pensáramos ter-nos livrado!

A academia tem um ar de sofisticação. Por outro lado, trata-se de um sintoma da dissociação entre corpo e mente do nosso estilo de vida atual. E também um sintoma da dissociação entre eu e outro – sendo eu aquele que exerce um trabalho qualificado e outro aquele a quem está destinado o subemprego.

Talvez não o pedreiro, mas um ET provavelmente consideraria a academia um ambiente muito estranho. As pessoas se encaixam em máquinas e ficam fazendo repetições – séries e mais séries de repetições. Elas emulam o trabalho repetitivo e braçal de um pedreiro, por exemplo, ou de um operário de linha de produção.

A divisão social repete a divisão no interior do indivíduo – de um lado, o corpo negligenciado, repudiado, assim como os trabalhadores braçais em suas periferias e em sua invisibilidade. De outro, a mente, o intelecto, o mundo virtual e digital, que ocupam o centro do universo, cheios de glamour e sofisticação.

É uma lei insofismável, todavia, tanto no nível coletivo quanto no individual, que tudo deixado de lado acaba retornando em novas formas. Daí a triste figura do malhador, lutando contra o envelhecimento, preso às infinitas séries e repetições das suas sofisticadas máquinas de academia. Diante dos
espelhos, imerso em seu transe de endorfinas, incapaz de perceber instalando-se o vazio do sem-sentido. Não consegue se ver, sobretudo, como um operário vitaminado, fora-do-contexto.

Em um universo dourado, a estrutura do trabalho seria mais eqüitativa. As tarefas seriam assumidas entre as pessoas de modo mais justo. Todos realizaríamos nossa parcela de coisas chatas, repetitivas e elementares e todos teríamos igualmente acesso às tarefas mais complexas e dignificantes. Todos teríamos as mesmas oportunidades de crescimento. Haveria muito menos subordinação – patrões, de um lado, e empregados, de outro. Talvez fizéssemos rodízio de funções. A desigualdade de renda, portanto, também não seria um problema tão sério.

Tendo de compartilhar as tarefas do corpo, não haveria tamanha necessidade de academias. Nem elas teriam essa importância toda, ou carregariam a carga de conflito que hoje carregam.

Há muitos países, distantes desse nosso Brasil de desigualdades, em que as coisas são pouco mais equilibradas. Lugares onde não existem despachantes, manobristas ou empregadas domésticas. A gente pode até achar pior abrir mão de regalias, ter de caminhar mais, suar mais a camisa, mas é um modo de vida menos artificial e de maior integração. As coisas não precisam ficar tão compartimentadas.

Dito isso, uma última ressalva: nós não vivemos em um universo dourado. Por este motivo, preciso dizer: acho muito bom que existam as academias. São espaços dedicados ao cuidado com o corpo e com a saúde e, nesse sentido, suprem uma lacuna fundamental. Apesar de sua existência e do lugar que ocupam em nossas vidas darem prova das incoerências do jeito que nos organizamos tanto interna quanto coletivamente, as academias contribuem verdadeiramente para que vivamos de modo mais saudável, dentro dessa maluquice que é a vida, nos dias de hoje.

Pois é…. sei que muita gente ouve este programa enquanto anda, faz a esteira ou malha na academia.

Se você está fazendo isso, deve estar com a cabeça a mil, não é? Que bom! Além do fitness corporal, o Café Brasil quer mais é proporcionar o fitness intelectual! Afinal, o cérebro é como um músculo, não é? Se não se exercitar ele atrofia.

O Café Brasil é o supino do seu cérebro! E só pra você ficar tranqüilo, semana que vem eu retomo a minha academia.

Onde foi que eu errei?

Eu disse “Hey!”, você não me olhou.
Eu fiz “Psiu!”, você nem ligou!
Andei depressa pra te alcançar
Você parou, entrou no bar.
Parei em frente de uma rapaziada, Mas que mancada
Só levei cantada.
Onde é que eu vim parar?
Meio sem jeito eu saí dali
Mas te esperei, não desisti.
Você saiu, olhou pra mim
E disse ” Deus! Até que enfim!”
Minha alegria logo se acabou.Não foi pra mim,
Foi pra outra que passou.
Aonde foi que eu errei?
Será que é minha roupa?
Será que é a outra?
Será que eu estou magra ou engordei?
Será que eu sou feia?
Será o meu cabelo?
Será um pesadelo?
Onde foi que eu errei?
Sexta-feira onze e meia
O que que eu vou fazer?
Já andei Brasil inteiro
Mas Cadê Você?
Sorocaba, Salvador
Do Leme ao pontal
Qualé Tim Maia
Ta ruim de segurar
Ta ruim de resolver
Ja tentei da uma olhadinha
Cade você
(Eu to na sua cola meu amor eu to na sua)
Eu fico te Filmando
E você ai com essa perua
Qualéeeeeeeee
Será que é minha roupa?
Será que é a outra?
Será que eu estou magra ou engordei?
Será que eu sou feia?
Será o meu cabelo?
Será um pesadelo?
Onde foi que eu Errei?
Meio sem jeito eu saí dali
Mas te esperei, não desisti.
Você saiu e olhou pra mim
Eu disse ” Deus! Até que enfim!”
Minha alegria logo se acabou.
Não foi pra mim,
Foi pra outra que passou.
Aonde foi que eu errei?
Será que é minha roupa?
Será que é a outra?
Será que eu estou magra ou engordei?
Será que eu sou feia?
Será o meu cabelo?
Será um pesadelo?
Onde foi que eu errei?

E é assim, ao som de ONDE FOI QUE EU EREI? De Cacá Moraes, Alexandre Lucas e Júlio Borges com o grupo Fat Family que o Café Brasil que quer mens sana in corpore sano vai embora.

Com o definidíssimo Lalá Moreira na técnica, a magérrima Ciça Camargo na produção e eu, o gripado, o suado, cansado e sedento Luciano Pires na direção e  apresentação.

Estiveram conosco Luis Carlos Vinhas e os Kalangos, João Nogueira, Altamiro Carrilho e  Bandinha, Noriel Vilela, Fat Family e o Trio Carapiá, Tennesse Ernie Ford e Stevie Wonder.

Quer mais? Cadastre-se na Comunidade do Portal Café Brasil:www.portalcafebrasil.com.br. Lá tem Fitness Intelectual, sabe?

Pra terminar, uma frase do filósofo Sêneca:

Ninguém é livre, se é escravo do corpo.

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